quinta-feira, agosto 05, 2021

Decisão de Alexandre de Moraes explode o governo Bolsonaro e antecipa desfecho da crise

Publicado em 5 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Cícero (Jornal Ação Popular)

Pedro do Coutto

No final da tarde de ontem, a jornalista Natuza Nery, da GloboNews revelou a decisão do Ministro Alexandre de Moraes aceitando a inclusão do presidente Jair Bolsonaro no inquérito das fake news por suas atitudes contrárias à democracia e à Constituição Federal na medida em que, sem provas, acusou a eficiência do sistema eleitoral de votação e ameaçou o país com a não realização do pleito presidencial de outubro de 2022.

A manifestação dos ministros do Supremo talvez não seja unânime por causa da posição do ministro Nunes Marques, mas de qualquer forma a posição do STF foi imediata e frontal no enquadramento do presidente da República.

SEM SAÍDA –  Jair Bolsonaro ficou sem saída. Ou ele parte para concretizar as suas ameaças de ruptura institucional, sugerindo uma atitude de força contra a democracia e a liberdade ou terá, na prática, renunciado ao cargo para o qual foi eleito em 2018. Não há meio termo. Ou desaba o titular do Planalto ou a democracia.

É praticamente impossível que as Forças Armadas apoiem as ameaças de Bolsonaro. Não tem cabimento nenhum tais atitudes. O país está se tornando centro de atenção de vários olhares internacionais. O governo terminou, pois o maior oposicionista do poder central é o próprio Bolsonaro a esta altura dos acontecimentos. Não há clima para se chegar a um cenário conciliador.

O clima excedeu as expectativas e acelerou uma solução que não tem mais retorno. O governo perdeu o poder e o Brasil precisa efetuar a substituição de Bolsonaro pelo vice Hamilton Mourão, de forma urgente através do Congresso Nacional. A crise desaba no Planalto e as instituições devem prosseguir resistentes às ações golpistas. Não são as primeiras, mas Deus queira que sejam as últimas. No vazio de poder, Bolsonaro já não comanda mais o país.

ANA MARCELA, NOVA HEROÍNA  –  Foi efetivamente heroica a conquista de Ana Marcela Cunha ao vencer a maratona aquática de 10 quilômetros nos Jogos de Tóquio. Com seus cabelos verde e amarelo, a baiana de Salvador fez uma ótima prova e deixou para trás suas adversárias na reta final. Ela completou a distância de 10 km em 1h59min30s8, pouco à frente da holandesa Sharon van Rouwendall (1h59min31s7). O bronze foi para a australiana Kareena Lee, com 1h59min32s5.

Da mesma forma que outros heróis do esporte brasileiro, e são tantos, Ana Marcela alcança a glória eterna e devolve a todos nós, no fundo, um orgulho de pertencermos a este país que, apesar dos governantes catastróficos, pulsa e se emociona com exemplos de superação de atletas que encontraram dificuldades para exercer as suas vocações.

ESPELHO – Mas isso é próprio da história do esporte e da história da arte, faz parte do próprio destino humano que conduz a encontros e desencontros. Na verdade, nós não somos somente nós. Somos nós e os outros e até mesmo nós nos outros, atravessando um espelho para encontrar uma expressão que caracterize momentos de emoção, de alegria, mas também de sofrimento e de tristeza. Glória ao esporte brasileiro.

As reportagens de Bruno Marinho e Letycia Cardoso, O Globo de ontem, figuram entre as que mais destacaram a importância da conquista de Ana Marcela. Em tempo, até o momento em que escrevo, Bolsonaro não enviou uma palavra de apoio sequer aos nossos atletas olímpicos.

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