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domingo, setembro 30, 2007

Nike, Coca-Cola, bancos, telefonia, automóveis, planos de saúde

Por: Helio Fernandes

Gastam fortunas enganando o comprador, que paga tudo sem saber
A Nike faturou quase 5 bilhões de dólares no primeiro trimestre. E a projeção da própria empresa é de um aumento até o fim do ano (outros três trimestres, a contabilidade está atrasada, sem razão) de mais ou menos 40 por cento. Esperam, portanto, faturamento de 7 bilhões a cada trimestre. Nada despropositado ou surpreendente que no ano fature perto de 28 BILHÕES de dólares ou quase mais de 50 BILHÕES de reais.Como não é a Nike que paga e sim o cidadão-contribuinte-eleitor do mundo todo (vou explicar logo a seguir), tem o direito de saber a ordem de faturamento de seus ídolos e os esportes que pagam mais. Podem até ficar surpreendidos, mas esta ordem é rigorosamente verdadeira.
GolfeFutebol americanoBeisebolNBAFutebolTênisSão esses os grandes em questão de "patrocínio".
Tiger Woods, considerado o homem que em 12 anos de carreira revolucionou o golfe (começou com 20 anos, está com 32), recebeu só de patrocínio mais de 1 BILHÃO de dólares (isso mesmo, 1 BILHÃO), ainda tem contratos de mais de 200 milhões até os 35 anos, tido como o possível fim. Outros, não com a sua projeção ou importância, também ganham muito. Fora os prêmios, altíssimos.A Coca-Cola é outra grande patrocinadora, principalmente nos EUA. Um jogador de futebol americano acaba de assinar contrato de 5 anos, 240 milhões de dólares. É fácil, 48 milhões por ano, 4 milhões por mês.Um aspecto é razoável, hoje, pelo menos durante o dia, uma parte enorme do mundo anda de tênis. Vou observando pelas ruas, pés e tênis se embrulham na maior intimidade. Conforto?O outro fator e usina de faturamento é a promoção. Os esportes mais vistos do mundo são patrocinados pela Nike, os grandes jogadores ganham fortunas. Não tenho nada contra esse faturamento dos jogadores, o esporte se transformou principalmente nos últimos 15 anos na fonte de enriquecimento de meninos pobres, e conseqüentemente na ascensão social desses que são ídolos.Existem outros patrocinadores, mas o que paga mais e mais prodigamente é a Nike. E devem ter um importante departamento de descoberta de craques e possíveis ídolos, pois quem surge com algum potencial, qualquer que seja o esporte, e lá está ele com a marca (inteligentíssima e altamente visível) da Nike.Como eu disse, quem paga tudo, mesmo sem perceber, é o cidadão-contribuinte-comprador. Um tênis que custa, digamos, 300 reais poderia custar no máximo, no máximo 200, mas esse aumento é necessário por causa da promoção. (Michael Jordan até hoje trabalha para a Nike, ganha fortunas que muitos em plena atividade não ganham).Idem, idem para a Coca-Cola, para bancos, para a prodigalidade, que palavra, das empresas de telefonia, não apenas no Brasil. A indústria automobilística, essa cobra cada vez mais caro por seus carros, que estão sempre sendo chamados para "recall".Jogadores de futebol e de tênis que davam a impressão de ganharem muito, na verdade ficam distantes. Agora, o Giba, considerado o maior jogador de vôlei do mundo, vai para Moscou. Não sei quanto ganhará (todas as felicidades, aproveite), falam "em salário de jogador de futebol".Enquanto isso, apenas no Brasil, existem 400 mil jogadores profissionais registrados ganhando salário mínimo ou menos.PS - Esse é o "sistema". (Que FHC, pernóstico e pretensioso, só chama de establishment). E nem falei nos planos de saúde e nas seguradoras, que ganham fortunas e não prestam aos usuários o serviço que deveriam.
Segunda-feira
Lula demitiu Dirceu desonrosamente, mas diz que o procurador geral não tem provas. Só que o procurador respondeu na hora, de forma arrasadora.
Edir Macedo
Por quanto tempo ficará livre? Pelo menos Ellen Gracie teve a dignidade de não se aproximar dele. Parabéns.
Qualquer que seja a posição ou a disposição do cidadão em relação ao presidente Lula, uma coisa é fora de dúvida: ele não tem medo, constrangimento, nem o mínimo temor de enfrentar oposições ou obstáculos. E deu provas disso anteontem, quando seguidamente se deixou fotografar ao lado de Edir Macedo, o bispo, de Renan Calheiros, o senador.
O presidente apareceu nas Primeiras de quase todos os jornalões. Estes exerceram seu direito de prioridade, colocavam Lula ao lado de Edir, o bispo, ou de Renan, o senador. Lula sempre risonho.
O bispo, que quase não vem ao Brasil com medo de ser preso (responde a dezenas de processos, todos relacionados a dinheiro), teve o grande prêmio da rejeição: Ellen Gracie, presidente do Supremo, não compareceu para não ser fotografada com o bispo.
Depois do bispo foi a vez do senador processado e agora revoltado. Contra quem? Contra o próprio presidente que o recebia tão amável e até carinhosamente. Se rebelou, mas com ele fotografou.
Se a foto melhorou muitíssimo a imagem do bispo sem batina, para o senador quase sem mandato não adiantou coisa alguma.
Matreiro, conhecendo as pessoas e suas reações, Renan se postou, que palavra, ao lado de Lula como vitorioso. E negou tudo o que fizera na véspera para atingir o próprio presidente Lula.
