quinta-feira, maio 05, 2011

Julgue logo o mensalão, ministro!

“É preciso que não fique tudo nivelado por baixo: os políticos pegos nos escândalos de ontem amparados nos que foram pegos nos escândalos de hoje, num grande pacto”


É claro que foi uma manifestação altamente reprovável e racista. Mas quando o deputado Júlio Campos (DEM-MT) – que, como mostrou o Congresso em Foco, é investigado num inquérito como suspeito de homicídio – recomendou a manutenção da imunidade parlamentar como forma de se precaver contra as ações “daquele ministro escuro”, ele, da forma mais desastrada possível, demonstrava um certo respeito e temor pelo ministro do STF Joaquim Barbosa. Ficava meio subentendido que, na visão de Júlio Campos, Joaquim Barbosa teria uma reputação de juiz sério e implacável, que não tergiversa contra desmandos, irregularidades e casos de corrupção cometidos pelos políticos.

Que o ministro, então, fazendo jus a essa fama, conclua o mais rápido que lhe for possível o inquérito sobre o mensalão. E que conclua pelo que parece mais do que evidente: foi a montagem de um amplo esquema de troca de dinheiro por apoio político feito pelo governo Lula em seu primeiro mandato. Porque, se o julgamento do mensalão seguir por esse caminho, ele será um importante balizador, que recolocará nos devidos eixos os conceitos sobre moralidade pública, que foram jogados no lixo depois que o governo e o PT passaram a se julgar seguros diante da impressão de que o assunto estava absolutamente acomodado, longe da indignação do eleitorado. O retorno de Delúbio Soares ao PT, resolvido pelo partido no fim de semana, é o último exemplo desse desafio. Mas a verdade é que ele ultrapassa mesmo as fronteiras petistas. Leva o Senado a formar um Conselho de Ética com senadores que já foram investigados pelo próprio Conselho de Ética, num passado recente. Ou seja: seguindo o padrão, desafia-se a opinião pública. Fica tudo nivelado por baixo: os pegos em escândalos de ontem amparam-se nos que foram pegos nos escândalos de hoje, num grande pacto.

Se o STF julgar que o mensalão existiu, se condenar seus protagonistas, a Justiça estabelecerá as regras de moralidade que devem permear a atividade pública. Não, senhores políticos, não é permitido desviar dinheiro para comprar apoio ao governo. Não, senhores políticos, a base de um governo não pode ser formada em troca de benesses e favores materiais. Não, senhores políticos, os governos não podem esconder dinheiro forjando contratos publicitários para formar um caixinha para ajudar os amigos.

Porque o que já se sabe sobre o mensalão, o que está no voto de Joaquim Barbosa quando aceitou que o inquérito tramitasse transformando os envolvidos em réus, o que está no relatório da Polícia Federal que se tornou conhecido há algumas semanas, o que foi apurado lá atrás pela CPI dos Correios (a última investigação séria feita pelo Congresso) demonstra que tudo isso que está no parágrafo acima existiu. É claramente um desvio de foco a tentativa que se fez de dizer que não houve mensalão porque ninguém recebia pagamentos mensais. Em primeiro lugar, há indicações de que, em alguns casos, isso até poderia acontecer. Mas, ainda que não houvesse mesada, o que se constata é igualmente grave. Ficou claro que existia, nas contas da agência de Marcos Valério, uma espécie de caixa aberto a quem precisasse ali se socorrer.

Tentar reduzir o caso, como também pretendeu o PT e o governo, a caixa 2 de campanha, porque aí o crime já estaria prescrito, também não bate. Vários dos saques feitos pelos políticos não aconteceram em período de campanha. Aconteceram depois que Lula estava eleito e seu governo a pleno vapor. Ainda que alguém tenha ali se socorrido para pagar dívida de campanha, aquilo, com o governo em funcionamento, significava um comprometimento, uma troca, um favor.

E não era, evidentemente, dinheiro emprestado por Marcos Valério, um bom samaritano disposto a ajudar o PT e os demais aliados do governo. Suas agências fechavam contas com o Executivo, com a Câmara dos Deputados, então presidida pelo PT, etc. Enfim, também uma troca altamente vantajosa de favores para ele.

Se a Justiça estabelecer, como se espera, que tudo isso é crime, que nada disso pode, não poderá o PT, Lula em seus arroubos, José Dirceu, continuar aos quatro ventos dizendo que o mensalão não existiu. Ficará limitado o vale-tudo da política. Não se firmará a jurisprudência que faz com que outros partidos, o Senado, etc, também julguem que podem fazer o que quiserem. Não ficará comprovada a tese do PT de que “os colunistas [como eu] reclamarão da reintegração de Delúbio por uma semana, depois o caso vai ser esquecido”.

Enfim, ministro Joaquim Barbosa, seu relatório pode fazer com que tais coisas não mais prosperem. Claro, não desejo um julgamento açodado, e sei que o senhor não o faria. Mas, diante dessa certeza de impunidade que parece se avolumar, lhe peço: conclua seu parecer o mais rápido possível. Que ele faça jus à fama que o deputado Júlio Campos, de uma forma torta, lhe reconhece. E que tenha o condão, pela capacidade e competência que o senhor tem, de convencer a seus pares no Supremo. Assim, como diria seu colega Marco Aurélio Mello, sairemos dessa atual “quadra”, que não tem sido nada bonita.

*É o editor-executivo do Congresso em Foco. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília em 1986, Rudolfo Lago atua como jornalista especializado em política desde 1987. Com passagens pelos principais jornais e revistas do país, foi editor de Política do jornal Correio Braziliense, editor-assistente da revista Veja e editor especial da revista IstoÉ, entre outras funções. Vencedor de quatro prêmios de jornalismo, incluindo o Prêmio Esso, em 2000, com equipe do Correio Braziliense, pela série de reportagens que resultaram na cassação do senador Luiz Estevão

Outros textos do colunista Rudolfo Lago*

Fonte: Congressoemfoco

STF abre mais de 100 processos contra parlamentares

Desde o início do ano, mais de 50 deputados e senadores passaram a ser investigados no Supremo Tribunal Federal. Em 48 casos, os parlamentares já são réus. Maioria dos processos tramitava em outras instâncias da Justiça

Jaqueline Roriz está entre os 54 parlamentares que passaram a ser julgados pelo STF em novos procedimentos abertos este ano

Edson Sardinha e Fábio Góis

Uma nova centena de investigações contra parlamentares passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) desde o início do ano. Levantamento feito pelo Congresso em Foco na página do tribunal revela que 77 inquéritos (investigações preliminares) e ações penais foram abertos contra 46 deputados e outros 24 processos passaram a correr contra oito senadores entre 5 de janeiro e 27 de abril de 2011. Em 48 casos, a Justiça identificou elementos para transformar 23 parlamentares em réus de ações penais, processos que podem resultar na condenação dos acusados.

A maior parte dessas investigações tramitava em outras instâncias do Judiciário e subiu para o Supremo por conta do chamado foro privilegiado, prerrogativa que parlamentares e outras autoridades federais têm de serem julgados na mais alta corte do país. Deputados e senadores passam a ter direito ao foro assim que são diplomados pela Justiça eleitoral. Entre os 54 congressistas que entraram na mira do Supremo este ano, 43 não participaram da legislatura passada.

Veja a lista das novas investigações no STF

Veja o que dizem os parlamentares em suas defesas

As suspeitas que mais se repetem são de crime contra a Lei de Licitações, que aparecem 22 vezes. Em seguida, vêm os crimes eleitorais, com 19 ocorrências. Os chamados crimes de responsabilidade, desvios de conduta relacionados ao exercício de outros cargos públicos, geraram 11 investigações. Há também 11 acusações dos chamados crimes de opinião, de menor gravidade, como calúnia e difamação.

A relação das suspeitas inclui casos graves como o de homicídio qualificado, como o revelado ontem pelo Congresso em Foco, de trabalho escravo, crime contra a liberdade pessoal, lavagem de dinheiro, quadrilha ou bando, apropriação indébita previdenciária, falsidade ideológica e crime contra o sistema financeiro nacional.

Campeões

Os quatro parlamentares que mais acumularam investigação no Supremo este ano exerciam outros cargos públicos até o final do ano passado. O deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC) cumpriu o mandato na Câmara apenas no mês de fevereiro. Desde então, está licenciado e comanda a Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina. O ex-prefeito de Joinville acumula cinco ações penais e dois inquéritos no STF.

As denúncias mais comuns contra ele são de crime de responsabilidade, que se repetem quatro vezes. Ele também é acusado de crime contra a ordem tributária, contra a Lei de Licitações, falsidade ideológica e improbidade administrativa. “Não se tratam as ações penais de investigação, mas de instrução penal. Nenhum deles trata de desvio de recursos”, diz a assessoria do deputado.

Na Câmara, o segundo parlamentar que mais acumulou pendências judiciais este ano foi Oziel Oliveira (PDT-BA). O ex-prefeito de Luiz Eduardo Magalhães (BA) é réu em três ações penais, por crime de responsabilidade e contra a Lei de Licitações, e investigado em outros três inquéritos, também por crime contra a Lei de Licitações. A assessoria do pedetista não retornou os contatos feitos pela reportagem.

No Senado, quem mais levou investigações para o Supremo ao assumir o mandato foi Lindbergh Farias (PT-RJ). O ex-prefeito de Nova Iguaçu aparece como indiciado em seis casos: dois por crime contra a Lei de Licitações, dois por crime de responsabilidade, um por crime contra a ordem tributária e outro por improbidade administrativa.

Por meio de seu advogado, o senador disse que se manifestará sobre os processos assim que o Supremo o acionar – o que ainda não ocorreu. Lindbergh reforça que todas as peças processuais são referentes à época em que foi prefeito de Nova Iguaçu (RJ), cargo que ocupou por seis anos consecutivos.

Língua solta

Depois de Lindbergh, o senador que mais acumulou procedimentos no STF este ano foi Roberto Requião (PMDB-PR). São quatro inquéritos e duas ações penais, todos por crimes de opinião, como calúnia e difamação. Uma das ações é movida pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT).

Em fevereiro do ano passado, Requião acusou o ministro de lhe ter apresentado, em 2007, uma proposta de superfaturamento na construção de uma obra ferroviária no estado. O valor proposto pelo ministro, segundo o senador, seria R$ 400 milhões acima do estipulado pelos técnicos do governo paranaense. Paulo Bernardo negou ter falado em valores e acionou o ex-governador na Justiça por injúria e calúnia. A Ação Penal 584 está nas mãos do ministro Dias Toffoli. Na semana passada, Requião protagonizou um episódio de truculência no Senado, ao tomar o gravador de um repórter, apagar entrevistas e intimidar o jornalista.

Jaqueline Roriz

A relação das novas investigações em andamento no Supremo inclui duas denúncias contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), alvo de um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara por ter recebido dinheiro do delator do esquema do mensalão do ex-governador José Roberto Arruda, Durval Barbosa.

