Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
O apoio das igrejas aos prefeituráveis de Salvador, até mesmo da Católica que sempre preferiu manter uma postura neutra no processo eleitoral, tem dado um novo tom à sucessão municipal local. Com isso, na busca incessante pela vitória, cada candidato tem procurado ao máximo atrelar a sua religião ou de seus vices, aos milhares de eleitores de cada uma delas e o que isso possa representar no dia do pleito. Se por um lado, dois dos mais expressivos postulantes à vaga são evangélicos declarados e, por tabela, ainda um vice - leia-se João Henrique (PMDB), Walter Pinheiro (PT) e o bispo Márcio Marinho (PR), respectivamente, os outros dois, o democrata ACM Neto e o tucano Antonio Imbassahy, são católicos. Apenas Hilton Coelho (PSOL) preferiu preservar, pelo menos até agora, o seu lado religioso. O prefeito João Henrique, por exemplo, que luta pela reeleição (PMDB) e nunca escondeu o seu lado evangélico, tem focado muitos de seus compromissos de campanha para os cristãos da Assembléia de Deus - igreja da qual faz parte - , e demais evangélicos. Como reforço conta ainda com quatro ou cinco pastores como seus assessores diretos. Assim como João Henrique, Walter Pinheiro também não esconde a sua vocação pela igreja evangélica, tem se reunido com freqüência com fiéis e lideranças da Igreja Batista. ACM Neto, por sua vez, que já conta com o seu vice, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), Márcio Marinho, pedindo voto abertamente em seu favor - rumores dão conta de que ele, inclusive tem utilizado os cultos neste sentido a ponto de irritar alguns dos “irmãos” - , se diz católico. Vale ressaltar que ao lado do ex-governador Paulo Souto, Neto abriu sua campanha com uma visita à Colina Sagrada, onde fica o templo do Senhor do Bonfim, santo milagroso dos baianos, mas o bispo Marinho não compareceu ao ato de fé católica. O resultado esperado, seria nada menos, que a possibilidade de milhares de “fiéis” se renderem ao lado cristão dos dois maiores representantes da chapa do DEM. No dia 3 de julho, por exemplo, no bairro de Brotas, o candidato do Democratas, foi agraciado pela força dos jovens da Iurd. Na ocasião, cerca de dois mil jovens da Igreja Universal participaram do lançamento da candidatura à reeleição da vereadora Eron Vasconcelos (DEM), que é seguidora da igreja, e declararam apoio irrestrito à candidatura de ACM Neto. O bispo também esteve presente e chegou a afirmar, que ao contrário do atual prefeito, ACM Neto não terá preconceitos com nenhuma religião, e que apoiará todos os credos. O mais curioso, no entanto, trata-se do fato de um grupo da igreja católica ter entrado de cabeça na campanha do tucano Antonio Imbassahy, com direito à distribuição de carta e tudo mais, onde eles reiteram que “desde julho, quando convidamos todos vocês a estarem conosco ajudando na eleição de Antonio Imbassahy para prefeito de Salvador, tínhamos a segurança de que ele é o único candidato católico que vai pautar a sua gestão nos fundamentos dos ensinamentos do Cristo”. Nesta reta final, conforme a carta, a idéia é sugerir que faça uma reflexão sobre os destinos da cidade, já que dois candidatos se declaram seguidores de igrejas evangélicas e um terceiro se diz católico, mas elegeu para governar, com ele, um bispo da Igreja Universal e caso o candidato do Democratas se elegesse, significaria que todas as vezes que ele se ausentasse de Salvador, mesmo que por 2 ou 3 dias, assumiria os destinos da cidade um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. “E aí nos vem à mente a imagem que foi transmitida para todo o Brasil pela TV, de um bispo da mesma igreja, chutando a imagem de N.S. Aparecida. Esta mesma igreja entrou com um projeto de lei na Câmara Federal para tirar o título de padroeira do Brasil de N.S.Aparecida”. Sobre João Henrique, os amigos católicos de Antonio Imbassahy, como o documento foi assinado, “trata-se de um gestor que tratou a nossa Igreja Católica muito mal. Todo o apoio que tínhamos nas pastorais, creches, escolas e eventos religiosos foi suspenso. Não podemos permitir que nossa cidade continue a se deteriorar”. Por fim, o grupo de católicos destaca que a eleição está sendo decidida nestes próximos dias e que é preciso “colocar para nos governar alguém em quem possamos confiar e que fale a nossa mesma língua em relação à vida, ao amor, à família e a Cristo. Somos católicos e queremos uma prefeitura de fé”. (Por Fernanda Chagas)
A caminho da revolução pelo voto após o horário eleitoral
