Jorge Soufen Jr. e Folha de S. Paulodo Agora
Após o registro de 11 mortes e o anúncio de que o vírus da gripe suína já circula livremente no Brasil, médicos tentam evitar que o medo da nova doença gere corrida aos hospitais. Com isso, buscam impedir, além de problemas nos serviços médicos, filas de até oito horas --como relatado ontem por pacientes no hospital Emílio Ribas, na capital-- e que pessoas se contaminem no contato com pacientes.
Máscaras se espalham por Osasco
Vírus se espalha com velocidade sem precedentes
Cumprimento em missa pode sumir
No Rio Grande do Sul, Estado com mais mortes --sete--, vários hospitais adotam alternativas para evitar superlotação e, seguindo a estratégia traçada pelo governo federal, poder se concentrar nos casos graves. De acordo com o secretário da Saúde do RS, Osmar Terra, 99% dos casos de gripe podem ser atendidos nos postos de saúde.
Eduardo Knapp/Folha Imagem
Pacientes procuram o hospital Emílio Ribas, em SP
Para o médico Cláudio Crespo, da Santa Casa de Uruguaiana, o aumento da procura facilita a propagação de gripes, já que os pacientes ficam próximos. Lá, a prefeitura busca aliviar a superlotação da Santa Casa utilizando um ônibus que leva pacientes para postos de saúde.
Em Santa Maria, o governo estadual está montado, em parceria com a prefeitura, centros de referência para o atendimento de pessoas com sintomas mais fortes de gripe.
Em Passo Fundo, o secretário da Saúde, Alberi Grando, diz que orientou os médicos dos postos de saúde a atender todas as pessoas com sintomas de gripe.
As estratégias vão ao encontro do que defendeu ontem o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para quem o grande desafio agora no combate à gripe suína no Brasil é "organizar a rede [de saúde] para atender bem as pessoas, principalmente as que necessitam de internação, e evitar o óbito".
Um dos problemas enfrentados é a acomodação dos pacientes. Os hospitais, em geral, não possuem estrutura para separá-los. Pessoas com suspeita de gripe suína esperam para fazer exames em uma mesma sala. Em alguns locais, ao lado até de pacientes que vão ao hospital por outros motivos. Isso pode facilitar a disseminação do vírus H1N1, mesmo com o uso de máscaras. "Se a pessoa usa a máscara por muito tempo ela fica úmida e perde a eficácia", afirma infectologista Nancy Bellei, da Unifesp.
Para ela, só deve ir a um hospital de referência o paciente que receber indicação. O Ministério da Saúde vai divulgar somente na próxima quarta-feira o número de casos no país. No último balanço, eram 1.175.
Casos suspeitosA Secretaria da Saúde de Campinas (93 km de SP) investiga cinco eventuais mortes por gripe suína na cidade. As pessoas, que morreram de "doença respiratória grave", são mulheres. Das cinco mortes, quatro ocorreram ontem e outra no dia 8.
Leia mais
Com vírus nas ruas, gripe suína mata mais 7
Mortalidade é alta entre gaúchos
Não é hora de pânico, mas gripe exige cuidado
Osasco pede ajuda para o Exército
2º paulista morre de gripe suína
100 Serviços
Programa "O que eu faço doutor?"
Saiba como entrar na Justiça para exigir algum medicamento
Consulte a bula de qualquer medicamento
Verifique se determinado medicamento faz parte do programa Farmácia Popular
Veja todos os serviços de Saúde
Fonte: Agora