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quinta-feira, março 07, 2019

Bolsonaro não deve boicotar Globo, Folha e Estadão, que não devem boicotar ninguém


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Ilustração reproduzida do Blog da Cidadania
Carlos Newton
Temos nos manifestado aqui contra o boicote do presidente Jair Bolsonaro às três maiores organizações jornalísticas do país – Globo, Folha e Estadão. Em regime democrático, por mais chinfrim que seja o país, jamais o governante pode convocar uma entrevista coletiva e impedir o acesso a representantes dos órgãos de imprensa que considere de oposição. Esse comportamento é vergonhoso e depõe contra a nação no plano internacional.
É claro que o presidente Bolsonaro está pouco ligando para sua imagem no exterior, mas isso é um erro. Deveria fazer tudo o que pudesse para melhorá-la e evitar boicotes a seu governo. A isso se chama diplomacia, uma especialidade que o atual locatário do Planalto mostra desprezar.
BATER NA GLOBO – Engana-se quem pensa que estamos defendendo a Globo, a Folha ou o Estadão. Na verdade, o que se procura aqui é defender a democracia. Uma coisa é reduzir as verbas publicitárias da Globo, que o governo Temer elevou disfarçadamente, fazendo o Sistema S injetar vultosos recursos nos veículos do conglomerado dos irmãos Marinho. Não há a menor justificativa para o Sesc patrocinar o RJ TV e o Globo Esporte, nem o Sebrae anunciar no Faustão, por exemplo.
Verbas publicitárias devem ser distribuídas equitativamente, como o governo Bolsonaro está procedendo. Mas estamos falando é em liberdade de expressão, que fica claramente tolhida quando a entrevista coletiva passa a ser seletiva, aberta apenas aos áulicos. Agir assim é desrespeitar a democracia e envergonhar o país. Bolsonaro precisa parar com isso.
CULPA DA GLOBO – É claro que a Globo tem culpa no cartório. Fez o possível e o impossível para eleger Fernando Haddad, com objetivo de manter os grandes negócios que vinha fazendo com o PT, especialmente depois que os irmãos Marinho renegaram a memória do próprio pai e consideraram um erro o apoio que ele deu à ditadura militar.
Na última eleição, aliás, a Globo se emporcalhou toda, ao apoiar no Rio de Janeiro um político como Eduardo Paes, sabidamente corrupto desde quando foi descoberta a conta no Panamá, que ele atribuiu ao pai.
Como se sabe, a organização Globo fez grandes negócios com os esquemas de Paes e de Cabral/Pezão na Copa e na Olimpíada. Por isso, houve a tentativa desesperada de eleger o corrupto Paes contra um candidato de mãos limpas, o desconhecido Wilson Witzel, ex-oficial dos Fuzileiros Navais, ex-defensor público e ex-juiz federal.
PÓS-ELEIÇÃO – Após o resultado das urnas, em que a poderosa foi derrotada no plano federal e no plano estadual, era esperado que a Globo passasse a borracha e começasse do zero, dando um tempo a Witzel para tirar o Estado do lamaçal criado por Cabral e Pezão, pois é sabido que o novo governador enfrenta enormes dificuldades para administrar, devido à dilapidação dos cofres públicos. E ao contrário do governo federal, Witzel mandou fazer auditorias, cujas sinistras conclusões começam a chegar ao Palácio Guanabara.
E o que faz a Globo? Ao invés de dar um voto de confiança ao novo governador, o todo-poderoso grupo de comunicação investe contra ele. Nos jornais, nas rádios e nas TVs (tudo na Globo é no plural…), as investidas são diárias. Chegam ao ponto de criticar o governador, em editorial, por ter feito exames médicos em hospital público. Caramba! Certamente queriam que ele fosse ao Albert Einstein ou ao Sírio-Libanês, com pagamento feito pelos cofres estaduais…
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P.S. 1 
– É claro que isso não é jornalismo. Alguém precisa dizer à Globo que a eleição acabou, Eduardo Paes foi derrotado e está nas malhas da Justiça, envolvido diretamente na delação da OAS, que não é a primeira acusação nem será a última.
P.S. 2 – Alguém precisa dizer à Globo que os governos (federal, estadual e municipal) estão quebrados e é absolutamente necessário auditar a Previdência Social e a dívida pública, para salvar o país, como o governador Witzel está fazendo em relação às contas estaduais, sem que ninguém o apoie.
P.S. 3 – E alguém precisa dizer à Globo que, se o país afundar, a organização criada por Roberto Marinho irá junto para as profundezas(C.N.)