Esse caso rendeu à deputada o Inquérito 3113, aberto em 10 de março pelo ministro Joaquim Barbosa. Jaqueline é acusada de ter cometido o crime de peculato, apropriação por parte de funcionário público de bem que tenha a posse em razão do cargo. O ministro entendeu haver indícios de crime no vídeo em que Jaqueline aparece embolsando dinheiro distribuído pelo delator do esquema, Durval Barbosa. Na época, a filha do ex-governador Joaquim Roriz era candidata a deputada distrital.

Com a autorização do Supremo, a Procuradoria Geral da República determinou a realização de diligências e uma perícia para confirmar a autenticidade da gravação. Na Câmara, ela também responde por usar parte de sua verba indenizatória para pagar despesas de uma sala comercial pertencente ao seu marido, Manoel Neto.

Um dia após a autuação desse inquérito, Jaqueline se tornou alvo de outra investigação no Supremo. A deputada é suspeita de ter falsificado documentos quando era sócia da Agropecuária Palma. O processo corria no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e subiu para o STF por causa da prerrogativa de foro da deputada federal. Ex-funcionários da fazenda acionaram a Justiça contra a agropecuária por conta de problemas de acertos trabalhistas na rescisão contratual. Eles alegam que os empregadores usaram documentos falsos, assinados em branco. O gabinete de Jaqueline não retornou os contatos feitos pela reportagem.

Satiagraha

Entre os casos que subiram para o STF estão um inquérito e uma ação penal contra o delegado Protógenes Queiroz, eleito deputado pelo PCdoB paulista, por conta de sua atuação à frente da Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas e do ex-prefeito paulistano Celso Pitta, entre outros.

Embora figure como réu, na ação Protógenes tem a chance de recorrer contra a condenação que sofreu em primeiro grau, no ano passado, por violação do sigilo funcional e fraude processual. No caso, ele é acusado de ter vazado informações de uma operação sigilosa. A partir das denúncias da Satiagraha, Dantas foi denunciado à Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e crime de quadrilha e organização criminosa.

Em nota encaminhada ao site, Prótogenes Queiroz diz que a inclusão de seu nome em processos é “fruto de uma perseguição política comandada pelo sistema corrupto no qual ele combateu durante os seus 12 anos de Polícia Federal”. Ele lembra que, até a Operação Satiagraha, que levou o banqueiro Daniel Dantas à cadeia em 2008, foram dez anos de atuação na PF “sem nenhum processo”.

Casal Câmara

Na relação dos parlamentares alvos de novas investigações há, inclusive, um casal de deputados que representam dois estados diferentes: Antonia Lúcia (PSC-AC) e Silas Câmara (PSC-AM). Em sua estréia na Câmara, Antônia Lúcia responde a dois inquéritos, um por crime eleitoral e outro por desacato, e a duas ações penais, uma por crime eleitoral e outra por peculato. Em setembro do ano passado, Antônia Lúcia chegou a ser detida pela Polícia Federal para esclarecer a origem de R$ 472 mil apreendidos com um homem. Segundo ela, o dinheiro não seria usado em sua campanha eleitoral, mas destinado a uma entidade evangélica no Amazonas, estado representado por seu marido.

Em seu quarto mandato, o marido de Antônia Lúcia, Silas Câmara também é alvo de dois procedimentos: uma ação penal por falsificação de documento público, que tramita sob segredo de justiça, e um inquérito também por crimes eleitorais.

Entre os parlamentares recém-investigados pelo STF, há representantes de 13 partidos políticos, do Distrito Federal e de 20 estados. O PT, com nove nomes, o PMDB e o PP, com oito, o DEM e o PR, com seis, são as legendas com mais congressistas entre os novos investigados no Supremo. São Paulo, com oito, Minas Gerais, com cinco, e Bahia, com quatro parlamentares, são as representações estaduais com mais congressistas com novas investigações na corte.

Na semana passada, o STF abriu uma ação penal contra o deputado João Magalhães (PMDB-MG). A ação, que ainda não foi autuada, é desdobramento do Inquérito 2774, de novembro de 2008, e, por isso, não consta do levantamento publicado pelo site. João Magalhães é acusado de envolvimento em um esquema criminoso que desviou verbas públicas de cidades do interior de Minas Gerais e acabou desbaratado pela Operação João-de-Barro, da Polícia Federal.

Para o senso comum e os dicionários, processo é todo procedimento ou demanda em andamento no Judiciário. É esse o conceito usado pelo Congresso em Foco no levantamento. Para os juristas, porém, há uma diferença entre inquérito, fase em que o parlamentar é considerado suspeito de ter praticado ato ilícito, e se reúnem elementos para se propor ou não uma ação penal; e as ações penais, às quais o congressista responde na condição de réu, após aceita a denúncia pelo STF.
Fonte: Congressoemfoco

Menina de oito meses morre após tomar xarope para gripe

Clarissa Pacheco | A Tarde On Line*

Foi removido no início da manhã desta quinta-feira, 4, o corpo da menina E. G. S., de oito meses, que morreu no final da noite de ontem em Plataforma, depois de tomar um xarope feito a base de chicória para gripe. Segundo informações de agentes da 5ª CP (Periperi), a criança já chegou ao posto de saúde de Plataforma sem sinais vitais.

A mãe da menina, Cleise Karla Guedes Santos, de 21 anos, disse que a filha estava gripada e que ela a medicou com um xarope utilizado rotineiramente pela mãe quando a criança estava doente. A menina teria dormido em seguida, mas não acordou. A mãe levou a filha ao posto de saúde, mas, como já chegou sem vida, a médica não emitiu um atestado de atendimento clínico.

Ainda de acordo com agentes da 5ª CP, sem o atestado médico, a causa da morte só poderá ser identificada após o resultado do laudo do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), que deve sair em aproximadamente 30 dias.

*Colaborou Danile Rebouças | A TARDE

Rota do Vinho ganha embarcação de passeio e fortalece o Enoturismo

Os amantes de vinhos ganharam mais uma opção de roteiro turístico. Foi lançado, no último sábado (30), o Vapor do Vinho, um produto do Enoturismo, desenvolvido pelo Governo do Estado, através da Bahiatursa, em parceria com a Vinícola Ouro Verde (Miolo/Lovara). O passeio, através de uma embarcação típica da região, possibilita ao visitante subir à eclusa do Lago Sobradinho e apreciar toda a beleza do Vale do São Francisco, além de uma visita à vinícola, localizada em Casa Nova (BA), com direito à degustação dos vinhos e espumantes produzidos no local.

O passeio no Vapor do Vinho começa em Juazeiro, de onde os turistas seguem por via rodoviária até um atracadouro a dois quilômetros da represa de Sobradinho. De lá, os turistas navegam nas águas calmas do lago, aproveitando a bela vista e as apresentações de música regional.

Durante o lançamento do novo produto, o governador Jaques Wagner ressaltou a beleza da região e a importância da atividade na geração de emprego e renda. “É mais um passo que damos no sentido de desenvolver essa região que é o São Francisco. Espero que isso aqui seja uma semente onde a gente colha mais turismo, mais emprego e mais riqueza para a nossa terra”.

Segundo o secretário do Turismo, Domingos Leonelli, o novo passeio cumpre o papel de interiorizar o turismo baiano e se torna mais uma boa opção para quem visita à Bahia. “Temos duas prioridades: promover e facilitar o acesso. O Vapor (do Vinho) inaugura uma nova alternativa de acesso. A visita à vinícola e ao processo de elaboração dos vinhos se soma à riqueza indiscutível do rio

Leonelli destacou ainda avanços como a melhoria do acesso terrestre da capital ao Vale do São Francisco. “Há cinco anos levávamos de 10 a 12 horas para chegarmos a Juazeiro e hoje gastamos de 6 a 8 horas no mesmo percurso terrestre. Além disso temos sete vôos para Petrolina, que chegam em menos de 1 hora, saindo de Salvador”, disse .

Para o secretário, o Enoturismo investe na lógica de desenvolvimento do turismo na Bahia, ligada à produção associada, gerando empregos para a população local, ao contrário de muitos outros destinos turísticos.

Geração de Negócios, Emprego e Renda

O empresário Eurico Benedetti mostrou-se bastante satisfeito com o investimento. “Estamos inaugurando um dos melhores roteiros enoturísticos do mundo. O melhor do Brasil, pois nenhum outro local conta com a riqueza do São Francisco”, orgulha-se.

O roteiro completo começa a ser feito de duas a três vezes por semana, com capacidade para levar até 100 passageiros, a um valor de R$ 100/pessoa. O passeio inclui comidas e bebidas típicas da região, visita à Vinícola para conhecer o processo de produção, engarrafamento e degustação de vinhos, espumantes e brandy.

O superintendente do SEBRAE/BA, Edval Passos, reiterou o compromisso da instituição com a geração de renda. “A partir do Vapor do Vinho, vamos criar negócios, ampliar restaurantes e meios de hospedagens. O turismo local vai ser inteiramente beneficiado”.

Roteiro

8h30 - com saída de Juazeiro via rodovia, até o Porto de Chico Periquito – Sobradinho.

9h30 – Embarque no Vapor do Vinho em direção à eclusa;

10h30 – Saída da eclusa em direção à Vinícola Ouro Verde. Durante o percurso, música ao vivo e informações sobre o rio, a vinícola, o lago e as lendas.

12h30 – Chegada à Vinícola Ouro verde. O passeio inclui visita aos vinhedos, a metodologia de elaboração de vinhos tinto, branco e espumante, a destilaria (elaboração do brandy), a loja, degustação dos vinhos, espumantes e brandy. No varejo, além de produtos da Miolo, cosméticos à base de uva e vinho, confecções, acessórios, taças.

16h30 – Retorno para Juazeiro-BA, via rodovia, ou Petrolina-PE, via aérea.
Fonte: Tribuna da Bahia

Barack Obama igual a Ernesto Geisel?

Carlos Chagas

Os episódios recentes no Paquistão e na Líbia lembram com clareza aquilo que o jornalista Elio Gaspari publicou em livro, a respeito da reação do general Ernesto Geisel ao ser informado de que um grupo de subversivos chilenos havia sido morto pelas forças de segurança, ao tentar entrar no Brasil: “Tem que matar mesmo, não é?”

No caso, matar sem julgamento, em especial nos países onde não há pena de morte. Qual a diferença entre o tonitruante general-presidente e o ameno Barack Obama, para quem justiça foi feita com o assassinato de Osama Bin Laden?

Ambos justificaram as mortes sem sentença judicial por conta do execrável comportamento de subversivos e terroristas, uns explodindo as Torres Gêmeas, quartéis, navios e embaixadas, outros sequestrando, assaltando bancos e matando.

Abre-se o século sob discussão que vem de tempos imemoriais: deve o poder público adotar as mesmas táticas dos adversários postados à margem da lei? Prevalece na Humanidade o Talião, aquele do “olho por olho e dente por dente”?

Torna-se difícil explicar às famílias de centenas de milhares de vítimas que o Estado tem limites, quando constituído para gerir a sociedade organizada segundo princípios justos e democráticos. Não sendo assim, prevalecerão a barbárie, a vontade e os interesses do mais forte.

