Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, julho 20, 2010

Luiz Inácio, o cabo eleitoral

“Há quem diga que Fernando Henrique nem achava tão ruim que Lula vencesse Serra. Estava absolutamente convencido de que o PT daria com os burros n’água e que ele voltaria depois para botar ordem na casa”

Pode parecer um paradoxo dizer que alguém que esteve presente em todas as disputas presidenciais desde a redemocratização do país seja a grande novidade das eleições deste ano. Mas é isto mesmo: o presidente Lula é um fator novo de fundamental importância no pleito de outubro de 2010. Porque ele exerce nesta disputa um papel até então inédito – o do presidente da República como importante cabo eleitoral de seu candidato à Presidência.

Desde que recomeçamos a votar para escolher o ocupante do gabinete principal do Palácio do Planalto, em 1989, ou o presidente disputou a reeleição ou chegou à corrida pela sua sucessão aos frangalhos, sem muita condição de interferir de forma substancial no pleito. Pela primeira vez, temos um presidente no auge da sua popularidade dizendo às pessoas que ele tem um nome favorito para sucedê-lo. E essa novidade exibe contornos novos que ficaram completamente de fora nas eleições passadas.

Comecemos por um breve histórico dessa nossa experiência pós-ditadura militar. Em 1989, o presidente José Sarney era a mais impopular das criaturas. Tinha perdido completamente o controle da economia. O país vivia uma hiperinflação que as gerações pós-Plano Real nem conseguem entender. As histórias daquela época, de correr no supermercado para pegar os produtos antes que seus preços fossem remarcados, do salário corrigido todo mês, parecem conto de ficção científica para quem não viveu o período. Responsável por isso, Sarney era tão execrado em 1989 que todos os candidatos à sua sucessão faziam oposição a ele, até seu companheiro de partido, Ulysses Guimarães.

Na eleição seguinte, o vencedor em 1989 nem estava mais na Presidência. Fora deposto por conta do caso PC Farias. Fernando Henrique Cardoso era o candidato do governo, mas seu cabo eleitoral era o Plano Real. Ele nem era a escolha do presidente Itamar Franco, que lutara para que seu sucessor fosse o então ministro da Previdência, Antonio Britto. Fernando Henrique conquistou o posto porque era o ministro da Fazenda, e era a ele, mais que a qualquer outro, que estava vinculado o plano que trouxe estabilidade à economia brasileira.

Em 1998, houve o golpe da reeleição e Fernando Henrique disputou novo mandato. Talvez ele tivesse ali a popularidade necessária para ser cabo eleitoral do seu sucessor. Usou-a consigo mesmo e ganhou a reeleição no primeiro turno. Em 2002, já não era assim. O país estava mergulhado numa crise econômica, numa recessão que virou estagnação, para tentar evitar a volta da inflação. José Serra, o candidato governista, era contrário aos excessos recessivos cometidos pela equipe econômica. Seu discurso, assim, não era tão governista quanto Fernando Henrique gostaria. E o presidente ficou distante dos palanques. Há quem diga que ele, na verdade, nem achava tão ruim que Lula vencesse Serra. Estava absolutamente convencido de que o PT daria com os burros n’água e que ele voltaria depois para botar ordem na casa.

Bem, se era isso mesmo o que achava, Fernando Henrique quebrou a cara. Mais do que não fracassar, Lula acabou se tornando um sucesso, depois que contornou a crise do mensalão. Reelegeu-se em 2006 e tornou-se ainda mais popular em seu segundo governo. Do nada, criou sua candidata à Presidência. E estamos nós de volta ao atual cenário: todos os dias, todas as horas, sempre que possível, Lula está a postos para dizer à população que sua candidata é Dilma Rousseff.

Tudo o mais de importante que marca as eleições deste ano é consequência desse fato. A começar pela polarização, forjada na medida exata que Lula desejava para a disputa. O que está em jogo na cabeça do eleitorado é claramente o seguinte: de um lado, há alguém que diz que manterá o que foi feito por Lula nos seus oito anos de governo; de outro, está alguém que mudará as coisas.

A presença maciça de Lula ao lado de Dilma tem por objetivo reforçar na cabeça do eleitor que o jogo é mesmo esse descrito no parágrafo acima. E, dada a popularidade de Lula, isso é tudo o que Serra e a oposição não queriam. Daí porque é tão fundamental tentar estabelecer limites a essa participação de Lula.

Para o experiente Serra, seria fácil disputar com a neófita Dilma. O ideal para Serra seria conseguir estabelecer uma discussão em que os feitos de Lula ficassem à margem e ele pudesse apresentar uma disputa unicamente entre ele e Dilma, fora das circunstâncias. O problema é que Lula está por trás de Dilma, e ele faz questão de mostrar isso o tempo todo.

Enfim, a disputa com Lula no palanque de Dilma, como reclama a oposição, só é desigual para Serra porque Lula é popularíssimo. Se Lula vivesse hoje a situação experimentada por Sarney ao final de seu governo, era bem provável que Serra até soltasse foguetes toda vez que ele subisse no palanque de Dilma.

O fato é que a discussão sobre quais deveriam ser os limites de um presidente ao pedir votos para seu sucessor só surgem porque Lula é um cabo eleitoral que faz a diferença. Pode até ser que a Justiça eleitoral conclua ao final que Lula abusa. Mas o presidente não deixa de ter razão quando diz que a intenção de quem reclama é conseguir fazer com que ele pare de dizer que Dilma é a sua candidata.

Fonte: Congressoemfoco

Conheça toda a turma do dinheiro no colchão

Veja a lista completa dos Tios Patinhas das eleições: os candidatos a presidente, governador, vice e senador que disseram guardar em casa grandes somas de dinheiro

PMDB
Pergunta que não quer calar: por que Quércia guarda R$ 1,2 milhão em casa? Veja a lista dos Tios Patinhas das eleições majoritárias

Rudolfo Lago e Thomaz Pires

Candidato a senador em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia é uma pedra no sapato para seu partido, o PMDB. Enquanto seu companheiro de estado e de legenda, o presidente da Câmara, Michel Temer, é o candidato a vice de Dilma Rousseff, Quércia apoia a candidatura de José Serra, do PSDB, e está na chapa que pretende levar Geraldo Alckmin de volta ao governo de São Paulo. Quércia declarou à Justiça eleitoral possuir R$ 1,2 milhão em espécie guardados na sua casa. Se ele trocar essa dinheirama em notas de R$ 2, a de menor valor hoje em circulação, ficará com 600 mil notas. Cada uma delas tem 14 centímetros de comprimento. Se Quércia colocar uma nota na frente da outra, percorrerá nada menos que 84 quilômetros. Certamente é o suficiente, com sobras, para conduzir Alckmin de sua casa até o Palácio dos Bandeirantes no dia 1 de janeiro, se for eleito, pisando em dinheiro.

Somente a possibilidade de concretizar desejos estranhos como o descrito acima pode explicar, nos dias de hoje, o gosto por guardar tanto dinheiro em espécie em casa. A trilha de notas sugerida para Quércia é algo tão bizarro quanto a piscina de patacas do Tio Patinhas. Num país sem inflação, com um sistema bancário sólido, por que tantos candidatos declaram à Justiça eleitoral guardar volumes tão altos de grana viva em casa?

