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sábado, maio 04, 2024

Fora da realidade, Lula não entende que o mundo e o Brasil já mudaram


Eliane Cantanhêde
Folha

Presidente está fora da realidade, sem compreender que o mundo mudou e o Brasil, o equilíbrio político, as Centrais Sindicais, a disposição das massas e o PT também mudaram

O presidente Lula deu um mau passo, na verdade um péssimo passo, ao convocar o ato com as Centrais Sindicais no 1º de Maio em São Paulo. Tropeçou na articulação, enfrentou o vexame da falta de gente, descontou o fiasco no ministro Márcio Macedo e atropelou a legislação eleitoral – ou seja, cometeu um crime – ao usar um evento oficial, e ainda por cima com financiamento da Petrobras, para fazer campanha para a candidatura de Guilherme Boulos à Prefeitura da capital.

Tudo errado, mas o mais preocupante é como Lula está fora da realidade, sem compreender que o mundo mudou e o Brasil, o equilíbrio político, as Centrais Sindicais, a disposição das massas, o PT e o próprio Lula, afinal, também mudaram.

NOVOS TEMPOS – Foi-se o tempo em que Lula e o PT mobilizavam até milhões de pessoas. Foi e continua sendo melancólico, com as fotos na mídia e circulando nas redes bolsonaristas. Lula falando, falando e aquele espaço imenso vazio, com um punhado de gente um tanto perplexa em baixo e Lula tentando disfarçar a irritação, em cima.

E lá veio ele cometer crime eleitoral, dando carne aos leões da oposição mais uma vez, como tem feito seguidamente. O prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição, o senador e ex-ministro Ciro Nogueira, principal líder do PP, e a cúpula do Novo já entram com ações contra Lula. Quem há de criticá-los? Lula não tem como se defender.

Debaixo de tantas críticas, tantas dúvidas, Lula reagiu rápida e fortemente à conclamação do governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite, para o governo federal ajudar o Estado, que vive sua pior tragédia climática da história, e viajou logo cedo com uma penca de ministros ao Estado e em seguida criou uma “sala de crise” sobre a tragédia.

MUITO OPORTUNO – É uma decisão correta e, de quebra, é muito oportuno numa hora dessas. Em vez de só se falar de 1º de Maio, fiasco, crime eleitoral, o foco desviou para o Sul.

Se houve uma notícia boa para o governo partiu da agência de risco Moodys, que melhorou a avaliação do Brasil, de “estável” para “positiva”, mais um passo rumo ao “grau de investimento”. Veio bem a calhar para dar um sopro de ânimo na economia e no ministro Fernando Haddad, cercado de pressões por todos os lados. Mas não consegue competir e neutralizar com as notícias ruins.

Haddad e Simone Tebet, do Planejamento, ainda estavam comemorando quando já começaram as dúvidas e, segundo a economista Zeina Latif, a decisão da Moddy’s foi “precipitada”. Por quê? Por que, como todo mundo sabe e Haddad discutiu ontem com Roberto Campos Neto (BC), o risco fiscal continua e apavora.

Revisão histórica: João Cândido foi herói da Marinha e também herói do Brasil

Publicado em 4 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Educadores de todo o Brasil se manifestam favoráveis ao Projeto de Lei do Senado para homenagear João Cândido como herói nacional - SINTEPE DIGITALJanio de Freitas
Poder360

Um ano e 4 meses de governo, adotadas todas as providências legais para o necessário retorno da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos, nada justifica a falta desse, já igualada à omissão. Embora inexista sinal contrário do Ministério da Defesa, a explicação de corredor é o desagrado da caserna, que o presidente quer sempre amortecer. Ocorre que concessão a melindres é, no caso, o menos significativo dos ônus da omissão.

Os desaparecimentos suspeitos ou por sabidos crimes são objeto de investigação por exigência de lei, como parte da responsabilidade pela segurança pública. Como autores ou vítimas, não há distinção legal entre civis e militares quando se trata de tal investigação.

Há desrespeito grave à ordem legal em evitar a investigação. Como fez Bolsonaro durante seu mandato e, por fim, ao extinguir a comissão. O governo Lula, até agora, não se isentou do descumprimento da obrigação.

A identificação das ossadas descobertas em um cemitério paulista precisa ser reiniciada. Do número por si mesmo doloso de 243 desaparecidos relacionados pela Comissão da Verdade, apenas 15% já tiveram as ossadas reconhecidas.

