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terça-feira, maio 25, 2010

Aluguel sobe 3 vezes mais que a inflação

Em 12 meses, valor da locação residencial tem alta de 8,15%, enquanto IGP-M registra 2,88%; no segmento comercial variação é ainda mais brusca

Publicado em 25/05/2010 | Alexandre Costa Nascimento


O valor de locação de imóveis residenciais em Curitiba acumulou alta de 8,15% nos últimos 12 meses, de acordo com levantamento do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR). Para os novos contratos, isso representa um reajuste quase três vezes acima da inflação registrada no período pelo IGP-M (2,88%) – o índice mais usado nos contratos imobiliários. Se comparado ao IPCA – usado para balizar a meta oficial de inflação –, o preço das locações teve aceleração 55% acima do índice. No caso do segmento comercial, os aumentos são ainda mais fortes e chegam a 13,88% em 12 meses.

A escalada dos preços foi motivada pelo reaquecimento do mercado imobiliário – impulsionado por investidores que compram imóveis para locação – e recuperação de margens.

Mas, a despeito desse desempenho, agentes do setor imobiliário local consideram que o mercado encontrou um “patamar de estabilidade”, e deve manter uma trajetória de acompanhamento dos índices de inflação. “A maior correção já ocorreu. Havia uma defasagem histórica que foi recomposta nos últimos anos. Ainda há uma margem muito pequena para recuperar, mas podemos dizer que o mercado encontrou um valor de aluguel ajustado”, avalia o vice-presidente de administração de imóveis do Secovi-PR, Luiz Valdir Nardelli. Essa tendência só deve ser alterada dentro de dois ou três anos, quando as unidades e projetos atualmente em construção entrarem no mercado, aumentando a oferta de imóveis na cidade.

Mais procurados

Os imóveis residenciais mais procurados na capital são os apartamentos de dois quartos, com preço médio de locação em torno de R$ 1,2 mil, no Centro da cidade e nos bairros Bigorrilho, Água Verde, Santa Quitéria e Rebouças. O tempo médio de locação desses imóveis gira em torno de 60 dias.

Dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário (Inpespar) mostram uma aceleração no volume de locações sobre a oferta de imóveis residenciais, que em abril, de forma “atípica”, chegou a 24%, evidenciando o aquecimento do mercado. No mês, o preço médio do metro quadrado para locação ficou em R$ 10,42, com alta de 0,42% em relação a março. Em relação ao tipo de imóvel, a maior variação de preços no período foi no aluguel de casas com quatro quartos (+3,09%) enquanto as casas com um quarto tiveram deflação de 4,59%.

Comerciais

A aceleração de preços para imóveis comerciais no acumulado dos últimos 12 meses, por sua vez, ficou bem acima do segmento residencial, com alta quase quatro vezes acima do IGP-M e mais que o dobro da inflação oficial no período.

Mesmo assim, os imóveis comerciais ainda devem sofrer uma recomposição até o fim do ano, e com perspectiva de alta no médio prazo. “A procura por locação de imóveis comerciais sofreu queda acentuada em decorrência da crise. Com o reaquecimento da economia, mais pessoas investem no próprio negócio e a perspectiva de crescimento do PIB deve pressionar o setor. Além disso, Curitiba tem poucos imóveis comerciais em construção” avalia Nardelli.

O preço médio do metro quadrado para locação de imóvel comercial encerrou maio em R$ 12,49, com variação de 0,60% em relação a março. No mês, o preço do barracão para locação teve alta de 2,83% (R$ 8,36 o metro quadrado), enquanto o espaço para loja teve redução de 3,19% (R$ 12,49 o metro quadrado).

Fonte: Gazeta do Povo

Lavoura anárquica

dora kramer


De tanto transgredir, rein­­­cidir e alcançar resultados práticos a ponto de levar seus adversários a aderir à lógica de que os fins justificam os meios, o presidente Luiz Inácio da Silva, acabou por transformar as críticas à sua conduta em uma condenação implícita à Lei Eleitoral.

Ganha corpo um debate nos seguintes termos: não é bem o presidente que está errado ao desafiar a lei, mas a lei é que está equivocada ao se confrontar com a realidade e pretender controlar o incontrolável com a campanha eleitoral já em pleno desenrolar.

Considerando que a partir da aceitação desse tipo de premissa fica impossível discutir qualquer coisa com um grau razoável de bom senso, pois o raciocínio serve para a questão eleitoral ou para qualquer outra e parece nítida a deformação do silogismo por cultivado na anarquia, passemos a outro aspecto legal desse cenário de transgressões.

O artigo 37 da Constituição Federal, o primeiro do capítulo da Administração Pública “direta, indireta” diz que qualquer dos Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municí­­­pios obedecerá em seus atos a uma série de princípios sendo que entre eles o primeiro listado é o da legalidade.

“Qualidade ou estado do que é legal, do que está conforme com ou é governado por uma ou mais leis” (Antonio Houaiss).

Irrealista ou não ao juízo de alguns autores, não pode haver dúvidas de que a Lei Eleitoral é uma lei. Portanto, quem a infringe comete uma ilegalidade, ferindo o princípio estabelecido na Constituição para agentes públicos.

O Tribunal Superior Eleitoral por quatro vezes multou o presidente da República, mais recentemente fez o mesmo em relação ao ministro do Trabalho, ao prefeito de São Bernardo, ao presidente da Transpetro e ao presidente da Petrobras, para tratar apenas dos ocupantes de postos previstos no artigo 37 da Constituição.

Esta não caiu em desuso nem é alvo da argumentação fora de foco que considera a Lei Eleitoral obsoleta face a uma circunstância específica, mas esquece que ela vigorou de 1997 até a última eleição sem contestação.

Tornou-se inadequada porque o presidente Lula resolveu antecipar a campanha e revogou a norma na marra. A Justiça Eleitoral aceitou até março deste ano a imposição dessa regra do jogo.

Mas, agora, é de se perguntar: estabelecida a ocorrência do ilícito, pode o presidente continuar a agir ao arrepio do princípio maior da legalidade seja qual for a lei transgredida?

Se for, substituiu-se em Dostoievski Deus pela Consti­­­­tuição e se conclui que tudo o mais é permitido.

Projeção

De acordo com a última pesquisa do instituto Datafolha, a candidata Marina Silva que aparece com 12% das intenções gerais de voto tem seu melhor índice por faixa de renda entre as pessoas que ganham de 5 a 10 mínimos: 22% a apoiam.

Esse grupo – salários de R$ 1.064 a R$ 5.100 – enquadra a classe C e um pouco da classe B, conforme critérios adotados pela Fundação Getulio Vargas.

O segundo melhor índice de Marina está no item escolaridade: já chegou a 18% entre os eleitores com curso superior.

Esses dados confirmam uma impressão geral de que Marina é bem aceita entre as pessoas mais bem informadas e receptivas à entrada de novos personagens em cena.