Pode não servir para explicar tudo, mas declarar altas somas de dinheiro fora do sistema bancário ajuda a acertar contabilidades que, de outras formas, não fechariam. É impossível verificar a existência de tal dinheirama. Se alguém quiser atestar se de fato o dinheiro existe, bastará ao dono dizer que o gastou na véspera. Será simplesmente impossível rastrear-se para saber se é verdade. Guardar altas quantias em casa, porém, não é algo irregular. É um fato. E a explicação dada por todos os candidatos que assim fazem para explicar tal hábito. A começar pela candidata do PT, Dilma Rousseff, que diz ter R$ 133,3 mil no seu cofre, ou no seu colchão.

Quércia é o dono do colchão mais polpudo, mas está longe de ser o único dos candidatos a cargos eletivos em outubro que revela ter esse estranho hábito. O Congresso em Foco levantou toda a turma do dinheiro no colchão que disputa este ano cargos majoritários. Ficaram de fora os descrentes no sistema bancário que concorrem para o Legislativo, como deputados federais, distritais ou estaduais.

Depois de Quércia, quem possui a maior fortuna fora dos bancos é Nilo Coelho, candidato a vice-governador de Paulo Souto, do PSDB, na Bahia. Ele afirmou ter R$ 912,6 mil em casa. O senador Romero Jucá (RR), líder do governo, é outro caso curioso: diz ter R$ 548 mil guardados em casa. Isso representa nada menos que 89% de tudo o que Jucá declarou. A menor quantia declarada pertence a Toninho do Psol, candidato a governador do Distrito Federal, que disse ter em casa R$ 2 mil.

Veja a lista de todos os Tios Patinhas que disputarão as eleições majoritárias este ano

Fonte: Congressoemfoco

Serra tá debochando com essa história de Ministério do Acarajé

Li no Blogão do Pereira. Depois de prometer, em Itabuna, criar o Ministério do Acarajé e cancelar um comício por falta de público, o candidato Serra prometeu distribuir gratuitamente cestas básicas e remédios para o povo carente. Prometeu distribuir enxovais às mulheres grávidas, criar outro programa para concorrer com o Bolsa Família chamado Bolsa Extra, outro para substituir o ProUni beneficiando estudantes de cursos técnicos e voltou a prometer dobrar o Bolsa Família inclusive com aumento do valor distribuído ás famílias.

Serra está debochando de todo mundo. A promessa de distribuir remédios e cestas básicas pegou um de seus assessores de surpresa. Ninguém sabia disso, ele inventou na hora.

Serra está desequilibrado. Não está pensando bem o que diz. É o perfeito biruta de aeroporto. Cada dia fala coisa diferente, cada dia muda de direção, como o vento. Agora, exagerou. Para completar, concordou com a injúria de seu vice, Índio da Costa, que disse que o PT tem “ligações” com a guerrilha colombiana.

Serra é tão desonesto que promete distribuição de renda quando em seu governo nunca investiu nisso. Nem cadastrar as famílias carentes de São Paulo ele se interessou. Há quem diga que ele chegou a boicotar o Bolsa Família, assim como boicotou o Minha casa Minha Vida.

Não dá para levar Serra a sério.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

Leia a carta do ex-governador Waldir Pires apoiando EMILIANO 1331 para deputado federal

OTO PARA EMILIANO 1331

Quero pedir licença às minhas amigas e meus amigos, companheiras e companheiros, de tantas lutas e de esperanças e sonhos que não morrem, jamais, e que, ao longo do tempo, ao contrário, até se vão fortalecendo na alma e na vontade política, experiente, endurecida, insistente, para dizer-lhes da escolha que farão para a composição da representação da Bahia, na Câmara dos Deputados, nestas próximas eleições de outubro.

Temos muita gente boa, disponível, na batalha eleitoral que se travará.
A Câmara dos Deputados, como o Senado, são os dois núcleos do Poder Legislativo nacional, que terão papel decisivo, no êxito, ou não, da continuidade do instante nacional bonito, afirmativo, que estamos vivendo.

Consolidar, avançar, aprofundar as conquistas democráticas que o governo do presidente Lula realiza em grau maior, e diferenciado, que qualquer outro governo no passado, para a inclusão crescente, na sociedade humana brasileira, das grandes maiorias do nosso povo, inclusão que é preciso seja a da cidadania real, consciente, participativa, reivindicativa.

Isto é, as pessoas podendo comer, alimentar-se, morar, trabalhar, criar os filhos, dispondo de meios para educá-los e dotá-los de condições que lhes viabilizem as oportunidades da vida. Isto é, construir Democracia.

A Democracia já não pode mais ser uma utopia. Uma aspiração distante, frágil, visualizada no horizonte. Nem mais pode continuar, aos olhos do povo, mentirosa e enganadora, fria, porque restrita a regras formais, jurídicas, que não são aplicadas, na realidade cotidiana, pelos donos do poder.

Liberdades e igualdades proclamadas, que não existem, salvo para os que têm dinheiro, porque estão incorporadas à Constituição, aos códigos, às leis, na sociedade real, que é, na verdade, de prática ainda excludente.

A Democracia é, hoje, uma idéia-força, motora, indispensável à construção das transformações sociais e da convivência humana, em paz. Proclamadora da dignidade da pessoa humana, que é o fim, e não o objeto, da sua inteligência criadora nas artes, na ciência, na tecnologia, a serviço da Humanidade.

O caminho, agora, aberto pelo governo do presidente Lula há de ser consolidado e avançará no governo de Dilma, candidata de Lula e nossa à presidência da República, com apoio de um Congresso que seja digno, honrado e ético.

Por isso, quero falar-lhes sobre a candidatura de Emiliano José a Deputado Federal, ao lado de diversos outros companheiros capazes. Conheço Emiliano e o observei e o vi agir e lutar desde minha volta à Bahia, em 1979, com a decretação da Anistia e a restauração dos meus direitos políticos cassados, na primeira lista da Ditadura, em abril de 1964.

Emiliano, ainda muito moço, era já conhecido e respeitado jornalista dos nossos jornais diários e dos que são do sul do País. Corajoso e intrépido combatente na luta contra a ditadura, preso durante quatro anos, torturado, tendo sofrido as brutalidades da ignomínia ditatorial, voltou à liberdade íntegro, na cabeça e no coração, no patriotismo e na visão aberta da sociedade justa e livre.

Professor universitário e doutor pela UFBA, trabalhador incansável. Bom escritor. Ajudou-me, no meu governo, quando exerceu o mandato de deputado estadual, como vereador de Salvador, novamente deputado estadual e, por último, durante um ano, como deputado federal, recentemente.

Emiliano tem uma excelente trajetória de vida e de trabalho, minhas amigas e meus amigos. Mas é, sobretudo, para mim, a confiança, no mérito e na retidão, de que teremos um grande representante da Bahia, no Parlamento Brasileiro, para a construção do Estado Democrático Brasileiro livre, justo e próspero, indispensável para a construção da sociedade democrática brasileira livre e justa.

Peço-lhe o voto para Emiliano 1331

Waldir Pires

Fotos do dia

A gata Amanda Alves é modelo desde os 12 Equipes de resgate buscam sobreviventes em acidente de trem na  Índia Lei municipal proíbe cartazes com imagens pornográficas
Felipão dirige treino do Palmeira ontem à tarde O presidente do Santos, Luiz Alvaro de Oliveira Ribeiro, apresenta o  jogador Keirrison A Escola Estadual Deputado Geraldino dos Santos, pior colocada no  Enem

Leia Notícias do seu time

vencer


    • Corinthians
    • São Paulo
    • Palmeiras
    • Santos
    • Portuguesa
    • Guarani
    • Ponte preta
    • São Caetano
    • Santo André
    • Prudente
    • Paulista
    • Bragantino
    • Flamengo
    • Vasco
    • Fluminense
    • Botafogo
    • Grêmio
    • Internacional
    • Cruzeiro
    • Atlético Mineiro

Justiça dá benefício especial a servidor

Bernardo Moura
do Agora

Os servidores estaduais podem conseguir na Justiça o direito à aposentadoria especial -que antecipa o benefício em cinco anos para quem exerceu atividade insalubre (exposto a riscos para a saúde). O Tribunal de Justiça de São Paulo já tem decisões favoráveis e o julgamento pode sair em oito meses, de acordo com advogados.