A par das obrigações legais, um governo democrata tem o dever da solidariedade às famílias das vítimas e de respeito à memória: foram pessoas que lutaram contra a ditadura, e contribuíram para a liberdade que desfrutamos.

Quando ministro da Justiça, Flávio Dino empenhou-se no retorno da comissão, atitude que seu substituto Ricardo Lewandowski reiterou. O Ministério da Defesa manifestou-se sem restrição à comissão.

O ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos, concluiu o processo de recriação e mandou-o a Rui Costa, para o parecer da Casa Civil. Parou aí, sem que seja o fim do percurso – a assinatura ou recusa do presidente. Haja ou não desagrado militar, o do mundo civil é certo.

No regime democrático, o que nunca faltou foram os “desagrados dos militares”. Um deles tem a particularidade de repetir-se, como tema, sem sequer algum desgaste. É a rejeição da Marinha ao marinheiro João Cândido, agora renovada em ofício do almirante Marcos Olsen à Comissão de Cultura da Câmara.

Já assunto de algumas críticas, o comandante da Marinha pretende a rejeição ao projeto que propõe, e o Senado aprovou, a inclusão de João Cândido no Livro de Heróis da Pátria. Extinta a escravidão, não podendo os patrões castigar os servidores domésticos ainda moços, lançavam-lhes a ameaça infernal: “Vou entregar você à Marinha”.

Isso valeu até o dia em que um marinheiro recebeu o castigo de inimagináveis 250 chibatadas. João Cândido liderou a sublevação da marinheirada, assumiu o comando do navio, disparou contra o Rio 2 canhoçados de advertência (fez duas vítimas infantis) e em 4 dias viu o fim dos castigos físicos na Marinha.

Não é preciso elaborar muito para concluir que as maiores homenagens a João Cândido deveriam partir da Marinha, de quem o marujo negro é, de fato, heroico benfeitor. Os castigos faziam da Marinha brasileira um restolho das galés.

No século 20, seus marujos eram tratados como os marinheiros improvisados na Idade Média, colhidos nas bebedeiras portuárias de vagabundos. A Revolta da Chibata livrou a Marinha dessa imagem, que não era só interna. Mais ainda, fez esquecer uma vergonha: era a última das marinhas a manter castigos físicos.

João Cândido mereceu até, em vez do ódio que o perseguiu até a morte em 1969, a gratidão pessoal dos seus superiores. Jogar alguns desses sádicos ao mar seria uma vingança esperável dos que sofreram amarrados a mastros, chicoteados, pendurados no costado, salgados nos ferimentos das chibatadas. Impedir vinganças demonstrou uma grandeza a ser ainda admirada. João Cândido foi herói do Brasil porque era herói da Marinha.

A Vergonha de Jeremoabo: Impunidade, Descaso e a Farsa da Ordem

O vídeo que viralizou na internet expõe a crueza da realidade em Jeremoabo: a impunidade reina, a lei do silêncio é violada com desdém, e a autoridade se transforma em um fantasma impotente. O Bispo, em uma tentativa heroica de impor a ordem, se vê enredado em uma teia de omissões e conivências que envergonha a todos os cidadãos de bem.

A Câmara de Vereadores: Um teatro de palavras vazias, onde os discursos se perdem em quatro paredes, sem jamais alcançar as ruas e o povo sofrido. Vereadores que preferem a comodidade da inação à árdua tarefa de defender o sossego da comunidade.

O Prefeito: Um maestro da desinformação, tecendo melodias de promessas vazias e desculpas esfarrapadas. Um tio que coloca os laços familiares acima do bem-estar da população, defendendo o paredão que perturba a paz, em detrimento do sossego da comunidade.

O Secretário de Obras: Um cúmplice da negligência, cego à sujeira e à bagunça que tomam conta do ambiente, inclusive do bar de seu parente, que contribui para o caos. Uma omissão que mancha sua função e o torna cúmplice da impunidade.

A Polícia: Uma força invisível, surda aos clamores da população. Uma instituição que deveria ser a guardiã da ordem, mas se transforma em mero espectador da barbárie. Uma omissão que fere a confiança do povo e coloca em xeque a própria segurança pública.

