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quinta-feira, março 24, 2011

Não adianta tentar intrigá-los

Carlos Chagas

As mais variadas acrobacias tem sido apresentadas pelas elites financeiras e seus porta-vozes na imprensa para tentar demonstrar que o Lula era uma coisa e Dilma, outra coisa. Estão certíssimos, mas a malandragem vem em seguida, quando procuram estabelecer o confronto entre o antecessor e a sucessora. Buscam conflitos que não existem, entre os dois, talvez na esperança de levar Dilma a trilhar caminhos que o Lula não seguiu, sempre favoráveis ao modelo por eles defendido, de aumentar o poder da iniciativa privada em detrimento do poder do Estado.

Conseguiram algum sucesso, mesmo inócuo, nas diferenças de concepção na política externa, apenas um ensaio geral para levar a presidente a mergulhar nas brumas do neoliberalismo ultrapassado. Festejaram a redução nos gastos públicos, de resto uma necessidade para qualquer ideologia, mas apenas como preliminar para diminuírem a presença do governo na economia.

Vão quebrar a cara. Pelo jeito, Dilma está prevenida, tanto diante da tentativa de intrigá-la com o Lula quanto com a ilusão de fazê-la retroceder aos tempos de Fernando Henrique e companhia. Foi por isso que Henrique Meirelles limpou suas gavetas no Banco Central, vestindo meias e chuteiras para cuidar da Copa do Mundo de 2014.

De vez em quando é bom dar um freio de arrumação nas fantasias das elites financeiras. Um deles está para acontecer. Ainda este mês a presidente irá a Portugal exclusivamente para prestigiar as homenagens prestadas ao Lula, na Universidade de Coimbra e na Assembléia Nacional. Assim como continuará diminuindo a influência das Agências Reguladoras e insistindo em enquadrar nos limites da Petrobrás as atividades no pré-sal. Sem esquecer o controle na política de geração de energia e nos respectivos investimentos. Como, de lambuja, cortando as asas da Vale em tudo o que contrarie as diretrizes de governo. Quem sabe os bancos não percam por esperar, supondo-se a iminência de iniciativas capazes de reduzir seus lucros escandalosos?

RORIZ EXAGEROU

Vem de décadas, até de séculos, a prática de governantes prestarem favores a empresários e, em contra partida, receberem benesses e favores. Quando um deles privilegia determinado grupo com empréstimos irregulares em bancos que controla, não raro é aquinhoado com parte do empreendimento financiado.

Denuncia-se agora que Joaquim Roriz, quando governador de Brasília, viabilizou vultoso empréstimo a um grupo econômico local para a construção de prédios residenciais. De volta, recebeu apartamentos que distribuiu às filhas.

Se apenas um caso desses vem à tona, imagine-se quantos outros aconteceram no recôndito dos gabinetes. Fácil não é apurá-los, mas impossível também não. Acréscimo patrimonial sem explicação, mesmo encoberto por laranjas, deveria dar cadeia, além de multa.

EMPACOU

Dividiu-se a Comissão Especial do Senado encarregada de propor a reforma política. Nas eleições para deputado federal, parte dos senadores defende o “distritão”, quer dizer, considerar-se-á eleito quem tiver mais votos. Outros sustentam o sistema misto, de votos dados nos candidatos e, também, apenas nas legendas ou em listas elaboradas pelos caciques partidários. Alguns, mais radicais, defendem apenas as listas. O problema é que os senadores estão metendo a colher na panela dos deputados. A eles, ou seja, à Comissão Especial da Câmara, deveria caber qualquer decisão a respeito. Logo os deputados estarão sugerindo a extinção da figura dos suplentes de senador e até propondo a redução dos mandatos, no Senado.

CONTINUA A DISPUTA

Três correntes dividem o PSDB, acima e além de doutrinas, ideologias e até de estratégias para a recomposição do partido. Na verdade, são três candidaturas de olho nas eleições presidenciais de 2014: José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Eles buscam arregimentar apoio nas bancadas no Congresso e nos diretórios estaduais e municipais. Julgam-se no direito de disputar o palácio do Planalto e lembram o provérbio árabe de que bebe água limpa quem chega primeiro na fonte.

Serra entende continuar a bola da vez, já que perdeu apenas duas eleições, lembrando que o Lula também, pois só venceu na quarta. Alckmin movimenta-se com o peso do governo de São Paulo, e Aécio, como quem cedeu uma vez e viu o partido tomar o rumo das profundezas.

Nessa tertúlia, seria bom saber com qual dos três se alinha Fernando Henrique. Querem saber de uma coisa? Com nenhum dos três, pensando apenas nele mesmo. Recebeu outro dia uma biografia de Konrad Adenauer, que se tornou chanceler da Alemanha depois dos oitenta anos e até recompôs o país…

Fonte: Tribuna da Imprensa

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