A Spprev (São Paulo Previdência) afirmou ao Agora que tem concedido aposentadorias especiais aos servidores que entraram com um pedido no STF (Supremo Tribunal Federal). Isso porque o tribunal, no ano passado, emitiu um mandado de injunção (utilizado para regulamentar um artigo constitucional que ainda não foi votado pelos congressistas) dando direito à aposentadoria especial aos servidores que exercem atividade insalubre. Assim, está ainda mais fácil conseguir o benefício.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora

Advogados de defesa vão tentar impedir júri popular no caso Amanda Rossi

Defensores irão recorrer no Tribunal de Justiça. Eles alegam falhas na investigação policial e a falta de provas que coloquem os suspeitos na cena do crime

19/07/2010 | 11:49 | daniel costa

Os advogados de defesa de Alan Henrique e Luiz Vieira da Rocha, suspeitos de assassinar a estudante Amanda Rossi, encontrada morta dentro da casa de máquinas da Universidade Norte do Paraná (Unopar) em 27 de outubro de 2007, irão recorrer da decisão da Justiça que determina a realização de um júri popular.

O recurso será encaminhado ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). Os defensores alegam falhas na investigação policial e falta de provas que coloquem os acusados na cena do crime. O julgamento deve ser realizado somente em 2011.

saiba mais
Suspeitos de matar estudante irão a júri popular
Pai de Amanda diz que júri popular "é o ínicio da justiça"

Para o pai da estudante Amanda Rossi, Luiz Carlos Rossi, a decisão da Justiça de levar os três suspeitos do assassinato da filha a júri popular é “o início da justiça”. Ele revelou que essa notícia era esperada.

Rossi disse que conversou com Dayane, quando ela já estava presa, e ela revelou detalhes que conferem com a investigação policial. “Eles devem ir mesmo a julgamento, e acredito que eles serão condenados a pena máxima. Não tenho dúvidas de que foram os três que fizeram essa barbaridade com a minha filha”, declarou.

Luiz Carlos Rossi também revelou acreditar que os suspeitos revelem o nome do mandante do assassinato durante o julgamento. No entanto, a falta do autor intelectual do homicídio e o motivo crime ainda provocam muita dor.

Clique aqui e leia a matéria completa

O JL teve acesso ao pronunciamento da juíza Elizabeth Kather, da 1ª Vara Criminal, que classificou o crime como triplamente qualificado, por motivo torpe (mediante promessa de recompensa), cruel (mediante esganadura) e dissimulado (sem chances de defesa da vítima). A pena máxima pode chegar a 30 anos.

Dayane de Azevedo, que é ré confessa, também irá a júri popular. O depoimento dela é a prova mais contundente utilizada pela acusação contra Rocha e Henrique. A moça apontou os dois como executores do assassinato da estudante. A reportagem não conseguiu falar com o advogado que defende Dayane.

Para o defensor de Alan Henrique, citado como o executor direto do homicídio, Laércio dos Santos Luz, a decisão já era esperada.

O advogado diz que as prisões, que ocorreram no final de 2008, foram “precipitadas” e tanto a polícia quanto o Ministério Público não quiseram voltar atrás desta decisão. Luz ressaltou que, com esta medida, as “autoridades jogaram para o júri a decisão”. “Com certeza absoluta meu cliente será absolvido no Tribunal. Não há nenhum elemento para condená-lo”, argumentou.

Luz destacou que as investigações ficaram “pela metade”, pois, em depoimento, Dayane revelou o nome de uma professora como a mandante do crime. “Contudo, nada foi feito contra ela. Já o meu cliente está preso injustamente”, disse. Ele ainda acrescentou que Henrique não apareceu em nenhuma das imagens das câmeras de segurança da universidade gravadas no dia do crime. “As imagens mostram a Amanda na quadra, mas não mostram o Alan. Como ele pode ter matado a estudante se ele não estava lá?”, questiona.

O novo defensor de Luiz Vieira da Rocha, que teria dado cobertura a Henrique, Jeferson da Cruz Costa, afirmou que há vários elementos a serem explorados pela defenda, mas “que ainda não podem ser revelados”. Porém, ele afirmou que não há provas materiais que o coloquem na cena do crime.

Promotoria acredita na condenação

Em entrevista ao JL, na semana passada, a promotora criminal Suzana Lacerda afirmou que as provas contra os três suspeitos são consistentes e a condenação deles é possível. Ao ser questionada sobre a falta de uma prova material que ligue os suspeitos ao crime, ela citou como exemplo o caso do goleiro Bruno. “Este caso [o da Amanda] é um crime que ninguém viu. Então não vamos ter uma cidade de testemunhas. A partir do depoimento da Dayane foi montado um quebra-cabeça com todas as dificuldades de investigação”, afirmou.

Suspeitos devem continuar presos

Na sentença, a juíza Elizabeth Kather declarou que Dayane Azevedo, Luiz da Rocha e Alan Henrique devem continuar presos até a realização do julgamento. Segundo ela, “os réus são pessoas perigosas, haja vista a gravidade do delito, em tese, cometido pelos mesmos, sendo que foram protagonistas de um crime de gravidade indiscutível, mostrando-se nocivos ao meio social. (...) É oportuno esclarecer que os réus em liberdade representam verdadeiro descrédito à Justiça, assim como, geram comoção e insegurança na população.”

Brasil é 12º país mais feliz do mundo, segundo pesquisa

Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda lideram. Brasil está empatado com o Panamá e logo à frente dos EUA e da Áustria

19/07/2010 | 13:41 | G1/Globo.com

O Brasil é o 12º país mais feliz do mundo, segundo uma pesquisa Gallup feita pela revista Forbes em 155 países e publicada na semana passada.

O ranking tem a Dinamarca como líder, seguida de Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda.

Ele foi feito a partir de entrevistas realizadas entre 2005 e 2009.

As perguntas, segundo a revista, levavam os entrevistados a avaliar sua satisfação geral com suas vidas.

Depois, fazia perguntas específicas a respeito do passado recente. As perguntas levavam a classificar os entrevistados em três graus de satisfação, indo da felicidade ao sofrimento.

No Brasil, 58% dos entrevistas disseram-se felizes, 40% disseram estar "na batalha" e apenas 2% disseram estar sofrendo. A "nota geral" ficou em 7,5. O país ficou empatado com o Panamá e logo à frente dos Estados Unidos.

Os pesquisadores chegaram à conclusão, segundo a revista, que a resposta no que diz respeito à satisfação geral estão relacionadas com a riqueza do país. Mas, no que diz respeito ao passado recente, ela reflete mais a satisfação das necessidades psicológicas e sociais, e não necessariamente o bem estar econômico. Clique para ler o ranking, em inglês, no site da Forbes.
Fonte: Gazeta do Povo

O amigo do Zorro

Carlos Chagas

Pelo antigo Código Civil de Clóvis Bevilacqua, índio era considerado incapaz. Carecia de direitos políticos. Ressurgindo do passado, eis aí um exemplo de incapacidade total do Índio da Costa, feito candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra, sabe-se lá porque desígnios da Providência, da tucanagem ou dos salvados do PFL.