Mas ainda não atendem à expectativa do PV de que a candidatura da senadora apresente um crescimento significativo entre as classes D e E nessa primeira fase da campanha.

Notadamente entre “as mulheres pobres e o povo cristão”.

Na avaliação de dirigentes do partido, mais que os jovens e a elite, os intelectuais e artistas, que manifestam simpatia por Marina Silva, o eleitorado com potencial de adesão à candidata é o residente na periferia, majoritariamente feminino e evangélico – “povo cristão” é eufemismo – que estabeleceria com ela uma relação de empatia por identificação de biografia.

Foi essa a razão da escolha da Baixada Fluminense (RJ) para a realização da convenção do PV que lançou a candidatura de Marina Silva no último dia 16 de maio.

Fonte: Gazeta do Povo

Wagner critica os métodos de Geddel

Rafael Rodrigues

O governador Jaques Wagner (PT) deu o tom da campanha eleitoral deste ano ao afirmar que os “métodos” do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), seu adversário nas urnas, “são muito similares” ao utilizado pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães.

Em entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Band, transmitido em rede nacional no domingo (23), Wagner soltou o verbo contra o peemedebista. Estimulado pelos entrevistadores a comentar uma aproximação da identidade política de Geddel com o carlismo, o petista, quase sempre avesso a provocações, avaliou que o legado eleitoral de ACM pertence ao ex-governador Paulo Souto, ao senador ACM Jr. e ao deputado federal ACM Neto, todos do DEM. “A identidade do senador está no DEM, e o método está com o PMDB baiano”, arguiu.

Para ilustrar sua tese, Wagner recordou das matérias publicadas na imprensa nacional que apontaram o favorecimento de prefeituras baianas administradas pelo PMDB, nos repasses de verbas do Ministério da Integração Nacional, que esteve sob comando de Geddel nos últimos três anos. “Faço obras em todas as prefeituras. Já o ministério comandado pelo PMDB segrega muito, exige fidelidade eleitoral. São métodos que assemelham muito (com o carlismo). É uma forma de fazer política mais do constrangimento”, disse.

O governador destaca ainda que grande parte dos quadros do PMDB são egressos do antigo PFL, e que Geddel “passou quatro anos batendo no presidente Lula”, quando era líder da oposição na Câmara Federal. Wagner ressaltou ainda que o peemedebista “virou ministro com recomendação nossa. Eu recomendei”. “Para ele só se faz para os amigos. Ele nem falar do presidente Lula, ele fala. ‘Eu é que estou trazendo”, afirmou o petista, reiterando as críticas ao método do ex-aliado.

Ex-ministro rebate críticas

O deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB) respondeu com deboche às críticas de seu adversário petista. “Ele é um camaleão, que vai mudando de posição de acordo com suas conveniências”, disparou. O deputado apontou contradições na entrevista do governador, que, apesar de ter notado “métodos” carlistas em sua conduta, o indicou para ser ministro.

“Ele avalizou um homem sério e competente ou alguém que tinha métodos carlistas? Avalizou o que era bom para o Brasil e para a Bahia ou para as suas conveniências?”, disse. O peemedebista destaca que Wagner conhecia a sua biografia em 2006, quando foi “ardorosamente disputado por ele”. “Porque ele se aliou, se ele sabia de tudo? Eu que não tinha conhecimento de que ele não sabia governar”, alfinetou.

Geddel se defendeu das críticas de que fez oposição a Lula em seu primeiro mandato, e atualmente disputa a imagem do presidente com o candidato petista. “Fiz oposição por que foi para isso que as urnas me mandaram. Tenho posição, não sou adesista. Em 2002, apoiei José Serra (PSDB).

Em 2006, para derrubar o carlismo, apoiei Lula e Wagner”, afirmou. Questionado sobre a perspectiva de ter de apoiar Wagner em um segundo turno, devido à aliança nacional, caso não consiga reverter o quadro atual das pesquisas, Geddel negou qualquer obrigação. “Não estou preocupado em atender às expectativas de Wagner.

Não tenho nenhum compromisso com ele, assim como ele não tem comigo”, disse, sem deixar de destacar que tem “convicção” que estará no segundo turno. “No segundo turno a gente discute”, disse. Sobre as declarações de que o PMDB atrapalhava a gestão estadual, disparou: "Por que não nos tirou antes?”.

Respeito à aliança

Apesar de o PMDB nacional estar prestes a fechar uma aliança com a candidatura do PT, o governador Jaques Wagner reconhece que pode não contar com o partido na Bahia, na possibilidade de um segundo turno contra Souto: “A posição do PMDB no segundo turno não tenho a menor ideia. Nunca sentei com o PMDB baiano para discutir”, disse. Mas, apesar do clima pouco afável, ele demonstrou uma expectativa de ter o apoio de Geddel: “Indo eu e o DEM, espero que o PMDB venha apoiar respeitando a aliança nacional”.

Wagner avalia ainda que eleição ao governo do estado será polarizada entre os candidatos que representam os dois maiores adversários da disputa nacional: José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Desta forma, Paulo Souto (DEM) levantaria a bandeira tucana, e entre os candidatos da base do presidente Lula, ele acredita que leva vantagem: “Minha identidade com o projeto do presidente Lula é infinitamente maior (que a de Geddel). O povo sabe disso e vai distinguir. O projeto dele (Lula) é minha cara”. Já o PMDB “está um pouco desvinculado a uma identidade política”.

O governador desatou a criticar também a participação do PMDB em seu governo, devido à constante instabilidade política que tinha que administrar. “Sinceramente, depois da saída do PMDB, distencionou muito, sob o ponto de vista da política, e o governo deslanchou nas pesquisas de avaliação”, endossou.

Wagner pondera que a crítica não é direcionada à gestão de peemedebistas no Estado: “Não estou culpando nada o PMDB. Tive dois secretários que ajudaram. Mas gestão no governo depende da política”, disse, criticando ainda o partido nacionalmente, que tem dificultado a aliança com Dilma Rousseff (PT). nacional

Fonte: Tribuna da Bahia

Aécio quase no altar

Carlos Chagas

De Belo Horizonte chegam versões de que Aécio Neves já se decidiu pelo casamento. Comunicaria ao Alto Tucanato a disposição de concorrer à vice-presidência da República na chapa de José Serra, se a convenção do mês que vem o indicar.

Parece bom não confundir informe com informação, mas é nesse sentido que o vento sopra das Gerais. Se for para evitar a derrota ou, pelo menos, para desatar o nó do empate na sucessão, o ex-governador dispõe-se ao sacrifício. Ainda mais caso Serra, eleito, patrocine na reforma política o fim da reeleição, ampliando para cinco anos o mandato dos presidentes e governadores, mas a partir do próximo, a ser eleito em 2014. Com relação aos prefeitos, a mudança aconteceria de 2016 em diante.

Dirigentes do PSDB aguardam o próximo encontro entre os dois ex-governadores, possivelmente esta semana. Confiam em que São Paulo e Minas, unidos, farão o pêndulo mover-se para a chapa pura que representariam Serra e Aécio.

