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domingo, fevereiro 21, 2010

Criminosos com uniforme da polícia assaltam rodoviária em SP

Redação CORREIO

Criminosos com uniformes da Polícia Civil assaltaram a rodoviária de Jundiaí, a 58 quilômetros da capital paulista.

Os dois homens estavam com uniformes do Departamento de Narcóticos (Denarc). Eles renderam e amordaçaram dois funcionários que trabalhavam no turno da madrugada.

Enquanto o restante da quadrilha esvaziava quatro cofres de dois guichês, os assaltantes levaram cerca de R$ 25 mil. A rodoviária de Jundiaí funciona até a meia-noite para venda de bilhetes. No momento não havia passageiros. O local não tem câmeras de segurança. As informações são do G1.

Fonte: Correio da Bahia

Encontro entre Serra e Aécio sinalizará candidatura

Agência Estado

O governador de São Paulo, José Serra, espera apenas o desembarque do colega mineiro Aécio Neves, que retorna hoje de férias no exterior, para marcar a visita que pretende lhe fazer ainda esta semana. Além de selar as costuras políticas no segundo maior colégio eleitoral do País, o encontro dos dois é tático. Serra quer mostrar que fará gestos cada vez mais firmes para não deixar dúvida de que é o candidato do PSDB à Presidência, mesmo sem assumir a candidatura.

Independentemente da movimentação de Serra e do anúncio oficial, que setores do partido apostam que se dará em meados de março, "no máximo", as várias alas do PSDB concordam em um ponto: o inferno astral do candidato tucano se arrastará maio adentro. Isso porque, até lá, a "superexposição" da candidata petista e ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, será acentuada pelos programas partidários do PT e dos partidos aliados do Planalto, em rede nacional de rádio e televisão. É diante desse quadro que serristas do grupo mais próximo ao governador, como o deputado Jutahy Júnior (BA), sustentam a tese de que apressar o lançamento de Serra é inútil.

"Antecipar a campanha é só ampliar o período de travessia do deserto", diz Jutahy, convencido de que o tucano amargará desvantagem durante toda essa fase em que a disputa se dá entre uma ministra que viaja o País inteiro ao lado de um presidente popular e um governador de Estado. O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), concorda que o jogo só começará a ficar equilibrado quando o enfrentamento for entre dois candidatos.

"O que a gente precisa, até lá, é ter nervos de aço. E temos de nos mexer muito no Congresso e nos Estados, com uma forte atuação parlamentar e muita articulação", sugere o senador, animado com os resultados da última pesquisa Ibope. O levantamento divulgado semana passada colocou o tucano 11 pontos porcentuais à frente da petista, no cenário em que Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) também são candidatos. Apontou, também para uma vitória do PSDB em segundo turno, com o placar de 47% a 33% sobre Dilma. "Os números são bons. Confirmam uma situação real, que não é brilhante, mas é segura", analisa Guerra. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo./ Tarde

sábado, fevereiro 20, 2010

Justiça Eleitoral cassa mandato de Kassab

Condenação por captação ilícita na campanha inclui a vice. Ambos seguem no cargo enquanto recorrem

Roberto Fonseca, Fabio Leite e Eduardo Reina - Jornal da Tarde


SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e a vice, Alda Marco Antonio (PMDB), tiveram o mandato cassado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silveira, por recebimento de doações consideradas ilegais na campanha de 2008. A decisão, em primeira instância, torna Kassab o primeiro prefeito da capital cassado no exercício do mandato desde a redemocratização, em 1985. Como o recurso tem efeito suspensivo imediato, os dois podem recorrer da sentença sem ter de deixar os cargos.

Entre as doadoras consideradas ilegais estão a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e empreiteiras acionistas de concessionárias de serviços públicos, como Camargo Corrêa e OAS. Ao todo, a coligação de Kassab e Alda gastou R$ 29,76 milhões na campanha, dos quais R$ 10 milhões são considerados irregulares pela Justiça. A sentença será publicada no Diário Oficial de terça-feira, quando passa a contar o prazo de três dias para o recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Silveira disse neste sábado, 20, ao Jornal da Tarde que já julgou os processos de Kassab, nove vereadores e dos candidatos derrotados na eleição à Prefeitura em 2008, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), todos alvos de representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), mas que não poderia informar quais dos réus foram cassados antes da publicação, na terça. Falta julgar o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e duas empresas acusadas de repasse ilegal.