O indigitado silvícola acaba de definir Dilma Rousseff como “atéia e esfinge do pau oco”, acusando também o PT de “ligado às Farcs e ao narcotráfico, o que há de pior”.

Convenhamos, no nome o personagem lembra o amigo do Zorro, o Tonto. No comportamento, ultrapassa qualquer medida de bom-senso. Se denunciado e chamado a comprovar as acusações em juízo, acaba parando na cadeia.

Ignora-se a reação de José Serra diante de seu parceiro. Uma forma de interromper essa cascata de aleivosias seria mantê-lo afastado da campanha, mas como ninguém poderá garantir o seu silêncio, melhor a iniciativa oposta: amarrá-lo ao candidato presidencial, mas amordaçado, com direito apenas a abanar a mão para as platéias.

A gente se pergunta como o PSDB aceitou a indicação de Índio da Costa e, pior ainda, como o DEM ousou indicá-lo. Há quem suponha a vingança dos Maia, César e Rodrigo…

Arca de Noé

Na atual fase da campanha, José Serra obriga-se a construir e navegar numa Arca de Noé, reunindo nela cobras, escorpiões, ovelhas, coelhos e sardinhas. Para enfrentar os efeitos do dilúvio desencadeado pelo presidente Lula, outra saída não haverá senão tentar conciliar o inconciliável. Não pode rejeitar o apoio dos neoliberais, muito menos a legião dos que recebem o bolsa-família. Deve dar razão aos estatizantes e aos privatizantes. Precisa tecer loas ao capital e ao trabalho. Até para com os fumantes deve ser condescendente, para não falar nas exigências dos nordestinos, dos amazônidas e dos gaúchos.

O problema, para o ex-governador de São Paulo, é evitar o sentido plebiscitário das eleições, ou seja, não pode insurgir-se contra Jeová e maldizer as águas que ainda sobem. Melhor continuar navegando e esperar que no segundo turno alguma pombinha retorne com uma planta no bico, prenunciando o fim da tempestade. Nem a História nem a Bíblia particularizam como Noé reconstruiu a civilização, mas a verdade é que a Humanidade sobreviveu. São as esperanças do candidato.

Livro-bomba

Em Brasília, não apenas os políticos andam perdendo o sono e os cabelos. Empresários também, dos grandes. Até figuras exponenciais do society demonstram pavor, sem falar de jornalistas.

Tudo por conta do livro que o ex-governador José Roberto Arruda já escreveu e aguarda o momento de ser editado, contando a sua versão sobre os escândalos que o despacharam do poder para a prisão.

Imaginou-se o texto vindo a público antes das eleições de outubro, para prejudicar muita gente, mas a vingança de Arruda parece mais sutil. Publicar depois das posses o envolvimento de tanta gente nas trapalhadas aqui verificadas será bem mais letal. O ex-governador está para a capital federal mais ou menos como os trabalhadores da Europa estavam para o Manifesto Comunista de Marx e Engels: não tem nada a perder…

Fonte: Tribuna da Imprensa

Duas delegadas são afastadas após vídeo de Bruno vazar

Agência Estado

A Polícia Civil de Minas Gerais informou na segunda-feira, 20, que foi afastada do caso a delegada Ana Maria Santos, da Delegacia de Homicídios de Contagem, onde foi instaurado o inquérito sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. Mais cedo, havia sido divulgado o afastamento da delegada Alessandra Wilke, do mesmo setor. O delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação, passar a presidir o inquérito. A decisão foi anunciada pelo chefe da Policia Civil de Minas Gerais, Marco Antonio Monteiro.

A medida foi tomada em função do vazamento e da divulgação de um vídeo na TV Globo em que o goleiro Bruno Fernandes Souza faz comentários sobre o caso e, inclusive, diz desconfiar que seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, estaria envolvido no desaparecimento de Eliza, ex-amante do atleta. O vídeo foi gravado durante a transferência de Bruno e Macarrão do Rio de Janeiro para Belo Horizonte em uma aeronave da polícia. "Determinei à Corregedoria-Geral de polícia a instauração de sindicância para apurar, em no máximo 24 horas, com todo rigor o referido fato", disse o chefe da Policia Civil.

Macarrão e Bruno foram levados na segunda da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para o Departamento de Investigação, onde permaneciam até o início da noite. Mais uma vez, a orientação dos advogados era que eles não respondessem nenhuma pergunta. Apontada como amante do jogador e também investigada no inquérito, Fernanda Gomes Castro chegou à capital mineira no sábado e deverá ser ouvida ainda nesta segunda-feira. Em vários depoimentos, Fernanda é citada.

Advogados - Em depoimento prestado na última sexta-feira, Dayanne Souza, mulher do goleiro Bruno Fernandes, afirmou que viu Eliza Samudio no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), no dia 7 e no dia 10 de junho, segundo informouna segunda o promotor Gustavo Fantini, do Ministério Público Estadual (MPE). A afirmação de Dayanne, que constituiu uma nova defesa, pode mudar o rumo das investigações, já que a policia trabalha na hipótese de Eliza ter sido assassinada no dia 9. Dayanne disse ainda que o próprio Bruno, no dia 10, entregou o bebê - suposto filho do jogador com a jovem - para ela alegando que precisava voltar ao Rio e em seguida viajar.

Segundo o MPE, Dayanne resolveu prestar depoimento antes de falar em juízo após conversar com familiares. Com o argumento de que não tem participação no desaparecimento e possível morte da ex-amante do marido, ela resolveu se pronunciar e também contratou outro escritório de advocacia, dispensando Ércio Quaresma - que defende Bruno e outros cinco suspeitos. Conforme Walquer Azevedo, um dos novos advogados de Dayanne, a mudança foi necessária por conflito de interesses. "A partir deste momento (em que trocou os advogados), ela teve orientações da defesa respeitando sua vontade. E qual é a vontade dela? Falar, até onde sabe", disse. Quaresma disse que irá tentar retomar a defesa da ex-cliente, que, segundo ele, teria sido coagida pelo delegado Edson Moreira a contratar nova defesa.

O advogado também denunciou na segunda que seu cliente, o Macarrão, foi agredido com um tapa no peito no interior do Departamento de Investigação. Segundo ele, além do tapa, Macarrão foi jogado no chão. Quaresma disse que seu cliente foi agredido pelo delegado Julio Wilke, quando perguntado se queria trocar de advogado. A assessoria da Polícia Civil negou a acusação.
Fonte: A Tarde

segunda-feira, julho 19, 2010

Disparidade entre o (des)governo municipal de Jeremoabo, com falcatruas em uma centena de processos de corrupção e improbidades. A charge traduz tudo!


STJ absolve ladrão de galinha avaliada em R$ 10

Um homem condenado pela Justiça mineira a um ano de prisão e pagamento de 10 dias-multa por furtar uma galinha foi absolvido pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

De acordo com os autos, em fevereiro de 2006, o acusado invadiu o quintal do vizinho e furtou a galinha, levando-a debaixo do braço. Alertada por um telefonema anônimo, a Polícia Militar foi até o local e prendeu o denunciado em flagrante delito, ainda de posse da galinha.

