Julia Lindner e Tulio Kruse
O presidente Jair Bolsonaro tentou explicar em uma Live no Facebook a reportagem publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” que revelava aumento de 16% nos gastos com cartões corporativos da Presidência da República. No vídeo, Bolsonaro diz que a matéria compara janeiro de 2019 com janeiro de 2018, e atribui a alta dos gastos com cartões às despesas com sua posse. A reportagem, no entanto, fez o comparativo com a média de janeiro dos últimos quatro anos, e considerou, ainda, a inflação do período.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também citou equivocadamente a posse presidencial, em 1º de janeiro, como justificativa para a alta das despesas com cartão corporativo da Presidência.
DIZ HELENO – “Todo o aparato para a posse, a vinda de presidentes estrangeiros, altas autoridades, é lógico que acabou fazendo com que o cartão corporativo aumentasse sua despesa”, disse Heleno.
O ministro ainda citou o fato de, no mesmo período de 2018, somente o presidente da República, sem vice-presidente, ter usado o cartão. “Em janeiro de 2018, era ‘o’ presidente da República. Não tinha nem vice-presidente. E agora, em janeiro de 2019, nós tínhamos o presidente que estava deixando o poder, o presidente que foi eleito e mais o vice-presidente”, afirmou Heleno. Segundo ele, “o assunto foi colocado na imprensa de forma incorreta”.
Bolsonaro afirmou ainda que “a despesa majorada foi 16%”, mas “como um todo, de forma global, a despesa com cartões corporativos baixou 28%”. Os dois números constavam do texto publicado pelo “Estado” e não foram questionados pelo presidente nem pelo ministro.
DIZ O ESTADÃO – Acontece que a comparação feita pela reportagem não se resumiu ao ano passado, como citado por Heleno. O aumento de 16% se deu em relação à média de gastos nos dois primeiros meses dos últimos quatro anos – o que inclui os dois anos de governo Michel Temer e os dois últimos de Dilma Rousseff, quando havia vice.
Além disso, o cálculo levou em consideração os gastos vinculados à Secretaria de Administração – responsável direta pelas despesas do presidente, seus familiares e residência oficiais. Não inclui a Vice-Presidência, que gastou R$ 28,4 mil no período.
“Os gastos com cartões corporativos da Presidência da República nos dois primeiros meses do governo Jair Bolsonaro aumentaram 16% em relação à média dos últimos quatro anos, já considerada a inflação no período. Apesar de ter seu fim defendido durante a transição, a nova gestão não só manteve o uso dos cartões como foi responsável por uma fatura de R$ 1,1 milhão”, diz trecho inicial da matéria.
SEM RESPOSTA – Antes da publicação da reportagem, o “Estado” questionou a Secretaria de Comunicação da Presidência o motivo do aumento, mas não obteve resposta.
Bolsonaro ainda divulgou informações imprecisas sobre a Caderneta da Saúde da Adolescente, desenvolvida pelo Ministério da Saúde durante o governo Dilma. Ele disse que se tratava de uma caderneta de vacinação destinada a crianças a partir dos 9 anos, mas o material é direcionado a adolescentes entre 10 e 19 anos. Ele sugeriu rasgar páginas que seriam impróprias para os adolescentes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O que se esperava do governo Bolsonaro é que restringisse ao máximo o uso do cartão corporativo e revogasse o criminoso decreto de Lula da Silva que determinou sigilo sobre esses gastos. Com isso, o Supremo liberaria logo os gastos do cartão corporativo da segunda-dama Rosemary Araújo, que viajava para o exterior com Lula de maneira clandestina, sem que seu nome constasse da lista de passageiros. Quando Lula tentou se candidatar em 2014, Dilma Rousseff impediu, ameaçando divulgar o cartão corporativo de Rose e suas viagens clandestinas com o amante. Diante do escândalo, Lula teve de recuar e Dilma foi candidata à reeleição. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O que se esperava do governo Bolsonaro é que restringisse ao máximo o uso do cartão corporativo e revogasse o criminoso decreto de Lula da Silva que determinou sigilo sobre esses gastos. Com isso, o Supremo liberaria logo os gastos do cartão corporativo da segunda-dama Rosemary Araújo, que viajava para o exterior com Lula de maneira clandestina, sem que seu nome constasse da lista de passageiros. Quando Lula tentou se candidatar em 2014, Dilma Rousseff impediu, ameaçando divulgar o cartão corporativo de Rose e suas viagens clandestinas com o amante. Diante do escândalo, Lula teve de recuar e Dilma foi candidata à reeleição. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)