Mônica Bergamo
Folha
A campanha de Pablo Marçal (PRTB) e lideranças bolsonaristas estabeleceram pontes nesta semana para tentar unificar a chamada direita em torno do ex-coach em São Paulo. Emissários como Filipe Sabará, responsável pelo plano de governo de Marçal, têm mantido diálogo intenso nesta semana com parlamentares e dirigentes políticos ligados a Jair Bolsonaro (PL).
A ideia é que grandes estrelas bolsonaristas comecem a declarar apoio a Marçal, saltando do barco do prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, para o do empresário. Com isso, criariam um movimento que poderia trazer a própria família de Jair Bolsonaro para a campanha —ou ao menos mantê-la distante da campanha de Nunes.
VENCER SOZINHO – Os argumentos dos que discutem a adesão a Marçal são diversos. O primeiro deles, o de que com o ex-coach a direita poderia assumir sozinha o comando de São Paulo —sem dever nada a políticos do centrão como Valdemar Costa Neto, ou do MDB, partido de Ricardo Nunes.
O outro é o de que Marçal não está interessado em disputar qualquer cargo para o Parlamento. O risco de ele atropelar Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é candidato ao Senado em 2026, portanto, estaria afastado.
Restaria o risco de Marçal ser candidato a presidente em 2026. Mas ele tem repetido que não tentaria a vaga caso Bolsonaro seja candidato.
O CLÃ RECUA – A família Bolsonaro partiu para o ataque a Marçal na semana passada, mas recuou depois que seus perfis nas redes sociais foram inundados de críticas de seguidores bolsonaristas, que defendem que o ex-presidente apoie o empresário.
Foi a primeira vez que uma investida da família Bolsonaro contra um político de direita não teve resultado. Ao contrário de quando atacou Sergio Moro, Joyce Hasselmann e Alexandre Frota, por exemplo.
Nesta semana, como revelado pela coluna, Bolsonaro e seus filhos recuaram das críticas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É a decisão acertada. Do jeito que as coisas estão andando, Marçal acaba ganhando sozinho essa eleição, fato que desmoralizaria Bolsonaro e Lula, ao mesmo tempo, mostrando que o eleitorado está desistindo dos políticos tradicionais, como aconteceu na Argentina. Com Bolsonaro dando apoio a Marçal, a candidatura de Ricardo Nunes some no mapa, porque ele não ter carisma. (C.N.)