Agora todos fazem projetos de longo prazo. Acreditando nas pesquisas a respeito da LONGEVIDADE, acreditam mesmo que o amanhã não tem a precariedade que tinha.
Em 2002, Serra afirmou: “Estou com 60 anos, minha vez é agora, depois já será tarde”. Já admite ser governador até 2014, e aí então ser presidente até 2018. Sairia com 76 anos.
Depois de perder para presidente, foi prefeito, disse, “ficarei até o fim do mandato”. Saiu logo, exerceu apenas 15 meses dos 48 OBRIGATÓRIOS. E continuando no excesso de velocidade, foi feito governador. Cometeu então duas transgressões, no Brasil não acontece nada.
E o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que se preocupa com a chamada FIDELIDADE PARTIDÁRIA, não se incomodou com as transgressões de José Serra. Esse importante TSE, tira o mandato de um governador, acusando-o de “comprar votos”, e coloca no cargo o PERDEDOR. Como se ele fosse puro e insuspeito. TODOS COMPRAM VOTOS? Ou quase todos? Quem quiser que responda, principalmente ministros do TSE.
Os que quebram a FIDELIDADE PARTIDÁRIA são punidos. E a INFIDELIDADE pode ser aceita e proclamada? Para ser eleito governador pelo PSDB, Serra preferiu apoiar para o seu lugar na Prefeitura, o senhor Gilberto Kassab, do DEM. Como o TSE classifica isso? Já fulminou a Fidelidade Partidária, agora perdoou a INFIDELIDADE? Nem se diga que era por temor de derrota eleitoral.
O candidato do seu partido para substituí-lo era o senhor Geraldo Alckmin, duas vezes governador, candidato a presidente da República, que no segundo turno contra Lula teve mais votos do que o próprio Serra, na mesma oportunidade. E o senhor Kassab? Apenas “disputou”, (as aspas são indispensáveis) a vice, atrelado ao próprio José Serra. Num sistema político-eleitoral, dominado por partidos legítimos e verdadeiros, o senhor José Serra nem teria espaço para essa escolha clamorosa e traidora.
Depois da violentação da Constituição praticada pelo senhor FHC em benefício próprio, o que era um caos, se transformou em calamidade. Agora vale tudo. A fraude partidária e constitucional, ganhou um reforço suculento e sedutor: a longevidade.
Já não existe mais o limite da idade, fazem absurdas ou esdrúxulas combinações, que são submetidas apenas à ambição ou ao delírio do Poder. Que ataca a todos nos diversos partidos, mas sem aval ou referendo partidário.
Ninguém quer deixar o Poder, municipal, estadual ou nacional. Lula sabe que CONSTITUCIONALMENTE não pode obter o terceiro mandato. Apesar disso, tinha três opções para continuar. 1 – O novo mandato, pura e simplesmente. FHC eleito para 4 anos, ficou 8. Lula eleito para 8 pretende 12. Proporcionalmente o mesmo crime eleitoral do antecessor.
2 – Prorrogação dos mandatos do Executivo, Legislativo e Judiciário, até 2012. Aí então, “limpariam a pedra” de todos, não haveria mais reeeleição para ninguém. Mas quem estivesse fora de qualquer cargo nesse ano poderia disputar o mesmo cargo. O de presidente passaria para 5 anos, uma vez só.
(Traduzindo para que esse item fique bem claro. Lula ganharia mais 2 anos, até 2012. Aí se desincompatibilizaria, disputaria a presidência por mais 5 anos, sairia em 1º de janeiro de 2018. Nessa altura teria 74 anos, o improvável não conta para ninguém. Se derrubam o IMPOSSÍVEL, por que ficariam embaraçados com muito menos, que é esse IMPROVÁVEL?)
A reforma de FHC, apressada e aprovada para servi-lo imediatamente, ficou capenga, destruiu o princípio de QUEM PODE O MAIS PODE O MENOS. Dessa forma, FHC e Lula se reelegeram no Poder. Mas se pretendessem um cargo menor, teriam que deixá-lo para concorrer.
3 – Agora então, nessa lista de violações, Lula está alimentando, (por enquanto apenas alimentando, embora a fome de Poder continue) uma outra possibilidade. Seria vice de Dona Dilma. Aí não perderiam de jeito algum, nem eu tenho dúvidas. Pode ser?
A Constituição, emendada (ou remendada?) por FHC não diz nada. Se não proíbe, tudo deixa de ser problemático para se transformar em realidade.
Lula ficaria dominando inteiramente o Poder, governando como se fosse o motorista do assento de trás, para felicidade geral do PT e de Dona Dilma, que continuaria como Lula e Serra, procurando se acomodar nas poltronas do Planalto-Alvorada.
Ela só perderia o prazer de repreender os outros, manteria a ilusão de mandar alguma coisa. Como hoje. Para Lula aumentaria a perpetuidade em mais 2 anos. (Isso se a prorrogação geral não desse certo). Ficaria como vice até janeiro de 2015, depois presidente até 2020.
Além de ficar no Poder, Lula comandaria a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. (Dona Dilma pouco esportiva, não gosta mesmo de esportes). Nada disso é sonho ou especulação, vem sendo manobrado para que atinjam tempos imemoriais e incontáveis.
E existe ainda quem trabalhe para uma Constituinte, que é a pior das “soluções”. Um golpe fingidamente democrático. (Examinarei depois).
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PS – Serra está desconfiando de alguma coisa, por isso não se define. Se Lula conseguir concretizar um desses planos, Serra se aproveita dos males o menor: mais 4 anos como governador e nova disputada para presidente em 2014 ou 2015, dependendo.
PS2 – E ele, que jamais quis enfrentar Lula, agora aceitaria enfrentá-lo? Bom, aí, com 72 ou 73 anos, iria para o que chamam de “tudo ou nada”. Poderia dizer: “Fui até o último suspiro, não cheguei a presidente, mas perdi o desafio com as armas que escolhi”. E de acordo com o seu temperamento, confessaria: “O Aécio não pode dizer o mesmo”. Não pode?