Vice-presidente Mourão tenta levar Bolsonaro a adotar uma posição menos radical


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Mourão afirma que é preciso respeitar as regras democráticas
Pedro do Coutto
Numa entrevista ao Valor, também publicada pelo O Globo, edições de ontem, o general Hamilton Mourão afirmou diretamente que o país sofreu uma derrota com o recuo na nomeação de Ilona Zsabór para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. As declarações do vice-presidente expuseram o grau de radicais que apoiam Bolsonaro, conduzindo a uma radicalização que se afasta da democracia. Em O Valor a matéria está assinada por Carla Araujo e Fernando Exman e no Globo levou assinatura de Patrik Camporez.
O general Hamilton Mourão referiu-se a uma situação própria da verdadeira política cujo objetivo tem de ser a construção e não o confronto permanente entre uma facção política e outra. Tanto é assim que o vice-presidente projetou uma imagem bastante forte e inerente ao processo político numa democracia. A capacidade que um governante deve ter como, por exemplo, sentar-se à mesa com pessoas de pensamento contrário.
CLAREZA – Essa imagem foi bastante marcante por sua clareza, pois destaca a realidade não só da política, mas do comportamento humano que é o fato de se conviver com as ideias contrárias as suas. Na minha opinião foi a melhor síntese de um episódio no qual, sem dúvida, o Ministro Sérgio Moro saiu ferido com sua imagem tisnada por uma vacilação demonstrada no pêndulo das horas que separaram a nomeação de Ilona Szabó da sua exoneração. Foram 24 horas que causaram uma diferença enorme entre um ato e outro.
É evidente que Sérgio Moro recuou pela disposição do presidente Bolsonaro em aceitar os argumentos do radicalismo, sem pensar nas consequências. Tanto Bolsonaro quanto Moro deixaram-se envolver pelos fundamentalistas, cujo perfil ideológico os leva a desejarem situações extremadas com base num impulso que, no fundo, nada tem de político. Da mesma forma que em qualquer competição um lado não conseguirá vencer a zero o adversário, a mesma verdade inexorável envolve os radicais.
CAMINHO ERRADO – As últimas atitudes do presidente Jair Bolsonaro destacam-se pela disposição de desmoralizar os adversários. Não é este o caminho de um presidente da República, muito menos o rumo desejado pela maioria esmagadora da população do país.
O episódio Hamilton Mourão se sobrepos ao resultado que consagrou a Mangueira como grande campeã do carnaval. O exemplo pode ser dirigido ao governo: a Mangueira venceu no final da competição marcada por diferenças mínimas de pensamento e percepção.