Restará o problema do governo de Minas, onde Antônio Anastasia não vai bem de pesquisas. Só que candidato ao Senado e não à vice-presidência, Aécio Neves, mesmo obviamente eleito, arriscaria a dupla derrota, nos planos federal e estadual. Tornando-se inquilino do palácio do Jaburu, mesmo perdendo o palácio da Liberdade, exprimiria um pólo de aglutinação mineira a partir de Brasília.

Na hipótese de a equação progredir assim, sobra a questão das duas senatórias mineiras. Uma das vagas, os tucanos tentariam preencher com as próprias penas, lançando Eduardo Azeredo para a reeleição. A outra seria do ex-presidente Itamar Franco.

Demora o fim da impunidade

Apesar da euforia registrada no Senado, pela aprovação do projeto ficha-limpa, razão mesmo tem Pedro Simon, para quem a nova lei, quando sancionada pelo presidente Lula, marcará apenas o início do fim da impunidade no país. Ainda não será em outubro que todos os condenados pela Justiça ficarão impedidos de candidatar-se. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, deu a palavra final ao sustentar que a nova lei se aplicará para os condenados depois de sua publicação. O argumento é de que a lei, no Brasil, não retroage para prejudicar ninguém.

Mesmo assim, um certo percentual de condenados poderá ficar de fora das eleições gerais deste ano, abrindo caminho até para o aprimoramento da lei. Quem sabe os quarenta réus do mensalão, hoje julgados pelo Supremo Tribunal Federal, fiquem impedidos de candidatar-se em 2014? Milagre seria a sanção do ficha-limpa acontecer nos próximos dias e a mais alta corte nacional de justiça condenar os lambões antes de outubro…

Quanto pior, melhor?

Não há informação de quando o STF apreciará o pedido de intervenção federal em Brasília. Na teoria, pode ser hoje, como poderá ser em dezembro. Depois, não adianta mais, pois o Distrito Federal terá um novo governador.

Pelo jeito, fica tudo como está, ou seja, com o governador-tampão Rogério Rosso no poder, premido por todos os lados pela sombra da corrupção, da desfaçatez e da incompetência anteriores à sua eleição, por sinal verificada com o voto de oito deputados distritais corruptos.

O triste nessa história é que Brasília virou um caos. Os apagões sucedem-se como as ondas do mar distante, prejudicando todo tipo de atividades, das empresariais às de recreação, de serviços e penduricalhos. Ainda no sábado a região do Lago Sul, residencial, ficou cinco horas no escuro, sem que qualquer explicação fosse dada. O trânsito virou área devastada, a segurança pública foi para o espaço e nas escolas e hospitais, falta tudo, de médicos a professores. Mantém-se paralisados montes de obras que o governador antes preso e cassado esperava inaugurar a 21 de abril. Um interventor resolveria? Só por milagre, mas, ao menos, estariam suspensas as atividades da Câmara Legislativa, a principal das causas de toda a lambança acontecida.

Fonte: tribuna da Imprensa

União pagou R$ 3,3 mi a suposto sindicato de fachada

Agência Estado

O governo federal pagou R$ 3,3 milhões nos últimos sete anos pelos serviços prestados por um sindicato que atuaria como empresa de terceirização de mão de obra. O dinheiro foi repassado pelo Ministério da Agricultura ao Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral (Sintram), da cidade de Montividiu, em Goiás.

A reportagem esteve sexta-feira na cidade de 9 mil habitantes e encontrou, no endereço fornecido pelo sindicato ao governo, um pequeno imóvel alugado de dois cômodos, sem placa de identificação, ao lado de um salão de beleza.

Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o País registra a abertura de um sindicato por dia. Sem fiscalização, a montagem das entidades virou um grande negócio em torno do imposto sindical - que movimenta R$ 2 bilhões por ano. No caso do Sintram, além de abocanhar um parte desse dinheiro, o sindicato fecha contratos com empresas agrícolas para fornecer mão de obra e retém 15% do dinheiro destinado ao pagamento dos trabalhadores, prática considerada ilegal pelo Ministério Público do Trabalho.

A unidade de Montividiu, que recebeu os R$ 3,3 milhões do Ministério da Agricultura desde 2004 - sendo R$ 708 mil só no ano passado -, é alvo de um inquérito do Ministério Público pela suspeita de aliciamento de trabalhadores nordestinos, coação, condições precárias de trabalho e fraudes trabalhistas.

Segundo o Ministério da Agricultura, o pagamento ao Sintram foi feito por conta do serviço de carga e descarga de caminhões prestado para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "O sindicato venceu um processo licitatório realizado", disse o superintendente-substituto da Conab em Goiás, Emil José Ferreira. Procurado, o presidente do Sintram, Djalma Domingos dos Santos, afirmou: "Não tenho nada a dizer. É problema seu." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A Tarde

Jaques Wagner irrita adversários ao fazer comparação com ACM

Patrícia França l A TARDE

As declarações do governador Jaques Wagner (PT) ao programa Canal Livre, transmitido no domingo à noite pela TV Bandeirantes, de que os métodos do PMDB baiano “são muito similares” aos utilizados pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM) e que o governo passado não se empenhou em pleitear em Brasília recursos para infraestrutura, deixaram irados o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-governador Paulo Souto (DEM), ambos adversários de Wagner na disputa eleitoral pelo governo da Bahia.

No seu estilo bateu-levou, o ex-ministro Geddel devolveu a comparação feita pelo petista dizendo que “método carlista de governar é gastar R$ 109 milhões em propaganda enganosa, como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, e destinar apenas R$ 26 milhões para a segurança pública”.

Para Geddel, o governador se parece mais com uma “figura camaleônica”, que tem um discurso para cada ocasião. “Me surpreende esta declaração de Wagner, agora, porque, quatro anos atrás, quando ele queria o PMDB com ele, os meus defeitos e qualidades de homem público ele já conhecia e não fazia restrições”, reagiu.

Segregador - Na entrevista, o governador Jaques Wagner diz que o legado eleitoral carlista está vinculado ao ex-governador Paulo Souto, ao senador ACM Jr. e ao deputado federal ACM Neto.

“A identidade do senador está no DEM, e o método está com o PMDB baiano”, sentenciou Wagner, para, em seguida, sem citar o nome do ex-ministro da Integração, dar um exemplo: “Faço obras em todas as prefeituras. Já o ministério comandado pelo PMDB segrega muito, exige fidelidade eleitoral. São métodos que se assemelham muito (com o carlismo). É uma forma de fazer política mais do constrangimento. Para ele (Geddel), só se faz para os amigos. Ele nem fala do presidente Lula, ele fala: ‘Eu é que estou trazendo’”.

Wagner também disse que Geddel tornou-se ministro porque avalizou seu nome perante o presidente Lula. “Eu recomendei”, afirmou o petista, ao que Geddel devolve: “O aval dele foi para alguém que ele considera sério e competente para o bem da Bahia e do Brasil, ou foi o aval para qualquer um desde que atendesse aos interesses dele (se eleger)?”.

