Publicado em 29 de agosto de 2024 por Tribuna da Internet
Marina Demorida
CNN, Brasília
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta quarta-feira(28) que o Exército vai seguir investigando os militares apontados como autores de uma carta que sugeria golpe após o resultado das eleições de 2022. E disse que os responsáveis, mesmo de alta patente, serão punidos.
“Não é porque é de alta patente que está livre, e tem obrigações com a disciplina das Forças Armadas. Foram militares de alta patente, que resolveram estimular o fracionamento do bom equilíbrio do exército. Desestimular o trabalho do general, e ele prontamente, competentemente, abriu o inquérito, descobriu os culpados e vão ser punidos¨, disse Múcio.
CELULAR DE CID – O documento foi encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante as investigações da Polícia Federal, e foi considerado pelo comandante da Força Terrestre na época, general Marco Antônio Freire Gomes, como uma pressão para que ele aderisse a uma tentativa de golpe de Estado.
Segundo o Exército, 37 militares assinaram a carta. Inquéritos foram abertos para investigar a conduta de quatro deles. Entre os identificados, já foram punidos, com base no regulamento Disciplinar do Exército (RDE), 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento.
A fala do ministro ocorreu após cerimônia em comemoração aos 25 anos do Ministério da Defesa, em Brasília. “As forças armadas, para serem fortes, não podem trabalhar sobre a aérea da suspeição. Tudo tem que ser esclarecido”, acrescentou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O ministro José Múcio Monteiro fala em “punição”, mas o Padre Quevedo diria que isso “non ecziste”. A imensa maioria dos militares é antipetista. A vitória de Lula da Silva foi aceita a contragosto, porém muitos oficiais, especialmente os da reserva, não aceitam Lula de jeito algum. Em tradução simultânea, a punição é apenas uma advertência, no caso dos oficiais da ativa. Os da reserva não estão nem aí, porque não há como puni-los. Aliás, essa história de “punição” é uma tremenda conversa fiada. (C.N.)