O Bispo: Um farol em meio à escuridão, um raio de esperança em um cenário desolador. Sua atitude corajosa em intervir, mesmo sem o apoio das autoridades, demonstra seu compromisso com o bem-estar da comunidade. Resta saber se suas ações serão apenas um paliativo momentâneo ou se finalmente trarão a mudança tão almejada.

A situação em Jeremoabo é um retrato fiel da decadência moral e institucional que assola o nosso país. É um lembrete de que a impunidade não pode ser tolerada, que a lei do silêncio não pode prevalecer e que a autoridade precisa ser exercida com firmeza e responsabilidade.

É urgente que as autoridades competentes tomem as medidas cabíveis para punir os responsáveis por essa vergonha, restaurar a ordem e garantir o sossego da população de Jeremoabo. A comunidade precisa se unir e exigir o fim da impunidade, a efetividade da lei e o retorno da segurança e do respeito.

Chega de palavras vazias! Chega de omissões! Chega de descaso! Jeremoabo precisa de ações concretas, de medidas que tragam a justiça e a paz de volta à cidade. É hora de unirmos forças e lutarmos por um futuro melhor, onde a lei seja respeitada, o sossego seja garantido e a impunidade seja finalmente combatida.

 



ADMINISTRAÇÃO E FÉ NÃO SE MISTURAM, É CONSTITUCIONAL

Os festejos celebrados em junho: Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29) pela igreja católica, fazem referências aos nascimentos desses santos, os quais fazem parte da história do cristianismo e sua representatividade: a Igreja Católica, que ainda no período da Europa medieval, especialmente em Portugal, tais celebrações eram conhecidas como Festas Joaninas, para homenagear São João, a quem atribuem ter batizado Jesus Cristo, às margens do Rio Jordão, porém, no que diz respeito aos festejos com fogueiras e festas populares, essa origem antecede ao surgimento do catolicismo, sendo atribuídas aos povos pagãos da antiguidade, tais como: celtas e egípcios. As fogueiras acesas nessas épocas, representavam a chegada do verão (solstício) no Hemisfério Norte (O solstício de verão é um evento astronômico em que a Terra recebe a maior quantidade de raios solares e são, consequentemente, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, ocorrendo entre 20 e 22 de junho no Hemisfério Norte e entre 20 e 23 de dezembro no Hemisfério Sul. Esse momento marca o início do verão, a estação mais quente.) e tinha o sentido de pedir fartura nas colheitas, vindo a ganhar conotação religiosa quando a igreja católica observou a proporção dada pelos povos da época, a essa celebração, e assim, incorporou os festejos vinculados a colheitas esperadas, com os festejos atribuídos aos nascimentos dos santos, quando, a partir daí, as festas Joaninas passaram a ser conhecidas como festejos juninos, vinculando-se ao mês de junho. Inicialmente a festa se popularizou nos países ibéricos, destacando-se em Portugal, logo, cabendo aos portugueses (jesuítas), trazer essa tradição para o Brasil Colônia, ainda no século XVI e disseminando-a a partir do Nordeste, estando aí a razão de ter se tornado uma festa regional, vindo posteriormente a ser realizada em todo Brasil. As comidas e bebidas nos festejos juninos derivam dos festejos pagãos, que foram se diversificando a partir da evolução culinária e das bebidas, tais como: comidas à base de milho e amendoim, como: canjica, pamonha, pé de moleque, além de bebidas como o quentão; especialmente da música e seus diversos ritmos inseridos. A trilha sonora mais presente nas festas juninas, tem por base o forró e seus derivados: xote, xaxado e baião, hoje, cultura nordestina, incluindo a quadrilha. A contextualização abordada serve para que possamos entender o que venha a ser “o Estado laico, em sentido estrito, apresenta duas características: a separação administrativa entre Estado e Igreja; e a liberdade e proteção de crença. A laicidade é uma singularidade dos Estados não confessionais, que asseguram a separação entre o Estado e a Igreja, garantindo a proteção de crença e as liberdades religiosas” (Google). Não estou aqui para questionamento e ou críticas, mas, valendo-me da condição de cidadão jeremoabense, para expressar o meu ponto de vista e dizer: Os festejos juninos não pertencem a igreja católica, mas ao povo, consequentemente, afastar tais festejos do mês de junho é contribuir para retirar da população que utiliza esses momentos para vender seus produtos e ganharem alguns trocados, pois os festejos são mantidos com o trabalho de muitos, enquanto a maioria se diverte, os que trabalham renunciam ao lazer para dali, tirarem o seu sustento por algum tempo. Pensar em eliminar essa realidade é uma atitude de natureza egoísmo, é pensar pequeno e unicamente em si; qualquer desarmonia existente é originária da invasão de um no espaço alheio do outro. Ceder para a Igreja Católica é abrir espaço para que qualquer outra igreja reivindique o mesmo direito, momento em que o estado deixará de ser laico, por envolver-se nos princípios da fé. 

