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domingo, agosto 22, 2021

Impeachment de Moraes é combustível para incendiar a manifestação de 7 de setembro

Publicado em 22 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

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Os adoradores do AI-5 vão se manifestar novamente nas ruas

Felipe Frazão
Estadão

O presidente Jair Bolsonaro passou das ofensas à ação. Mesmo desaconselhado por auxiliares e pela cúpula do Congresso, assinou nesta sexta-feira, dia 20, um pedido formal de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo andamento de processos contra ele e apoiadores no Supremo Tribunal Federal.

O ato inédito do chefe de um poder, o Executivo, ao pedir a destituição de um membro da cúpula de outro, o Judiciário, inflama os militantes bolsonaristas para a manifestação de viés antidemocrático que ameaçam promover no Sete de Setembro.

MEDIDAS CAUTELORES – Organizadores e parlamentares governistas foram alvos mais cedo de medidas cautelares, assinadas por Moraes. Querem promover marchas, acampamento em Brasília e greve de caminhoneiros por tempo indeterminado, às custas da economia, o que pode prejudicar o próprio governo.

Bolsonaro deixou de sair na foto caminhando do Palácio do Planalto ao gabinete do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que segue pregando ao vento “pacificação” e consenso.

Um funcionário da Presidência protocolou o documento no Legislativo, mas é o presidente quem assina, com firma reconhecida às 15h31 desta sexta, a peça de impeachment encomendada à Advocacia-Geral da União.

ENGAVETAMENTO – Líderes do Congresso condenaram a papelada de 18 páginas ao engavetamento. A cúpula da Suprema Corte repudiou a ofensiva. Bolsonaro interditou de vez as reuniões entre os poderes, expediente fugaz para momentos de crise entre as cúpulas do Legislativo, do Judiciário e do Executivo.

Mas a militância aplaudiu. Prontamente, o protocolo da denúncia contra Moraes serviu de combustível nas redes de WhatsApp da tropa bolsonarista que clama por uma ruptura institucional, com fechamento do Supremo e intervenção militar. A palavra de ordem bolsonarista agora é: “ou abrem o impeachment ou paramos o País”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Está armado o clima para “comemorar” o Sete de Setembro. Cercado de militares de tendência ditatorial, que pouco se importam com os ritos e as regras democráticas, o presidente da República trabalha incansavelmente para forçar uma situação que justifique a intervenção militar. Apressado, não quer ver a eleição se aproximar e faz uma aposta alta na radicalização do Sete de Setembro, que ele próprio pretende provocar, fazendo discursos inflamados em Brasília e São Paulo. O clima é de altíssima irresponsabilidade. (C.N.)

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