Com alegação de atipicidade material da conduta, valor ínfimo, avaliado pelo polícia em R$ 10, do bem subtraído e irrelevância do fato, a Defensoria Pública entrou com pedido de Habeas Corpus no STJ para pedir a suspensão do mandado de prisão e a absolvição do acusado.

De acordo com o relator, ministro Jorge Mussi, não há como reconhecer a tipicidade material, já que o animal furtado foi infimamente avaliado e não há notícia de prejuízo sofrido pela vítima. Assim, por unanimidade, a Turma acolheu o pedido da Defensoria e absolveu o acusado, com base no artigo 386 do Código de Processo Penal. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

Revista Consultor Jurídico,

Quem confia em liminar para disputar assume risco

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, tem esperança de que o projeto Ficha Limpa seja mantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as eleições deste ano. As informações foram concedidas aos repórteres Diego Abreu e Leonardo Cavalanti, do jornal Correio Braziliense.

“Toda lei apresenta lacunas, mas, no geral, o Ficha Limpa milita no sentido de propiciar a moralização dos costumes políticos”, disse, em entrevista ao Correio na tarde da última quarta-feira (14/7), em seu amplo gabinete. Na manhã daquele dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia elogiado a candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, em evento oficial. Na plateia, Lewandowski observava de forma atenta. O magistrado reiterou que a lei eleitoral não permite que governantes façam campanha em horário de expediente. “Certamente ele responderá, eventualmente, pelos excessos que cometeu”, disse o ministro.

Por conta repercussão das declarações feitas por Lula em favor de Dilma, optou-se por publicar as respostas sobre os elogios do presidente na edição de quinta-feira. Outros temas de relevância urgente para o eleitor, como o próprio Ficha Limpa e a reforma política.

Leia a entrevista concedida ao Correio Braziliense.

O senhor está esperançoso em relação a Lei da Ficha Limpa?
A lei está em pleno vigor. É possível que um ou outro aspecto dela venha a ser questionado futuramente, não apenas no STF, mas também no TSE. Isso é normal, porque nenhuma lei é perfeita. Toda lei apresenta lacunas, mas no geral é uma lei que milita no sentido de propiciar a moralização dos costumes políticos.

Há o risco de o STF entender que a lei não poderia entrar em vigor já em 2010?
Teoricamente, esse risco sempre existe, mas essa lei foi examinada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado, pelo TSE e pela presidência da República. Portanto, quatro órgãos de grande expressão político-institucional já se manifestaram pela constitucionalidade. O STF vai dar a última palavra em termos de constitucionalidade.

Quem foi condenado por órgão colegiado, cassado pela Justiça Eleitoral ou que tenha renunciado não poderá se candidatar de maneira alguma?
Se tiver enquadrado em um dos dispositivos da lei nesses termos está impedido de se candidatar. Esse é o entendimento do TSE.

As liminares então não fazem sentido?
As liminares são dadas quando há uma plausibilidade, quando o candidato corre o risco de sofrer uma injustiça. Agora, no TSE e no Supremo o número de liminares negadas foi muito maior que o de concedidas.

Um candidato "ficha suja" que hoje tem uma liminar que garante que ele participe da eleição corre o risco de, se eleito, ter o diploma logo cassado?
Sem dúvida nenhuma. Se concorrer com uma liminar, ele pode se registrar, faz toda a campanha, mas por sua conta e risco. Se, futuramente, em uma decisão definitiva, chegar a uma conclusão de que ele não teria o direito de concorrer, ele perderia o seu mandato. A Lei da Ficha Limpa aumentou o número de candidatos que podem correr esse risco.

Como vai ficar a regra da verticalização dos presidenciáveis na propaganda dos estados?
Houve uma primeira consulta do PPS, respondida num determinado sentido, mas existem outras protocoladas aqui na Casa. Essa questão terá de ser examinada em agosto, sob os seus múltiplos aspectos, porque é complexa. Por enquanto, não há nenhum pronunciamento definitivo do TSE sobre a propaganda no que tange à verticalização, até porque as consultas são perguntas formuladas abstratamente e respondidas numa sessão administrativa. Elas não têm a mesma força que uma decisão proferida numa sessão jurisdicional, num caso concreto. Teoricamente, entendo que a verticalização é algo que imprime uma certa lógica e coerência ao processo eleitoral, pois permite que o eleitor balise seu voto, segundo uma ideologia. Mas temos que reconhecer que houve uma emenda constitucional que acabou com a verticalização. Inclusive, contrariando entendimento assentado da Justiça Eleitoral. Se não há mais verticalização obrigatória com relação às coligações, é possível exigir-se a verticalização da propaganda eleitoral. É a questão que o TSE vai responder em agosto.

Depois de dada a resposta a consulta do PPS, houve muita reclamação dos partidos e advogados eleitorais. O senhor vê disposição dos outros ministros em mudar a decisão inicial e por que rever essa questão, já que o tema já foi respondido?
Foi respondida em termos muito abstratos, e não em casos concretos. Como existem outras consultas pendentes, entendemos que, dada a complexidade da questão e a repercussão que a resposta do TSE pode ter, seria conveniente respondermos todas as questões em conjunto.

Seria incoerente a Dilma não participar da propaganda eleitoral no estado de um petista ou o Serra não participar da propaganda de um tucano?
Uma coisa é responder isso em tese. Outra coisa é responder isso a luz da legislação. O TSE ainda não respondeu isso definitivamente. Eu me permito apenas me pronunciar após a resposta do plenário. Eu tenho uma opinião isolada, que não representa a opinião do plenário, que é composto por sete ministros.

Três governadores eleitos em 2006 acabaram cassados só no fim do mandato. O que se pode fazer para a Justiça Eleitoral se tornar mais ágil?
Penso que a nossa legislação processual, de modo geral, e a processual eleitoral está muito defasada. São regras esparsas que permitem que o processo se prolongue por um espaço de tempo muito grande. Há um excesso de recursos. Muitas vezes a cassação ocorre no final do mandato do político, o que gera uma frustração muito grande para a cidadania e para a Justiça Eleitoral. Existe uma comissão montada no Senado para rever a legislação eleitoral e nós estamos na nossa escola eleitoral fazendo estudos para contribuir com o Congresso Nacional no sentido de reformar essa legislação.

Qual o próximo desafio para o Congresso em relação à reforma política?
Temos que disciplinar melhor a questão das doações para as campanhas. Num primeiro momento, me inclinei no sentido de entender que fosse o momento de adotarmos o financiamento público. Mas me deparei com o fenômeno representado pelas doações individuais na campanha presidencial norte-americana, que foram feitas por cidadãos que foram absolutamente cruciais para o sucesso e a vitória do presidente Obama.

Isso mudou a cabeça do senhor?
Isso realmente mudou o meu pensamento no sentido de entender que as doações dos indivíduos, do cidadão, dos eleitores, representam um direito político. Talvez possamos eveluir no sentido de admitir as doações privadas, mais de pessoas físicas e não de pessoas jurídicas. Complementada com um percentual de dinheiro do fundo partidário.

Esse seria o principal ponto, para o senhor, na reforma política?
Há outras questões importantes. Sou favorável ao voto distrital misto. É importante. O eleitor debate com o seu candidato numa circunscrição eleitoral menor. É possível uma aproximação maior do candidato, um debate de ideias, projetos e programas. Este é um modelo que deu certo nos países mais avançados em termos democráticos. É preciso discutir também a questão do voto facultativo. Eu não sou absolutamente favorável ao voto obrigatório, acho que não deve ser uma obrigação permanente. É algo transitório. Nesse momento histórico em que estamos numa democracia ainda em fase de amadurecimento, o comparecimento dos eleitores de forma maciça às urnas é muito importante para dar legitimidade aos eleitos.