Assistimos, na mesma semana, a execução sem julgamento de Bin Laden e, não muito longe, na Líbia, o bombardeio dos palácios de Kadaffi, onde morreram um filho e netos do ditador. E pela ação dos mesmos, afastado o eufemismo de que foram aviões da OTAN a atacar Trípoli. Eram americanos, da mesma forma como os helicópteros utilizados no Paquistão.

Seria bom meditar na evidência de que Barack Obama e Ernesto Geisel possuem muito mais semelhanças do que diferenças.

***

ALIANÇA CONTRA SERRA

Consolida-se a aliança entre Geraldo Alckmin e Aécio Neves, ambos sustentando a incorporação do DEM ao PSDB e, mais ainda, favoráveis à permanência de Sérgio Guerra no comando dos tucanos. Ainda que precária, trata-se de uma frente única contra José Serra, que pretendem afastar das hipóteses sucessórias para 2014. Ao contrário do que sustenta o candidato derrotado ano passado, a crise no PSDB não é apenas paulista. É nacional, apesar dele ter lembrado os 44 milhões de votos recebidos em todo o país, na recente sucessão.

Resta saber como reagirá José Serra, mas se abrir luta em duas frentes correrá o risco de acabar como acabou o III Reich. Está sendo aconselhado a escolher um adversário e celebrar pacto de não agressão com o outro, mas como Aécio não é Stalin, muito menos Alckmin será Churchill, fica difícil selecionar quem receberá o primeiro ataque…

***

MICHEL ABENÇOADO

De novo no Brasil, depois de representar o país nas cerimônias de beatificação de João Paulo II, no Vaticano, Michel Temer desembarcou retemperado e até abençoado por Bento XVI. Mostra-se disposto a seguir adiante na missão de abrir espaços para o PMDB no segundo escalão do governo, agora que a nova direção do PT entrou em rota de colisão com a presidente Dilma Rousseff.
Sua primeira iniciativa foi acalmar os ânimos de Henrique Eduardo Alves, o mais decepcionado de seus companheiros diante da parcimônia com que o palácio do Planalto contempla os pleitos do partido. Parece que conseguiu.

***

MURALHA INTRANSPONÍVEL?

Apesar de durante a campanha, Dilma Rousseff haver-se pronunciado favorável ao financiamento público das campanhas, a equipe econômica erigiu forte muralha diante da proposta defendida pelo PT e adjacências. A presidente parece sensibilizada pelos argumentos de Mantega, Palocci e companhia, a respeito de numa hora de contenção como a atual, ficar difícil encontrar dinheiro para dar a partidos e candidatos gastarem em campanhas eleitorais.

Até porque, não haverá como a Justiça Eleitoral fiscalizar o uso do chamado caixa dois, ou o emprego de recursos particulares na conquista de votos. Seria necessário, primeiro, aparelhar o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais para essa tarefa, mas como os concursos e nomeações encontram-se proibidos, onde buscar montes de fiscais?

Fonte: Tribuna da Imprensa

Barack Obama igual a Ernesto Geisel?

Carlos Chagas

Os episódios recentes no Paquistão e na Líbia lembram com clareza aquilo que o jornalista Elio Gaspari publicou em livro, a respeito da reação do general Ernesto Geisel ao ser informado de que um grupo de subversivos chilenos havia sido morto pelas forças de segurança, ao tentar entrar no Brasil: “Tem que matar mesmo, não é?”

No caso, matar sem julgamento, em especial nos países onde não há pena de morte. Qual a diferença entre o tonitruante general-presidente e o ameno Barack Obama, para quem justiça foi feita com o assassinato de Osama Bin Laden?

Ambos justificaram as mortes sem sentença judicial por conta do execrável comportamento de subversivos e terroristas, uns explodindo as Torres Gêmeas, quartéis, navios e embaixadas, outros sequestrando, assaltando bancos e matando.

Abre-se o século sob discussão que vem de tempos imemoriais: deve o poder público adotar as mesmas táticas dos adversários postados à margem da lei? Prevalece na Humanidade o Talião, aquele do “olho por olho e dente por dente”?

Torna-se difícil explicar às famílias de centenas de milhares de vítimas que o Estado tem limites, quando constituído para gerir a sociedade organizada segundo princípios justos e democráticos. Não sendo assim, prevalecerão a barbárie, a vontade e os interesses do mais forte.

Assistimos, na mesma semana, a execução sem julgamento de Bin Laden e, não muito longe, na Líbia, o bombardeio dos palácios de Kadaffi, onde morreram um filho e netos do ditador. E pela ação dos mesmos, afastado o eufemismo de que foram aviões da OTAN a atacar Trípoli. Eram americanos, da mesma forma como os helicópteros utilizados no Paquistão.

Seria bom meditar na evidência de que Barack Obama e Ernesto Geisel possuem muito mais semelhanças do que diferenças.

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ALIANÇA CONTRA SERRA

Consolida-se a aliança entre Geraldo Alckmin e Aécio Neves, ambos sustentando a incorporação do DEM ao PSDB e, mais ainda, favoráveis à permanência de Sérgio Guerra no comando dos tucanos. Ainda que precária, trata-se de uma frente única contra José Serra, que pretendem afastar das hipóteses sucessórias para 2014. Ao contrário do que sustenta o candidato derrotado ano passado, a crise no PSDB não é apenas paulista. É nacional, apesar dele ter lembrado os 44 milhões de votos recebidos em todo o país, na recente sucessão.

Resta saber como reagirá José Serra, mas se abrir luta em duas frentes correrá o risco de acabar como acabou o III Reich. Está sendo aconselhado a escolher um adversário e celebrar pacto de não agressão com o outro, mas como Aécio não é Stalin, muito menos Alckmin será Churchill, fica difícil selecionar quem receberá o primeiro ataque…

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MICHEL ABENÇOADO

De novo no Brasil, depois de representar o país nas cerimônias de beatificação de João Paulo II, no Vaticano, Michel Temer desembarcou retemperado e até abençoado por Bento XVI. Mostra-se disposto a seguir adiante na missão de abrir espaços para o PMDB no segundo escalão do governo, agora que a nova direção do PT entrou em rota de colisão com a presidente Dilma Rousseff.
Sua primeira iniciativa foi acalmar os ânimos de Henrique Eduardo Alves, o mais decepcionado de seus companheiros diante da parcimônia com que o palácio do Planalto contempla os pleitos do partido. Parece que conseguiu.

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MURALHA INTRANSPONÍVEL?

Apesar de durante a campanha, Dilma Rousseff haver-se pronunciado favorável ao financiamento público das campanhas, a equipe econômica erigiu forte muralha diante da proposta defendida pelo PT e adjacências. A presidente parece sensibilizada pelos argumentos de Mantega, Palocci e companhia, a respeito de numa hora de contenção como a atual, ficar difícil encontrar dinheiro para dar a partidos e candidatos gastarem em campanhas eleitorais.

Até porque, não haverá como a Justiça Eleitoral fiscalizar o uso do chamado caixa dois, ou o emprego de recursos particulares na conquista de votos. Seria necessário, primeiro, aparelhar o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais para essa tarefa, mas como os concursos e nomeações encontram-se proibidos, onde buscar montes de fiscais?

Fonte: Tribuna da Imprensa

Ontem falei na farsa da Casa Branca e de Obama. Hoje, a farsa do Paquistão (jogando dos dois lados), a reversão da “popularidade” do presidente.

Helio Fernandes

É muito difícil, quase impossível desvendar, analisar e desmistificar fatos importantes, no momento em que está acontecendo. Ou até mesmo saber e revelar a verdadeira exatidão de tudo, ou se não passa de farsa e mistificação. Principalmente quando esses fatos (?) envolvem o domínio do mundo, uma eleição presidencial nos EUA, a luta a respeito de um TERRORISMO que completou 10 anos. Terrorismo que não se sabe bem onde começa e onde acaba, se é que acaba ou acabará algum dia.

E tem tudo para definir a existência, o futuro e a consolidação de países, personalidades, e os mais formidáveis interesses financeiros. Impossíveis de calcular, dimensionar ou colocar nos números verdadeiros.

E isso ganha dimensão extraordinária, quando no centro de tudo está colocada a CIA, o órgão mais poderoso, mais corrupto e mais independente dos EUA e do mundo. A atuação dessa CIA (que é proibida de atuar internamente nos EUA) é espantosa.

E quando surgem números assombrosos que foram pagos, estão sendo mobilizados e ficarão à disposição para comprar quem for necessário comprar.

Não se pode deixar de citar a CIA. E nada a ver com a importância de 1 BILHÃO E 300 MILHÕES, que os EUA destinam anualmente ao Paquistão, como a outros países.

Essa soma, nada a ver com números manuseados agora, já de algum tempo. Pois essa operação não começou no domingo ou na segunda-feira, deve ter sido iniciada no próprio 11/9 ou até antes. Daí o aparecimento, em cima do fato, do incompetente do Bush.

Ainda no jornal impresso, escrevi sobre um livro maravilhoso, escrito pelo jornalista e escritor Tim Weiner. Ele mesmo confessa que levou 22 anos para investigar e escrever “Uma História da CIA”.

Ganhou o Premio Pulitzer, mas colocou a CIA no centro dos mais corruptos acontecimentos. Levantou tudo sobre a Guerra Fria, e os pagamentos feitos pelo órgão, com total liberdade, “comprando duas ou três vezes o mesmo espião, dos EUA e da União Soviética”.

Com a entrada em cena da CIA, nada é surpreendente, examinemos o que coloquei no título destas notas. A farsa de Obama, confessando publicamente, que estava ao mesmo tempo em dois lugares, é fato consumado. E que não será desmontado, não há o menor interesse.

O Paquistão “enroladíssimo” com os EUA e com Bin Laden. Não tem como se defender ou explicar o que aconteceu. Bin Laden morava há 5 anos (ou fosse um tempo maior ou menor), no centro urbano da capital do Paquistão, num local onde existem várias unidades militares.

IMPOSSIVEL não saberem. A mansão, enorme, onde moravam mais de 30 pessoas (sem contar os seguranças do próprio Bin Laden). Esses seguranças eram indispensáveis, havia, não de agora, dissidência na al-Qaeda. Isso foi mais do que comprovado e até compreensível. Bin Laden era e continua sendo o homem mais importante do mundo (vivo ou morto), o que provoca divergências, ódios e natural dissidência.

Querem culpar o Serviço Secreto do Paquistão, absurdo completo. Nenhum órgão dito de “inteligência” (nem o SNI dos arapongas) deixaria de ver o que estava acontecendo. Recebiam ordem das mais altas personalidade do governo. O “acordo” de pouco mais de 1 BILHÂO vem de muito longe, agora na Era do TRILHÃO, pretendiam e pretendem uma renegociação.

Ninguém viu a “descida” dos helicópteros (um ou dois, sem confirmação), não se sabe onde foram parar, depois de incendiado. Barulhentos, pousaram ou ficaram “rondando”, enquanto o homem mais procurado do mundo não sabia de nada? Dormia, descuidado?

Bin Laden, certíssimo, foi traído pelo governo do Paquistão. Sem muita certeza, mas hipótese bastante razoável, foi traído pelos seguranças, talvez, “cooptados” pela dissidência dentro da al-Qaeda.