Por último, o ex-ministro lembra que Wagner convidou para sua aliança o ex-vice-governador carlista Otto Alencar (PP) e que lutou “sofregamente” para atrair um outro carlista, o senador César Borges (PR), que acabou aderindo à sua campanha.

Contraditório - O ex-governador Paulo Souto (DEM) disse que as opiniões do governador Jaques Wagner em relação ao carlismo são “contraditórias” e “sem coerência”, porque o petista se lançou em fazer “cooptação” de prefeitos e lideranças para se reeleger, sem se preocupar com “origem e identidade” política desses políticos. “Ele que me desculpe, mas não tem nenhuma legitimidade para criticar o que ele condena e o que imagina que foi feito no passado”, disse o democrata.

Souto reagiu, ainda, às críticas do governador em relação à sua gestão. Wagner disse que Souto, talvez intimidado pelo jeito agressivo de fazer política do senador ACM, esteve pouco em Brasília pleiteando recursos no governo Lula, e atribuiu a ele, quando ministro, gestões perante Banco do Brasil e Caixa para liberar os recursos para o metrô e para o emissário submarino.

“As instituições emprestaram porque o Estado tinha credibilidade junto a todos os bancos, tinha as contas em dia e era cumpridor de suas obrigações. Não foi por conta de gestões”, respondeu o democrata.

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde desta terça-feira

Corte Especial recebe denúncia contra desembargador do TJRR e o afasta do exercício de suas funções

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, em parte, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o desembargador Mauro José do Nascimento Campello, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR). A Corte acompanhou, por unanimidade, o voto do ministro relator Teori Albino Zavascki, que rejeitou a denúncia com relação ao crime de responsabilidade, mas a recebeu em relação ao crime de concussão (vantagem exigida por servidor público).

Os ministros decidiram ainda afastar o desembargador do exercício de suas funções pelo prazo de um ano (sendo possível prorrogá-lo) e receber, também pelo mesmo crime, a denúncia contra Larissa Mendes Campello (ex-mulher), Clementina Mendes (ex-sogra) e Valderlaine Maia Martins (ex-servidora).

De acordo com a denúncia, Campello seria o principal mentor de uma série de irregularidades detectadas no Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, entre 2003 e 2005, quando ele foi presidente da Corte. A investigação do MPF mostrou que, enquanto Mauro Campello exerceu a presidência do TRE/RR, os acusados exigiram vantagem indevida de funcionários que tinham cargo em comissão no tribunal. Os funcionários eram obrigados a entregar a Larissa, a Clementina e a Valderlane parte de seus salários, sob a ameaça de perderem os seus empregos, caso se recusassem a cumprir a exigência.

Em seu voto, o ministro Teori Zavascki destacou que os fatos narrados na denúncia confirmam o crime de concussão, não merecendo nenhum reparo. Quanto ao crime de responsabilidade, o relator ressaltou que o sujeito ativo dos delitos são os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e não desembargador de tribunal estadual, não sendo permitida, portanto, a analogia, possível somente em casos excepcionalíssimos.

Superior Tribunal de Justiça - O Tribunal da Cidadania

segunda-feira, maio 24, 2010

INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E POLICIA FEDERAL ENVOLVE 21 DEPUTADOS ESTADUAIS DA BAHIA

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA: 21 DEPUTADOS ESTÃO NA MIRA DO MPF E PF

A investigação do Ministério Público federal (MPF), com a colaboração da Polícia Federal (PF), que teria pedido a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de 21 dos 63 deputados da Assembleia Legislativa, encontrou indícios de irregularidades na utilização do cartão de crédito dos parlamentares. De acordo com informações do jornal Correio, a operação surgiu após análise de dados obtidos junto ao Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). Pelas leis que previnem crimes contra o sistema financeiro, toda movimentação acima de R$5 mil é registrada. A operação do MPF é nacional, e investiga parlamentares em 17 estados. Na Bahia, a operação deixa os deputados em polvorosa. Há alguns que já estão montando uma equipe jurídica para a defesa. A operação envolve deputados de todos os partidos.

Fonte: Sudoeste Hoje

Destaques nas revistas: compram-se petistas

Veja

Compram-se petistas

Diz-se nas ruas de terra do interior do Maranhão que a família Sarney é dona do estado. O clã tem sociedade em tudo. Se algo está no Maranhão, pertence aos Sarney. Eles detêm participações em TVs, rádios, jornais, fazendas, mansões, ilhas, ONGs, fundações, holdings... Nos últimos meses, na esperança de conquistar a única mercadoria que talvez ainda lhe escape, a família expandiu agressivamente os negócios. Passou a investir em petistas. Petistas? Sim, petistas – e no varejo. No mercado eleitoral do Maranhão, petistas aparentemente têm um preço. Os mais caros podem custar 40 000 reais. Na promoção, alguns saem pela metade desse valor: 20 000 reais. Esta, ao menos, é a cotação estabelecida pelos Sarney. Nas últimas semanas, operadores da família procuraram integrantes da direção do PT maranhense para fechar negócio. O produto a ser comerciado, no caso, é apoio político. A governadora Roseana Sarney, do PMDB, candidata à eleição, precisa desesperadamente assegurar a aliança com o PT, que chegou a declarar apoio ao candidato concorrente, do PCdoB.

As negociações começaram em razão do resultado da convenção estadual do PT, ocorrida em março, que deveria ratificar o apoio do partido à candidatura de Roseana Sarney. A lógica política dessa decisão deriva da aliança nacional entre os petistas e o PMDB, na qual o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, deverá ser o vice na chapa de Dilma Rousseff. Pela natureza desse acordo, PT e PMDB obrigam-se a resolver diferenças que venham a surgir na formação dos palanques estaduais. E já surgiram muitas, como demonstra o notório salseiro armado em Minas Gerais. No Maranhão, porém, as dificuldades de união entre os dois partidos extrapolam quaisquer conveniências eleitorais. Ali, ambos são inimigos há décadas, desde que Sarney é Sarney e PT é PT – bem, ou eram, nos tempos em que havia distinções mais nítidas no mundo político. Na convenção petista de março, delineou-se alguma. Pela magra vantagem de 87 votos contra 85, os delegados do PT maranhense ignoraram as determinações da direção nacional do partido e resolveram apoiar formalmente a candidatura ao governo do deputado comunista Flávio Dino.

As compras começaram assim que se encerrou a convenção. Para reverter a derrota, o clã articulou um ardil político destinado a forçar a candidatura Roseana de cima para baixo. Petistas amigos prontificaram-se a montar um abaixo-assinado contrário à decisão tomada na convenção estadual e remetê-lo ao diretório nacional do partido. Com a medida, pretendia-se anular o apoio ao comunista e, ato contínuo, selar a aliança com o grupo de Sarney. Para elaborarem o abaixo-assinado, operadores de Roseana saíram à cata de petistas. VEJA localizou quatro que admitiram ter recebido a proposta de suborno para mudar de lado – e, portanto, subscrever o tal documento. Segundo esses depoimentos, o pagamento variava de 20 000 a 40 000 reais. Todos negaram ter aceitado a oferta. Um deles, entretanto, admitiu ter assinado a lista, mesmo depois de votar contra a aliança com o PMDB, o que não faz o menor sentido político.