Mas aí teria um momento em que não seria mais necessário o voto obrigatório?
É possível, se o Brasil atingir tal nível de conscientização do eleitor, que isso se torne desnecessário. No momento em que tivermos partidos mais ideológicos, mais programáticos, que atraiam o eleitor às urnas, é possível que nós possamos dispensar o voto obrigatório, no futuro.

Qual o principal desafio para essas eleições de 2010?
O grande desafio é que tenhamos uma campanha em alto nível, sem agressões pessoais, sem transgressões mais graves à legislação, onde se debata ideias, programas e projetos.

Qual a avaliação do senhor dessas duas primeiras semanas de campanha?Estou surpreendido pelo fato de que não tivemos incidentes mais graves. Estou antevendo uma eleição relativamente tranquila?

Mesmo com esse discurso do presidente Lula?
Pode haver uma ou outra provocação de parte a parte, mas isso faz parte do jogo.

Como o senhor vê o voto biométrico?
Esse é um grande avanço. Temos um milhão de eleitores registrados pelo sistema biométrico. Em 2017, segundo as nossas previsões, todo o eleitorado estará cadastrado biométricamente. Isto vai dispensar a exigência que foi introduzida pela minirreforma eleitoral, de uma dupla identificação do eleitor. Agora, a lei prevê que além do título de eleitor, ele deve apresentar também uma cédula de identidade com foto.

Essa exigência não vai confundir o eleitor e prejudicar as eleições?
Isto sem dúvida nenhuma é um fator de complicação. Essa exigência não existia, mas o Congresso Nacional, considerando a dimensão do país, o número de eleitores, entendeu que isso é uma forma de evitar fraudes, equívocos, burlas. Então, é uma exigência que não é da Justiça Eleitoral, mas do Congresso Nacional.

O Congresso, ao avaliar isso, está colocando em dúvida as últimas eleições?
Talvez nos rincões mais remotos do país, é possível que tenham acontecido alguns problemas. E o Congresso Nacional deve ter querido evitar esses problemas. Mas pela evolução natural do nosso sistema tencológico, isto vai desaparecer completamente.

Reportagem recente do Correio Braziliense mostrou que mesmo com a identificação biométrica, a migração eleitoral continua de uma forma muito expressiva. Em Timbaúba dos Batistas (RN), município de 2 mil eleitores, houve 100 contestações do Ministério Público depois da revisão, que considerou como migração eleitoral fraudulenta…
Quando o sistema estiver todo completado, não será mais possível haver dois votos por eleitor, porque o sistema rejeitará. Dois eleitores com a mesma identificação biométrica, com a mesma impressão digital, um desses votos será anulado ou os dois.

Mas essa migração continua…
Quando o sistema estiver aperfeiçoado essas eventuais lacunas serão superadas. Mas é claro que a Justiça Eleitoral, eu sempre digo, não age. Ela reage. É preciso que haja a fiscalização por parte do eleitorado, dos partidos políticos, dos candidatos e por parte dos Ministério Público. É claro que em cada comarca há um juiz eleitoral, mas ele não está onipresente. Precisamos da colaboração da sociedade como um todo para apreferçoar o nossos sistema político. Se fraudes existem é porque existe de certa maneira a cultura da fraude em determinados locais do país. Isso precisa ser eliminado, é um problema sócio-cultural. Não é só um problema jurídico-eleitoral.

Como o senhor vê as regras para as eleições na internet neste ano?
A internet é um grande avanço não só a nível nacional, mas a nível internacional, porque é um instrumento para aperfeiçoar a liberdade de expressão do cidadão. Temos hoje regras que permitem uma utilização bastante generosa da internet. A lei proíbe apenas o anonimato, a propaganda paga, a propaganda feita a partir de órgãos governamentais ou de pessoas jurídicas. No mais, a internet está liberada. E claro que existem também aquelas limitações previstas nas lei civil e penal, que diz que não se admitirá ofensas pessoais.

Nas cidades atingidas pela chuva em Alagoas e Pernambuco, as eleições correm risco?
Estive na semana passada em Pernambuco, visitei as regiões alagadas, conversei com as autoridades, inclusive as militares. E temos assegura a plena colaboração de todos. (Depois da entrevista, o ministro também visitou municípios alagoanaos). Se for necessário, serão montadas barracas para substituir os locais de votação distruídos pelas inundações. A situação está sob controle. Em Pernambuco, teremos a reimpressão de todos os títulos eleitorais que foram perdidos. As autoridades estaduais também colaborarão para expedir a segunda via das cédulas de identidade. E o mesmo vai ocorrer em Alagoas.

O que fazer com os processos que foram destruídos pela chuva?
Existe na legislação processual um expediente chamado restauração dos autos. Vamos procurar restaurá-los na medida do possível. Isso é muito comum. Às vezes os processos se perdem, mesmo sem ser por força de calamidade.

Já existe denúncia do MP contra candidatos oferecendo cestas básicas para essas pessoas que evidentemente precisam de ajuda...
Isso será coibido com muito rigor. Isto é captação ilícita de sufrágio. O TSE e a Justiça Eleitoral têm sido extremamente rigorosos com essa prática que é proibida, é ilícita. Gerará consequências gravíssimas para aqueles que praticaram essa conduta.

Dentro da minirreforma eleitoral, também foi aprovada a impressão dos votos, que entra em vigor só em 2014. Como o senhor vê essa obrigação?
Considero o voto impresso um retrocesso muito grande. É algo que preocupa a Justiça Eleitoral, porque pode levar a identificação do eleitor, quebrando o princípio constitucional do sigilo do voto. Outro aspecto muito grave é que em algumas regiões do país, onde há maior umidade, como no Norte, o rolo em que são impressos os votos costumam embolar na máquina. Aí é preciso abrir a máquina, quebrando definitivamente o sigilo.

Há tempo para reverter isso?
Isso depende do Congresso Nacional ou de eventualmente esse dispositivo ser questionado no STF quanto a sua constitucionalidade. É como acoplar um instrumento a vapor em um avisão a jato.

Por que seria possível identificar o voto do eleitor?
Porque cada voto tem um código.

E o voto em trânsito vai pegar?
Essa é uma novidade positiva. Aqueles que estiverem fora de seu domicílio eleitoral, desde que se registre nos cartórios eleitorais (até 15 de agosto), poderão votar para presidente da República em trânsito.

Revista Consultor Jurídico

Tapar o sol com a peneira

Se a intenção dos nobres deputados é realmente fazer com que pobres e ricos paguem impostos em patamares mais próximos, então se deve buscar a reforma tributária. Mais um imposto é simplesmente tapar o sol com a peneira"

Luciano Medina Martins*

É surpreendente ver como o cidadão contribuinte é permanentemente tratado como um idiota desinformado e sem capacidade crítica. A proposta de imposto sobre grandes fortunas da Deputada Luciana Genro (PSOL/RS), relatado pelo Deputado Régis Oliveira (PSC/SP), vem justificado por uma lógica que parece ignorar que o Brasil é reconhecidamente um dos mais confusos, pesados e tirânicos sistemas tributários do mundo.

No Brasil, os pobres pagam muitíssimo mais impostos que os ricos, e dificilmente uma situação como esta pode ser minimizada ou revertida com um imposto progressivo que aplicaria alíquotas de 1% a 5% sobre fortunas acima de R$ 2 milhões. Cobrar mais impostos dos ricos sob a justificativa da “igualdade social” é um atentado à inteligência do cidadão. Ao se cobrar mais um imposto sobre supostos ricos, não se está diminuindo a carga tributária sobre os pobres, só se está cobrando mais um imposto.