Não teve cuidado ao contratá-los? Alguns trabalhavam há 10 anos com ele, por que traí-lo agora. As propostas foram “irrecusáveis”? Feitas por quem e de que forma?

Nenhuma reação de dentro da mansão? Os que estavam com Bin Laden, praticaram o assassinato? Sem reação, nem mesmo a CIA poderia acreditar. O homem que durante 10 anos não foi encontrado pelas maiores forças civis e militares do mundo, se deixou “apanhar” dessa maneira “estranha e inocente”?

Se Bin Laden não foi morto pelos que estavam ao seu lado, na mansão, os que assaltavam com os helicópteros, seriam destruídos em pleo vôo. A mansão tinha espaços enormes e até campo de pouso, mas os helicópteros não desceram, isso está provado.

E anunciaram fartamente (a CIA e a Casa Branca): “Bin Laden estava desarmado, não foi encontrada nenhuma arma”. Essa afirmação não foge de duas conclusões. 1 – Assassinaram um homem desarmado, o que é execrável até para a CIA. 2 – Por que os helicópteros não foram metralhados. Estavam em posição altamente desfavorável, seriam destruídos em cinco minutos.

Admitamos que Bin Laden estava descuidado e desarmado. Mas os que moravam na mansão, civis e parentes de Bin Laden, se dispuseram a serem assassinatos, como aconteceu com alguns deles?

E os seguranças, aceitemos que faziam parte da dissidência contra Bin Laden, não reagiram nem mesmo para salvar suas vidas? Ou também não tinham armas? Seguranças desarmados, é o último malabarismo da CIA.

Teria havido um “acordo” entre os seguranças de Bin Laden e o alto comando da CIA? Se tivesse havido, Bin Laden teria sabido, como soube de tudo nesses 10 anos em que viajou por vários países, com toda tranquilidade.

Duas hipóteses reiteradas, para melhor esclarecimento. 1 – Houve “acordo” entre a CIA e os seguranças? Como se entenderam? Conversando por celular, não rastreável, o que no Brasil se chama de “pré-pago”? Esses seguranças, DESARMADOS, nenhuma suspeita do experimentadíssimo e precavido Bin Laden?

Nada é fácil nesse emaranhado de interesses colossais. Se e quando resolveram publicar (ou algum Assange descobrir) quanto custou a morte de Bin Laden, o mundo ficará estarrecido. Mas a CIA e a Casa Branca podem dizer: “Salvamos o mundo, o dinheiro nós fabricamos, qualquer que seja o total”.

Mais “invencionices” e “mistério” em relação ao corpo. Onde está? Em que mar foi jogado? Por ordem de quem? Obama é que deu essa ordem para jogar o corpo no mar, mesmo correndo o risco de obrigar os jornalões do mundo todo a falar em SEPULTAMENTO? Não está errado, mas é outro fato estranho, dizer que Bin Laden foi SEPULTADO no mar.

Nas ultimas 24 horas, a Casa Branca e o próprio Obama, preocupadíssimos. Logo que se soube do assassinato, imediatamente ELEVARAM a cotação da reeleição do presidente. Ora, ele ia ganhar mesmo. Agora que todos esses fatos vão sendo contestados e esclarecidos, fica visível a REVERSÃO da popularidade de Obama.

***

PS – Para que fique bem claro: nenhuma opinião do repórter, apenas análise descompromissada com qualquer lado.

PS2 – Prefiro ficar com o filósofo inglês que escreveu em 1669: “NÃO HÁ SEGREDO QUE O TEMPO NÃO REVELE”.

Fonte: Tribuna da Imprensa

É tão fantasiosa a versão da Casa Branca sobre a execução de Bin Laden, que fica difícil aceitá-la. É a história mais mal-contada dos últimos tempos.

Carlos Newton

Essa morte do Bin Laden se transformou numa novela tipo “O Quarteto de Alexandria”, do indiano Lawrence Durrell, que tem quatro narradores e quatro “verdades”, digamos assim. Em Washington, a Casa Branca e a CIA se comportam em tempo de ficção, até agora sem passar à opinião pública uma versão que tenha, ao menos, um pouco mais consistência.

Desde o primeiro dia temos cobrado aqui no blog respostas precisas a determinadas questões. Então, vamos voltar, mais uma vez, às mesmas indagações feitas aqui, às 8h45m da manhã de segunda-feira: “Mas por que não foram exibidas imagens do corpo do terrorista? Em que circunstâncias foi morto? Resistiu ou foi executado?” Até agora, ninguém sabe. “Por que esse sepultamento marítimo, tão rapidamente?

Já se passaram quatro dias, e nada. Não responderam às indagações mais básicas, nem às outras dúvidas que foram se acumulando e amontoando. Quantos helicópteros eram? Um deles teve pane? Mesmo assim conseguiu voar?

Pelas imagens exibidas, o que ficou na fortaleza foram apenas alguns pedaços de fuselagem (ou carenagem, como se diz também). O helicóptero não ficou lá. Aí surge outra dúvida. O aparelho precisaria ter pousado, para que fossem retiradas as partes da carenagem que lá ficaram. Mas disseram que nenhum helicóptero pousou…

A história está tão mal-contada que agora são os próprios norte-americanos que exigem explicações da Casa Branca e da Agência Central de Inteligência, a CIA. Na verdade as autoridades não esclarecem nada, nem mesmo as condições em que teriam sido feitas as filmagens. Quantos cinegrafistas estavam lá? Como enviavam as imagens? Se eram cinegrafistas, seria necessário instalar uma unidade portátil, porque câmaras de TV não enviam imagens sozinhas . Ou as imagens foram enviadas por celulares especiais? E por acaso havia iluminação para as filmagens?

Essas indagações são pertinentes, porque a Casa Branca e a CIA se comportam como se no domingo as autoridades dos EUA estivessem assistindo a uma programação de imagens perfeitas, em alta definição. Será mesmo?

As dúvidas se multiplicam cada vez mais. Pelo que foi dito até agora, não houve reação. Mas como acreditar nisso. O barulho desses helicópteros é insuportável, verdadeiramente ensurdecedor. Por isso, são ouvidos a quilômetros de distância. Helio Fernandes já chamou atenção para isso, é preciso insistir: Como acreditar que os helicópteros tenham se aproximado da fortaleza, sem que nenhum segurança ouvisse o barulho dos reatores e disparasse contra os aparelhos?

E como acreditar que o homem mais perseguido do mundo, que sempre posou para fotos portando um moderno fuzil ou uma metralhadora portátil, estivesse sem armas em casa? Caramba, não havia uma bazuca, um lança-mísseis portátil, nada?

É como se Bin Laden fosse um amador, um alienado, que não tinha armas nem seguranças em que pudesse confiar. E que submetia membros da própria família a esses riscos. É difícil acreditar nisso. Seria Bin Laden tão despreparado assim?

Os dias passam, as dúvidas se avolumam. Surgem na internet versões de que Bin Laden era um homem muito doente e que inclusive já teria morrido há vários anos. Um capitão médico da Marinha dos EUA, Steve R. Pieczenik, deu entrevista ao programa radiofônico The Alex Jones Show, esta terça-feira, afirmando que Bin Laden sofria de grave doença renal e teria morrido no Afeganistão. Segundo ele, constava das informações oficiais da CIA que Bin Laden tinha também Síndrome de Marfan, que afeta vários órgãos e debilita o paciente.

Pieczenik é ex-assistente do Secretário Adjunto de Estado de três administrações diferentes, Nixon, Ford e Carter, além de ter trabalhado como consultor nas gestões dos presidentes Reagan e Bush pai. Conheceu Bin Laden e atuou com ele na década de 80 no Afeganistão, contra os soviéticos. Piecznik dá declarações peremptórias sobre isso e desafia as autoridades para que o convoquem a prestar depoimento oficialmente.

E agora, em quem acreditar? Só recorrendo ao “Quarteto de Alexandria”, para escolher qual a versão que se encaixa melhor para a Casa Branca. Uma das afirmações do governo americano que decididamente não se sustenta, por exemplo, é a de que o corpo de Bin Laden teria sido “sepultado” no mar poucas horas de ter sido executado. Ora, para que tanta pressa?

Esse tese é inverossímil, não ter a menor sustentação. Basta lembrar que, como a notícia do “sepultamento’ em alto mar foi dada pelo The New York Times no início da madrugada, isso significa que Bin Laden teria sido “sepultado” pouco depois de morrer. Para que essa pressa, repita-se?

É como se o presidente Barack Obama tivesse dado declarações julgando que a plateia inteira fosse subordinada a ele e nenhuma afirmativa jamais pudesse ser contestada. Está na hora de Obama começar a dizer a verdade.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Fotos do dia

A modelo Marina Neves, 27 anos, é a nova gata do site Bella da Semana A loira já participou de alguns comerciais e de desfiles Além de modelar, Marina é hostess do Na Mata Café
Área do edifício São Vito será revitalizada, segundo o prefeito Kassab Thiago Pereira nada em prova de 400 metros medley no complexo esportivo do Maracanã Marcos repõe bola em treino para jogo de hoje contra o Coxa pela Copa do Brasil

Leia Notícias do seu time

Filha afirma que terrorista foi capturado vivo

Agências

Uma filha de Osama bin Laden de cerca de 12 anos, que se encontrava na casa em que o líder terrorista foi morto, disse que seu pai foi capturado vivo pelos agentes dos EUA antes de ser executado, afirmou a TV Al Arabiya, com sede em Dubai.

* Mulher foi dada de presente para o líder da rede Al Qaeda

Segundo fonte identificada como uma autoridade de segurança do Paquistão, ela relatou que os americanos se depararam com o líder da Al Qaeda já nos primeiros momentos da incursão à casa, localizada em Abbottabad.

Bin Laden teria sido então executado pelos Seals --força especial americana-- em frente aos seus familiares.

A filha de Bin Laden e mais nove parentes do terrorista estão presos no Paquistão para interrogatório. Alguns familiares estão em um hospital militares e estão sendo tratados de ferimentos ocasionados durante a ação que matou Bin Laden.

Se confirmada, a versão seria mais uma inconsistência no relato oficial do governo americano sobre a ação. Desde anteontem, várias revelações feitas pelas autoridades dos EUA já contradisseram relatos anteriores.

Inicialmente, o assessor de contraterrorismo do governo dissera que Bin Laden estava armado e chegou a usar sua mulher de escudo humano, antes de ser morto --junto com a sua mulher-- ao tentar resistir à incursão dos EUA.

Anteontem, porém, a Casa Branca disse que o chefe da Al Qaeda não estava armado e não usou ninguém de escudo e que a sua mulher, Amal Ahmed Abdul Fatah, não foi morta, mas ferida na perna.

De acordo com o jornal "Los Angeles Times", os Estados Unidos renderiam Bin Laden vivo se ele tivesse tirado sua roupa e mostrado que não tinha explosivos junto ao corpo. Entretanto, não teria ocorrido tempo suficiente para a ação.