Aloysio atuou junto a Gilmar Mendes para proteger o cúmplice Paulo Preto


Surgem provas de envolvimento de Gilmar na defesa de tucanos
Deu no Estadão
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná encaminhou à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informações para eventual ‘arguição de suspeição’ do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes em julgamentos relacionados ao suposto operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. As informações são do jornal “O Estado de S.Paulo”.
De acordo com procuradores, ligações telefônicas e mensagens demonstram que ‘Aloysio Nunes (ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores do governo Temer) buscou interferir em julgamento de habeas corpus em favor de Paulo Vieira de Souza, em contato direto e pessoal com o ministro Gilmar Mendes’.
LAVA JATO – Paulo Vieira e Aloysio foram alvo da Operação Ad Infinitum, Lava Jato 60, deflagrada no dia 19. Nesta etapa, a força-tarefa mirou contas na suíça atribuídas a Vieira de Souza que chegaram à cifra de R$ 130 milhões. Um cartão de crédito teria sido emitido em benefício de Aloysio Nunes. As investigações miram a suposta operação de Paulo Vieira para agentes políticos e em pagamentos da Odebrecht a ex-diretores da Petrobras.
Segundo a força-tarefa, “em fevereiro de 2019, Aloysio Nunes atuou, em interesse próprio e do também investigado Paulo Vieira de Souza, junto ao ministro Gilmar Mendes, valendo-se de relação pessoal com este, para produção de efeitos protelatórios em processo criminal em trâmite na 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo”.
Trata-se de habeas corpus em que o ministro chegou a conceder liminar para que fossem interrogadas testemunhas e analisados documentos em ação contra Paulo Vieira que já estava em fase de alegações finais.
GILMAR RECUOU – Após recurso da PGR, Gilmar acabou reconsiderando a decisão e mantendo a etapa final do processo, que apura supostos desvios de R$ 7,7 milhões na Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), empresa paulista responsável por empreendimentos bilionários de governos do PSDB, como o Rodoanel.
A ação penal tramitava na Justiça Federal de São Paulo. A Lava Jato chegou a alertar para a possibilidade de prescrição dos crimes atribuídos a Paulo Vieira caso o processo fosse esticado.
“Considerando a iminência de decisão na Reclamação nº 33514, distribuída ao ministro Gilmar Mendes, trazemos com urgência todos os fatos acima descritos, certos de que Vossa Excelência adotará as medidas cabíveis com a velocidade e presteza costumeiras, de forma a evitar que o interesse público subjacente às investigações possa ser prejudicado e que uma mácula de desconfiança paire sobre decisões proferidas por E. Ministro da Suprema Corte”, diz a força-tarefa.
RECURSO – A Reclamação 33514 é um recurso da defesa de Paulo Vieira que foi distribuído a Gilmar. Neste apelo, o advogado José Roberto Santoro, que defende o ex-diretor da Dersa, pede para que as investigações que levaram à prisão de Paulo Vieira sejam remetidas à Justiça Eleitoral de São Paulo por suposta conexão com inquérito que mira propinas em contratos da Dersa para abastecer campanhas do PSDB. A juíza federal Gabriela Hardt manifestou contra o pedido.
A força-tarefa elenca as ligações entre Aloysio e o gabinete de Gilmar Mendes em suposto benefício de Paulo Vieira. As mensagens do ex-senador foram resgatadas pelos investigadores de seu próprio celular, apreendido no dia 19 de fevereiro, na Operação Ad Infinitum. Leia abaixo:
“Em 08/02/2019, sexta-feira, Paulo Vieira de Souza, protocolou, por meio de seu advogado Jose Roberto Figueiredo Santoro, HABEAS CORPUS nº 167727 perante o E. Supremo Tribunal Federal, distribuído no mesmo dia por prevenção ao Ministro Gilmar Mendes”.
“Às 18:23h do dia 10/02/2019, por meio de aplicativo de mensagem, o advogado José Roberto Figueiredo Santoro perguntou a Aloysio Nunes Ferreira Filho: “Caríssimo você falou com nosso amigo.?”
“Na sequência, especialmente no dia 11/02/2019, segunda-feira, primeiro dia útil após o protocolo do habeas corpus, diversos fatos, dados o contexto narrado e os personagens envolvidos, aconteceram em íntima conexão ao processo distribuído no Supremo Tribunal Federal”.
“Às 16:50h, o telefone (61) 3217-4187 do gabinete do Ministro Gilmar Mendes fez contato, por 1 minuto e 8 segundos, com Aloysio Nunes Ferreira Filho”
“Às 17:32h, por telefone, Aloysio Nunes Ferreira Filho falou com o ex-Ministro da Justiça, Raul Jungmann, durante 45 segundos”
“Às 17:48h, o telefone (61) 3217-4187 do gabinete do Ministro Gilmar Mendes tentou realizar contato com Aloysio Nunes”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É muita lama, muito conluio, muita manipulação, algo que jamais poderia acontecer na Justiça, especialmente no Supremo Tribunal Federal. O jurista Modesto Carvalhosa vai pedir mais uma vez o impeachment de Gilmar Mendes, e nada vai acontecer. (C.N.)

quarta-feira, março 06, 2019

Justiça pagará R$ 6,4 bilhões em precatórios em abril


Cristiane Gercina
do Agora
Os segurados que derrotaram o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na Justiça e têm direito de receber atrasados acima de R$ 56.220 terão a grana depositada na conta em abril, segundo o CJF (Conselho da Justiça Federal).
Serão pagos R$ 6,4 bilhões em precatórios para quem teve o atrasado liberado pelo juiz entre os dias 2 de julho de 2017 e 1º de julho de 2018.
Essa grana é paga apenas uma vez por ano.
Por lei, o governo tem até dezembro para liberar os valores, mas, pelo segundo ano seguido depois da crise, o dinheiro sairá em abril.