Os pobres pagam mais impostos por uma razão muito simples. Os produtos que mais têm impostos embutidos em seus preços são justamente os de necessidade básica, ou seja, aqueles sem os quais não se vive: alimentos, vestuário, transporte público, tarifas de energia e telefonia. Todos esses itens são altamente tributados, e no caso dos alimentos, eles são gerados em cadeias de valor que a cada etapa embutem mais e mais impostos ao seu preço final.

Por exemplo, o leite e seus derivados: o dono da vaca paga imposto sobre a terra, sobre as vacinas, sobre a energia elétrica para o maquinário que tira e resfria o leite. O intermediário paga impostos no salário do motorista do caminhão, sobre o caminhão, o combustível, os pneus, o uso da estrada, sobre a energia para resfriar o leite. O embalador e distribuidor de leite paga impostos sobre a matéria prima da embalagem, sobre o prédio que ocupa, para a previdência dos funcionários, e assim segue, até chegar na gôndola de um supermercado ou pequeno comércio. A cadeia de valor que leva o leite até o consumidor final é relativamente longa, por isso os laticínios, em geral, têm alto percentual de seu valor gerado nos impostos. O governo não tem sequer um projeto para estabelecer uma metodologia oficial e confiável para informar o consumidor final de quanto do valor do leite é constituído de impostos. Não deve ficar em menos de 60% do valor. Portanto, bem mais da metade do preço do leite é composto por impostos.

O mesmo acontece para os outros alimentos, para as roupas, remédios, entre outros gêneros de primeiríssima necessidade. Como a maior parte da renda de uma família pobre é destinada a cobrir os gastos com gêneros de primeira necessidade, podemos tranquilamente afirmar que bem mais da metade da renda de uma família de classe média baixa vai para os cofres do governo, depois que esta família gastou seu dinheiro. Portanto, é completamente absurdo acreditar que iremos ter mais “igualdade social” cobrando 1% a 5% sobre algumas fortunas. Se a intenção dos nobres deputados é realmente fazer com que pobres e ricos paguem impostos em patamares mais próximos, então se deve buscar a reforma tributária e o Código de Direitos do Contribuinte. Mais um imposto é simplesmente tapar o sol com a peneira e tentar ludibriar o cidadão contribuinte de baixa renda em um período eleitoral.

*Jornalista e vice-presidente do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuinte

Leia outros textos do autor já publicados na seção Fórum:

Não sou idiota!

Brasil, ainda um república de bananas?

Quando o absurdo vira prática corriqueira

Fonte: Congressoemfoco

Um semestre muito além do ficha limpa

Aprovação da lei que amplia os casos de inelegibilidade é o ponto alto de um período de alta produção legislativa

Rodolfo Stuckert/Câmara
A aprovação da Lei do Ficha Limpa foi o ponto alto de um semestre em que foi grande a produção legislativa do Congresso

Rodolfo Torres e Fábio Góis

O primeiro semestre de 2010 entrará na história como um divisor de águas na política brasileira. Nesse período, o projeto de lei (PL) conhecido como ficha limpa (leia tudo sobre o assunto aqui) foi aprovado na Câmara e no Senado, com implicações eleitorais que farão do pleito de outubro o mais judicializado da história e que poderão o princípio da moralização da vida política brasileira. Sancionada sem vetos pelo presidente Lula em 4 de junho, a proposição teve seu teor validado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já para as eleições deste ano, e já preocupa muito político com pendências judiciais.

A pressão popular foi fundamental para que vingasse a proibição da eleição de políticos condenados por órgãos colegiados da Justiça. Mas, ainda que não tenha sido do Congresso a iniciativa da lei mais importante que aprovou, foi rica a produção legislativa do primeiro semestre.

Resíduos sólidos e Previdência

Após 21 anos tramitando no Congresso, finalmente foi aprovado o projeto de lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A intenção da proposta é criar regras para o destino do lixo produzido no país. Entre as disposições do PL, fica proibida a criação de lixões e define-se como obrigatória a responsabilidade compartilhada de empresas, governos e cidadãos na gestão do lixo produzido.

Deputados e senadores também aprovaram uma medida provisória que beneficiou milhões de brasileiros ao reajustar em 7,72% as aposentadorias acima de um salário mínimo, quando a área econômica do governo queria um reajuste de 6,14%. Essa diferença foi produzida no Congresso, assim como o fim do fator previdenciário (índice que funciona como redutor de aposentadorias).

A diferença do projeto Ficha Limpa para a Medida Provisória (MP 475/2009) dos Aposentados é que o primeiro foi sancionado na íntegra, enquanto a medida provisória foi sancionada parcialmente (o presidente vetou o fim do fator previdenciário). O Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial.

Carreiras e privilégios

No entanto, na contramão das matérias bem recebidas pela opinião pública, os planos de carreira dos servidores da Câmara e do Senado também foram lembrados pelos parlamentares em ano eleitoral. Ambos foram aprovados nas duas Casas de maneira rápida e discreta, com forte pressão do sindicato da categoria (Sindilegis – Sindicato dos Servidores do Legislativo).

Enquanto o plano de cargos e salários do Senado representará impacto anual, já a partir de 2011, de R$ 464 milhões, com direito a gratificações que podem mais que dobrar remunerações, a Câmara aplicou reajuste médio de 15% (o dobro do que foi concedido aos aposentados) para seus servidores. Em alguns casos, o percentual sobre para 40%.

PEC 300 e Pré-sal

A proposta de emenda à Constituição que dispõe sobre reajuste salarial de policiais e bombeiros militares e civis (leia aqui tudo sobre a chamada PEC 300) foi outro destaque do semestre, evidenciando uma das mais articuladas mobilizações classistas ocorrida no Congresso nos últimos tempos. Após a intensa pressão de parlamentares e de categorias diretamente interessadas na matéria, a proposta foi aprovada em primeiro turno na Câmara.

Originalmente, a proposta previa o piso salarial provisório a policiais e bombeiros civis e militares, de R$ 3,5 mil para praças e R$ 7 mil para oficiais.

Pela proposta aprovada por unanimidade por deputados, não haverá valor do salário na Constituição. Além disso, o piso salarial e o fundo que vai garantir o benefício serão definidos em lei complementar, a ser enviada ao Congresso em até 180 dias após a promulgação da emenda.

A matéria ainda terá de ser analisada num segundo turno da Câmara, para depois seguir ao Senado. A segunda etapa de votação dos deputados está prevista para o esforço concentrado de agosto, após o recesso parlamentar (17 de julho a 1º de agosto).

Royalties

A redistribuição dos royalties do petróleo também está em análise no Congresso. Após ser aprovado na Câmara e no Senado, o Projeto de Lei da Câmara 7/10 – que cria o Fundo Social do pré-sal – voltará à Câmara, uma vez que a matéria foi modificada por senadores (leia mais).

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) apresentou emenda ao projeto que altera radicalmente o atual sistema de repasse desses recursos, ao tomar por base para esse fim os critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A diferença primordial da emenda elaborada por Simon para a emenda apresentada na Câmara pelo deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) é que a primeira prevê que a União deve arcar com os prejuízos dos estados produtores.

Contudo, a medida vai de encontro ao interesse dos estados produtores de petróleo, notadamente Rio de Janeiro e Espírito Santo, que passarão a perder recursos. Estima-se que apenas o Rio perderá mais de R$ 7 bilhões, anualmente, com as mudanças de distribuição.

