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domingo, fevereiro 17, 2019

Nos tuítes, 72,2% do que Carlos Bolsonaro escreve são ataques, sobretudo à mídia


Carlos Bolsonaro tem um perfil cheio de ataques no Twitter
Foto: Divulgação/Sergio Lima/AFP
Carlos Bolsonaro tem um comportamento agressivo no Twitter
Igor Mello e Juliana Castro
Filho mais próximo do presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro deflagrou a primeira crise no coração do Palácio do Planalto ao usar o Twitter para atacar Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O comportamento, porém, não é exceção. O “pitbull” da família usa a rede social como uma metralhadora giratória.E não é repreendido pelo presidente por isso.
O Globo analisou 500 tuítes feitos por Carlos entre 15 de dezembro e 15 de fevereiro e constatou que 72,2% das postagens feitas pelo parlamentar são ataques. O alvo preferencial é a imprensa, mas também sobram bordoadas para a esquerda e até mesmo para aliados, como Bebianno.
Das 500 postagens — que incluem também publicações de outras pessoas compartilhadas por ele — 211 (ou 42,4%) criticam a cobertura da imprensa sobre o governo Bolsonaro. Ataques à esquerda (19,8%), a aliados (5,2%) e outros (4,8%) completam a lista.
ESQUERDA NA MIRA – Outro alvo preferencial de Carlos é a esquerda. Chamados de “bandidos”, “retardados” e “idiotas”, os opositores são ligados frequentemente à corrupção e ao atentado praticando contra Jair Bolsonaro por Adélio Bispo de Oliveira, em setembro. O maior alvo é o PSOL, mencionado por ele 21 vezes no período — o PSL, partido da família, só mereceu três citações.
Embora os ataques predominem, sobra espaço na rede social para que Carlos divulgue conteúdo institucional do governo ou elogie aliados. Os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Damares Alves (Direitos Humanos) e Santos Cruz (Governo) são alvos de menções elogiosas, assim como o guru da direita Olavo de Carvalho. Ele, aliás, provocou um dos poucos momentos de descontração de Carlos no período. O vereador postou uma foto ao lado de seu cachorro poodle na frente do computador, onde assistia uma das aulas de Carvalho.
FLÁVIO IGNORADO – As interações com o perfil do pai e do irmão mais novo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), são frequentes — além de citá-los, o vereador costuma reproduzir seus tuítes em seu próprio perfil. Porém, o irmão mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), fica de fora de suas manifestações no período analisado.
Mesmo vendo o irmão em meio às denúncias envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz e tendo suspeitas sobre sua movimentação bancária, Carlos Bolsonaro não fez nenhuma defesa de Flávio nos últimos dois meses. A única menção a ele foi lateral: o vereador compartilhou um vídeo no qual Eduardo bate boca com petistas que cobravam investigações contra Flávio no plenário da Câmara.
RUSGAS COM O IRMÃO – Carlos e Flávio cultivam rusgas desde 2016, quando o irmão mais velho teve um mal-estar durante um debate à Prefeitura do Rio e decidiu agradecer à rival Jandira Feghali (PCdoB), que é médica o socorreu. Agradeceu por meio de uma nota oficial e a atitude foi motivo de críticas de Carlos e do pai.
Os dois travaram um novo round no ano passado, quando disputaram quem seria o candidato da família ao Senado. Após perder a disputa, Carlos desistiu de tentar outro cargo.
O Globo procurou o vereador para comentar os dados do levantamento, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.

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