Leia mais

* Governo dos EUA muda versão sobre ataque
* Dez parentes de chefe de grupo terrorista serão interrogados
* Placa de carro levou americanos até terrorista
* EUA jogam corpo de líder da Al Qaeda ao mar
* Ocidente teme vingança com ataques terroristas
* Bin Laden está morto, diz Obama
* Ditador líbio acusa Bin Laden por protestos
* Bin Laden vive no Paquistão, diz Otan
Fonte: Agora

quarta-feira, maio 04, 2011

Foto de Bin Laden morto é falsa, diz imprensa internacional

STF investiga deputado por dois assassinatos

Júlio Campos, que se referiu a Joaquim Barbosa como “aquele ministro escuro”, é alvo de inquérito que apura a morte de duas pessoas envolvidas em disputa por terra em Mato Grosso

Leonardo Prado/Câmara
O deputado Júlio Campos é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal por homicídio

Eduardo Militão e Edson Sardinha

De volta à Câmara 20 anos após ter concluído seu último mandato na Casa, o deputado Júlio Campos (DEM-MT) virou destaque nacional ao se referir ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), como “aquele moreno escuro”. Três semanas após aquela declaração, Júlio Campos passou à condição de único congressista brasileiro a responder atualmente pelo crime de homicídio qualificado na mais alta corte do país.

Tramita desde o último dia 15 no Supremo Tribunal Federal um inquérito (Inq 3162) que apura o envolvimento do deputado em dois assassinatos ocorridos em 2004. Segundo as investigações, o empresário Antônio Ribeiro Filho e o geólogo húngaro Nicolau Ladislau Ervin Haraly foram assassinados em São Paulo por causa de uma disputa por terras em Mato Grosso. O caso é relatado pelo ministro Marco Aurélio Mello.

Júlio Campos nega qualquer envolvimento com os crimes. “Ninguém que me conhece acredita nessa possível hipótese. Jamais cometeria um troço desses”, rechaça o ex-governador, ex-senador e ex-conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, de volta à Câmara com 72.560 votos.
De acordo com a investigação, Júlio Campos é suspeito de ser o mandante dos crimes para se apropriar de terras com pedras preciosas. O processo se arrasta há mais de seis anos na Justiça. Subiu agora para o Supremo porque, como parlamentar, Júlio Campos só pode ser julgado pela Suprema Corte.

A Justiça de São Paulo condenou seis pessoas pela execução do crime, acusadas de duplo homicídio e formação de quadrilha. “Eles recorreram da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. O STJ liberou esses possíveis assassinos. Desde 2006, eles já estão em liberdade”, informa Júlio Campos ao Congresso em Foco. A Justiça não concluiu, porém, a análise sobre a eventual participação do deputado – considerado “investigado” pelo Supremo e “indiciado” pelo STJ – como mandante dos crimes.

Nos corredores do Ministério Público Federal, o que se comenta é que o caso deve ter um desfecho rápido: ou o procurador-geral recomendará logo o arquivamento ou oferecerá a denúncia. Não deverá haver novos pedidos de diligências. Os quatro volumes e vinte apensos de papel estão nas mãos do procurador geral da República, Roberto Gurgel. Caso a denúncia seja oferecida, os ministros terão de decidir se o deputado será definitivamente inocentado ou réu de uma ação penal, processo que pode resultar na condenação.

Assassinatos no Guarujá

Em 2004, o empresário Antônio Ribeiro e o geólogo Nicolau Haraly foram assassinados no Guarujá, no litoral de São Paulo. De acordo com os autos do inquérito, o crime aconteceu para ocultar a transferência da propriedade do empresário para dois “laranjas” de Júlio Campos, a secretária Nauriá Alves de Oliveira e o advogado Delci Baleeiro Souza. Funcionários ainda hoje do ex-governador, eles são apontados por Júlio como pessoas de sua inteira confiança. De acordo com as investigações à época, o solo das terras seria rico em diamantes e outras pedras preciosas.

O advogado Paulo Fabrini, que defende o deputado, Nauriá e Baleeiro, diz que os dois não eram “laranjas” do parlamentar. Mas confirma que os funcionários emprestaram seus nomes para a Agropecuária Cedrobom, dona de 87 mil hectares no norte do Mato Grosso, ser transferida do nome de Antônio Ribeiro, uma das vítimas, para o do deputado. “A empresa era enquadrada como de pequeno porte, uma EPP. Foi por uma questão contábil e fiscal”, diz. De acordo com Fabrini, “provavelmente”, a empresa já esteja hoje no nome de Júlio Campos.

Depois da transferência, a família de Ribeiro passou a reclamar de uma fraude na documentação. Isso teria acontecido antes do assassinato. Para a Procuradoria Geral da República, Júlio Campos é o autor da fraude na transferência e o mandante do crime. Fabrini nega qualquer falsificação de documentos por parte de seus três clientes. Afirma que as terras foram entregues por Ribeiro porque ele tinha dívidas com o deputado. O advogado, porém, diz que a Cedrobom, entregue como pagamento pela dívida, não tinha mais valor: as terras estavam em poder do estado e da União, não havia pedras preciosas e não havia indenização a receber.

Fabrini e Júlio Campos afirmam existir um parecer do Ministério Público de São Paulo livrando Nauriá e Baleeiro de qualquer participação em fraude ou crime. Os dois chegaram a ter pedido de prisão preventiva decretada na época dos crimes. “Por tabela”, diz o advogado, não haveria participação do deputado. A reportagem solicitou cópia do parecer ou de uma sentença judicial com esse teor, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição. O advogado Paulo Fabrini acrescenta que extratos de ligações dos reais executores do crime não mostraram nenhum telefonema entre eles e Júlio Campos.

Faz parte da vida

Em entrevista ao Congresso em Foco, Júlio Campos afirmou que acusações dessa natureza fazem parte da vida de um político. “Claro que isso desgasta. Mas faz parte da vida pública”, diz. Segundo o deputado, Nauriá e Baleeiro trabalham com ele há mais de 30 anos em uma de suas empresas e jamais se envolveram em qualquer irregularidade. “Há uma relação de total confiança. São pessoas boas, pode olhar a ficha deles, há apenas essa citação”, ressalta.

O deputado contou que tinha relação de amizade com Antônio Ribeiro, que chegou a ser representante de seu escritório político em Brasília quando foi governador de Mato Grosso. “Infelizmente, o filho dele fez a denúncia dizendo que eu poderia ser suspeito porque tinha sido sócio do pai dele. O filho supunha que havia falsificação de assinatura. Mas o Ministério Público de São Paulo entendeu que não havia nada”, declara o deputado.

De acordo com Júlio Campos, uma ação cível movida pela família de Ribeiro foi arquivada em 2007 no Fórum de Cuiabá. O deputado acredita que o inquérito em andamento no Supremo também terá o arquivo como destino. “Como esse inquérito não foi fechado, ao assumir a cadeira de deputado, meu foro mudou.” O caso está com o STF e o relator é o ministro Marco Aurélio Mello, que concedeu um habeas corpus para negar a quebra de sigilo fiscal de Júlio Campos quando ele ainda era conselheiro de contas do Mato Grosso. Para o deputado, o caso está esclarecido. “Os assassinos ficaram esclarecidos, foram presos, foram levados ao júri.”

Permuta e dívida

A ligação do deputado com a terra remonta ao período em que ele governou o estado. Júlio Campos foi governador de Mato Grosso entre 1983 e 1986. De acordo com o advogado Paulo Fabrini, a Agropecuária Madrugada era dona de uma área de 20 mil hectares em Nova Maringá (MT), a 369 km de Cuiabá, que havia sido invadida por posseiros de terras. O então governador desapropriou a área para assentar os sem-terra e entregou à empresa uma gleba de 87 mil hectares em Colniza (MT), a 1.000 km a noroeste da capital.

Lá, informa Fabrini, a empresa foi vendida a Antônio Ribeiro, dono da Cedrobom. Entretanto, antes de morrer, 2/3 das terras viraram um parque estadual e outro terço, um parque federal. O advogado sustenta que não há na propriedade ouro, pedras preciosas ou jazida mineral que pudessem interessar a alguém. Diz ainda que o governo do estado e a União jamais indenizaram quem quer que seja pelas terras da Cedrobom.

Mesmo assim, conta Fabrini, Júlio Campos aceitou as terras como pagamento por dívidas que Ribeiro tinha com ele. As terras podem ter alguma serventia, alega o advogado. “Ela pode gerar alguma coisa, crédito de carbono”, sugere o defensor do deputado.

Calúnia

No Supremo, Júlio Campos responde ainda a uma ação penal (AP 582) por calúnia. Segundo ele, o processo foi movido pelo ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) e o ex-governador Dante de Oliveira (PSDB) no calor do processo eleitoral de 1998. “Esse processo já está prescrito. Tem mais de dez anos. Não foi pra frente.” O caso é relatado pelo ministro Ayres Britto.

Júlio Campos se envolveu em polêmica com o Supremo Tribunal Federal ao defender um tratamento diferenciado na Justiça para autoridades. Em reunião na bancada do DEM, o deputado disse que os parlamentares não poderiam abrir mão do direito à prisão especial. E, curiosamente, citou o caso de um ex-deputado que renunciou ao mandato para escapar de uma condenação por tentativa de homicídio.

“Todo mundo sabe que essa história de foro privilegiado não dá em nada. O nosso amigo Ronaldo Cunha Lima precisou ter a coragem de renunciar ao cargo para não sair daqui algemado. E depois, meus amigos, você cai [sic] nas mãos daquele moreno escuro lá no Supremo, ai já viu”, disse Júlio, em referência ao ministro Joaquim Barbosa e criticando a suposta falta de proteção mútua entre os deputados. Cunha Lima renunciou ao mandato para não ser julgado no processo em que respondia por tentar assassinar o ex-governador Tarcísio Burity. A ação era relatada pelo ministro Joaquim Barbosa. Após a repercussão das declarações, Júlio Campos divulgou nota se desculpando com o ministro e negando tê-lo ofendido.

Fonte: Congressoemfoco

Nos jornais: índice de pobreza no Brasil cai 50% em oito anos

O Estado de S. Paulo

Índice de pobreza no Brasil cai 50% em oito anos

A pobreza no Brasil caiu 50,64% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010, período em que Luiz Inácio Lula da Silva esteve à frente da presidência da República. O dado consta da pesquisa divulgada nesta terça-feira, 3, pelo professor do Centro de Politica Social da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Marcelo Neri. O critério da FGV para definir pobreza é uma renda per capita abaixo de R$ 151. A desigualdade dos brasileiros, segundo ele, atingiu o "piso histórico" desde que começou a ser calculada na década de 60. Segundo o estudo, a queda da pobreza nos mandatos de Lula superou a registrada durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, incluindo o período de implementação do Plano Real. Nesse período, a pobreza caiu 31,9%. "Acho que essa década (anos 2000) pode ser chamada de década da redução da desigualdade; assim como os anos 90 foram chamados de década da estabilização", afirmou Neri.