O juiz afirmou, contudo, que manteve nas suas decisões o mesmo entendimento que levou à cassação de 16 vereadores no fim do ano passado. No caso, todos os políticos que receberam acima de 20% do total arrecadado pela campanha de fonte considerada vedada foram cassados. "Se passou de 20%, independentemente do nome, tenho aplicado a pena por coerência e usado esse piso como caracterizador do abuso de poder econômico na eleição, um círculo vicioso que dita a campanha e altera a vontade do eleitor", afirmou Silveira.

Além de cassar o diploma do prefeito e da vice, a sentença os torna inelegíveis por três anos. Dos 13 vereadores que aguardavam a decisão da Justiça Eleitoral, dez ultrapassavam o limite em doações consideradas ilegais. São eles: o líder do governo, José Police Neto (PSDB), Marco Aurélio Cunha (DEM), Gilberto Natalini (PSDB) e Edir Sales (DEM), da base governista, e os petistas Antonio Donato, Arselino Tatto, Ítalo Cardoso, José Américo e Juliana Cardoso, além de Rodrigues (PR).

Fonte vedada

Nas decisões, Silveira considerou como fonte vedada de doação eleitoral empreiteiras que integram concessionárias de serviços públicos e a AIB. A entidade é acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de servir de fachada do Sindicato da Habitação (Secovi). Por lei, sindicatos não podem fazer doações a candidatos, comitês e partidos. Só da AIB a campanha de Kassab recebeu R$ 2,7 milhões. A entidade e o Secovi negam haver irregularidades.

"Um acionista, mesmo que minoritário, que tem faturamento de R$ 500 milhões, faz estrago numa campanha porque ele tira renda da concessionária. Embora seja um voto vencido, por conta da decisão do ministro Velloso, me convenceu", afirmou Silveira, citando decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Velloso favorável a essas doações nas eleições de 2006.

O inciso 3º do artigo 24 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97) proíbe "concessionário ou permissionário" de fazer doações de qualquer espécie a candidatos ou partidos políticos. E embora a última manifestação do TSE, em 2006, tenha considerado legais doações de empresas com participação em concessionárias, votos proferidos no passado pelos ministros Cezar Peluso, Carlos Ayres Brito e Ellen Gracie repudiaram a prática.

‘Perplexidade’

Procurado pela reportagem, o advogado de Kassab, Ricardo Penteado, afirmou que a defesa do prefeito vai entrar com recurso no TRE que, diz ele, "deve resultar na reforma da sentença e na confirmação da vontade popular."

Penteado afirmou ainda que "as contribuições foram feitas seguindo estritamente os mandamentos da lei e já foram analisadas e aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral."

"Causa perplexidade e insegurança jurídica que assuntos e temas já decididos há tantos anos pela Justiça sejam reabertos e reinterpretados sem nenhuma base legal e contrariando jurisprudência do TRE e do TSE", completou.

Colaborou Rodrigo Burgarelli

Íntegra do Discurso em que Dilma é aclamada pré-candidata do PT à Presidência


Queridas companheiras, queridos companheiros

Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é um dia extraordinário.

Meu partido - o Partido dos Trabalhadores - me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro.

A obra de um líder - meu líder - de quem muito me orgulho: Luiz Inácio Lula da Silva.

Jamais pensei que a vida viesse a me reservar tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo - com humildade, serenidade e confiança.

Neste momento, ouço a voz de Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:

"Teus ombros suportam o mundo/ E ele não pesa mais do que a mão de uma criança"

Até hoje sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu.

Que força ela me deu. Quanta vida me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou.

Eram tempos difíceis.

Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos - generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos.

Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta - Mário Quintana - a força necessária para seguir em frente:

"Todos estes que aí estão/ Atravancando o meu caminho,/ Eles passarão. Eu passarinho."

