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sexta-feira, julho 24, 2009

Pela imediata instalação da CPI da máfia do Senado

Marcio Moreira Alves costumava caracterizar ironicamente o PMDB como um partido de moral homogênea. José Sarney, presidente do Senado, Renan Calheiros, líder do partido no Senado, Romero Jucá, líder do governo no Senado, mas também Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, sem falar do ex-senador e atual governador Sergio Cabral, de seu suplente Regis Fitchner, agora Chefe da Casa Civil do governador, e de seu segundo suplente Paulo Duque, o novo presidente do Conselho de Ética do Senado, todos peemedebistas, confirmam de sobejo a moral homogênea do partido.Paulo Duque (PMDB-RJ), o suplente do suplente de Sergio Cabral, sustentou em pronunciamento da tribuna do Senado (25/06/2009) que não há motivo para que José Sarney (PMDB-AP) se afaste da Presidência da Casa. Na ocasião, o suplente do suplente leu duas notas. Na primeira, o presidente do Senado dizia que seu neto José Adriano Cordeiro Sarney, sócio de empresa que faz intermediação de empréstimos bancários consignados a funcionários do Senado, é "pessoa extremamente qualificada, com mestrado na Sorbonne e pós-graduação em Harvard". Não fica claro se isso serve como atenuante ou agravante para os ilícitos que lhe são atribuídos. Na outra, o suplente do suplente serve de porta-voz para o próprio José Adriano Cordeiro Sarney, quem afirma que, sendo economista e administrador formado na França e nos Estados Unidos, foi gerente do departamento responsável por créditos no banco HSBC e, com os conhecimentos da área, decidiu participar como sócio da empresa Sarcris que, desde 1995, mantinha convênios com instituições públicas e empresas privadas. Por acaso, também com o Senado.
Pois foi revestido dessa credibilidade de porta-voz que o suplente do suplente fez nova declaração (16/07/2009), dessa vez já como presidente do Conselho de Ética do Senado. Indagado acerca das representações contra Sarney, disse à imprensa que não é lá de dar bola para a opinião pública. Questionado sobre a representação feita pelo PSol, saiu-se com esta: ─ O PSol não existe.
O Senado não poderia ter escolhido alguém mais identificado com a sua eticidade para presidir o seu Conselho de Ética. Na verdade, não é só o PMDB que ostenta uma moral homogênea. O Senado também. E tanto é assim, que, nos bastidores, os mensageiros de Sarney já deram o recado de que, se houver reação à decisão de arquivar os pedidos de investigação, haverá uma enxurrada de processos no colegiado.
Cá para nós, senador envolvido em falcatruas é o que sobra. Não foi à toa que o suplente do suplente disse que o PSol não existe. Não existe nos atos secretos. Não existe na esculhambação senatorial. Existe nas ruas; existe na lembrança sadia do mandato da senadora Heloisa Helana; existe no mandato digno de José Nery e de seus deputados - Ivan Valente, Luciana Genro e Chico Alencar -; existe na mobilização da sociedade civil organizada para a luta por um país verdadeiramente democrático, onde os desqualificados não encontrem espaços para suas atividades predatórias.
Fonte: Socialismo.org

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