Dilma quer tirar 16 milhões da miséria

O governo Dilma definiu como alvo do plano "Brasil sem Miséria", que pretende erradicar a pobreza extrema no País, os que tem renda mensal de até R$ 70 por pessoa da família. Nessa condição, contam-se hoje 16,3 milhões de brasileiros, ou 8,5% da população, segundo cálculos preliminares feitos com base no recém-lançado Censo de 2010. A pobreza extrema não se limita a insuficiência de renda. Perfil apresentado pelo IBGE mostra que os miseráveis brasileiros, em 7% do total de domicílios, tem menos acesso a energia elétrica, água e condições sanitárias. Entre os extremamente pobres, o índice de analfabetismo chega a 22% nas cidades e a 30,3% nas zonas rurais. Com base nessas informações, o governo vai estabeleceras medidas contra a miséria, que serão anunciadas neste mês pela presidente Dilma Rousseff. Discutido em sigilo, o plano deve reciclar programas já existentes, como o água para todos.

Com Dilma doente, ministros despacham no Alvorada

Ainda convalescente de uma pneumonia, a presidente Dilma Rousseff passou esta terça-feira, 3, no Palácio da Alvorada, residência oficial. Apesar de ter sido orientada pelos médicos a descansar, a presidente despachou ao longo do dia com quatro de seus ministros. A primeira agenda de Dilma no dia foi com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O assunto discutido foi a formatação do Plano Nacional de Segurança Pública. Ainda pela manhã, Dilma recebeu o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que centralizou no Planalto as negociações envolvendo a votação do Código Florestal. Também por causa do descanso recomendado pelos médicos, Dilma delegou a Palocci a tarefa de coordenar a terceira reunião do governo federal com o setor de infraestrutura aeroportuária.

Na LDO, governo congela benefícios dos servidores

O governo federal quer congelar, em 2012, os reajustes dos benefícios auxílio-alimentação ou refeição e assistência pré-escolar, médica e odontológica dos servidores públicos, principalmente os do Legislativo, Judiciário e Ministério Público da União. O objetivo é reduzir as disparidades dentro do funcionalismo e, ao mesmo tempo, conter gastos públicos. Somente neste ano, a previsão é de um desembolso de R$ 5,573 bilhões para bancar essas despesas. Segundo o Ministério do Planejamento, os benefícios pagos aos funcionários do Executivo são bem inferiores ao do Legislativo, Judiciário e Ministério Público, puxando a média paga para baixo. Por isso, a equipe econômica defende mudanças na política de reajustes para diminuir essas diferenças. No caso do auxílio-alimentação, conforme dados do Orçamento deste ano, os valores dos benefícios pagos variam de R$ 304 a R$ 711, sendo que a média é de R$ 369.

Cooperação’ com Lula será mantida com Dilma, afirma Kassab

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, voltou a destacar nesta terça-feira, 3, sua boa relação com a presidente Dilma Rousseff, em mais uma sinalização de que o partido do qual é fundador, o PSD, terá no mínimo uma convivência amistosa com o governo federal. Kassab deu posse ontem a dois novos secretários municipais, ambos filiados ao PMDB do vice-presidente da República, Michel Temer, que fez questão de prestigiar o evento. "Poucas pessoas tiveram uma ação cooperativa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como teve o prefeito de São Paulo", disse Kassab. "E em relação à presidente Dilma Rousseff, e ao seu governo, a ação é igual", acrescentou.

Envolvido no caso do juiz Nicolau, Estevão ainda quer liberar bens

Cinco anos após ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) no escandâlo do desvio de US$ 100 milhões das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, o juiz Nicolau dos Santos Neto permanece em casa, no Morumbi, sob-regime domiciliar, escoltado por agentes da Polícia Federal que se revezam dia e noite na guarda do réu. Em Brasília, outro personagem do caso, o ex-senador Luiz Estevão, apela em liberdade e continua tocando suas empresas. "Houve interposição de recursos e mais recursos, todos os que são possíveis, manejados habilmente pelas equipes de advogados que atuam no caso em nome do sagrado direito de defesa que, muitas vezes é considerado pelos tribunais superiores como direito infinito e inesgotável", protesta a procuradora regional da República, Janice Ascari, que conduziu as investigações.

O Globo

Miseráveis somam 16,2 milhões no país

O Ministério do Desenvolvimento Social informou que o Brasil tem 16,2 milhões de miseráveis (8,5% da população). São pessoas obrigadas a sobreviver com renda familiar per capita de até R$ 70 por mês. O número de miseráveis, obtido a partir da versão preliminar do Censo de 2010, surpreendeu por ser bem maior que o estimado até hoje, com base na Pnad: 10 milhões de pessoas (5% da população). Com isso, ficará ainda mais difícil para a presidente Dilma Rousseff cumprir a promessa de erradicar a pobreza extrema em quatro anos. Ela lançará o Plano Brasil sem Miséria.

Ela fica logo ali...

A presidente Dilma Rousseff terá trabalho para cumprir a promessa de erradicar a miséria no país. O problema persiste em sua forma mais dramática, a que os especialistas chamam de extrema, e não é difícil vê-lo de perto. Em Gameleira, na região canavieira de Pernambuco, parte da população mora em casas de taipa, sem água tratada e saneamento. A maioria dos moradores faz de uma a duas refeições diárias, e pelo menos 50% dos pacientes que recorrem à rede pública de saúde da cidade apresentam algum grau de desnutrição.

Senado aprova projetos para manter alunos nas escolas por mais tempo

A Comissão de Educação do Senado aprovou ontem, em caráter terminativo, dois projetos de lei que deverão ampliar o tempo de permanência dos alunos nas escolas do país. O primeiro aumenta de 75% para 80% a frequência mínima exigida para a aprovação dos alunos do ensino básico. O segundo prevê o aumento da carga horária mínima anual de 800 para 960 horas para os alunos do ensino infantil, do fundamental e do ensino médio. As duas matérias agora seguem para a apreciação da Câmara dos Deputados.

Governo tenta agilizar fim do sigilo eterno

A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, tentaram um acordo para evitar o enfrentamento. Mas, diante da irredutibilidade do senador Fernando Collor (PTB-AL), que, como presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), resistia a agilizar a votação da Lei Geral de Acesso a Documentos - cujo objetivo é acabar, nos próximos 50 anos, com o sigilo eterno de informações consideradas de Estado -, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou ontem pedido de urgência assinado pela maioria dos líderes para que a matéria seja aprovada diretamente no plenário, dia 18, sem deliberação da CRE. Dilma queria que o projeto fosse aprovado a tempo para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado ontem. Além de Collor, o também ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) tem restrições ao projeto. Como interessado, Collor avocou para si a relatoria da proposta na comissão.

Chefe da segurança da ANP consta da agenda de Rosário

O nome e um dos telefones do capitão da reserva do Exército Wilson Monteiro Pino constam da agenda do sargento Guilherme Pereira Rosário, morto na explosão de uma bomba no fracassado atentado ao Riocentro, em 30 de abril de 1981. Pino é hoje o chefe da Segurança na Agência Nacional de Petróleo (ANP). O atentado pretendia forçar um retrocesso na abertura política do país. O nome do capitão aparece na agenda do sargento Rosário escrito à mão ao lado do número 350.2043. O nome do capitão também está nos autos do inquérito aberto para apurar a responsabilidade pelo atentado. Ele está na lista de pessoas que seriam chamadas para depor. Mas, a exemplo de outras, Pino não prestou depoimento. Segundo o ministro Júlio de Sá Bierrenbach, primeiro relator do caso, as investigações foram manipuladas para proteger a cúpula militar.

Código Florestal: texto de Aldo desagrada a todos

O projeto do Código Florestal apresentado na segunda-feira pelo relator, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) conseguiu desagradar a governo, ambientalistas e até a ruralistas. Mas mesmo sem consenso, o texto pode ir a votação hoje. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), preferiu atropelar o governo, que queria negociar mais. Atendendo a pedido dos líderes, Maia concordou em submeter ao plenário um pedido de urgência para que a reforma do Código seja votada.

- Estou peitando o governo porque a proposta aprovada é uma boa proposta. A base aliada quer votar. É óbvio que também prometi que colocaria em pauta - disse o petista Maia, referindo-se à promessa que fez aos ruralistas, quando foi candidato a presidente da Câmara, de que colocaria o polêmico projeto na pauta de votação do Plenário.

Dirceu ameaçou se lançar à presidência do PT

O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, réu no processo do mensalão, ameaçou se lançar candidato a presidente do PT caso fosse mantida a indicação do senador Humberto Costa (PT-PE), nome preferido da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula para substituir José Eduardo Dutra. Com grande influência no Diretório Nacional, Dirceu seria um forte candidato e poderia causar desgaste ainda maior à presidente Dilma, segundo um integrante da cúpula petista. Diante dessa ameaça, cresceu rapidamente o consenso em torno do nome do deputado estadual Rui Falcão, eleito na sexta-feira passada como novo presidente do PT. Segundo petistas, o episódio mostra o quanto o grupo paulista estava disposto a retomar o comando nacional do partido. Havia forte descontentamento com o papel periférico do PT de São Paulo desde a campanha presidencial de Dilma.

Vice-presidente da CUT ganha lugar no Planalto

A CUT ganhou um representante na sede do governo federal. O vice-presidente da maior central sindical do país, José Lopes Feijóo, foi nomeado anteontem assessor do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. A nomeação ocorre em meio a negociações do governo com as centrais sindicais e é uma forma de o Palácio do Planalto sinalizar que pretende valorizar as conversas com os sindicalistas. Amanhã, as centrais voltam a se reunir com Carvalho para discutir o fator previdenciário. Feijóo foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entre 2005 e 2008. A indicação dele para o cargo partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é amigo. Para exercer a função no governo, ele deverá se licenciar da vice-presidência da CUT. Sua função será ajudar Gilberto Carvalho nas negociações com as centrais sindicais.

STF garante vaga para Cunha Lima no Senado

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu a Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) o direito de tomar posse como senador. Apesar de ter sido o mais votado na Paraíba para o cargo, o político não ocupa hoje uma vaga no Senado. Ele fora barrado pela Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de pessoas com o passado manchado. Em 2008, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato de governador de Cunha Lima por abuso de poder econômico. A decisão de Barbosa foi tomada com base no julgamento realizado em 23 de março no STF, quando o plenário decidiu que a lei não teve validade para o ano passado. A maioria dos ministros ponderou que a Constituição proíbe a criação de novas regras a menos de um ano das eleições, conforme prevê o artigo 16. A Lei da Ficha Limpa entrou em vigor quatro meses antes das eleições. No julgamento, foi acertado que, em decisões individuais, os ministros da Corte ficariam obrigados a proceder da mesma forma em recursos de candidatos barrados.

Família Lula não devolve passaportes

Os sete parentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que receberam passaportes diplomáticos durante o governo dele ainda estão com os documentos em mãos. A informação foi dada pelo Itamaraty ao Ministério Público, que havia questionado se os passaportes haviam sido devolvidos ou confiscados depois que o caso veio à tona. No ofício em que fez a pergunta, o Ministério Público havia prometido entrar com uma ação na Justiça pedindo os documentos de volta. Ontem, por meio da assessoria de imprensa, o órgão ainda não tinha decidido como proceder no caso. No mês passado, após analisar 328 passaportes diplomáticos emitidos pelo Itamaraty em caráter excepcional, o Ministério Público chegou à conclusão de que apenas sete foram concedidos de forma irregular - justamente os documentos dados a quatro filhos e a três netos menores de idade do ex-presidente. Um dos filhos de Lula chegou a anunciar que devolveria o documento.