Eles passaram e nós hoje voamos livremente. Voamos porque nascemos para ser livres.

Sem ódio e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola ou numa prisão.

Estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos expressam livremente suas opiniões e suas idéias.

Um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.

Vejo nesta manhã - nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão - um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso com o país às últimas conseqüências.

Amadureci. Amadurecemos todos. Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande e aqui.

Mas esse amadurecimento não se confunde com conformismo, nem perda de convicções.

Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país.

Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas.

Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de buscar e construir um mundo melhor.

A história recente mostrou que estávamos certos.

Tivemos um grande mestre - o Presidente Lula. Ele nos ensinou o caminho.

Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.

Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.

Companheiras, Companheiros

Recebo com humildade a missão que vocês estão me confiando. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante - o Presidente Lula.

Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.

Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país - a força do povo brasileiro.

A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos.

Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.

Dos movimentos sociais. Dos que labutam em nossos campos. Dos profissionais liberais. Dos intelectuais. Dos servidores públicos. Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país. Dos negros. Dos índios. Dos jovens. De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.

Enfim, das mulheres.

Para muitos, elas são "metade do céu". Mas queremos ser a metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades. Quero com vocês - mulheres do meu país - abrir novos espaços na vida nacional.

É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige.

Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia.

Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda.

Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos.

Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.

Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candieiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil a fora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.

Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro.

Milhões - mas muitos milhões mesmo - expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.

Muitos me perguntam porque o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, derrubando velhos dogmas.

O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda - o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável.

Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial.

Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos.

O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.

Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto.

Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados.

Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que nos pede dinheiro.

Grande ironia: os mesmos 14 bilhões de dólares que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.

O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.

Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.

A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das grandes cidades.

Essa situação está mudando. O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo.

Nós vamos aprofundar esse caminho. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da "Maria Fumaça". O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance.

O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.

Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso.

Aqui, o desastre só não foi maior - como em outros países - porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.

Alguns falam todos os dias de "inchaço da máquina estatal". Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização.

Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.

Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país.

Diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País.

Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008:

É chegada a hora da política!

Nada mais apropriado. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.

O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo.

O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.

Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.

O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.

No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E como faltou!

Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que está ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros.

Hoje crescemos, distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, expansão da democracia, forte participação social na definição das políticas públicas e respeito aos Direitos Humanos.

Quem duvidar do vigor da democracia em nosso país que leia, escute ou veja o que dizem livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições - ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas - ao silêncio das ditaduras.

Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a constituir uma nova e verdadeira opinião pública.

As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.

Não praticamos casuísmos. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos - como se fez no passado - as regras do jogo no meio da partida.

Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce sobre o qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.

Queridas companheiras, queridos companheiros.

Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo. Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.

Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.

Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula - seu olhar social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.

Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso - da creche a pós-graduação.

Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que estamos construindo. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.

No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da população brasileira. E eles têm direito a um futuro melhor.

O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados.

Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores bem treinados e bem remunerados. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho de todo o Brasil.

Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento

Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica.

As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância até a vida adulta, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.

Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.

Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso a socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis a seu pleno desenvolvimento. Isso é o que está previsto no PAC 2.

Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional - o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente e Farmácia Popular.

Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.

Vamos melhorar a habitação e universalizar o saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente. Vamos reforçar os programas de segurança pública.

A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso.

Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d'água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso.

Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade.

Agregar valor a nossas riquezas naturais, é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil, deve ser - e será - produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal, vão gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.

Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.

Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.

Todas as nossas ações de governo têm uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.

Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.

Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.

Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.

Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.

Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.

Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.

Companheiras e companheiros

Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros. Um debate voltado para o futuro.

Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.

Queridas amigas e amigos

No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada à tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.

Em meus queridos pais. Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta. Nos tantos amigos que fiz. Nos companheiros com quem dividi minha vida.

Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história.

Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.

Permitam-me recordar três companheiros que se foram na flor da idade.

Carlos Alberto Soares de Freitas. Beto, você ia adorar estar aqui conosco.

Maria Auxiliadora Lara Barcelos Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui entre nós todos.

Iara Yavelberg. Iara, que falta fazem guerreiras como você.

O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.