Golpes na impunidade

O empresário cearense Zé Gerardo tinha tudo para fazer uma carreira política discreta e ser esquecido depois de deixar a vida pública. Eleito deputado três vezes, ele exerceu um único mandato no Executivo: foi prefeito de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, entre 1997 e 2000. Essa passagem lhe garantiu um lugar na história. Zé Gerardo se tornou o primeiro político a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde a promulgação da Constituição de 1988. No último dia 13, foi sentenciado a pagar uma multa de 50 salários mínimos e a passar dois anos na cadeia, pena que foi convertida em serviços comunitários. O delito de Zé Gerardo foi usar para outras finalidades 500 000 reais reservados para a construção de um açude. Sete dias depois, o Supremo condenou a três meses de prisão pelo mesmo crime o deputado Cássio Taniguchi (DEM-PR). Ex-prefeito de Curitiba, ele pagou precatórios judiciais com dinheiro de obras viárias. Zé Gerardo e Taniguchi ainda podem recorrer das sentenças e, por isso, também podem se reeleger em outubro. O destino político deles poderia ser outro, caso o Senado tivesse referendado o texto do Projeto Ficha Limpa que a Câmara dos Deputados aprovou há dez dias e que impedia todo e qualquer condenado em segunda instância de concorrer a mandatos. Os senadores preferiram dar um passo atrás. Pela versão enviada para sanção presidencial na semana passada, apenas quem for condenado a partir da aprovação final da lei ficará impedido de pleitear cargos eletivos.

A alteração feita pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) beneficia não só Zé Gerardo e Taniguchi, mas todos aqueles que já receberam alguma condenação. Muitos deles com folhas corridas bem mais longas e escabrosas. Do mesmo partido de Dornelles, o deputado Paulo Maluf (SP) é procurado pela Interpol e pode ser preso se sair do país. Já foi detido por coagir testemunhas e condenado na Justiça paulista por desvio de verba pública. Também responde a processos por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, crimes do colarinho-branco e de responsabilidade. Se o texto original do projeto tivesse sido aprovado na íntegra pelo Congresso, Maluf e outros tão enrolados quanto ele não poderiam concorrer em outubro. Na versão de Dornelles, porém, só valerão as condenações futuras proferidas em segunda instância. A alteração ganhou o apelido de "emenda Maluf" (como se fosse possível emendar Maluf).

Assim, vai acabar em CPI

Em outubro de 2007, na Suíça, a Fifa anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014. Era notícia boa, mas previsível. Único candidato a hospedar um dos maiores espetáculos esportivos do planeta, já se sabia pelo menos seis meses antes que o país entraria para a reduzida galeria das cinco nações com o direito de receber pela segunda vez uma Copa. Passada a euforia, foram selecionadas as cidades-sede dos jogos, elaborados os projetos de modernização dos estádios, elencadas as obras de infraestrutura necessárias, mas quase nada se fez para resgatar tudo isso do universo das intenções. Com os prazos cada vez mais exíguos, a única alternativa para evitar o vexame de perder o direito de sediar o campeonato é acelerar o cronograma. Na semana passada, o governo anunciou a liberação de 5 bilhões de reais para realizar obras nos aeroportos. Calcula-se que mais de 500 000 turistas visitarão o país durante a Copa. Construir e ampliar os terminais hoje já saturados, portanto, é imperativo. Ciente de que está numa corrida contra o tempo, o governo também enviou ao Congresso uma lei que agiliza o processo licitatório. As medidas parecem positivas, mas têm cara, jeito e cheiro de problema.

Em tese, eliminar parte da burocracia, espécie de irmã siamesa da corrupção, e dar mais agilidade ao governo para executar as obras são decisões elogiáveis sob o ponto de vista administrativo. A dúvida começa a surgir quando se observam os personagens envolvidos no processo e as experiências recentes. A bolada liberada pelo governo vai ser gerida pela Infraero, a estatal que cuida dos aeroportos brasileiros. Em 2007, a CPI que investigou o setor aéreo descobriu desvios de 500 milhões de reais em contratos da estatal com empreiteiras - as mesmas, aliás, que vão participar desta nova etapa de obras. Ou seja, mesmo com todo o rigor das regras licitatórias em vigor, meio bilhão de reais desapareceu por meio de fraudes em licitações e superfaturamento de preços. Dos treze aeroportos brindados agora com 5 bilhões de reais, quatro ainda estão com as obras paralisadas em razão de irregularidades identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Apenas na reforma do Aeroporto de Cumbica, justamente onde a situação é mais precária, foi identificado um superfaturamento de 254 milhões de reais - dinheiro que saiu do bolso dos contribuintes brasileiros e foi parar na conta bancária de larápios. Apesar disso, o governo pretende despejar ali mais 920 milhões de reais nos próximos anos.

Época

Quem tem a ficha suja?

Enquanto manifestava publicamente apoio ao projeto de Lei da Ficha Limpa, a norma que proíbe a candidatura de pessoas condenadas por colegiados de juízes, parte dos parlamentares atuava nos bastidores para desidratar o projeto. Em público, poucos deputados e senadores discordaram dos princípios da lei. Na hora da votação, porém, tentavam reduzir o número de situações que poderiam caracterizar uma “ficha suja”. Resultado: o projeto foi aprovado por unanimidade, mas segue para sanção presidencial cercado de indagações. A lei vai valer para a eleição deste ano? Os políticos já condenados estarão impedidos de se candidatar? O político de ficha suja que recorrer contra a impugnação de sua candidatura poderá disputar a eleição? A Justiça será rápida o suficiente para julgar os casos duvidosos antes da eleição?

A situação piorou na quarta-feira, quando o Senado aprovou o projeto sem discutir uma alteração feita pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ). O texto original dizia que a lei valeria para os políticos que “tenham sido condenados”. Dornelles substituiu esse trecho por “os que forem condenados”. A diferença parece pequena, mas abre margem para a interpretação de que a regra só valerá para quem for condenado após a sanção da lei. A mudança patrocinada por Dornelles poderá livrar um aliado com grandes chances de ser classificado imediatamente como “ficha suja”: Paulo Maluf (PP-SP), condenado por improbidade administrativa em sua gestão como prefeito de São Paulo (1993-1996).

