Deu em O Globo
Em novos trechos do depoimento prestado ao Ministério Público Federal, o ex-governador Sérgio Cabral admitiu cobrança de propina em obras como a Linha 4 do metrô e a reforma do Maracanã, além de citar o empresário Eike Batista e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes , ao falar de repasses irregulares para campanhas eleitorais.
O ex-governador também confirmou que houve “várias vezes” entrega de dinheiro de propina dentro do Palácio Guanabara, ao então vice-governador Luiz Fernando Pezão e ao ex-secretário da Casa Civil Régis Fichtner.
ACERTO NO METRÔ – Cabral admitiu que a escolha do consórcio vencedor da licitação da linha 4 do metrô foi fruto de acerto com pagamento de propina por quase todas as empresas envolvidas.
“Se nós não tivéssemos feito o acordo, podia ser mais barato. Podia ser mais barato, se o jogo não fosse combinado”, admitiu o ex-governador, acrescentando que pagaram propina as empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, Cowan e Carioca Engenharia. Segundo ele, apenas uma das empresas do consórcio, cujo nome ele não soube informar, não pagou nada ao esquema.
O ex-governador diz ter sido responsável por destinar cerca de R$ 80 milhões para a campanha de Eduardo Paes, em 2008, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez. “Em 2008 teve muito dinheiro para o Eduardo Paes, essa é uma outra história, e que eu cuidei de… O Eduardo Paes deve ter tido mais ou menos R$ 80 milhões viabilizados por mim para a campanha dele em 2008”, afirmou Cabral.
EIKE BATISTA – O ex-governador diz ter recebido de Eike Batista US$ 16 milhões, durante período de campanha eleitoral, mas negou ter oferecido algo em troca ao empresário. No entanto, Cabral acusa o ex-secretário Régis Fichtner de ter ganhado muito dinheiro, por meio de seu escritório, para beneficiar Eike e a empresa EBX, responsável pela construção do Porto do Açu, no norte fluminense.
“Foi durante a campanha eleitoral. Não teve nada. Isso que eu queria dizer, nunca houve assim, o Eike, toma lá dá cá. Onde houve mais toma lá dá cá, e aí eu vou chegar ao Régis, foi com o escritório do Régis. Porto do Açu e as questões do Eike Batista. O escritório do Régis ganhou muito dinheiro, não sei te precisar, mas posso te dizer mais de uma dezena de milhões de reais com a EBX”, declarou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em nota enviada à TV Globo, a defesa de Eduardo Paes alega que as contas da campanha de 2008 foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral. Diz a nota que Cabral inocentou Paes, ao dizer que ele nunca levou propina. Realmente, o ex-governador disse isso, mas se referia às obras estaduais, sem ter mencionado se Paes recebia ou não propinas pelas obras municipais, que eram tocadas pela Prefeitura do Rio. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em nota enviada à TV Globo, a defesa de Eduardo Paes alega que as contas da campanha de 2008 foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral. Diz a nota que Cabral inocentou Paes, ao dizer que ele nunca levou propina. Realmente, o ex-governador disse isso, mas se referia às obras estaduais, sem ter mencionado se Paes recebia ou não propinas pelas obras municipais, que eram tocadas pela Prefeitura do Rio. (C.N.)