Fábio Góis
O deputado Júlio Campos (DEM-MT), que chamou no início da tarde de hoje (terça, 22) o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, de “moreno escuro”, apressou-se em divulgar nota de esclarecimento sobre o episódio (confira a íntegra abaixo). Segundo o parlamentar, que empregou o termo de cunho racista na ocasião em que defendia a prisão especial para autoridades, a referência não teve a intenção de “desmerecer” o magistrado.
As declarações foram feitas no início da tarde em reunião do DEM na Câmara, quando foi discutida a reforma do Código de Processo Penal, entre outros assuntos. Júlio só não imaginava que uma repórter do blog Poder Online registrava in loco suas palavras.
“Todo mundo sabe que essa história de foro privilegiado não dá em nada. O nosso amigo Ronaldo Cunha Lima precisou ter a coragem de renunciar ao cargo para não sair daqui algemado. E depois, meus amigos, você cai [sic] nas mãos daquele moreno escuro lá no Supremo, ai já viu”, disse Júlio, que na nota classifica como “uma utopia” o foro privilegiado, constante da reforma.
“Para evitar possíveis constrangimentos e interpretações dúbias, o deputado Júlio Campos já fez contato com o chefe de gabinete do ministro Joaquim Barbosa, Dr. Marco Aurélio, e pediu que sejam passadas desculpas ao magistrado por eventuais constrangimentos referentes ao que foi divulgado pela mídia, mas deixou bem claro que não houve o interesse em desprestigiá-lo”, diz trecho da nota.
Confira a íntegra:
“Parlamentar pede desculpas ao ministro Joaquim Barbosa pela expressão usada
O deputado federal Júlio Campos (DEM/MT) vem esclarecer juntamente à imprensa que quando usou a expressão ‘ilustre ministro moreno escuro’ em menção ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa foi somente por não lembrar naquele momento o nome do magistrado.
De acordo com o deputado, não houve interesse de desmerecer o ministro na expressão. A fala do parlamentar foi feita na reunião de bancada do DEM ao falar sobre o Foro Privilegiado, uma das discussões concernentes à Reforma do Código Penal.
Para evitar possíveis constrangimentos e interpretações dúbias, o deputado Júlio Campos já fez contato com o chefe de gabinete do ministro Joaquim Barbosa, Dr. Marco Aurélio e pediu que sejam passadas desculpas ao magistrado por eventuais constrangimentos referentes ao que foi divulgado pela mídia, mas deixou bem claro que não houve o interesse em desprestigiá-lo.
O parlamentar também se posicionou na ocasião contrário ao Foro Privilegiado por acredita que ele é uma utopia, enquanto outros processos passam por quatro instâncias, o Foro Privilegiado passa somente por uma. No entanto, entende que deve ter direito à prisão especial autoridades civis, militares, eclesiásticas devidamente constituídas.”
Fonte: Congressoemfoco