Por: José Mário Varjão

Em 04/05/2024.

"Silêncio Infringido: A Saga do Sossego Contra a Incompetência Municipal"

 Propaganda eleitora antecipada com uso do dinheiro público do município, em benefício do sobrinho do prefeito.



                        Autopromoção do prefeito as custas do dinheiro publico


.A situação que descrevo revela não apenas a falta de competência e autoridade do prefeito Deri do Paloma, mas também destaca a importância da aplicação e respeito às leis que regem a convivência em sociedade, como a Lei do Sossego.

A incompetência do prefeito em reconhecer e agir contra o problema do barulho excessivo, que prejudica a população, demonstra uma falha na administração pública e na garantia do bem-estar dos cidadãos. É fundamental que as autoridades locais ajam de forma proativa para resolver questões como essa, garantindo o cumprimento das leis e protegendo os direitos dos cidadãos.

Nesse contexto, a necessidade de recorrer ao Bispo da cidade vizinha de Paulo Afonso, a cerca de 90 km de distância, evidencia a gravidade da situação e a falta de ação das autoridades locais. A intervenção de uma figura de autoridade moral, como o Bispo, para resolver um problema que deveria ser tratado pelo poder público local, ressalta a ineficiência da gestão municipal.

A decisão de resolver o impasse por meio de um meio-termo mostra que, mesmo diante da inércia das autoridades locais, é possível encontrar soluções para problemas comunitários quando há disposição para o diálogo e o comprometimento com o bem-estar coletivo. No entanto, é importante que essa solução intermediária não seja vista como uma concessão injustificada, mas sim como uma medida equilibrada que visa conciliar os interesses de todos os envolvidos.

Em última análise, a aplicação da Lei do Sossego é essencial para garantir a qualidade de vida e o respeito mútuo entre os cidadãos, e cabe às autoridades locais, incluindo o prefeito, assegurar o seu cumprimento e agir em prol do interesse público.

Nota da redação deste Blog - "Desrespeito à Lei Eleitoral: Autopromoção e Abuso de Recursos Públicos nas propagandas das Festas Juninas"

É preocupante ver a legislação eleitoral sendo desrespeitada de forma tão flagrante. O uso de propaganda no Instagram e em rádios de eventos públicos para autopromoção política, especialmente quando envolve o desvio de recursos públicos, é uma clara violação não apenas da legislação eleitoral, mas também do princípio da impessoalidade estabelecido no Artigo 37 da Constituição.

É responsabilidade do Ministério Público Eleitoral investigar e tomar as medidas necessárias para coibir tais práticas, que minam a democracia e ferem os princípios éticos da administração pública. O abuso econômico e o uso indevido da máquina pública para favorecer pré-candidatos são atos que devem ser combatidos com rigor.

Os vereadores também têm um papel importante nesse contexto, e espera-se que estejam atentos e atuantes na fiscalização e no combate a esses abusos. É fundamental que todas as esferas do poder público atuem de forma coesa para garantir a lisura e a transparência do processo eleitoral, assegurando assim a integridade da democracia.

Propaganda pessoal as custas do dinheiro público dos secretários: Tistinha - Alessandra - Teté Sá, e como não poderia deixar de ser, do prefeito de Jeremoabo


Alcolumbre reclama de julgamento das sobras eleitorais no STF, que pode rever decisão

 Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)04 de maio de 2024 | 07:57

Alcolumbre reclama de julgamento das sobras eleitorais no STF, que pode rever decisão

BRASIL

Uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que poderia alterar a composição na Câmara e contrariou os interesses do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) pode ser revista pela corte.

O julgamento sobre as chamadas sobras eleitorais também provocou mal-estar entre ministros. Agora, tanto políticos como integrantes do STF afirmam que há movimentação para que o tribunal volte atrás no caso.