Os conceitos de esquerda e direita na política nasceram no século XVIII, com a Revolução Francesa de 1789, opondo, respectivamente, jacobinos e girondinos na Assembléia Nacional. A partir de 1917, com a Revolução Bolchevista na Rússia, as designações atravessaram praticamente todo o século XX e tinham característica predominantemente econômica: o Estado hipertrofiado era encarregado do controle dos meios de produção, gerindo uma economia planificada cujos frutos, em tese, seriam distribuídos com justiça a toda a sociedade. Como se sabe, a prática, ao longo das décadas, tomou o lugar da teoria, e o resultado é que o desmoronamento da União Soviética em 1989 e a revisão patrocinada pela China, onde o Estado continua forte, mas a economia teve considerável abertura, levaram a idéias novas e até esquisitas, como o fim da História proposto por um certo Fukuyama. No Brasil, pouco antes da extinção do império supostamente marxista-leninista da Europa do Leste e das mudanças no Extremo Oriente, esses princípios eram encampados por uma série de partidos políticos entre os quais pontificava o PT, que chegou a nossos dias mais forte que outras legendas igualmente radicais. Marxistas, comunistas, socialistas de todas as tonalidades agruparam-se, na sua maioria, entre os petistas, que também se orgulhavam de sua gênese simultaneamente sindical e intelectual, chegando a tal ponto de presunção que acreditavam firmemente ter o pensamento de esquerda no Brasil nascido com eles, no ABC paulista, desdenhando tudo mais que se oferecesse ao exame da nação. Tanto que na sua fase inicial recusavam terminantemente toda e qualquer aliança eleitoral, uma ameaça exógena a seu purismo ideológico. Montado nesses princípios, os petistas abjuravam, no período pós-anistia, a herança da luta política do período anterior ao golpe militar de 1964, personificada na figura do governador Leonel Brizola, recordista em exílio, com seus 15 anos de permanência no Uruguai e, já no fim do castigo, Estados Unidos. Apontado como prócer do populismo demag?=???????????ógico, Brizola seria um caudilho personalista e centralizador, em contraposição ao emergente e democrático líder operário Lula, que encarnava, pela origem eminentemente popular, o sonho revolucionário dos brasileiros despos-suídos.(Por Luis Augusto Gomes)
Bolsa-família x emancipação
O passar dos anos e o pragmatismo da luta pelo poder transformaram o PT e os petistas, que chegaram a aceitar Brizola como vice de Lula em 1998, num pleito em que sabiam ser certa a vitória de Fernando Henrique. Mas nem o mais empedernido adversário ou crítico imaginaria que o partido que embalou o sonho da nação nos últimos 30 anos chegasse à aposentadoria de teses históricas, muito menos ao escândalo do mensalão em sua cúpula e à suprema heresia do bolsa-família em lugar da emancipação dos pobres pela educação e da subsistência pelo trabalho digno e remunerado com um mínimo de justiça. Toda essa digressão vem de uma reflexão sobre a atualidade, em que Lula, a despeito de todas essas considerações, bate seguidamente recordes de popularidade e continua propalando impunemente - e até sendo aplaudido por isso - suas teses de momento. No horário eleitoral, candidatos a prefeito disputam a tapa sua simpatia ou sua vinculação com as campanhas em curso. “Pinheiro não é Lula”, afirma peremptório o programa de João Henrique, enquanto o do próprio petista conforma-se a reprisar o “genérico” que o presidente gravou para qualquer um, em qualquer lugar, que se diga seu amigo. E não é só isso: humilde postulante ao cargo de vereador declara suas raízes operárias, no caso petroleiras, para atribuir a Lula “a descoberta que garante o futuro”, apostando nas maravilhas que o messiânico ex-torneiro mecânico propiciará ao País com o petróleo da camada pré-sal. Que sigam, portanto, todos nesse rumo. Que busquem através de Lula o voto que jamais conquistariam por outros meios. Que lhe reforcem o respaldo nas prefeituras, governos e assembléias de todos os níveis. Que lhe dêem o poder quase absoluto para que ele continue produzindo felicidade incessante. Assim, o Brasil fará pelas urnas o que não conseguiu fazer pelo sangue em tantas e tantas infrutíferas batalhas do passado.
Governador divulga realizações e inaugura obras em Tapiramutá
“Neste um ano e nove meses, já foram gerados 116 mil novos empregos na Bahia, construímos 6.500 casas populares, 60 mil estão em construção. Cerca de 1 milhão de pessoas já foram beneficiadas com o Programa Água Para Todos, a meta é que até o final do meu mandato a cobertura chegue a 2 milhões”, afirmou o governador Jaques Wagner ao fazer um balanço do governo.No palanque, montado na praça principal de Tapiramutá, o governador entregou obras, interagiu com o povo e repetiu uma frase do presidente Lula: “ Nós não temos que perguntar ao povo em quem ele vota, mas qual a necessidade do povo”.A agricultora Vandira Alves colocou vestido novo e foi à praça para ver de perto o governador da Bahia, que só conhecia pela televisão. Ela estava feliz e sorridente com a inauguração de quatro quadras poliesportivas, do ginásio de esportes e da reforma do estádio de futebol.
Fonte: Tribuna da Bahia
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