A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro - Luiz Inácio Lula da Silva.

Esse ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.

Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores.

Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT.

Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.

Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.

O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso.

Mas não mudou de lado.

Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados da Federação, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.

Mas, a principal inovação que o Partido trouxe para a política brasileira foi colocar o povo - seus interesses, aspirações e esperanças - no centro de suas ações.

Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.

Esta é a cara do meu partido.

O rosto daqueles e daquelas que acrescentam a sua jornada de trabalho, uma segunda jornada - ou terceira - a jornada da militância.

Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.

Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranqüilidade e determinação.

Sei que não estou sozinha.

A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões.

Vamos todos juntos, até a vitória.

Viva o povo brasileiro!

Policiais participaram de 14 assassinatos na BA, diz procurador

MATHEUS MAGENTA
da Agência Folha, em Salvador

Uma investigação da força-tarefa do Ministério Público da Bahia apontou a participação de policiais militares no assassinato de 14 pessoas e no desaparecimento de outras três em Vitória da Conquista (505 km de Salvador), no sul do Estado.

Os crimes ocorreram entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro deste ano, mas só agora os promotores apontaram indícios de relação entre eles. As mortes, segundo o procurador-geral de Justiça da Bahia, Lidivaldo Britto, foram uma retaliação ao assassinato do PM Marcelo da Silva, 32.

"Não há como negar que foi uma operação policial. Eles usaram carros da corporação para sequestrar e matar aquelas pessoas", afirmou Britto, que lidera a força-tarefa formada por sete promotores.

O principal suspeito da morte do policial é um jovem de 17 anos, apontado pela polícia como integrante de uma facção criminosa que vende drogas na região. Apreendido e encaminhado para a Case (Comunidade de Atendimento Socioeducativo), ele nega o crime.

Segundo Britto, a maioria das vítimas (com idades entre 15 e 44 anos) tem passagem pela polícia e é suspeita de integrar a facção. Há exceções, como a cunhada do suspeito do homicídio, desaparecida desde o início deste mês. Ela não tem ficha criminal na polícia.

Os promotores apontam a participação dos policiais nos crimes com base em depoimento de testemunhas, que já identificaram três agentes.

Como ainda não foram reunidas provas materiais, a investigação da força-tarefa só será concluída após a análise de exames periciais (como o de balística) e a exumação dos corpos de algumas vítimas.

As polícias Civil e Militar também abriram duas investigações paralelas sobre os crimes. Segundo o coronel Hélio Gondim, do setor de comunicação da PM baiana, "a sindicância ainda está em andamento, por isso não é prudente dar informações sobre o caso".

Outro lado

Ele não quis comentar as declarações do procurador-geral de Justiça, mas afirmou que "quem errar, que responda por isso, seja policial ou não".

Nos últimos dois anos, o número de processos disciplinares instaurados na Corregedoria da PM cresceu 57%, de 410 para 644. Para Gondim, o aumento é explicado "pelo fortalecimento do acesso democrático da sociedade aos mecanismos de controle da polícia, como corregedoria e ouvidoria".

LULA DESCARTA PALANQUES DUPLOS NA CAMPANHA DE DILMA

Quem sai perdendo com a decisão de Lula, Wagner ou Geddel?

Foi dado um basta na novela sobre os palanques duplos na campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (19) que nos estados onde PT e PMDB não chegarem a um acordo para lançar um candidato único, não haverá a presença dele. “Se em algum estado não houver a possibilidade de construir uma aliança política, o que vai acontecer é que o presidente da República não participará da campanha naquele estado”, declarou Lula ao avaliar que não é estratégico uma pessoa fazer mais de um palanque. A declaração aconteceu ao lado do governador do Mato Grosso do Sul, o peemedebista André Puccinelli , que disputa a reeleição e deve enfrentar um adversário do PT. Na Bahia a situação é similar, pois o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB) e o governador Jaques Wagner (PT) já são considerados dois dos principais adversários locais na disputa pelo Palácio de Ondina e não abrem mão do palanque individualizado. Com essa afirmação de Lula, os baianos provavelmente não terão a esperada visita do líder petista.