Apesar de não ser apaixonado pelo vernáculo nem um cultor da linguagem, o ainda presidente do Senado inventou uma palavra para explicar tudo o que aconteceu na quarta, rebelião do PMDB: "ENTROSAMENTO". Ha! Ha! Ha!
Risonho, satisfeito, tranqüilo e dando a impressão de que limpara o passado, domara o presente e já se projetara para o futuro, Renan disse que não participara de coisa alguma da quarta-feira, que tudo foi organizado "por 12 senadores".
Lógico, todos do PMDB. O fato de só terem comparecido os servos submissos e subservientes a ele, "acaso, coincidência, sem querer". É lógico que Lula fingiu que acreditou, jogavam xadrez sem tabuleiro.
Renan tinha certeza que a secretaria-ministério de Mangabeira Unger seria recriada. Afinal, o objetivo era derrubar por instantes o arcabouço administrativo sem soterrar seu titular (?).
Renan, elucidativo mesmo que essa palavra não rime com rebelião, garantiu: "Isso não tem nem teve nada a ver com a minha situação pessoal". Pelo rumo dos acontecimentos, Renan já ganhou a batalha.
E não é exagero não, com essa oposição intimidada, apavorada, acocorada, conhecendo seus próprios defeitos, Renan não precisa ter medo. Poucos os que não têm medo, mas nos discursos, pífios, melífluos, blandiciosos, "só votamos o que interessa ao Brasil".
Quanta hipocrisia, Nossa Senhora. Nenhum grande orador como nos tempos de Prudente, Rodrigues Alves e tantos outros. E como não quero cometer heresia, não posso esquecer Rui Barbosa.
O episódio terá desdobramento, humilhado, Renan não pode ter obtido a vitória humilhando ainda mais o Senado e impondo humilhação maior ao Planalto-Alvorada.
Algo me diz: Lula fez questão de ir ao velório de Renan, sepultando-o no Casaquistão. É longe, mas aqui Renan não teria ninguém a chorar por ele. Lá pelo menos a palavra mágica: petróleo.
O governo está arriscado a sofrer duas derrotas, praticamente certas.
1 - Aprovação da TV Pública.
2 - A CPMF no Senado. O presidente Lula para vencer precisa despedaçar uma nova Petrobras, só há uma.
Tanto a TV Pública quanto a CPMF precisam de 49 votos, muita coisa. A TV Pública é uma incógnita, como "inventaram" essa misteriosa ligação televisiva, que ligará o nada ao coisa alguma?
Mesmo que o governo multiplicasse os favores e privilégios gigantescos de que dispusesse, não aprovaria nada. Ou garantiria essa TV mas não alguns diretores.
A jogatina da Bovespa continua incandescente como a lâmpada inventada por Thomaz Alva Edison. Ganham na alta e na baixa.
Anteontem, acima de 61 mil, ontem, quase batendo nos 60. É assim. O dólar em 1,834, com queda de 0,40%, razoável.
A vereadora Teresa Bergher, que preside a Comissão de Administração, deu parecer pela inclusão imediata na ordem do dia do projeto de decreto legislativo do vereador Jorge Mauro, que anula o decreto de César Maia que autorizou o shopping nos terrenos do Flamengo.
Teresa Bergher acredita que deverá ser votado terça-feira. E aprovado, sem muita dificuldade. Ela também combateu a idéia de outro shopping em clube. Esse era no campo do Fluminense, clube tão tradicional quanto o Flamengo, um surgiu do outro.
Haverá eleição no Fluminense, devem estar com muitos recursos. Um dos candidatos aparece quase todo dia no Jornal Nacional, que não é barato. (Será que o plano de saúde está financiando?).
Ela disse que não apóia o "destombamento", o Fluminense tem um valor histórico muito grande, além de causar tumulto nas ruas residenciais, na Alvaro Chaves esquina de Pinheiro Machado.
Lá, em 1917, 18 e 19, o Flu foi tricampeão autêntico. Em 1922, ali, o Brasil foi campeão sul-americano derrotando o Uruguai na final. E em 11 de maio de 1938, os integralistas, para assaltarem o Palácio Guanabara, entraram pelo campo do Fluminense.
XXX
No Diário Oficial de anteontem, o chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, exonerou Mario Antonio Caruso, Luiz Alberto Santos Corrêa e Cintia Aparecida Louza.
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Não foi exonerado Fernando Jorge Barbosa, acusado de vários crimes pela CPI do Narcotráfico da Câmara Federal.
O deputado Gerson Bergher voltou a pedir explicação ao governador Sérgio Cabral. Só que este, interessado apenas no trem-bala. Já estudou seu percurso na França e na Itália. Em novembro viaja para o Japão e Coréia do Sul. Objetivo: percorrer as instalações dos trens-bala nesses países.
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Nem sei como rotular a apresentação do Botafogo no segundo jogo contra o River, na Argentina. Aqui venceu de 1 a 0, lá bastava empatar. Fez 2 a 1, o River precisava fazer 3 gols para eliminar o Botafogo, e não é que conseguiu os 3 gols, o último aos 47 minutos? Isso é vexame, papelão, vergonha?
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Amanhã às 9 horas, quando o dia estiver anoitecendo em Xangai e amanhecendo no Brasil, as meninas do futebol estarão enfrentando a Alemanha, que é a campeã do mundo.
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Uma vitória e o título, que maravilha viver, principalmente para essas grandes jogadoras.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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