Publicado em 3 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet
Alberto Bombig
Coluna do Estadão
O discurso do presidente Luís Roberto Barroso na abertura dos trabalhos do Tribunal Superior Eleitoral tocou em pontos considerados fundamentais por quem está atento na busca de uma maneira eficaz de combater as narrativas do presidente Jair Bolsonaro.
O ministro Barroso busca inverter a lógica da empreitada bolsonarista, que atribui risco de fraude ao atual modelo eletrônico de votação: Barroso tenta virar o jogo ao insistir na vulnerabilidade do sistema impresso/manual, que, segundo ele, favorece a compra de votos, o “coronelismo” e as “milícias” (palavra amarga para os fãs do presidente).
PAPO RETO – Segundo um especialista em marketing político, a mensagem dos adversários do presidente e, portanto, dos defensores da urna eletrônica, deve ser algo direto, na linha: Jair Bolsonaro quer acabar com o voto secreto no País.
Mesmo sem citar nomes, foi mais ou menos o que Barroso fez, seja na nota assinada por 15 ex-presidentes do TSE, seja em seu pronunciamento.
Virando a chave. Insistir em jogar na defensiva, repetindo a história de que o voto eletrônico é “auditável”, é continuar atuando no campo da suspeição levantada, sem qualquer prova, por Bolsonaro.
ACIMA DE FUX – O discurso do presidente do TSE ficou muitos tons acima do proferido horas antes pelo ministro Luiz Fux, ao abrir o segundo semestre de trabalhos no Supremo.
Barroso também demonstrou mais coragem e determinação do que Fux com a abertura do inquérito para investigar as ameaças às eleições.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro odeia Barroso, porque foi ele quem deu a decisão no Supremo que mandou instalar a CPI da Covid. Bolsonaro está por aqui de ódio. (C.N.)