A revista digital Terra Magazine, editada pelo jornalista Bob Fernandes, continua a esquentar a política baiana. Sua reportagem lembra que o ministro da Integração Nacional do governo Lula, Geddel Viera Lima, do PMDB, busca viabilizar-se como candidato ao governo da Bahia. “Chegou a verbalizar ali e acolá a idéia de ser um candidato de consenso entre as oposições contra o governador Jaques Wagner, do PT”.Como oposição na Bahia significa também o DEM, tal movimento implicaria, naturalmente, em ter um outro candidato à presidência da República que não o candidato do presidente Lula. O problema para Geddel é que o ex-governador Paulo Souto, do DEM, nome forte no estado, também já se anuncia candidato ao governo, contra Wagner. Donde, se tornada concreta a candidatura Souto, a tal união de oposições não se daria como imaginado pelo ministro. Em entrevista a Terra Magazine, Geddel confirmou o rompimento com o governo Wagner. Na segunda, 13, o deputado federal Emiliano José (PT-BA), muito próximo a Jaques Wagner e ao ex-governador Waldir Pires bateu duro em Geddel. Para tentar entender todo esse molejo, essas ondas na política baiana, Terra Magazine ouviu o governador Jaques Wagner no início da madrugada desta terça-feira.Disse o governador: - O que eu quero, o meu desejo, é continuar com a aliança (...) nesse projeto o ministro Geddel, naturalmente, disputaria a senatoria (...) mas se ele romper ele sai, não sou eu quem vai botá-lo pra fora (...) quero manter a aliança, mas se ele quiser sair... o jogo que ele jogar, quiser jogar, eu topo. LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA Terra Magazine - Governador, o que temos aí na Bahia? O PMDB do ministro Geddel, integrante da aliança que elegeu o senhor, rompeu com o seu governo?Jaques Wagner - Eu já disse e repito que ganha quem junta, quem agrega, reúne, e não quem separa. O que eu quero, o meu desejo, é continuar com a aliança de nove partidos que me elegeu e chegou comigo ao governo em 2006. E as várias conversas que tive com o ministro Geddel foram no sentido de manter o projeto, onde, naturalmente, ele iria para a senatoria, disputaria a vaga de senador dentro dessa aliança em 2010. Foi sempre esse o rumo da nossa conversa.Quando foi a última conversa?Há umas três semanas, eu, ele e o irmão dele, Lúcio, que é o presidente do PMDB na Bahia. Em algum momento ele começou a levantar a suspeita que o PT não queria votar nele, que poderia atrapalhar, e eu disse "se você diz, sugere que não está, não estará na aliança, aí sim pode surgir esse problema... porque o PT votaria em você se você diz não querer integrar a aliança?". Mas as conversas, de minha parte, e em consonância com o projeto do presidente Lula para 2010, foram sempre no sentido de manter, agregar... Mas nessa última conversa ele não falou em deixar o seu governo? Ele falou que precisava fazer um movimento para fortalecer as bases do partido, ouvir as bases do partido, e então, em setembro, ele vai avaliar. Olha, é um direito dele sair e montar um chapa para concorrer ao governo.... não sei quem ele vai apoiar para presidente se fizer isso, mas eu sigo meu caminho; apoio a Dilma, sou candidato à reeleição e estou organizando minha chapa. Mas, insisto, ele não disse que deixaria o seu governo? Não, me disse que ouviria o que querem as bases. E ele seria candidato ao governo? Como hipótese isso existe, mas se ele romper ele sai, não sou eu quem vai botá-lo pra fora. Não faço questão de romper, repito que prefiro juntar, agregar, mas que fique claro: o jogo que ele jogar, quiser jogar, eu topo. Agora, eu sou pelo menor caminho entre dois pontos e o menor e melhor caminho seria manter a aliança e até ampliar se for possível. Se não for, enfrentaremos o jogo que vier. Eu escolho aliados, não escolho adversários. Tenho interesse em manter, mas se não houver interesse, paciência, vamos para o jogo.
Fonte: Terra Magazine/Bahia de Fato
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