Vera RosaEstadão
Derrotado na queda de braço com o Palácio do Planalto, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) encarnará, a partir de agora, a figura de líder da oposição ao governo de Jair Bolsonaro. “Você pode até tirar de cena o velho Renan, mas não matá-lo”, disse ao Estadão o senador, que construiu um personagem para justificar o seu discurso “mais liberal” e passou a se referir a ele mesmo na terceira pessoa.
Tudo o que o Palácio do Planalto não precisava, nesse momento, era de um inimigo de plantão no Congresso, mas, certamente, o terá. Rachado, o MDB de Renan – partido mais assíduo na ocupação de cargos no governo, desde a redemocratização – também perde agora sua última trincheira de poder.
VOTOS TUCANOS – Renan contava com o apoio de parte do PSDB, mas, na última hora, viu seus aliados serem pressionados a abrir o voto. Ficou desnorteado. Antes, dizia que teria quatro dos oito votos tucanos.
A pressão das redes sociais, porém, foi fundamental para que os senadores fossem à tribuna e mostrassem as cédulas de votação. Pesou nas redes o movimento “Renan não”.
Camaleão e hábil negociador, Renan tentou até o fim vestir o figurino de um novo político, mas as investigações da Lava Jato falaram mais alto. “Política não é para se estudar. É para se compreender. E vamos em frente”, diz ele, quando questionado sobre seus movimentos nessa arena.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Renan é um exemplo de resistência e acomodação. Surgiu na política na República das Alagoas, sob as asas de Collor, junto com Cleto Falcão, que foi tragado pelo impeachment do chefe, no mar de corrupção de P.C. Farias. Milagrosamente, Renan sobreviveu e se tornou um dos políticos mais importantes. Escorregadio, renunciou ao mandato para não ser cassado e depois voltou ao poder, tendo presidido o Congresso quatro vezes. É claro que vai incomodar Bolsonaro, porém Renan não está mais com essa bola toda, como se dizia antigamente. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Renan é um exemplo de resistência e acomodação. Surgiu na política na República das Alagoas, sob as asas de Collor, junto com Cleto Falcão, que foi tragado pelo impeachment do chefe, no mar de corrupção de P.C. Farias. Milagrosamente, Renan sobreviveu e se tornou um dos políticos mais importantes. Escorregadio, renunciou ao mandato para não ser cassado e depois voltou ao poder, tendo presidido o Congresso quatro vezes. É claro que vai incomodar Bolsonaro, porém Renan não está mais com essa bola toda, como se dizia antigamente. (C.N.)