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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Estudo sugere que portador de HIV faça sexo sem camisinha

GENEBRA (Suíça) - Especialistas suíços em Aids disseram ontem que algumas pessoas portadoras de vírus HIV que estão sob tratamento estável podem ter relações sexuais desprotegidas com parceiros não-infectados sem correr risco.
A Comissão Nacional Suíça da Aids disse que paciente em condições específicas - incluindo um tratamento antiretroviral bem-sucedido para suprimir o vírus e não ter outras doenças sexualmente transmissíveis - não colocam os outros em perigo.
A proposta, publicada nesta semana no "Boletim Médico Suíço", surpreendeu pesquisadores na Europa e América do Norte que sempre argumentaram que sexo protegido com camisinha é o único e efetivo modo de prevenir a disseminação da doença - além da abstinência.
"Não apenas é (a proposta suíça) perigosa, é enganosa e não considera as implicações de fatos biológicos envolvidos na transmissão do HIV", disse Jay Levy, diretor do Laboratório de Pesquisas Virais de Tumor e Aids da universidade da Califórnia, em San Francisco.
Os cientistas suíços partiram de um estudo norte-americano de 1999, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, que mostra que a transmissão depende fortemente da carga viral no sangue. E disseram que outros estudos demonstraram que pacientes sob tratamento regular anti-Aids não transmitem o vírus, e que o HIV não pode ser detectado em seus fluidos genitais.
"A evidência mais gritante é a ausência de qualquer transmissão documentada de um paciente em uma terapia antiretroviral", disse Pietro Vernazza, chefe do departamento de doenças infecciosas no hospital cantonal de St. Gallen, no Leste da Suíça, e um dos autores do relatório. "Vamos ser claros, a decisão permanece sendo do parceiro HIV negativo".
Os estudos citados pela comissão suíça não concluem definitivamente se pessoas com vírus HIV e em tratamento retroantiviral podem ter relações sexuais desprotegidas sem transmitir o vírus. Na prática, a recomendação afetaria cerca de um terço dos paciente de Aids na Suíça, mas pacientes e seus parceiros irão se beneficiar de uma melhora da qualidade de vida, incluindo poder ter filhos sem temer transmitir o vírus.
Levy afirma que não há um modo seguro de saber se o paciente com HIV que não tem vírus detectável no sangue não transmitirá o vírus. Mais pesquisas sobre as relações entre carga viral no sangue e a presença do vírus em fluidos genitais são necessárias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a Suíça seria o primeiro país no mundo a tentar este caminho.
"Há ainda uma certa preocupação por não poder garantir que alguém não será infectado, e as provas, devo dizer, não são conclusivas", disse Charlie Gilks, diretor de tratamento e prevenção de Aids na OMS. "Nós não vamos mudar em nada nossas recomendações muito claras de que as pessoas continuem a praticar sexo seguro, protegido com camisinha, em qualquer relação", disse Gilks.
De todo modo, das cerca de duas milhões de pessoas pelo mundo em tratamento do vírus HIV apenas um pequeno número iria receber tratamento comparável ao da Suíça, que os qualificaria a fazer sexo desprotegido como sugerido pelos pesquisadores. Mesmo na Suíça, onde cerca de 6 mil pessoas estão sob antiretrovirais, apenas um terço dos paciente estaria apto a mudar seus hábitos.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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