Folha de S. Paulo

Governo define como miséria renda mensal inferior a R$ 70

O governo federal elegeu como alvo de seu plano de combate à miséria os 16,2 milhões de brasileiros que vivem com renda mensal de até R$ 70, um universo menor do que a presidente Dilma Rousseff indicou na campanha eleitoral do ano passado que poderia ajudar. Dilma vai anunciar em breve ações para cumprir a promessa de erradicar a miséria até o fim de seu mandato, em 2014. Ao estabelecer os R$ 70 como a linha de extrema pobreza do país, ela definiu o alvo prioritário das medidas do governo.
Quando falou em combater a miséria durante a campanha, Dilma mencionou um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que sugeria a possibilidade de acabar com a pobreza extrema até 2016.

Desigualdade é a menor em 50 anos, diz estudo

A melhoria na renda dos mais pobres verificada na década passada fez com que o Brasil retornasse em 2010 ao mesmo nível de desigualdade registrado em 1960. A conclusão é de um estudo do economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas, divulgado ontem. Programas de transferência de renda contribuíram para a queda da desigualdade nos últimos dez anos, mas, na análise de Neri, é a melhoria no acesso à educação o principal fator a explicar essa redução. Olhando para os extremos, o economista verificou que, entre os 20% mais ricos da população, a escolaridade aumentou 8,1% e a renda cresceu 8,9%. No recorte dos 20% mais pobres, a escolaridade aumentou 55,6%, e foi acompanhada de um aumento de renda de 49,5%.

Mantega admite que inflação pode chegar ao teto da meta oficial

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a inflação não ficará acima do teto da meta estabelecida para este ano, que é de 6,5%. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele afirmou que o governo está tomando as medidas possíveis para segurar a alta de preços sem prejudicar a expansão econômica. "Posso garantir que a inflação permanecerá dentro dos parâmetros. Pode bater no teto da meta, mas acredito que não", afirmou. Ele disse ainda que a meta de superavit fiscal (receita antes do pagamento de juros da dívida) será cumprida e que o corte nos gastos públicos de R$ 50 bilhões, também.
O ministro afirmou que o governo continuará fazendo ajustes no câmbio para evitar que o real se valorize ainda mais perante o dólar.

TCU vê riscos para governo em mudança em licitações

O presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler, disse que os administradores públicos não têm qualificação para fazer licitações de obras em regime de empreitada ("turn key") e que isso poderá ser um risco para as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Em audiência no Senado, Zymler falou sobre a medida provisória que cria o RDC (Regime Diferenciado de Contratação) para obras e serviços relacionados aos eventos. O RDC permite dispensar a Lei de Licitações. A Folha revelou ontem que o governo quer estender a todas as obras ligadas à Copa-2014 a permissão para contratos sem um limite para o aumento do custo original.

Dilma troca obras por fim de guerra fiscal

A presidente Dilma Rousseff vai propor aos governadores compensações financeiras, como por exemplo obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em troca do fim da chamada "guerra dos portos". A ideia é compensar as perdas de investimentos que alguns Estados terão com a extinção de incentivos que reduzem ou isentam a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de produtos importados. Os Estados dizem que tomam essas medidas para atrair empresas. A proposta será feita pela presidente em reunião com os governadores, agendada inicialmente para o final de maio, quando será debatida a proposta de reforma tributária do Palácio do Planalto.

Caso sanguessuga só puniu 1 ex-deputado criminalmente

Caso que levantou suspeita contra o maior número de congressistas, o escândalo dos sanguessugas faz hoje cinco anos com apenas um ex-deputado condenado entre as mais de 300 pessoas processadas criminalmente. Em 4 de maio de 2006, a Polícia Federal cumpriu 46 mandados de prisão contra políticos e assessores acusados de desviar verbas do Orçamento na compra de ambulâncias superfaturadas por prefeituras -uma fraude de mais de R$ 100 milhões. Com base em depoimentos e documentos fornecidos pela família Vedoin (dona da empresa Planam, pivô do esquema), foi criada uma CPI que ainda em 2006 pediu abertura de processo de cassação contra 69 deputados federais e três senadores. Nenhum deles perdeu o mandato por isso, mas a repercussão do caso levou muitos a desistir da reeleição: só 5 dos 69 deputados acusados voltaram à Câmara em 2007. Na área jurídica o total de acusados foi maior. Só na Justiça Federal de Mato Grosso foram abertos 285 processos criminais contra mais de 300 acusados (prefeitos, ex-congressistas, assessores). Segundo o Ministério Público Federal do MT, só 31 sentenças foram proferidas, sendo 22 condenações. O único ex-deputado atingido foi Cleuber Carneiro (MG), condenado em 2010 por corrupção passiva. A pena de dois anos de prisão foi convertida em prestação de serviços. Sua defesa recorreu.

Superpassaportes da família de Lula serão contestados na Justiça

O Ministério Público Federal no DF vai à Justiça para que sejam cancelados os passaportes diplomáticos dos quatro filhos e três netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A concessão dos documentos a dois dias do fim do mandato do petista, em dezembro, já havia sido considerada irregular pelo órgão. Em ofício encaminhado ao Itamaraty, o Ministério Público disse que pediria à Justiça a anulação dos documentos se eles não fossem devolvidos em 30 dias. O prazo terminou anteontem e o Itamaraty encaminhou ofício informando que os passaportes não foram "recolhidos", nem "devolvidos" pelos parentes de Lula.

Candidato do PSB para o governo em 2010, Skaf anuncia ida para o PMDB

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, selou ontem sua ida para o PMDB. No ano passado, ele concorreu ao Palácio dos Bandeirantes pelo PSB, partido do qual se desfiliará. Segundo interlocutores, Skaf obteve do vice-presidente da República, Michel Temer, comandante do PMDB, a promessa de que será candidato de novo em 2014. Há no entanto, quem enxergue a migração do empresário como um sinal amarelo para o deputado Gabriel Chalita, que também trocará o PSB pelo PMDB, em cerimônia no próximo dia 28.

Bornhausen, ex-presidente do DEM, afirma que vai se desfiliar do partido

Apesar de procurado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen apresentará na próxima semana pedido de desfiliação.
"Não posso ficar se meu filho [o secretário estadual Paulo Bornhausen] vai sair", disse, em referência ao desfalque que a saída do governador de SC, Raimundo Colombo, provocará na oposição. No sábado, Aécio procurou Bornhausen pedindo que agendassem uma conversa, numa tentativa de impedir a debandada. Mas, segundo Bornhausen, as articulações no Estado se anteciparam.

Dilma pode reduzir tributo da conta de luz

O governo Dilma Rousseff estuda um conjunto de medidas para conter o aumento dos preços da energia elétrica e reduzir os custos da indústria e do comércio. A pedido da presidente, um grupo deve ser criado para analisar a questão. Ele será formado pelos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e de Minas e Energia e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Dentre as possibilidades está a desoneração da conta de luz, com a mudança da cobrança do PIS/Cofins. O tributo poderia voltar a ser cobrado como antes de 2003, quando incidia cumulativamente em toda a cadeia do setor elétrico.

Correio Braziliense

Escândalo do TRT: Luiz Estevão pode sair no lucro

O empresário Luiz Estevão de Oliveira Neto perdeu o mandato de senador, foi condenado a 31 anos de prisão e a ressarcir o erário em R$ 169.491.951,15 desviados da obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em São Paulo. Ele nega o interesse em qualquer mandato eletivo, embora siga filiado ao PMDB. Da ação penal, na qual cabem recursos, não fala. Mas quando o assunto é a dívida, dispõe-se a conversar. Estevão declarou formalmente à Advocacia-Geral da União (AGU) o desejo de quitar a fatura. Segundo ele, a quantia atualizada é R$ 464.814.726,83 — de acordo com a AGU nunca um valor tão alto foi ressarcido à União. “Hoje chegamos à convicção de que é mais barato, mais conveniente encerrar a discussão”, diz Estevão em entrevista ao Correio, sentado em uma cadeira de couro no escritório de um de seus advogados, Marcelo Bessa, que se espalha por uma casa na Península dos Ministros, a QL 12 do Lago Sul.

TCU terá que avalizar

A tentativa do ex-senador Luiz Estevão de pagar a União com direito a abatimento de dívida e parcelamento em 180 vezes encontra forte resistência da AGU. A decisão sobre o pedido do empresário repousa sobre a mesa do conselheiro do Tribunal de Contas da União (TCU) Ubiratan Aguiar, mas já recebeu parecer contrário da promotoria do órgão e protestos declarados da AGU. O órgão entende que o parcelamento da dívida nos moldes pleiteados por Estevão não se destina a débitos decorrentes de desvio de dinheiro público. O pedido de parcelamento da dívida foi formulado por Estevão e entregue à AGU no final do ano passado. O advogado-geral da União, Luiz Adams, recebeu o ex-senador por três vezes e decidiu pedir um parecer do TCU sobre o caso.

Código vai a plenário longe de consensos

O projeto do novo Código Florestal chega hoje ao plenário da Câmara sem consenso entre parlamentares e com itens que não satisfazem o governo. Para garantir o início das discussões, o jeito foi costurar uma saída às pressas e orientar os seguidores palacianos a apresentarem emendas que moldem o texto aos interesses governistas. Na prática, o Planalto tenta fazer com que o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) modifique alguns pontos do relatório, ao mesmo tempo em que se prepara para forçar mudanças por meio de emendas parlamentares. Ontem, os deputados aprovaram o requerimento de urgência de apreciação do relatório, passo indispensável para garantir o trâmite.

Tentativa de Marina

A bancada dos ambientalistas na Câmara colocou a ex-senadora Marina Silva (PV-AC) no circuito para tentar adiar a votação do novo Código Florestal. Marina cumpriu extensa agenda: reuniu-se com a bancada do PV no Congresso, encontrou-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e tentou ao longo do dia uma audiência com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). A pressão foi pelo adiamento da votação do relatório de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que contém 12 “pegadinhas” listadas por Marina e pelo movimento ambientalista.

Leve queda na fidelidade da base

O governo Dilma Rousseff tem razão quando avalia que é bom evitar uma grande dependência das votações de projetos de lei no Congresso. É que, nesses três meses de funcionamento do Legislativo, já foi possível detectar uma queda no apoio da base governista aos projetos de interesse dos inquilinos do Palácio do Planalto. Em abril, a média de apoio ao governo na Câmara ficou em 50,03%, enquanto em fevereiro a média foi de 63,84%, considerando todos os partidos. A legenda mais fiel nas duas oportunidades foi o PRB, do falecido ex-vice-presidente José Alencar. Nos dois meses pesquisados pela consultoria Arko Advice, o índice de fidelidade do PRB ficou em torno de 73%.

Recorde nos repasses

Nunca antes na história do Bolsa Família o governo investiu tanto no programa. Os gastos com o projeto no início do governo Dilma são os maiores desde o lançamento do incentivo, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. São R$ 5 bilhões entre janeiro e abril (veja quadro). Criado nos últimos dias de 2003, o Bolsa Família beneficiava inicialmente 3,6 milhões famílias. Hoje, tornou-se o carro chefe das políticas sociais do governo e contempla 12,8 milhões de famílias, pouco mais de 50 milhões de brasileiros. O valor pago varia de R$ 32 a R$ 242, de acordo com a renda familiar por pessoa, a idade e o número de filhos.