A discussão gira em torno do prazo de aplicação da determinação da corte. Caso a decisão valesse para já, o julgamento levaria à troca de sete deputados, entre eles quatro no Amapá, e a bancada do estado ficaria mais alinhada ao senador. Procurado pela reportagem, o parlamentar não comentou.

Segundo a Folha apurou, pessoas próximas do ministro Alexandre de Moraes, também presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), dizem que ele sinalizou em conversas reservadas que ainda há espaço para votação de um recurso que pode alterar o resultado.

Em fevereiro, os magistrados do Supremo avaliaram se seria constitucional uma regra criada por lei em 2021 que trata das sobras eleitorais. Estas são vagas no Poder Legislativo que restam após o preenchimento dos assentos pelo critério do quociente eleitoral —o total da divisão dos votos válidos em um estado pelo número de vagas.

A norma estabelecia que poderiam concorrer às vagas restantes os partidos que tivessem atingido 80% do quociente eleitoral e os candidatos que tivessem chegado a 20% desse parâmetro. Mesmo as vagas distribuídas numa terceira fase de partilha das sobras deveriam ser completadas por partidos que atingiram 80% do quociente eleitoral, na chamada “sobra das sobras”. A análise dos ministros se concentrou nessa etapa.

Na avaliação da maioria dos ministros, porém, a regra inviabilizava a participação na divisão das “sobras das sobras” de candidatos que tivessem recebido votação expressiva e legendas menores. Com esse entendimento, por 8 votos a 3, o STF decidiu que a norma é inconstitucional e todos os partidos podem disputar essas vagas remanescentes.

A corte resolveu, porém, que a nova diretriz só será aplicada a partir de 2024, e não desde a eleição de 2022, como pediram alguns partidos.

Os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes lideraram a articulação no STF para que o resultado do julgamento tivesse validade retroativa e alcançasse o pleito de 2022.

Caso prevalecesse esse entendimento defendido pelos dois magistrados, Alcolumbre veria seus aliados no Amapá ganharem mandato na Câmara. Aliados do senador ponderam que os quatro que seriam substituídos não são todos adversários do parlamentar. Mas admitem que o alinhamento seria muito maior caso os novos deputados assumissem.

A tese defendida por Moraes e Gilmar, no entanto, acabou derrotada. O STF decidiu, por 6 votos a 5, que a nova regra só valerá a partir da próxima eleição, o que mantém a atual composição da Câmara.

Nos bastidores, o decano avalia que o tribunal errou ao declarar a inconstitucionalidade de uma norma eleitoral e manter nos mandatos deputados eleitos em 2022 sob tal dispositivo.

Além de Moraes e Gilmar, votaram também para que a nova regra valesse para as eleições de 2022 os ministros Flávio Dino, Dias Toffoli e Kassio Nunes Marques.

Advogados reclamam da regra usada pelo presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, na modulação do resultado do julgamento —que define o prazo para que seja aplicado. Defensores do Podemos e do PSB, que entraram com a ação, impugnaram a ata do julgamento dizendo que seriam necessários oito votos na modulação, o que seria uma espécie de maioria absoluta da corte, e não seis. Da mesma forma, os partidos apresentarão embargos de declaração para pedir a revisão.

Embora o julgamento tenha ocorrido em fevereiro, Alcolumbre relatou recentemente a aliados ter ficado irritado com a decisão do Supremo.

A hipótese de rever a decisão ganha força porque pode ser julgado um recurso com uma composição diferente do tribunal. O ministro Cristiano Zanin, que tem ficado alinhado internamente ao grupo de Gilmar e Moraes, entrou no lugar de Ricardo Lewandowski, que defendeu que a mudança só deveria valer a partir da próxima eleição.

Para que a decisão seja revista, é preciso que Barroso, presidente da corte, leve o caso para análise do plenário até 2026. Outra possibilidade seria a ministra Cármen Lúcia, que se tornou redatora do acórdão, colocar o tema no plenário virtual.

Os dois com poder para levar o caso a julgamento, porém, foram contrários à tese que beneficiaria aliados de Alcolumbre.

No julgamento, Moraes afirmou que aplicar a norma só em 2026 seria um “precedente desastroso, com todo o respeito, à maioria formada”.