Comissões

É comum achar que a atividade dos congressistas se resume às votações em plenário. Entretanto, a produção do Congresso é, costumeiramente, mais intensa nas comissões das duas Casas legislativas.

Exemplo disso é o projeto que modifica o Código Florestal Brasileiro. Depois de muito embate entre ambientalistas e ruralistas, a medida foi aprovada no âmbito da comissão especial designada para a reformulação do código, cujo texto está pronto para ser votado no Plenário da Câmara.

Entre os pontos críticos do substitutivo, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), os ambientalistas apontam a anistia concedida a crimes de desmatamento cometidos até o dia 22 de julho de 2008, a dispensa de reserva legal para propriedades com até quatro módulos fiscais (pequenas propriedades) e a dispensa de recomposição da vegetação de áreas desmatadas ilegalmente.

Outra comissão especial, instalada para analisar mudanças no Código Brasileiro de Aeronáutica, aprovou o aumento da participação estrangeira nas empresas aéreas nacionais. A proposta, que segue ao plenário da Casa, determina que estrangeiros poderão ter até 49% de capital, com direito de voto, nas companhias nacionais. Atualmente, esse limite é de 20%.

De acordo com o relator da proposta, deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o consumidor será beneficiado com a mudança. Isso porque, com a ampliação dos aportes de recursos do exterior para as empresas aéreas brasileiras, a tendência é aumentar a competitividade no setor e, por consequência, diminuir os preços cobrados pelo serviço.

Grandes fortunas

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa a constitucionalidade das matérias antes de elas seguirem ao plenário, também aprovou diversas matérias importantes. Dentre elas, está a que cria o imposto sobre grandes fortunas (ou seja, todo patrimônio acima de R$ 2 milhões poderá ser taxado).

O colegiado ainda aprovou a proposta de emenda à Constituição que retira do Ministério Público o poder de controle sobre as atividades policias civis e repassa esse controle a um conselho que será composto, em sua maioria, por delegados de polícia.

Hoje cabe ao MP, por exemplo, agir no sentido de prevenir e corrigir ilegalidades e abuso de poder cometido pelas polícias. A matéria será analisada por uma comissão especial.

A CCJ da Câmara também aprovou projeto que libera o governo a fazer doações humanitárias para outros países sem a autorização do Congresso (leia mais). Atualmente, essa autorização é obrigatória. A matéria vai ao Senado.

Quase 500

A CCJ do Senado foi a recordista de proposições votadas em colegiados temáticos das duas Casas: 473 proposições apreciadas no primeiro semestre, entre as quais o projeto Ficha Limpa, o Estatuto da Igualdade Racial e a PEC do Divórcio. Os três – bem como grande parte dos demais – foram avalizados pelo Plenário da Casa.

Ao aprovar por unanimidade, em 16 de junho, o Projeto de Lei 213/2003 (Estatuto da Igualdade Racial), os membros da CCJ criaram polêmica ao excluir do texto o sistema de cotas (estímulo para que instituições de ensino superior públicas e privadas criem reserva de vagas para negros em programas de pós-graduação). “Não é o projeto ideal”, resumiu o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do substitutivo aprovado.

Outra matéria polêmica aprovada na CCJ foi a PEC 86/04, que estabelece, entre outras disposições, o fim do voto secreto em processos de perda de mandato parlamentar (cassação). Além do fim da votação sigilosa, a proposta também define o voto aberto em vetos presidenciais, indicação de embaixadores, e para presidentes e diretores do Banco Central e de agências reguladoras. Apreciada no colegiado em 2 de junho, a matéria aguarda votação em plenário.

PEC do Divórcio

Depois de aprovada pela CCJ, a chamada PEC do Divórcio foi confirmada pelo plenário em dois turnos, no dia 7 de julho. Promulgada na última terça-feira (13) pelo Congresso (leia mais), a emenda permite que a separação seja rapidamente formalizada, liberando imediatamente o casal para se casar novamente. Além de eliminar o tempo de espera para a confirmação da separação, a mudança simplificará o processo de divórcio, reduzindo gastos com advogado e custas judiciais.

A emenda reduz a burocracia, suprimindo do processo o requisito de separação judicial prévia. De acordo com as regras anteriores, um casal que se separava era obrigado a esperar, pelo menos, um ano de separação judicial ou dois anos da separação de fato até conseguir o divórcio. Um novo casamento só seria autorizado depois de concluído o processo.

Já a PEC da Juventude, aprovada e promulgada nas mesmas datas que a PEC do Divórcio (leia mais: seis PECs em uma noite), reserva atenção especial ao jovem no artigo 227 da Constituição. Já em vigor, a emenda define que será “dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação” e a outros direitos.

Apresentada pelo deputado Sandes Júnior (PP-GO), a PEC também estabelece que os jovens estejam protegidos de “toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Na prática, a emenda amplia a possibilidade de o poder público estabelecer políticas públicas destinadas diretamente aos jovens.

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou o Projeto de Lei 194/2009, que permite às empregadas domésticas a dedução, no Imposto de Renda, dos pagamentos relativos a planos de saúde. Aprovada em caráter terminativo (sem precisar passar pelo plenário), a matéria foi encaminhada para a apreciação da Câmara.

Em 6 de abril, outra matéria de viés trabalhista foi aprovada pela CAE: o Projeto de Lei 238/2005, que promove a criação do seguro-desemprego para pescadores de caranguejos, mariscos e algas em épocas de proibição da pesca, em razão do chamado “tempo de defeso” (período de reprodução das espécies). A matéria foi encaminhada para a Comissão de Assuntos Sociais, onde aguarda deliberação.

Também virou lei

Além da proposição que exige a ficha limpa de candidatos, a produção legislativa foi responsável por enviar à sanção outras propostas que já foram convertidas em lei. Uma delas é o monitoramento eletrônico de presos. Caberá agora ao Ministério da Justiça definir se o rastreamento será feito por meio de pulseira ou tornozeleira.

Outro reflexo da atividade legislativa no semestre foi a sanção da lei que obriga as instituições de ensino do país, públicas ou privadas, a manter uma biblioteca escolar.

O presidente Lula também sancionou nesse período a lei que cria novas regras para a contratação de serviços prestados por agências de publicidade a órgãos públicos. O texto foi proposto pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), no auge da crise do mensalão, com o objetivo de dar mais transparência ao processo e reduzir as ingerências políticas nas contratações das agências por órgãos federais, estaduais e municipais.

A norma determina a divulgação de despesas na internet e proíbe, por exemplo, que empresas de assessoria de imprensa e relações públicas sejam contratadas em conjunto com serviços de publicidade (saiba mais).

Confira mais algumas matérias importantes aprovadas pelos congressistas:

Câmara aprova novo modelo de intervenção federal

Emenda à MP pode acabar com fator previdenciário

Câmara reduz tempo de contribuição para aposentadoria de deficientes

CCJ aprova carga de 30 horas para fonoaudiólogo

CCJ retira punição para eleitor que não votar

Câmara muda ordem de candidatos na urna eletrônica

Fonte: Congressoemfoco

Em destaque

Juiz suspende reajuste de prefeito de Manaus e aponta ilegalidade

Por  Thais Matos 9 de janeiro de 2025 O prefeito de Manaus, David Almeida (Composição de Weslley Santos e Paulo Dutra/CENARIUM) MANAUS (AM) ...

Mais visitadas