Com Bolsonaro, a Presidência eleva em 16% os gastos com cartões corporativos


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Charge do Solda (cartunistasolda.com.br)
Breno PiresEstadão
Os gastos com cartões corporativos da Presidência da República nos dois primeiros meses do governo Jair Bolsonaro aumentaram 16% em relação à média dos últimos quatro anos, já considerada a inflação no período. Apesar de ter seu fim defendido durante a transição, a nova gestão não só manteve o uso dos cartões como foi responsável por uma fatura de R$ 1,1 milhão.
O cálculo leva em consideração os pagamentos vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República – que incluem as despesas relacionadas ao presidente.
SOB SIGILO – Os valores foram divulgados apenas na semana passada, com atraso, após o Estadão questionar a Controladoria-Geral da União (CGU). Mesmo assim, a descrição da maioria dos pagamentos é sigilosa. Nem mesmo a data em que a despesa foi feita é divulgada. O argumento é que informar os gastos do presidente pode colocar em risco a sua segurança.
A extinção dos cartões corporativos foi defendida pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante a transição de governo. Na ocasião, o ministro disse que mudanças seriam feitas com “critérios”, baseadas em consultas à Advocacia-Geral da União (AGU) e à CGU. Ao Estado, os dois órgãos disseram que ainda não foram consultados sobre o tema.
Ao todo, 1.846 servidores estão registrados para usar os cartões corporativos. Eles foram responsáveis por um gasto total de R$ 5,3 milhões até agora no ano. Neste caso, quando considerados todos os órgãos do governo, houve uma economia de 28% em relação à média dos últimos quatro anos. As despesas de fevereiro, porém, ainda não estão integralmente listadas.
MENOS DO QUE DILMA – No caso da Secretaria de Administração, o R$ 1,1 milhão só é menor do que o gasto nos dois primeiros meses de 2014, quando a gestão Dilma Rousseff desembolsou R$ 1,4 milhão, em valores atualizados pela inflação. Além de eventuais despesas em favor de Bolsonaro, a secretaria é responsável por gastos de familiares do presidente e das residências oficiais. Responde ainda por pagamentos corriqueiros da Presidência.
Outro item que cresceu foi a proporção das despesas da secretaria dentro do total de gastos do governo, que chegou a 21%. Esse porcentual variou entre 10% e 15% nos anos anteriores.
SEM DETALHES – Do total gasto pela Presidência, só 1,4% – R$ 15,5 mil – está detalhado. A lista relaciona, entre outros itens, uma loja de informática e outra de manutenção de veículos. Procurada, a Secretaria de Comunicação não explicou as razões para o aumento nos gastos nem se o governo pretende mudar a política de sigilo dos pagamentos.
Um projeto em discussão no Senado prevê a divulgação completa das despesas. O autor da proposta é o ex-senador e atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). No texto, porém, foi incluída uma brecha para que o sigilo seja mantido em casos que “puderem colocar em risco a segurança do presidente”. Nesse caso, a divulgação se daria ao término do mandato.
Para o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, há certa “paranoia” por parte de governos em não revelar detalhes que possam comprometer a segurança. “Quanto maior for a transparência, maior qualidade e até a legalidade do gasto público.”
UMA EXCEÇÃO – Pelas informações divulgadas até agora, apenas o Ministério da Saúde utilizou cartão corporativo vinculado ao gabinete do ministro para compras em lojas de artigos de escritórios.
No Ministério da Defesa, por sua vez, há registro de despesa de R$ 500 em um restaurante especializado em carnes argentinas na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. O mesmo servidor também usou o cartão em um McDonald’s de Brasília. Desta vez, a refeição foi bem mais modesta – custou R$ 19,90.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– O absurdo é tamanho que até hoje o Supremo não liberou os gastos do cartão corporativo de Rosemary Noronha, a segunda-dama de Lula, que o acompanhava de forma clandestina em voos ao exterior, sem ter seu nome inscrito na lista de passageiros. Quando Lula quis ser candidato em 2014, Dilma ameaçou divulgar as viagens clandestinas e os gastos de Rosemary no exterior, e Lula teve de se aquietar. E la nave va, cada vez mais fellinianamente.(C.N.)

