O processo de corrupção instalado no governo após a vitória de Lula no primeiro turno das eleições presidenciais, acabou por contaminar todos os poderes da República. O vírus foi, paulatinamente, invadindo a administração pública, inclusive os poderes do Estado. Até o Judiciário -antes considerado o menos corruptos dos poderes-, ostenta a medalha de bronze da roubalheira, muito embora exista, em seu meio, homens de grande magnitude e moral ilibada, que terminam por salvar, com sua ética, o próprio poder que integram. Para os que não se recordam, em julho próximo passado, em Porto Alegre, os magistrados gaúchos se reuniram para bradar contra a corrupção no Judiciário, bradando contra a impunidade e os desmandos com a coisa pública. Foram mais de 200 magistrados, políticos e autoridades que assinaram a “Carta de Repúdio à Corrupção”. O caso, infelizmente, terminou por aí.Agora vem o Legislativo, que ostenta a medalha de prata da roubalheira mas que insiste em disputar o ouro com o Executivo, e que, com a absolvição de Renan, consegui ameaçar seu rival na disputa do primeiro lugar. No país inteiro não se fala outra coisa senão na absolvição do alagoano por 46 votos contra 35, acusado de pagar a pensão de uma filha que teve com a jornalista Mônica Veloso com dinheiro pago por um lobista. Com esse ato degradante, o Senado acabou atingindo a federação e o próprio Congresso, além da classe política e o governo. Mas o pior disso tudo foi a atitude dos petistas que salvaram Renan da forca. O desempenho desse partido anulou no plenário a manifestação básica do Conselho de Ética. Muito embora não tenha havido julgamento, a preliminar deu-se no não recebimento do volumoso processo de denúncia contra o senador, alicerçado em denúncias, evidências e comprovações que poderiam condenar o acusado. Até a imprensa internacional deu destaque a essa canalhice. O não recebimento da denúncia representou, ironicamente, a absolvição tácita de um comportamento. Não houve, portanto, julgamento de mérito.O comportamento referido possui pontos de convergência com os de Renan Calheiros. Não no que se refere à filha, mas em relação aos filhos havidos com as empreiteiras e prestadoras de serviços. Renan atacou todo mundo, inclusive os senadores Pedro Simon e Jefferson Peres, além da presidente do PSOL Heloisa Helena. Desses, só esta última se defendeu, chamando seu conterrâneo de “canalha” e “vagabundo” e que ele “não tinha moral para acusar ninguém”. No fundo, os senadores se blindaram ao absolver Renan Calheiros, que prometeu passar o país a limpo se por acaso fosse condenado. A representante do PSOL afirmou ainda que a luta vai continuar pois Calheiros responde a três outros processos que tramitam contra ele no Conselho de Ética por tráfico de influência, falsidade ideológica recebimento de propina, enriquecimento ilícito, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.Mas o fato é que Renan ganhou o primeiro round e está prestes a ganhar o segundo. Desta vez é o processo envolvendo a Schincariol. O relator é o senador do PT, João Pedro, que já assinalou que pode pedir o arquivamento do processo por ordem do presidente Lula. O petista avisou que não pretende ampliar as investigações nem convocar depoimento porque já concluiu seu relatório.Mesmo com todas as provas contra Renan, inclusive de grilhagem de terras em Alagoas, o senador pode ser salvo pelo corporativismo dos colegas, que, no fundo, estão na mesma situação que ele. Em outras palavras, o Senado (ou o Legislativo, de um modo geral), está disputando ouro da corrrupção com o Executivo. Não se contenta em ficar com a prata. Quer ganhar as Olimpíadas. Luiz Holanda é professor universitário
Fonte: Tribuna da Bahia
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