Apesar da confusão, há um importante ponto do texto original que saiu ileso. O projeto veta a candidatura dos prefeitos que assumiram diretamente a responsabilidade pelas finanças municipais, assinando cheques e ordens de pagamento, e tiveram suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Para o juiz Márlon Reis, coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que fez campanha pela Lei da Ficha Limpa, esse será o maior impacto da nova lei. No Maranhão, estima-se que 90% dos prefeitos movimentem diretamente as contas municipais. A cada quatro anos, metade dessas prefeituras tem suas contas rejeitadas. José de Ribamar Furtado, conselheiro do Tribunal de Contas do Maranhão, diz que uma parte dos prefeitos mal-intencionados poderá recorrer a laranjas para movimentar as contas da prefeitura, “mas, se isso ocorrer, será facil detectar”.

De acordo com um levantamento do site Congresso em Foco, 152 deputados e senadores enfrentam hoje processos na Justiça e aguardam julgamento. Se condenados por um colegiado de juízes, ficarão com a ficha suja. A partir da condenação, eles ainda poderão recorrer contra a sentença e apostar na morosidade da Justiça para conseguir uma candidatura. Mas não há dúvidas de que a lei aprovada na semana passada, mesmo com todos os pontos em aberto, tende a tornar a vida mais complicada para eles.

Marina Silva: "O Brasil precisa antecipar o futuro"

Havia apenas duas coisas que Marina Silva desejasse quando era criança. A primeira, diz ela, era andar nos aviões que via sobrevoando a selva acriana onde nasceu. A segunda era ter uma fotografia sua. “Agora o que mais tenho feito é andar de avião e tirar foto”, disse Marina, na tarde da quinta-feira, ao se despedir de um rapaz que posara a seu lado para um retrato feito com celular no corredor do Senado. As viagens e as fotografias são parte do esforço de Marina para viabilizar sua candidatura à Presidência pelo Partido Verde. Ela tem corrido o Brasil tentando convencer os eleitores de que “não há nada mais potente do que uma ideia cujo tempo chegou”, como gosta de repetir, citando o poeta francês Victor Hugo. Marina flerta com o improvável. Na infância sobreviveu a cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose. Agora, com escassos 8% das intenções de voto e o menor tempo de TV entre os três principais candidatos, ela tem pela frente o desafio mais difícil da carreira. Com 52 anos e 51 quilos, se diz preparada. Em seu gabinete, no Senado, Marina falou a ÉPOCA sobre planos para um futuro governo e sobre suas memórias.

A estreita terceira via de Marina

Em agosto do ano passado, quando deixou o PT e se transferiu para o Partido Verde (PV), a senadora Marina Silva (AC) queria transformar-se em uma alternativa eleitoral à anunciada polarização entre a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata governista ao Planalto, e o principal nome da oposição, o ex-governador de São Paulo José Serra, do PSDB. Na solenidade de filiação à nova legenda, Marina defendeu uma nova forma de gestão pública, com foco numa economia ambientalmente sustentável , e a revisão do programa do PV para incorporar outras bandeiras, além das ecológicas. Menos de cinco meses antes da eleição presidencial, o discurso da senadora ainda não surtiu efeito. Pelas últimas pesquisas, a disputa pela Presidência continua restrita a Dilma e Serra.

Na semana passada, dois acontecimentos deram nova energia à campanha de Marina. No dia 16 de maio, o PV formalizou em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a candidatura de Marina à Presidência da República. Em clima de festa, mais de 1.000 militantes verdes de todo o país prestigiaram a largada de Marina na corrida rumo ao Planalto. No palco, estava o cantor e compositor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura de Lula, fundador do partido e um dos maiores entusiastas da candidatura Marina. Na mesma ocasião, os verdes anunciaram a segunda boa notícia. Depois de muitos meses de negociação, o empresário Guilherme Leal aceitou ocupar a vaga de vice na chapa de Marina. Sócio da Natura, empresa do ramo de cosméticos, Leal ficou bilionário adotando práticas mais compatíveis com o meio ambiente. A identificação com as causas ecológicas e, claro, a possibilidade de reforço no caixa fizeram de Leal o nome ideal para acompanhar Marina na busca dos votos dos eleitores.

Marina tem vontade de sobra para enfrentar os dois adversários mais fortes. Ela costuma se comparar à jaguatirica, um tipo de onça muito comum no Brasil, geralmente associada à imagem de ferocidade. O jeito delicado da senadora guarda pouca semelhança com a natureza violenta do felino, mas a referência ao animal dá uma ideia do espírito que ela pretende imprimir na campanha. Filha de uma família pobre do interior do Acre, a mulher que o PV quer levar ao Planalto trabalhou como seringueira e empregada doméstica para ajudar a sustentar os sete irmãos sobreviventes. Marina aprendeu a ler e escrever aos 16 anos pelo antigo Mobral, o programa de alfabetização do governo militar. A militância no PT proporcionou a Marina uma surpreendente trajetória política que a levou ao ministério de Lula, de onde saiu em maio de 2008, descontente com a falta de apoio para suas propostas.

A festa durou pouco, mas a ressaca....

Nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sustentado a imagem de grande amigo do Irã e de seu líder, Mahmoud Ahmadinejad. Com tal posição, Lula se colocou ao lado de um personagem pouco respeitado na comunidade internacional. Quando fala em encontros internacionais, como a Assembleia-Geral da ONU, Ahmadinejad espanta ouvintes da sala. É um extremista religioso que reúne, entre seus amigos mais próximos, apenas políticos simpáticos às ditaduras: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o ditador cubano Raúl Castro e o líder norte-coreano, Kim Jong-il. É um antissemita que não reconhece a legitimidade do Estado de Israel e, em vários discursos, questionou fatos históricos a respeito do extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Sobre os ombros de Ahmadinejad pesa também a sangrenta repressão aos protestos contra sua reeleição, em 2009, que terminaram em dezenas de mortos e centenas de presos políticos. Na ocasião, enquanto a comunidade internacional condenava o desrespeito aos direitos humanos, o presidente Lula classificou a disputa no Irã como “choro de perdedor”. Mais tarde, o próprio governo iraniano reconheceu que houve fraude. O Irã mantém dezenas de jornalistas em cativeiro e, desde os protestos do ano passado, sites como o da rede de notícias inglesa BBC são bloqueados no país.

Em sua visita a Teerã na semana passada, o presidente Lula foi tratado como seu maior aliado por Ahmadinejad. Isolada desde que a teocracia islâmica foi implantada no país, em 1979, Teerã se mobilizou para recebê-lo. Ele recebeu tratamento VIP. Na entrada do luxuoso hotel Steghlal, onde a diplomacia brasileira e as delegações dos países do G15 (que reúne nações em desenvolvimento) estavam hospedadas, havia uma grande faixa em que Lula e Ahmadinejad apareciam lado a lado, com as mãos levantadas e os rostos felizes. Lula diz acreditar nas intenções pacíficas do programa nuclear iraniano e afirma que o acordo que costurou em Teerã entre Brasil, Irã e Turquia ajudará a manter o mundo livre de guerras nucleares. Mais que isso, Lula diz acreditar que se trata de um exemplo de como o Brasil pode ser uma ponte entre os países do Ocidente e os países daquilo que, em outros tempos, costumava ser chamado de mundo em desenvolvimento. “Fomos ao Irã e conseguimos fazer o que o Conselho de Segurança queria que fosse feito há seis meses”, disse Lula. “É muito engraçado que algumas pessoas não gostaram que o Irã aceitasse a proposta, porque tem gente que não sabe fazer política se não tiver o inimigo, e sou daqueles que só sabem fazer política construindo amigos.” A questão central é: dá para confiar em um “amigo” como Ahmadinejad?

