No ICL Notícias — 1ª Edição, o professor João Cezar de Castro Rocha avaliou que as acusações mentirosas e o método usado por Pablo Marçal para aumentar a popularidade nas redes podem ser enquadradas como crimes pela Lei Eleitoral. Para ele, os parâmetros da política não são capazes de conter as ilegalidades do candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, e a Justiça precisa agir.
“Objetivo de Pablo Marçal é participar de todas as eleições e desrespeitar todas as regras. Somente desrespeitando as regras ele lacrará, e ele precisa do lacre para produzir lucro”, acredita Castro Rocha.
O professor identifica no comportamento do candidato abuso do poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e desobediência. Por isso, ele pede que o sistema eleitoral reaja e que a candidatura de Marçal seja impugnada e o candidato se torne inelegível por oito anos.
“Pablo Marçal é o tipo de pessoa que, eleita, pode propor a extinção da Justiça Eleitoral”, acredita Castro Rocha.
O professor comentou também relacionou o candidato do PRTB e o ex-kickboxer profissional, Andrew Tate, que tem acusações de violência contra a mulher, tráfico humano, estupro e formação de organização criminosa. O candidato afirma utilizar o sistema criado por Andrew para aumentar a repercussão do seu nome.
“Em 2021, o Andrew Tate inventou um modelo que até então era inédito: ele criou um campeonato de cortes dele mesmo, em que pessoas anônimas no mundo inteiro faziam cortes do conteúdo absurdamente agressivo, racista, misógino, transfóbico, xenófobo do Andrew Tate e produziam cortes. Ele pagava em dinheiro ou, por exemplo, dava o prêmio que ele considerava o mais importante de todos: uma visita a mansão dele na Romênia para passar alguns dias com ele. Esse é o modelo do Andrew Tate. Foi bem-sucedido? Nós no Brasil ainda não sabemos o que nós estamos enfrentando: o Andrew Tate em 2022, depois de ter criado este sistema, foi o nome mais pesquisado no Google do mundo inteiro”, explica João Cezar.
Segundo o professor, Pablo Marçal não apenas utiliza o modelo, como o aperfeiçoou. Ele utiliza “cortes negativos”, ou seja, paga para que as pessoas façam cortes de falas que podem trazer uma repercussão negativa, apenas com o objetivo de aumentar seu alcance no mundo digital devido às polêmicas que envolvem seu nome.
“Quando ele [Pablo Marçal] pega esse sistema, que no mercado digital o torna um exitoso ‘selfmade man’, e quando ele crê que ele pode trazê-lo para a esfera da política, ele está tendo uma série de crimes que tanto podem impugnar a candidatura, torná-la inelegível e levá-la à prisão”, enfatiza o professor.
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