Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, maio 24, 2010

É cedo para comemorações

Carlos Chagas

Com o retorno de Dilma Rousseff ao país, importante será verificar de que forma sua nova ascensão nas pesquisas irá refletir-se no comportamento do PT, do presidente Lula e da própria candidata. Dois meses atrás, quando Dilma começou a crescer, ingressando nos dois dígitos das preferências populares, vastas doses de empáfia e de soberba foram sorvidas no perigoso cálice da imaginação. O PT ficou embriagado e passou a contestar as alianças com o PMDB, exigindo deixar a condição subalterna em muitos estados, como Maranhão e Minas. O partido não precisaria mais do respaldo amplo e irrestrito de seu maior parceiro.

Nem o presidente Lula escapou, quando maliciosamente sugeriu que o PMDB apresentasse uma lista tríplice de candidatos à vice-presidência, em vez da imposição do nome de Michel Temer, com o qual tem diferenças. Dilma manteve-se em silêncio, mas obviamente atrelada às opiniões de seu mestre.

O tempo passou e os índices de José Serra voltaram a afogar a pretensão dos companheiros e a própria má vontade do Lula diante do presidente da Câmara, que não passou recibo mas manteve o PMDB inflexível na indicação única, afinal tornada indiscutível e acatada. Mas as crises estaduais permaneceram, levando o presidente a determinar à direção nacional do PT que interviesse no Maranhão. Em Minas tudo indicava acontecer a mesma coisa, se os petistas locais insistissem em contestar o casamento com Hélio Costa, do PMDB.

O problema é que os ponteiros dos institutos de pesquisa deram outra volta e, de novo favorecem a candidata, agora até superando José Serra ou mostrando empate técnico entre eles. Sofrerão o PT, o Lula e Dilma novo surto de presunção eleitoral? A febre da arrogância irá atingi-los outra vez? É cedo para comemorações.

Com todo o respeito, mas…

Seria bom botar os pés no chão, a ser verdadeira a informação da “Folha de S. Paulo” de ontem, sobre o presidente Lula estar trabalhando para tornar-se secretário-geral das Nações Unidas ou presidente do Banco Mundial, assim que deixar o poder. Com todo o respeito, vale lembrar que o sapo despencou e quebrou a cara ao participar da festa no céu, para onde voou na viola do urubu, sem passagem de volta.

O Lula afirma-se como um dos maiores presidentes na História da República. Mudou a face do país, tornando-se desnecessário referir, aqui, as realizações, planos e projetos que deram certo. O problema está na diferença de funções, nenhuma delas superior às outras. A presidência do Brasil não constitui trampolim para nada. Completa-se nela mesma. A secretaria-geral da ONU e a presidência do Banco Mundial exigem de seus titulares atribuições nem maiores nem melhores do que o palácio do Planalto, apenas diferentes. É mais ou menos como se pegássemos o maior craque de nosso selecionado de futebol, o Cacá, por exemplo, e o escalássemos no selecionado de basquete.

Dispõe o Lula de excepcionais condições para combater a miséria e a pobreza e impulsionar o desenvolvimento, entre nós, mas como enfrentará a primeira crise entre Tonga-Bonga e Songa-Monga, lá no Oceano Índico, só para não citar confrontos e conflitos muito superiores?

O fato de o nosso presidente ser monoglota não constituiria maior impedimento, para isso existem os intérpretes. Mas ajuda bastante olhar no olho de interlocutores variados e perscrutar as armadilhas escondidas em seus comentários, quando compreendidos sem o auxílio de tradutores.

Em suma, essa história de despachar o Lula para Washington ou Nova York só pode ser criação de um inimigo ou devaneio de um desmiolado auxiliar…
Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

Relatório robusto da PF comprova que golpismo bolsonarista desabou

Publicado em 28 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Nando Motta (brasil247.com) Pedro do C...

Mais visitadas