Fonte: Sudoeste Hoje

Fiel diz que imagem de Jesus chora mel em Sapopemba

Imagem de Jesus chora

Uma imagem de Jesus Cristo pregada na parede de uma casa em Sapopemba (zona leste de SP) tem causado polêmica e atraído curiosos. Pelo olho esquerdo da imagem está escorrendo mel desde anteontem, segundo o dono da escultura de gesso, o missionário Anderson Freitas, 22 anos. "Eu sou muito religioso e sempre olho para a imagem. Na quinta [anteontem], olhei e escorria um líquido. Quando me aproximei, senti o cheiro do mel.

O professor de biologia e química da Unifesp Gabriel Cunha disse que o fenômeno é possível quimicamente. "É aceitável por meio da condensação, quando a temperatura da superfície, no caso a parede, é diferente da temperatura da imagem. O calor pode derreter o gesso da imagem." Ele não sabe explicar o cheiro de mel.

Vinícius Dominichelli e Fernanda Barbosa
do Agora

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Nova lei reduz a correção de atrasados

Paulo Muzzolon
do Agora

Os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que ganharem uma ação na Justiça de concessão ou revisão do benefício, que tiverem direito aos atrasados --diferenças não pagas nos últimos cinco anos--, receberão menos a partir de agora.

Uma nova lei, que vai começar a ser aplicada neste mês pelo CJF (Conselho da Justiça Federal, que libera o pagamento da grana), reduziu o valor dos juros e da correção monetária dos atrasados.

Agora, segundo um boletim interno especial do CJF, ao qual o Agora teve acesso, a correção será a mesma da poupança, que é a TR (taxa referencial) --porém, sem o adicional de 6% ao ano. Em 2009, a TR rendeu 0,7009%.

Fonte: Agora

Dilma Já passou Serra no Nordeste e no Norte

O que mais me impressionou na última pesquisa do Ibope, divulgada quinta-
feira (18), foi a ultrapassagem de Dilma Roussef no Nordeste/Norte do Brasil. A pesquisa revela que Dilma Roussef, além de subir oito pontos e Serra descer dois pontos, já passou o candidato tucano nas regiões Nordeste e Norte. Não é pouca coisa. No fim do ano passado, Serra tinha 16 pontos de vantagem no Nordeste e 11 pontos à frente no Norte e Centro-Oeste. Agora, está perdendo por cinco pontos no Nordeste e por dois pontos no Norte. Isso é mais importante politicamente que a queda de seis pontos de Serra no Sudeste. Serra começa a traçar a geografia do desastre.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

Sepúlveda nega que será possível interventor

Citado como um dos nomes para assumir o governo do Distrito Federal em caso de uma intervenção federal, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, disse que em nenhum momento foi sondado sobre o assunto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quarta-feira, ele se reuniu com Lula no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede provisória do governo. Ele, no entanto, afirmou nesta sexta-feira que o encontro serviu para analisar “sem profundidade” panoramas que podem surgir com o desenrolar da crise do DF.

O “Painel” da Folha informou hoje que Pertence foi mencionado como opção para o cargo de interventor. No entanto, ele é advogado de José Celso Gontijo, empresário que aparece nos vídeos de Durval Barbosa transportando dinheiro que supostamente abasteceu o mensalão no DF. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STF a intervenção no DF por julgar que os poderes constituídos em Brasília estariam comprometidos pelos escândalos do governo José Roberto Arruda (sem partido). Da reunião de quarta-feira, participaram também os ministros Nelson Jobim (Defesa), Luiz Paulo Barreto (Justiça) e Franklin Martins (Comunicação Social). Sepúlveda preferiu não dar detalhes da conversa.

“Eu ainda sou daqueles antigos. No caso, [quem deve falar] é o ministro da Secretaria da Comunicação Social, que estava presente”, afirmou Sepúlveda. Sobre o caso dos cargos de governador e vice ficarem vagos, o ministro tem um posicionamento claro. Pertence lembrou que no Distrito Federal, diferentemente dos demais Estados, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal é um órgão subordinado à União. Para o ex-ministro, se José Arruda e o governador interino Paulo Octávio (DEM) renunciarem, o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), ou o presidente do TJ devem marcar eleições indiretas em 30 dias como prevê a Constituição Federal. Nesses casos, segundo ele, não seria uma sucessão, mas uma substituição. “Quem sucede [o governador] é só o vice-governador. Assim como acontece no plano federal”, disse o ex-ministro.