Desigualdade em queda

A primeira década dos anos 2000 apresentou a maior queda histórica na desigualdade de renda do Brasil. Dados da Fundação Getulio Vargas mostram que, entre 2001 e 2010, o rendimento médio da população enquadrada entre os 50% mais pobres do país cresceu 67,93%, enquanto a dos 10% mais ricos aumentou 10%. Apesar do avanço, o abismo entre os extremos da pirâmide ainda preocupa. O índice de Gini brasileiro — parâmetro internacional usado para medir a desigualdade, onde quanto mais próximo de 1, maior é a distância entre ricos e pobres — é de 0,53. Se mantiver o ritmo de evolução atual, o Brasil demorará 30 anos para chegar a um nível equivalente ao dos Estados Unidos hoje, que é de 0,42.

Fonte: Congressoemfoco

Reforma política só com mudança cultural

"A falta de educação política e os custos da participação só serão superados com mudança cultural dos eleitores e principalmente das lideranças políticas e partidárias"


Em depoimento à comissão especial da reforma política da Câmara dos Deputados, no último dia 28 de abril de 2011, apresentei algumas reflexões sobre o tema, chamando atenção para a necessidade de mudança cultural do eleitor e também das lideranças partidárias e políticas do país.

A reforma política é um tema recorrente.

Em todo início de mandato presidencial e sempre que há um escândalo - e os últimos tempos têm sido pródigos em escândalos -, o assunto da reforma política volta às páginas dos jornais e à agenda do parlamento.

Qualquer pesquisa que se faça, atribui-se as mazelas da vida pública à ausência de uma reforma política moralizadora.

Isso é preocupante, por três motivos.

Em primeiro lugar, porque não será uma tarefa fácil promover uma reforma política, que valorize os partidos, combata a corrupção, promova o equilíbrio na disputa eleitoral e aproxime os representantes dos representados.

Além da complexidade e polêmica do tema, há interesses políticos, partidários e pessoais envolvidos, que podem comprometer o projeto de reeleição de muitos parlamentares.

Qualquer reforma estrutural no sistema eleitoral terá ganhadores e perdedores. É uma questão de escolha.
Por isso, até agora, os interessados numa reforma com esse escopo não conseguiram reunir votos suficientes para aprová-la, nem mesmo em nível infraconstitucional.

Em segundo lugar, porque, mesmo que se faça uma ampla reforma política, não existe garantia de que ela efetivamente irá resolver todas as mazelas da vida pública, como virou senso comum.

A falta de educação política e os custos da participação só serão superados com mudança cultural dos eleitores e principalmente das lideranças políticas e partidárias.

Enquanto as pessoas não souberem o que são, para que servem, o que fazem e como funcionam as instituições, não haverá representação política autêntica, com participação e controle político e social.

As escolas, os partidos, a imprensa, os movimentos sociais e ONGs – Organizações Não-Governamentais, ninguém cuida desse aspecto. Os desatentos, por assimetria de informação ou por descrença na vida política, não mudarão de atitude se não forem informados e alertados sobre o papel das instituições.

A maioria das pessoas não sabe, por exemplo, que a missão institucional do Parlamento, constituído de representantes de partidos, é organizar, democrática e pacificamente, as contradições que a sociedade não pode nem deve assumir, sob pena de retorno da barbárie, com estado permanente de guerra.

Em lugar de esclarecer e informar, faz-se a opção pelo denuncismo, muitas vezes inconseqüente.

A cultura do escândalo, que é muito boa para relevar as imperfeições do nosso sistema de representação, tem sido excelente para esconder as deficiências estruturais da nossa República.

O foco deixa de ser revolver ou suprir a lacuna que possibilitou determinada conduta reprovável, corrupta ou criminosa, e passa a ser apenas e tão somente punir o culpado pelo desvio de conduta. O correto seria utilizar a denúncia para evitar a repetição da conduta indevida ou reprovável, mediante regulação legal, e criar condições para punir os culpados e não apenas focar nestes para esconder ou encobrir aqueles.

Até porque, em geral, os culpados gozam de imunidades, privilégios, ou dispõem de muito dinheiro e podem contratar bons advogados, que favorecidos pela possibilidade quase infinita de recursos, raramente ou quase nunca vão para a cadeia.

Com isso, em lugar de educar, deixa-se o cidadão revoltado e descrente da vida pública.

Em terceiro lugar, porque não adianta mudar o sistema eleitoral se não houver mudança cultural, especialmente nos partidos políticos.

Enquanto os partidos apresentarem programas para ganhar a eleição e não para governar, dificilmente será aperfeiçoado o sistema de representação.

Os partidos são entidades civis, com autonomia e independência, com liberdade para atuar livremente, sem qualquer interferência ou intervenção do Estado.

Entretanto, com raras exceções, os partidos não se auto-regulam.

Por exemplo: não controlam filiação, falta-lhes nitidez ideológica e programática, não existe clivagem social clara nem coerência entre discurso e prática, além de permitirem o uso de caixa dois nas campanhas eleitorais, etc.

Até no quesito fidelidade, que os partidos poderiam exigir daqueles que exercem mandato, falharam. Precisou o STF decidir por eles.

Sinceramente, não acredito em mudanças apenas da legislação. A mudança terá que ser também cultural.

As tentativas de reformas sempre são bem intencionadas, visam melhorar a representação política, que é institucionalizada pelos partidos políticos.

Em última análise, as reformas objetivam aperfeiçoar o sistema de representação e, muitas vezes, são feitas para aumentar ou diminuir o número de partidos.

Desde que os partidos ganharam dimensão nacional, a partir de 1945, com exceção do período de 1965-1979 do regime militar, em que vigorou o bipartidarismo, sempre houve pluripartidarismo: 1) moderado, como no período de 1980 a 1985, quando existiam seis partidos; 2) menos moderado, como no período de 1986 a 1988, porém com um partido majoritário (o PMDB); e 3) exacerbado, que vem desde 1989 até os dias atuais, quando se chegou a 22 partidos com representação na Câmara.

A forma mais eficaz de reduzir o número de partidos, sem retirar-lhes a autonomia e independência, tem sido a instituição de cláusula de barreira, o que exige mudança constitucional, ou o fim das coligações nas eleições proporcionais, o que requer mudança apenas na lei ordinária.

Simulação feita pelo Diap, com base no resultado das eleições de 2010, dá conta de que o fim das coligações beneficiaria os grandes partidos (PMDB, PT e PSDB) e reduziria de 22 para 16 o número de partidos com representação na Câmara.

O PMDB aumentaria 31 deputados, o PT 22 e o PSDB 10. O PV ganharia mais um deputado e o PSol empataria. Todos os demais perderiam, alguns mais outros menos. Partidos como PMN, PHS, PRP, PRTB, PSL e PTC ficariam sem representação na Câmara. O fim das coligações, portanto, tende a ser aprovado na reforma política, já que beneficia quatro partidos cujas bancadas somadas representam mais de 230 deputados.

Mas, para preservar os partidos ideológicos, a forma de fazê-lo seria criando a federação de partidos.

Pessoalmente, acho que os aspectos da reforma com algum grau de polêmica que demandam alteração constitucional – como a substituição do voto proporcional pelo majoritário, a adoção da cláusula de barreira, a instituição de voto facultativo, a previsão de candidaturas avulsas, o fim da reeleição e o aumento do mandato dos titulares do Poder Executivo – dificilmente seriam aprovados.

Em nível constitucional, e ainda assim com regras de transição, poderiam prosperar apenas mudanças sem grande impacto ou divergência nos partidos, como a alteração da data de posse dos titulares do Poder Executivo, a forma de escolha e a assunção de mandatos pelos suplentes de senadores.

Mudanças estruturais como o fechamento da lista ou a adoção da lista flexível, o financiamento exclusivamente público de campanha, apesar de depender apenas de maioria simples, não serão aprovadas facilmente. Somente com o forte apoio do governo teriam reais chances de aprovação.

Por fim, como já falei anteriormente, o fim das coligações nas eleições proporcionais, com ou sem a alternativa da federação de partidos, teria real chance de aprovação.

Porém, a grande verdade é que vivemos em reforma política permanente desde 1985:

• Princípio da anterioridade (1993) – A Emenda à Constituição nº 4 modificou o artigo 16 da Constituição para determinar que a lei que alterar o processo eleitoral só vigora no pleito seguinte se for aprovada e sancionada pelo menos um ano antes da eleição.

• Lei de Inelegibilidades (1994) – Lei Complementar 81 – ampliou de três para oito anos a punição por perda de mandato, seja por improbidade, quebra de decoro ou por decisão judicial com outras motivações.

• Lei dos Partidos Políticos (1995) – Lei 9.096 – deu autonomia aos partidos, instituiu o fundo partidário e criou a figura do funcionamento parlamentar (que exigia votação de 5% do eleitorado nacional, e, no mínimo, 2% dos votos válidos num terço dos Estados), que foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal onze anos depois, exatamente no ano em que entraria em vigor.

• Lei Geral das Eleições (1997) – Lei 9.054 – instituiu regras permanentes para as eleições e consolidou o sistema eletrônico de votação.

• Lei de Compra de Voto ou Captação de Sufrágio (1999) – Lei 9.840, de iniciativa popular – transformou em fraude o que antes era definido como crime, acelerando a punição aos que descumprirem a lei.

• Mini-reforma eleitoral (2006) – Lei 11.300 – que reduziu gastos de campanha, eliminando brindes, showmícios e outdoor, entre outros.

• Fidelidade partidária (2007) – Decisão do STF sobre fidelidade partidária.

• Mini-reforma para (2009) – Lei 12.039 – autoriza a punição por evidência do dolo e amplia prazo para representar contra condutas vedadas a partir da eleição de 2010.

• Lei da Ficha Limpa (2010) – Lei Complementar 135 – incluiu novas hipóteses de inelegibilidade, inclusive a condenação em segunda instância, passando a considerar a vida pregressa do candidato para efeito de elegibilidade.

A julgar por este histórico, as reformas serão sempre graduais, com um passo de cada vez.

Entretanto, se houver empenho do governo, do Congresso e pressão da sociedade, há esperança que desta vez se avance: a) no fortalecimento dos partidos, dando-lhes consistência ideológica e programática; b) no combate à corrupção, com rápidas decisões administrativas e judiciais de punição aos corruptos e corruptores; c) na promoção de equilíbrio na disputa eleitoral, especialmente em relação ao acesso aos veículos de comunicação e recursos para a campanha, e d) na aproximação dos representantes dos representados.

* Jornalista, analista político, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), colunista da revista Teoria e Debate, idealizador e coordenador da publicação Cabeças do Congresso. É autor dos livros Por dentro do processo decisório – como se fazem as leis e Por dentro do governo – como funciona a máquina publica.

Outros textos do colunista Antônio de Queiroz*

Fonte: Congressoemfoco

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