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas encarregado de coibir a expansão de armamentos nucleares, acusa o Irã de desrespeitar o Tratado de Não Proliferação (TNP), principal acordo internacional que regula a questão. O país mantém um programa para construir reatores nucleares e desenvolver tecnologia capaz de enriquecer urânio a 20%, o ponto de partida para chegar à produção de ogivas. Desde o ano passado, o Brasil sustenta a arriscada posição de defender o Irã no Conselho de Segurança da ONU, onde ocupa uma das dez cadeiras rotativas. Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha consideraram o acordo costurado pelo Brasil insuficiente para garantir que o Irã não produzirá armas nucleares.

Istoé

A jogada global de Lula - Parte 1

Em abril de 2009, em Londres, na ­descontraída sessão de fotos dos presidentes do G-20, o fórum que reúne as 20 maiores economias do planeta, o presidente americano, Barack Obama, abraçou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e falou alto, para os outros líderes que estavam por perto: “Este é o cara.” Pouco mais de um ano depois, Obama viu o presidente brasileiro aparecer realmente como “o cara”, no xadrez das negociações internacionais até então reservadas às grandes potências. Lula era a voz dos emergentes, fazendo-se ouvir na questão mais aguda do momento para a paz mundial. O Brasil não pediu licença para entrar no jogo que está tirando o sono dos poderosos. Depois de quase sete meses de impasse entre o time capitaneado pelos Estados Unidos e o grupo comandado por Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, Lula fez a sua mais ousada jogada internacional. Com o apoio da Turquia, desembarcou no Golfo Pérsico para uma inusitada sessão de esforço diplomático. Quando deixou Teerã, na segunda-feira 17, ostentava a condição de mediador de um acordo que pode ser o primeiro passo para romper as hostilidades entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica.

A atuação do brasileiro e de seu colega turco – o primeiro-ministro Recep Erdogan – provocou ceticismo e uma ponta de inveja no Ocidente. Afinal, esse protagonismo era tradicionalmente coisa para outra gente. “O cara”, em temas-chave do Conselho de Segurança da ONU, sempre foi o homem que, no momento, ocupava a cadeira presidencial dos EUA. Além das desconfianças generalizadas quanto ao programa nuclear iraniano, incomodou a desenvoltura de Lula e a ameaça de uma guinada na relação de forças entre as novas potências mundiais, como ele próprio tratou de lembrar no dia seguinte, em Madri: “O Brasil quer ser um ator global porque não concordamos com a atual governança mundial. São necessários mais atores, mais negociações e mais disposição para dialogar.”

É a primeira vez que um país emergente intervém de maneira direta em um conflito tão explosivo. “O Brasil já vinha se projetando como ator mundial relevante em temas como a regulação do capital financeiro e a reunião do G-20”, lembra o cientista político Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. “Mas o País jamais tinha participado de forma tão contundente.” A ofensiva diplomática de Lula, na realidade, começou em meados do ano passado, quando ele decidiu ocupar o vácuo existente entre o regime de Ahmadinejad e a comunidade internacional na discussão da crise nuclear iraniana. A estratégia para atuar no cenário internacional, porém, veio sendo construída desde que ele assumiu o Palácio do Planalto. E tem um lastro material – a multinacionalização de empresas brasileiras e a abertura de novos mercados para o País.
Fonte: Congressoemfoco

Fotos do dia

Isabel Araújo, 26 aninhos, é a carocinho da semana Dolgie Araya está no site Bella da Semana A gata tem tem 32 anos e é chilena Ela mora atualmente em Londres, mas já morou em Curitiba
Em dois chutes dos três certos, são-paulinos batem o Colorado O Carnafacul reuniu milhares de pessoas no Anhembi, em São Paulo Timão bica mais três pontos e mantém a liderança isolada Integrantes da Marcha da Maconha na Marquise do Parque Ibirapuera

Saiba escolher a melhor TV

Rafael Italiani
do Agora

Trocar de televisão em Copa do Mundo é algo tradicional entre os apaixonados por futebol às vésperas do torneio. Diante de tantas opções no mercado, alguns consumidores podem ficar em dúvida sobre as tecnologias disponíveis, o que cada uma delas pode oferecer e os termos usados pelos vendedores.

Para tirar essas dúvidas, o Agora foi atrás de informações que podem esclarecer dúvidas e facilitar a vida de quem quer trocar de televisão.

Hoje, no mercado, há três tipos de tecnologias: plasma, LCD e LED. A definição de televisores antigos, de tubo, é de 480 linhas. Já os modelos mais novos, como os de plasma e os LCD, podem ser encontrados com 720 e 1.080 linhas.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora

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Veja como se aposentar por idade no INSS

Paulo Muzzolon
do Agora

Os segurados do INSS que têm pelo menos 65 anos de idade, no caso do homem, ou 60 anos, no caso da mulher, não precisam esperar o presidente Lula decidir pelo fim do fator previdenciário para pedir a aposentadoria. Esses segurados podem se aposentar por idade, após 15 anos de contribuição, sem a incidência do fator --o índice só entra no cálculo se for maior que 1 e aumentar o benefício.

A aposentadoria por idade é igual a 70% da média salarial do segurado, mais 1% para cada ano de contribuição, limitado a 100%. Para quem tem 15 anos de contribuição, o benefício será igual a 85% de sua média salarial. Se essa média for de R$ 1.000, o benefício será de R$ 850. Com mais tempo de contribuição, o benefício irá aumentar.

Fonte: Agora

Perdas causadas por planos econômicos avançam na Justiça

Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Priscila Forone/ Gazeta do Povo / Elias Ed Miskalo, advogado que  atende a Associação Nacional dos Devedores de Instituições Financeiras  (Andif) Elias Ed Miskalo, advogado que atende a Associação Nacional dos Devedores de Instituições Financeiras (Andif)

Ações que pedem ressarcimento recebem pareceres contrastantes de diferentes instâncias jurídicas; STF pode organizar audiência pública sobre o assunto

| André Lückman

Duas movimentações recentes do Judiciário chacoalharam o futuro das quase 700 mil ações que pedem o ressarcimento de rendimentos da poupança perdidos em planos econômicos do passado. Uma delas beneficia o poupador. A outra, os bancos.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ameaça derrubar 99% das ações civis públicas contra as perdas. Por outro lado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se posiciona em defesa dos consumidores. O órgão emitiu um parecer contrário a uma tentativa da Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) de cassar no Supremo Tribunal Federal (STF) os processos que pedem ressarcimento dos poupadores.

