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sábado, fevereiro 19, 2022

Decreto que “legaliza” garimpo na Amazônia recebe duras críticas das entidades ambientalistas

Publicado em 19 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet

Uso do mercúrio em garimpos do AM pode ser reconsiderado pelo governo local | Amazônia | A Crítica | Amazônia - Amazonas - Manaus

Uso do mercúrio em garimpos continua a ser feito livremente

Deu no G1 Brasília

Antes de viajar para a Rússia, o presidente Jair Bolsonaro editou nesta segunda-feira (14) um decreto para criar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala (Pró-Mapa). O principal objetivo, diz o governo, é estimular o desenvolvimento da mineração artesanal e em pequena escala através de políticas públicas setoriais.

Organizações de defesa do meio ambiente criticaram o decreto. Segundo as entidades, a medida tem intenções eleitorais e contribui para incentivar o garimpo ilegal na região amazônica.

DIZ O MINISTÉRIO – O governo alega que o programa não inclui atividades ilegais. “Importante destacar que a formalização compreende atividades passíveis de regularização, não abarcando atividades ilegais. Além disso, ao disseminar e estimular as boas práticas, possibilitará o melhor enquadramento regulatório do garimpo, evoluindo para uma pequena mineração”, diz o Ministério de Minas e Energia em nota.

Mineração artesanal, segundo o decreto, é a atividade regida pela lei 7.805, de 1989. Essa lei, que criou o regime de permissão de lavra garimpeira, não fala em mineração artesanal. Mas estabelece que, para receber a permissão, a área explorada não pode exceder 50 hectares, “salvo quando outorgada a cooperativa de garimpeiros”.

Na nota, o ministério afirma que o garimpo é “reconhecido mundialmente pelo termo ‘Mineração Artesanal e em Pequena Escala’, nesse sentido, o programa se destina às atividades de extração de substâncias minerais garimpáveis, desenvolvidas na forma da Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989”.

NA AMAZÔNIA LEGAL – A área de atuação prioritária do programa será a região da Amazônia Legal, que abrange os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, dizem ser entusiastas da mineração. E o Planalto afirma que o programa inaugura uma “nova perspectiva de políticas públicas sobre a atividade garimpeira no Brasil”.

Em nota, oficial, a Presidência afirma que a mineração artesanal e em pequena escala é fonte de riqueza e renda para uma população de centenas de milhares de pessoas e seria “fundamental que as ações de governo reconheçam as condições em que vive o pequeno minerador, o alcance de sua atividade e as necessidades primárias da sociedade circundante”.

INTENÇÃO ELEITORAL – Danicley Aguiar, do Greenpeace, diz que o decreto de Bolsonaro tem intenção eleitoral. Segundo ele, essa medida do governo traz prejuízos para a preservação do meio ambiente porque configura uma “licença política” dada por Bolsonaro a garimpeiros ilegais que atuam na Amazônia.

“Além de ser um claro ato de desespero eleitoral, o decreto tem efeitos práticos na Amazônia, porque ele vai reforçar toda a narrativa de licença política que é dada ao avanço que o garimpo ilegal teve na região, em especial, durante os últimos três anos do governo Bolsonaro”, disse Danicley Aguiar. Ele diz ainda que é “equívoco” tratar a atividade de garimpo na Amazônia como fator de desenvolvimento econômico da região.

“Na Amazônia, nós temos outros caminhos possíveis para o desenvolvimento regional. Mas é um decreto que sinaliza, não só para os garimpeiros, mas também para a base eleitoral de Bolsonaro, que esses garimpeiros ilegais serão em algum momento legalizados, especialmente se o presidente vier a ser reeleito”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A reportagem é mais longa e outras entidades ambientalistas também protestaram. Em tradução simultânea, pode-se concordar com os ecologistas e dizer que o decreto é meramente eleitoral. Se o governo realmente quer garantir o garimpo, deveria fiscalizá-lo, ao invés de incentivá-lo. A Lei 7.805 é muito eficaz, regula a atividade do garimpo individual ou por cooperativa, e o decreto não pode modificá-la. Se a lei fosse cumprida, os garimpeiros não estariam contaminando abertamente os rios da Amazônia. O artigo 9º, inciso V, determina “evitar o extravio das águas servidas, drenar e tratar as que possam ocasionar danos a terceiros”. Nenhum garimpo de ouro obedece a lei, todos contaminam os rios com mercúrio, o governo finge que não vê e ainda defende os predadores ambientais. Ninguém é contra o trabalho desses brasileiros, mas é fundamental que respeitem a lei. Apenas isso(C.N.)

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