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sábado, fevereiro 16, 2019

Anatomia de uma crise que semeia insegurança na Praça dos Três Poderes


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Gustavo Bebianno estava indo bem, até ser abatido pela Folha
Carlos Newton
A conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Gustavo Bebianno, no início de noite de sexta-feira, foi um exemplo de debate irresponsável entre dois amadores, sem a serenidade e o amadurecimento que devem marcar as decisões políticas de maior significado. O ainda ministro cobrou do presidente o respeito à lealdade que sempre marcou o relacionamento entre os dois, e o chefe do governo culpou o auxiliar por não ter evitado as irregularidades cometidas por diretórios do PSL na gestão financeira da eleição, descobertas pela Folha de S. Paulo e que serão inevitavelmente confirmadas pela Polícia Federal, a pedido do próprio presidente.
Nenhum dos dois tinha razão. Como presidente do PSL, Bebianno não cometeu ilegalidades, jamais será punido pela Justiça, mas a Folha forçou a barra e incriminou o ministro preliminarmente, sem um exame maior da situação. Para evitar que a crise aumentasse, Bebianno não fez carga contra os responsáveis pelas irregularidades – o ministro Marcelo Álvaro, do Turismo, e o deputado Antonio Bivar, presidente e “dono” do PSL.
RECORDANDO – Ao se lançar candidato, Bolsonaro foi recusado por seu partido, o PSC, e ficou procurando legenda. Assumiu um compromisso de se filiar ao PEN, que até mudou de nome para homenageá-lo, transformando-se no Patriota. Mas houve problemas, os dirigentes não aceitavam que Bolsonaro mandasse no partido.
O advogado Gustavo Bebianno, que defendia Bolsonaro em algumas causas, surgiu com a solução, oferecendo o PSL na chamada undécima hora. Como o próprio Bebianno presidia o partido, durante a licença do “dono” Luciano Bivar, Bolsonaro topou e os dois foram em frente, depois atraindo a legenda de Hamilton Mourão, o PRTB, para compor a chapa.
A crise atual não começou agora, é fruta da imaturidade de Bolsonaro, que comprou uma briga desnecessária com os veículos de comunicação que não o apoiaram, como Folha, Globo e Veja, mas logo se acomodariam à nova situação, como sempre tem acontecido.
A FOLHA REAGIU – Como Bolsonaro e os filhos seguiram com provocações, a Folha fez um excelente trabalho investigativo e mostrou as irregularidades do PSL, que passaram despercebidas pela Justiça Eleitoral. Primeiro, denunciou o ministro Marcelo Álvaro com acusações irrespondíveis. Depois, alvejou o ministro Bebianno, por ter assinado o repasse das verbas eleitorais, e também incriminou o deputado Luciano Bivar, que agora está sob investigação da Procuradoria Eleitoral, por uso de caixa dois.
Há dois dias a própria Folha diminuiu o tom, reconheceu que outros partidos estão na mesma situação do PSL e relacionou 13 deles. Ou seja, a poeira dessa crise já estava baixando, seria uma ameaça futura. Mas o irrequieto Carlos Bolsonaro decidiu intervir em assunto que não cabia, pois nem é filiado ao PSL, até hoje continua no PSC. E agora a crise é enorme e gerou insegurança na Praça dos Três Poderes.
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P.S. – Em tradução simultânea, ou Bolsonaro se livra desses filhos trapalhões, ou a vaca ameaça voltar para o brejo. Apenas isso(C.N.)

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