De 700 mil ações, STF só julgou 300

Das cerca de 700 mil ações que circulam nos tribunais, apenas 300 foram julgadas pelo STF – a última instância, que profere a decisão final. Segundo uma pesquisa feita pelo Idec, o placar geral do STF é de 187 decisões em favor do poupador e 134 em favor dos bancos (a conta ultrapassa 300 porque algumas decisões trataram de depósitos em mais de um plano econômico). As ações que favoreceram os ban­­cos, no entanto, são todas concentradas nas medidas dos planos Collor, enquanto os planos Bresser e Verão têm conquistado vitórias ao consumidor.

Um exemplo de controvérsia: no plano Collor, uma medida provisória com vigência retroativa definiu que as contas de poupança deveriam ser corrigidas de acordo com o BTN Fiscal, índice apurado no com base no mês anterior. Como a inflação da época tinha variações bruscas, a mudança teria causado perdas aos poupadores.

São questionados os cálculos das poupanças com aniversário entre 1 a 15 de junho de 1987 (Bres­­ser), 1 a 15 de janeiro de 1989 (Verão), e 1 a 15 de abril de 1990 (Collor 1). (AL)

Esses posicionamentos, de diferentes instâncias jurídicas, aumentaram a expectativa das entidades de defesa do consumidor de levar a briga para o STF. O parecer da PGR, com isso, ganha ainda mais relevância: ele aumenta a chance de uma audiência pública para formar opiniões no tribunal. Essa medida foi solicitada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em dezembro e, se realmente aceita, o STF ouviria, pela primeira vez, especialistas para decidir uma causa com implicações financeiras.

Comoção

Para os ministros do Supremo, a audiência pública é um artifício que deve ser usado apenas em causas de grande comoção popular, tanto que, até hoje, o tribunal realizou apenas cinco consultas desse tipo. A primeira foi em abril de 2007, quando foi debatido o uso de células-tronco em pesquisas científicas. Em 2008 foram realizadas duas sessões: uma para tratar do aborto em fetos anencéfalos; e outra sobre a importação de pneus usados. Neste ano, já houve audiências sobre os direitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre cotas raciais em universidades.

Contrastantes

A gerente jurídica do Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumi­dor (Idec), Maria Elisa Novais, diz que o parecer emitido pela PGR é “excelente”. Porém, ele contrasta com a decisão do STJ, re­­duz o período de prescrição para os questionamentos – de 20 para 5 anos.

Os processos individuais não são afetadas pela decisão do STJ, que considera apenas as ações civis públicas. “A Febraban (Fe­­deração Brasileira de Bancos) co­­memora, mas essa decisão des­­cons­­trói o próprio argumento eco­­nômico no qual ela se apoia”, avalia Maria Elisa.

O advogado Elias Ed Miskalo, do escritório curitibano que aten­­de a Associação Nacional dos De­­vedores de Instituições Financei­ras (Andif), tem cerca de cem ações individuais elaboradas contra perdas de planos econômicos. Ele diz que, além de podar o prazo de ajuizamento, o STJ também decidiu suspender a tramitação de todos os processos individuais, com o objetivo de criar uma jurisprudência co­­mum no assunto. “O consumidor continua sendo prejudicado, porque, nesse as­­sun­­to, está com a porta do STJ fe­­chada – e ela só se abre para discussões coletivas.”

Fonte: Gazeta do Povo

É cedo para comemorações

Carlos Chagas

Com o retorno de Dilma Rousseff ao país, importante será verificar de que forma sua nova ascensão nas pesquisas irá refletir-se no comportamento do PT, do presidente Lula e da própria candidata. Dois meses atrás, quando Dilma começou a crescer, ingressando nos dois dígitos das preferências populares, vastas doses de empáfia e de soberba foram sorvidas no perigoso cálice da imaginação. O PT ficou embriagado e passou a contestar as alianças com o PMDB, exigindo deixar a condição subalterna em muitos estados, como Maranhão e Minas. O partido não precisaria mais do respaldo amplo e irrestrito de seu maior parceiro.

Nem o presidente Lula escapou, quando maliciosamente sugeriu que o PMDB apresentasse uma lista tríplice de candidatos à vice-presidência, em vez da imposição do nome de Michel Temer, com o qual tem diferenças. Dilma manteve-se em silêncio, mas obviamente atrelada às opiniões de seu mestre.

O tempo passou e os índices de José Serra voltaram a afogar a pretensão dos companheiros e a própria má vontade do Lula diante do presidente da Câmara, que não passou recibo mas manteve o PMDB inflexível na indicação única, afinal tornada indiscutível e acatada. Mas as crises estaduais permaneceram, levando o presidente a determinar à direção nacional do PT que interviesse no Maranhão. Em Minas tudo indicava acontecer a mesma coisa, se os petistas locais insistissem em contestar o casamento com Hélio Costa, do PMDB.

O problema é que os ponteiros dos institutos de pesquisa deram outra volta e, de novo favorecem a candidata, agora até superando José Serra ou mostrando empate técnico entre eles. Sofrerão o PT, o Lula e Dilma novo surto de presunção eleitoral? A febre da arrogância irá atingi-los outra vez? É cedo para comemorações.

Com todo o respeito, mas…

Seria bom botar os pés no chão, a ser verdadeira a informação da “Folha de S. Paulo” de ontem, sobre o presidente Lula estar trabalhando para tornar-se secretário-geral das Nações Unidas ou presidente do Banco Mundial, assim que deixar o poder. Com todo o respeito, vale lembrar que o sapo despencou e quebrou a cara ao participar da festa no céu, para onde voou na viola do urubu, sem passagem de volta.

O Lula afirma-se como um dos maiores presidentes na História da República. Mudou a face do país, tornando-se desnecessário referir, aqui, as realizações, planos e projetos que deram certo. O problema está na diferença de funções, nenhuma delas superior às outras. A presidência do Brasil não constitui trampolim para nada. Completa-se nela mesma. A secretaria-geral da ONU e a presidência do Banco Mundial exigem de seus titulares atribuições nem maiores nem melhores do que o palácio do Planalto, apenas diferentes. É mais ou menos como se pegássemos o maior craque de nosso selecionado de futebol, o Cacá, por exemplo, e o escalássemos no selecionado de basquete.

Dispõe o Lula de excepcionais condições para combater a miséria e a pobreza e impulsionar o desenvolvimento, entre nós, mas como enfrentará a primeira crise entre Tonga-Bonga e Songa-Monga, lá no Oceano Índico, só para não citar confrontos e conflitos muito superiores?

O fato de o nosso presidente ser monoglota não constituiria maior impedimento, para isso existem os intérpretes. Mas ajuda bastante olhar no olho de interlocutores variados e perscrutar as armadilhas escondidas em seus comentários, quando compreendidos sem o auxílio de tradutores.

Em suma, essa história de despachar o Lula para Washington ou Nova York só pode ser criação de um inimigo ou devaneio de um desmiolado auxiliar…
Fonte: Tribuna da Imprensa

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