Fonte: Tribuna da Bahia

Vereadores acusam APLB de politicagem

“A paralisação das aulas na rede municipal de ensino não passa de politicagem”. A afirmação é do vereador Adriano Meireles (PSC), em relação à greve de professores nas escolas do município, iniciada no dia 09 de fevereiro, véspera de Carnaval. O vereador disse ainda que o PCdoB, que outrora era responsável pela Secretaria de Educação do Município, está por trás de toda movimentação.

“Essa movimentação só demonstra o desespero do PCdoB, que está utilizando de vários artifícios para justificar a sua falta de sucesso quando esteve à frente da pasta e agora tenta jogar os professores contra o secretário Carlos Soares com alegações nada convincentes. Estou perplexo com o comportamento irresponsável da APLB, que hoje fica a serviço do partido, prejudicando não só a educação da nossa cidade, mas também todos os alunos da rede pública municipal”, declarou Meireles. O vereador disse ainda que nunca houve tanto respeito e atenção aos professores municipais por parte da secretaria.

“Sem contar que essa paralisação não tem nenhuma justificativa, já que o secretário tem sido democrático. O que acho engraçado é que quando o PCdoB esteve à frente da secretaria, não teve competência de gerir a pasta e dar uma educação digna à população”. Temos acompanhado de perto, vemos o esforço do secretário e é só pesquisar a quantidade de escolas reformadas e os dados da atual gestão e comparar com a de nossa colega vereadora que vamos ver os reais motivos dessa articulação da APLB”.

Fonte: Tribuna da Bahia

O risco de morrer na praia

Carlos Chagas

Pouca novidade trouxe a mais recente pesquisa eleitoral, desta vez a cargo do Ibope. Porque apesar de Dilma Rousseff haver conquistado mais dois pontos percentuais, José Serra continua absoluto como preferido dos consultados. E com o acréscimo de que, na simulação para o segundo turno, sua vitória torna-se mais expressiva ainda. São 47 pontos contra 33.

Apesar de haver crescido, fruto de intensa exposição ao lado do presidente Lula, a candidata dispõe de sete meses para dar a volta por cima, coisa que não conseguiu nos quase dois anos em que freqüenta as preliminares da campanha presidencial. Conquistará maiores percentuais, concluem os observadores, mas a ponto de superar o adversário? Abre-se para ela, por coincidência em meio à festa de seu lançamento, pelo PT, o risco de morrer na praia. Claro que o reverso da medalha torna-se possível. O eleitorado ainda custa a entusiasmar-se. Antes da escolha do novo presidente será realizada a Copa do Mundo, evento bem mais atrativo, desde que a sorte continue a bafejar o Dunga.

Sendo assim, a pergunta que se faz é sobre o que acontecerá no país diante da volta dos tucanos ao poder. Aqui o processo pode tornar-se mais fascinante, porque condena-se a incorrer em grave erro quem supuser o hipotético governo Serra um vídeo-tape do governo Fernando Henrique. O governador paulista jamais reconhecerá de público, talvez nem depois de subir a rampa do palácio do Planalto, mas será bom aguardar, sabendo-se ser ele um adepto da intervenção do estado na economia e um adversário das privatizações ligadas à soberania nacional. Sem falar nas restrições que faz aos conglomerados especulativos. Pedro Malan que o diga, se voltarmos um pouco os olhos para o passado.

Cuidado com os outros

Para continuar no tema, importa completar: o problema do Serra são os outros. Não todos os tucanos, é verdade, pois muitos também repudiam o engajamento da social-democracia no neoliberalismo. Rejeitam a postura adotada por Fernando Henrique Cardoso durante oito anos. O diabo será evitar que o ex-presidente e outros da mesma estirpe venham a considerar-se condôminos do poder, no caso da vitória do governador paulista. Para o caso de FHC, o ideal seria designá-lo representante do Brasil na Unesco e mandá-lo para Paris, com passagem só de ida. E para os que já apregoam a privatização total da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, que tal nomeá-los presidentes dessas empresas? Teriam pudor em aparecer como coveiros da soberania nacional. Ou não?

