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sexta-feira, janeiro 05, 2007

"Síndrome de Severino" leva governo a interferir

BRASÍLIA - O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, entrou de vez na disputa para a presidência da Câmara. Não para concorrer, porque ele nem é deputado. Mas para definir o nome do candidato da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vai dirigir a Câmara nos próximos dois anos. Ele lembra aos candidatos Aldo Rebelo (PC do B-SP), atual presidente da Casa, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), atual líder do governo, que eles não poderão radicalizar o processo a ponto de dar oportunidade para uma terceira candidatura.

"Lembremo-nos da eleição de Severino Cavalcanti", disse Tarso. Referia-se ao malogro da candidatura de dois petistas em 2005 - Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato oficial, e Virgílio Guimarães, dissidente -, o que possibilitou a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE). O episódio, um dos mais esquisitos da História recente do Parlamento, gerou crises sucessivas, visto que Severino as irradiava por onde passava.

Severino acabou renunciando ao cargo de deputado, para fugir de um processo de cassação, pois foi acusado de, quando secretário da Câmara, cobrar propinas para renovar concessões de restaurantes. Tarso acredita que haverá uma solução para a disputa antes do dia 20.

CORRESPONDENTE: O governo já sabe quem será o candidato da base à presidência da Câmara?

TARSO GENRO - "Ainda não. Estamos aferindo a possibilidade eleitoral de cada um. Depois formalizaremos o juízo e emitiremos a opinião sobre quem tem mais condições de vitória."


Se os dois resolverem disputar a presidência da Câmara, o governo vai interferir?
"Interferir não. Mas vai lembrá-los que não dá para oferecer a oportunidade de uma terceira candidatura. Isso seria um erro muito grande. A oposição, no seu papel, aproveitaria isso muito bem. Então, a possibilidade de surgir um terceiro candidato sempre existe. Seria ruim para toda a base do governo. Lembremo-nos da eleição de Severino Cavalcanti."


O senhor tem conversado com os integrantes da base do governo para observar tendências?
"Eu converso com todo mundo que compõe a base do governo, para levantar hipóteses. É o que tenho feito. "


Há a impressão de que o deputado Aldo está mais forte? Ele tem recebido muitos apoios públicos, até do PFL.
"Não tenho essa impressão. Se tivesse de dizer quem tem mais votos, não saberia dizer. Os dois são fortes, têm liderança."


O senhor é ligado à corrente "Movimento PT", à qual também pertence o deputado Arlindo Chinaglia. O senhor torce por ele?
"Evidentemente que tenho preferências pessoais porque sou um militante do PT. Mas, nessa questão, vejo o interesse do governo, que é o de um deles ser o presidente da Câmara. O governo acha que deve haver só um candidato. O governo não vai arbitrar a disputa. Mas, no momento adequado, saberá dizer quem tem mais chance de vitória."


O candidato que renunciar ganhará um ministério?
"Aldo e Arlindo têm condição de ser candidato a presidente da Câmara e, depois de ser presidente da Câmara, podem exercer qualquer função de nível superior, como um ministério. Mas esta não é uma compensação que está sendo estudada."
Fonte: Tribuna da Imprensa

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