“O Supremo, por maioria, entendeu que houve desrespeito à soberania popular e ao sistema representativo, e, como lembrou o ministro Flávio Dino, nós vamos manter sete deputados federais que não foram eleitos.”

Barroso rebateu. “Eles foram eleitos pela regra que estava em vigor quando teve a eleição”, disse.

O presidente da corte afirmou ao votar que a regra prejudica os pequenos partidos, assim como outras medidas, a exemplo da coligação partidária em eleição proporcional e a cláusula de barreira. Mas destacou que “o legislador brasileiro quis dificultar mesmo a formação e a sobrevivência de partidos pequenos, de modo que é possível não gostar da norma”.

Após a sessão, os ruídos continuaram.

Em conversas reservadas, os ministros negaram qualquer tentativa de beneficiar Alcolumbre, tido como favorito para vencer a eleição de presidente do Senado no início de 2025.

O caso das sobras eleitorais desagradou ao senador, mas agradou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defensor de que as novas regras só valham para 2026, em um discurso pela composição atual e segurança jurídica do resultado divulgado logo após a abertura das urnas.

Segundo levantamento da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), os afetados em caso de retroatividade seriam os deputados Silvia Waiãpi (PL-AP), Sonize Barbosa (PL-AP), Goreth (PDT-AP), Augusto Pupiu (MDB-AP), Lázaro Botelho (PP-TO), Gilvan Máximo (Republicanos-DF) e Lebrão (União Brasil-RO).

Julia Chaib e Matheus Teixeira, Folhapress

Advogado diz que Mauro Cid admitiu que ‘pisou na bola’ ao criticar investigação da PF sobre golpe

 Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid03 de maio de 2024 | 19:30

Advogado diz que Mauro Cid admitiu que ‘pisou na bola’ ao criticar investigação da PF sobre golpe

BRASIL

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou ter se arrependido do “desabafo” que fez ao dizer, em áudios vazados à imprensa, que o inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado é uma “narrativa pronta”. O relato foi feito pelo advogado Cézar Bitencourt, que faz a defesa de Mauro Cid, em coletiva nesta sexta-feira, 3, após o militar ser solto.

“Nós já tivemos uma conversa de cara. Ele [Mauro Cid] mesmo [disse]: ‘Pisei na bola’. É lógico que pisou, né?! É um sujeito inteligente. Outra coisa: o celular é o mundo, um universo, ninguém controla. Então, se você não se controlar… Com certeza ele agora não vai cometer o mesmo erro”, relatou Bitencourt.

Cid estava preso preventivamente desde 22 de março após virem a público áudios em que ele insinua ter sido pressionado a confirmar uma “narrativa pronta” na colaboração. Nas gravações, publicadas pela Revista Veja, o militar também diz que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes já tem a sentença dos investigados.

“No momento de stress… Cid é um homem inteligente, um dos mais preparados, mas também é um ser humano. Tem pressão, vê os outros indo embora. Imagino que foi numa circunstância mais ou menos assim que ele falou com um amigo, desabafou para ele”, relatou o advogado.

Ao ser preso, após uma oitiva com um juiz do gabinete de Moraes, Cid desmaiou. Segundo o advogado, sua pressão chegou a cinco, um nível muito abaixo do normal.

Bitencourt indicou também que os áudios de Cid vazaram após o militar desabafar para um amigo. Ele não confirmou, contudo, quem seria essa pessoa. “Cid não sabe quem é. Ele tem três ou quatro amigos mais próximos, da carreira dele. E algum deles, um ou outro desse aí, ligou para um ou outro, que também tem seus amigos, e chegou onde não deveria chegar”, relatou.

A decisão de Moraes que libertou Cid mantém as medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, como também assegura a validade de sua delação premiada.

“Consideradas as informações prestadas em audiência nesta Suprema Corte, bem como os elementos de prova obtidos a partir da realização de busca e apreensão, não se verifica a existência de qualquer óbice à manutenção do acordo de colaboração premiada nestes autos, reafirmadas, mais uma vez, a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade”, escreveu o ministro.

Além de usar tornozeleira eletrônica, Cid está proibido de sair da residência dele a partir das 18 horas e nos finais de semana, deverá se apresentar à Justiça todas as segundas-feiras e não poderá usar redes sociais, nem se comunicar com outros investigados.

Tácio Lorran/EstadãoPoliticaLivre

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