O laboratório do dr. Silvana

Para os mais novos, é bom lembrar: o dr. Silvana era aquele cientista louco, arqui-inimigo da Humanidade, que durante as décadas de quarenta, cinquenta e sessenta quase conseguiu explodir o planeta. Com suas perniciosas invenções, dizem ter sido o criador da Guerra Fria, inspirador ao mesmo tempo de Stalin e de diversos presidentes dos Estados Unidos. Morou algum tempo no Vietnan, parece que depois no Oriente Médio, empenhado em promover conflitos e crises políticas, tanto quanto epidemias, erupções vulcânicas, terremotos e outras catástrofes.

As informações eram de que o maligno personagem havia sido afinal derrotado pelo Capitão Marvel, hoje condenado a viver num asilo para velhos heróis, junto com o Batman e o Príncipe Submarino.

Houve quem, a partir dos anos noventa, jurasse haver visto o dr. Silvana, alta madrugada, esgueirando-se pela Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde havia reinstalado seu laboratório secreto. Teria dado conselhos a Fernando Henrique Cardoso para privatizar o subsolo, as telecomunicações e a navegação de cabotagem, além de extinguir o monopólio do petróleo e sugerir a internacionalização da Amazônia, iniciativa essa interrompida com a eleição do Lula, em 2002. Mesmo assim, parece que a Carta aos Brasileiros foi de inspiração do tresloucado cientista. Depois, sumiu outra vez.

Por que se relatam esses inquietantes boatos? Porque dois dias atrás o presidente Lula, meio em segredo, foi vistoriar as obras do palácio do Planalto. Fez questão de percorrer os porões e seus sombrios corredores. Contam que preocupou-se quando ouviu dos operários relatos sobre ruídos estranhos registrados abaixo do subsolo. Especialmente gargalhadas satânicas, toda vez que o noticiário radiofônico anunciava os resultados de novas pesquisas eleitorais…

Construir outra Brasília

Em seguida ao terremoto que arrasou Lisboa, a corte portuguesa pressionou o todo-poderoso Marquês de Pombal para adotar um programa de reconstrução capaz de repor casas, palácios e monumentos tais como existiam antes da catástrofe. O criador do novo Portugal não deu a mínima, anunciando uma nova Lisboa, mesmo situada no lugar da velha.

Assim está Brasília, depois do terremoto gerado pela roubalheira da quadrilha chefiada por José Roberto Arruda. Não dá para reconstruir esquemas anteriores, muito menos apelar para personagens envolvidos ou conformados com a lambança. A solução é arrasar com o que restou dos escombros da gestão do indigitado governador, incluídos na iniciativa seus supostos sucessores.

Paulo Otávio, vice-governador, não conseguiu agüentar-se. Muito menos conseguirão o presidente da Câmara Legislativa e seu vice. Também não dá para aguardar o presidente do Tribunal de Justiça, pois se o Judiciário ficou à margem da corrupção, nada fez para enfrentá-la.

A única solução parece a intervenção federal, quer dizer, a construção de uma nova Brasília.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Brasília não tem indústria, não tem comércio, não tem receita, é mantida pelo cidadão dos outros estados. Por que tanta gente “se vende” por esse PODER?

Tudo o que está no título é a radiografia de Brasília, a apologia de Brasília, a autofagia de Brasília. E não começo a dizer agora, rompi com Juscelino dois meses depois de sua posse, em 1956, precisamente por causa da mudança da capital.

Evandro Lins e Silva, meu primeiro advogado, me disse assim que comecei a fazer oposição ao presidente que ajudei a eleger, com quem viajei durante 30 dias, ele como “presidente eleito e ainda não empossado”, eu como jornalista: “Helio, se não fosse pela mudança da capital, você ficaria na oposição por outro motivo, essa é sua convicção, a sua destinação, o que você compreende como governo e como jornalismo”.

