Publicado em 30 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet
Naira Trindade e Natália Portinari
O Globo
O Conselho de Administração do Banco do Nordeste (BNB) se reuniu na manhã desta quinta-feira e empossou como presidente interino Anderson Possa, atual diretor de negócios do banco. O atual presidente, Romildo Rolim, foi destituído. Ele estava sob pressão desde que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pediu que ele fosse demitido.
Na terça-feira desta semana, Valdemar indicou o engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro para o posto de presidente. A indicação ainda está em análise, porém. A lei determina uma série de requisitos que devem ser cumpridos para chefiar uma estatal, incluindo checagem do currículo e de eventuais pendências na Justiça.
CONTRATO DA ONG – O cacique do PL investiu contra a presidência de Rolim após ser cobrado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre um contrato do BNB com uma ONG, o Inec (Instituto Nordeste Cidadania). O Globo apurou que o gasto previsto em 2021 com o instituto, que avalia projetos de microcrédito, é de R$ 941 milhões.
Na segunda-feira, por meio de um vídeo de dois minutos, Valdemar Costa Neto diz ter enviado um ofício ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e à ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), com cópia ao presidente Jair Bolsonaro solicitando a destituição da diretoria.
DIRETOR FINANCEIRO – O PL era responsável pela indicação de Romildo Rolim à presidência. O diretor financeiro Hailton Fortes também deve ser substituído em breve. O partido busca o nome do substituto. Já o diretor Haroldo Maia, que é indicação do PP, deve ser mantido.
A contratação do Inec data de gestões anteriores. Em nota, o Banco do Nordeste diz que a parceria com o Inec “existe desde o ano 2003, quando teve início o processo de expansão do programa de microcrédito produtivo e orientado urbano do Banco do Nordeste. Sua contratação está em conformidade com a legislação vigente. O Inec presta o serviço de operacionalizar os programas de microcrédito do Banco do Nordeste.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diz o ditado seguido pelo atual governo, “quando um manda o outro obedece”. No caso, quem manda é o supercorrupto Valdemar Costa Neto, que é dono do PL. E quem obedece é o ministro da Economia, Paulo Guedes, junto com o presidente Bolsonaro. O mais importante é que Costa Neto não abre mão de indicar também o diretor financeiro. Por que será? (C.N.)