Vídeo postado por Bolsonaro significa quebra de decoro e da liturgia da Presidência


Imagem relacionadaJoão Paulo SaconiO Globo
Especialistas ouvidos pelo Globo nesta quarta-feira classificaram como inadequadas as publicações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em relação a atos obscenos no carnaval de rua. Bolsonaro compartilhou na noite de terça-feira um vídeo em que dois foliões do Blocu, em São Paulo, praticavam o fetiche chamado de “golden shower” (chuva dourada, que envolve o ato de urinar no parceiro ou na parceira) ao ar livre — no dia seguinte, ele perguntou a internautas do que se tratava a expressão em inglês. Junto às imagens, o presidente fez ponderações sobre as manifestações carnavalescas e disse que era preciso “expor a verdade” sobre o que têm “virado muitos blocos de rua”.
Segundo o jurista Miguel Reale Júnior, a publicação do post  configura quebra do decoro e poderia até mesmo justificar um pedido de processo de impeachment do presidente. Em 2015, Reale foi um dos autores do pedido que levou à saída de Dilma Rousseff (PT) do cargo.
DESCONHECIMENTO – Para Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a postura do presidente revela uma falta de conhecimento dele sobre o cargo para o qual foi eleito em outubro do ano passado. O filósofo compara as postagens de Bolsonaro a declarações dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello (que em 1991 disse que tinha nascido com “aquilo roxo”) e Luiz Inácio Lula da Silva (em 2000, quando chamou a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, de “exportadora de veados”).
— Bolsonaro cometeu um atentado ao decoro público, ao decoro do cargo e da República brasileira. Foi um dos atentados mais violentos que um chefe de Estado já fez à moralidade pública. É ainda pior, para além das imagens, ele ter afirmado que esse comportamento é comum nas festas de carnaval do país. Ele atribuiu o comportamento de duas pessoas a milhões e milhões delas. Com que direito ele faz isso? — questiona Romano.
IGUAL A VÉLEZ – O especialista disse ainda que o presidente repetiu o comportamento do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, que em entrevista à revista “Veja” classificou turistas brasileiros no exterior como “canibais” que roubam objetos de hotéis e aviões.
— Um chefe de Estado não pode caluniar o próprio povo. A suposição de que todos o Brasil vive à beira de uma eclosão obscena não pode ser provada. Bolsonaro precisa ter cuidado com as próximas publicações, ou vai conseguir conquistar a antipatia da população — projetou Romano.
LAMENTÁVEL – Professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em marketing político, Gaudêncio Torquato chamou a publicação de “lamentável” e disse acreditar que Bolsonaro até poderia tecer críticas ao carnaval, mas sem compartilhar as imagens. A publicação do conteúdo teria representado uma quebra da liturgia presidencial.
— O presidente tem que cumprir uma liturgia do poder. O cargo exige comportamentos e atitudes que contemplam a cena escatológica e pornográfica. Se ele tinha a intenção de mostrar que o carnaval tem práticas como essa, não poderia recorrer a esse fato dantesco — disse Torquato.
Para o profissional, o discurso de Bolsonaro vai contra à ideia que o próprio presidente costuma defender quando afirma que a socidade brasileira não pode se dividir em grupos maioritários e minoritários, mas sim ser tratada com unidade. “A atitude dele acirra o discurso do “nós contra eles”. Separa a socidade e faz com que nasçam mais barreiras entre grupos sociais” — sustenta Torquato.
IMPULSIVIDADE DO CLÃ – No campo do marketing político, Roberto Gondo, professor de Comunicação Política da Universidade Mackenzie, acredita que a atitude de Bolsonaro foi inadequada e desaconselhável mas está, em parte, coerente à estratégia que o presidente e os filhos têm adotado ao utilizar as redes sociais.
—  O clã dos Bolsonaro têm apelado muito mais para a impulsividade, usa mais a emoção do que a razão. Na tentativa de agradar a um determinado grupo, o presidente acabou se posicionando de forma agressiva para um ocupante do cargo. Mas ele e os filhos sabem exatamente o caminho que as redes percorrem, tanto que abusaram disso durante a campanha eleitoral. Seria mentira dizer que são ingênuos quando adotam posturas como essa —  defende Gondo.
FOI UM ERRO – O propósito de não demonstrar uma opinião equilibrada sobre o carnaval e outros inúmeros temas é, para o docente, um reforço da imagem responsável por conquistar a preferência do eleitorado e da expressiva base de admiradores bolsonaristas:
— A postagem o coloca ao lado dos eleitores mais cativos. Se ele deixar de posicionar como o “mito” que construiu, as pessoas podem identificá-lo como frágil. Dentro das percepções de comunicação estratégica, trata-se de um erro. Mas Bolsonaro nunca se vendeu como uma pessoa que busca o equilíbrio e tenta atender a todos os grupos — pontua Gondo.

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