(Em 1961, depois de me defender e absolver em 9 processos, junto com seu irmão e meu amigo Raul, ele repetia o que dissera 5 anos antes: “Helio, não posso mais ser teu advogado, serei Ministro no governo João Goulart. Quando eu tomar posse, você já estará na oposição”).

Mais do que a antevisão do jornalista, do que Evandro chamava de destinação e convicção (a até podia ser), estava a fábula de dinheiro que seria movimentada, mobilizada, manipulada, manuseada, na construção de uma capital em pleno deserto, com terras de tamanho incalculável e que se transformariam em ouro em pó, desconstruindo o Poder mas construindo fortunas pessoais e intransferíveis. O governo para o povo nunca existiu na capital.

Rui Barbosa: “Até as pedras da rua sabiam”. Não falava sobre as terras de Brasília, mas sobre a realidade que não criaria um nova capital, mas estimularia todo tipo de aventuras, que criariam todas as fantasias, todas as mordomias, todas as hipocrisias, que permitiriam a criação de fortunas inacreditáveis, como sempre longe do povo.

No deserto que se chamou de Brasília, não havia nada. Então, tudo foi carregado de avião: água, tijolo, pedra, madeira, areia, ferro, quem calculava e pagava tudo isso? O ENRIQUECIMENTO LÍCITO OU ILÍCITO, A CORRUPÇÃO ABERTA OU ESCONDIDA, foi a célula principal da fundação de Brasília.

Está tudo na distribuição de terras. E essas terras são tão vastas que não acabam nunca. Havia o setor Sul e o setor Norte, onde moram os muito ricos ou os também ricos.

Agora, está surgindo o SETOR NOROESTE. O MAIS FANTÁSTICO NEGÓCIO DA CAPITAL. E quem comanda tudo, em negócio de BILHÕES e BILHÕES? Paulo Octavio. Então para quê precisa ou exige esses 160 mil reais?

Como comecei citando Rui Barbosa (teoricamente), continuemos com Rui Barbosa (na prática), quando foi Ministro da Fazenda da República. (O primeiro e muito rapidamente. Com o que encontrou, não dava para resistir ou permanecer).

A prodigiosa distribuição de terras para as “vitoriosas” tropas da Guerra do Paraguai, e duraram até o fim do Império e o início da República, levou ao tão falado e jamais explicado “encilhamento”.

A inflação chegou a níveis incomparáveis e incompreensíveis, Rui não poderia resistir. Como os paulistas não estavam satisfeitos com ele, mas tinham pavor de enfrentá-lo, “inventaram”. Pediram que Rui deixasse o cargo para fazer o anteprojeto da Constituição, ele não percebeu a armadilha, aceitou.

O que ocorreu no Distrito Federal de 1870 a 1890, se repetiu em outro Distrito Federal a partir de 1956. Brasília vai completar 50 anos de inauguração, mas o crime não foi cometido nessa data. De 1956 a 1960, gritei praticamente sozinho, foram quatro anos da ruína de uma capital. E que, pelo modelo, CONTAMINOU (royalties para o Procurador Geral) tudo o que viria a seguir. E arruinou o que se chamou de NOVA CAPITAL.

Era outra capital, só que não era NOVA, já nascia velha, exatamente como a República. Não há mais salvação e a INTERVENÇÃO não tem sentido. É muita mordomia, são anexos e mais anexos, terras ainda de tal maneira desabitadas, que durante décadas e décadas, comandarão toda a existência de Brasília.

***

PS – Arruda está preso, representava o Executivo. O Legislativo fazia e faz parte de tudo. O Judiciário vai julgar um homem, mas não atingirá, nem de longe, o que se construiu à margem da balela que se chama de Brasília.

PS2 – Paulo Octavio está muito mais exposto, defende seus negócios pessoais, mas também o de milhares de dependentes de um Poder que nasceu vulnerável, praticamente invisível, e por causa disso inatingível.

PS3 – Brasília é, contraditoriamente, eterna e suicida. Precisava de um interventor japonês que legalizasse o haraquiri.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

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