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sábado, junho 11, 2011

Náufrago da Utopia: SE A ITÁLIA FOR AO TRIBUNAL DE HAIA, SAIRÁ DE MÃOS ABANANDO

Náufrago da Utopia: SE A ITÁLIA FOR AO TRIBUNAL DE HAIA, SAIRÁ DE MÃOS ABANANDO

PELAS NORMAS JORNALÍSTICAS, TENHO TODO DIREITO DE RESPONDER À 'FOLHA'

Prezada Sra. Suzana Singer, ombudsman da Folha de S. Paulo,
Prezado Sr. Otávio Frias Filho, diretor de redação da Folha de S. Paulo,

peço que me seja concedido o direito de responder ao editorial desta 6ª feira (10/06) da Folha de S. Paulo, "Justiça desfeita", já que me considero pessoalmente atingido no seguinte trecho:
"Uma vez preso, aqui, [Cesare Battisti] despertou uma solidariedade fora de época e de propósito entre ex-militantes de esquerda e antigos adeptos da luta armada".
Ora, eu pertencia à esquerda em 1968, quando militei no movimento estudantil; e também em 1969/70, quando, ainda como esquerdista, fui "adepto da luta armada'' tendo integrado a Vanguarda Popular Revolucionária e a Vanguarda Armada Revolucionária - Palmares, organizações que resistiam à ditadura militar pela via armada.

Minha solidariedade a Cesare Battisti foi expressa em 236 artigos escritos desde novembro/2008, que circularam amplamente na internet, a ponto de uma busca virtual associando nossos dois nomes revelar, hoje, a permanência de 65 mil citações (hits) no ar.

Além disto, dei palestras e participei de mesas-redondas sobre Battisti, em vários Estados; sou integrante do Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti; grande parte dos meus artigos sobre o escritor italiano é mantida no ar no site do comitê, o http://cesarelivre.org; fui apresentado ao Senado brasileiro como defensor de Battisti, em plena sessão, pelo senador Eduardo Suplicy; e já fui citado na própria Folha de S. Paulo, em 15/01/2009, como um "escritor que comemorou a decisão" do ex-ministro da Justiça Tarso Genro, de conceder refúgio humanitário a Battisti.

É público e notório, portanto, que preencho as três características discriminadas: sou ex-militante de esquerda; antigo adepto da luta armada (anistiado pela União e indenizado pelo Governo paulista por ter sofrido danos físicos, psicológicos, morais e profissionais durante a ditadura); e batalhei ininterruptamente, durante os últimos dois anos e meio, pela liberdade de Battisti.

Como são bem poucas as pessoas que se enquadram tão bem em todos estes quesitos, há justificados motivos para eu depreender que tenha sido um dos alvos do editorial.

Capa de uma edição dominical da "Folha", em 2009
Até como idoso, e amparado pelo Estatuto respectivo, considero ofensiva a imputação de que haja prestado "solidariedade fora de época e de propósito" a alguém, como se fosse incapaz de discernir a realidade e perdesse meu tempo com iniciativas "fora de época e de propósito".

Sendo óbvia a idade avançada de quem pegou em armas contra a tirania instaurada pelos golpistas de 1964, foi o mesmo que me chamar, eufemisticamente, de "velho caduco".

Então, por todos estes motivos, tenho direito, em consonância com as boas práticas jornalísticas, de responder a tal editorial. E o requeiro formalmente.

Atenciosamente,

CELSO LUNGARETTI

Obs.: mensagem enviada a Suzana Singer e a Otávio Frias Filho às 9h47 desta 6ª feira. A primeira confirmou recebimento.
Fonte: O Rebate

O Estado de S. Paulo

Nova coordenação mantém acesa disputa entre petistas

O novo formato dado pela presidente Dilma Rousseff para a coordenação política do governo mantém o racha interno na bancada do PT na Câmara. A escolha da ex-senadora Ideli Salvatti (SC) para a Secretaria de Relações Institucionais não contempla o grupo representado pelo presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e pelo líder do partido, Paulo Teixeira (SP). Os dois defenderam até o último momento o nome de Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-presidente da Casa, para um posto político de destaque - o ministério ou a liderança do governo. Esse grupo perdeu a disputa e teve de aceitar a permanência do atual líder, Cândido Vaccarezza (SP). Este, por sua vez, também amargou uma derrota a não se viabilizar para o cargo de ministro.

Contra vontade do PT, Dilma põe Ideli na articulação e remaneja Luiz Sérgio

Depois da demissão, na terça-feira, do ministro Antonio Palocci da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff fechou a semana completando a nova equipe de articulação política e enfrentando a bancada do PT na Câmara. Contra a vontade do partido, a presidente nomeou a ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC) para a Secretaria de Relações Institucionais e deu um destino surpreendente para Luiz Sérgio (PT-RJ), o alvo da fritura dos colegas nos últimos dias.

Apesar de se dizer sem condições de continuar no governo, Dilma impôs a transferência de Luiz Sérgio das Relações Institucionais para o Ministério da Pesca - onde estava Ideli.

Assessores de Dilma disseram ontem ao Estado que a montagem da nova equipe política foi um "recado explícito" ao PT, mostrando que ela "não aceita prato feito". A presidente considerou "desrespeitoso" o comportamento de deputados do partido ao atacar o deputado Luiz Sérgio e tentar impor o nome de Cândido Vaccarezza (PT-SP) para o ministério.

Consulta a Temer serve para serenar aliados

O PMDB ficou satisfeito com a forma pela qual a presidente Dilma Rousseff tratou a cúpula do partido na montagem da articulação política do governo. Depois de ser surpreendido pela troca de comando na Casa Civil, desta vez o vice-presidente Michel Temer foi avisado na véspera. Ontem, ele e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), foram ouvidos sobre a escolha de Ideli Salvatti para o Ministério de Relações Institucionais.

A deferência de serem ouvidos para tratar da nova coordenação política do governo deixou Temer e Sarney confortáveis. Logo no início da conversa, a presidente foi clara quanto à disposição de fazer sua escolha por conta própria. E citou as qualidades de Ideli, destacando sobretudo a lealdade e a firmeza com que a ex-senadora defendeu o governo Lula, tanto como líder da bancada quanto à frente da liderança do governo no Congresso.

Ministra tem gosto pelo confronto e "pavio curto"

Escolhida articuladora política para azeitar as relações do Planalto com o Congresso, a nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ganhou no Senado um acervo de adjetivos que expressam uma personalidade pouco conciliadora: "tropa de choque" e "pavio curto".

São inúmeros os episódios em que Ideli foi escalada para confrontar a oposição ou marcar território na disputa com parlamentares de outros partidos da base aliada. Ao longo de oito anos de mandato, ela foi duas vezes líder do PT e três vezes líder do bloco do governo.

Sem intocáveis, sem consulta e só por deferência

Depois de degolar Antonio Palocci (Casa Civil), impor Ideli Salvatti e obrigar Luiz Sérgio a continuar na Esplanada, os 38 ministros do governo Dilma Rousseff fecharam a semana ruminando um recado explícito: na formação do ministério, depois de eleita, a presidente engoliu muitas indicações pagando o preço político do seu patrono e cabo eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva, mas, a partir de agora, não há mais ministros intocáveis.

Foi o que Dilma delimitou ao tirar do governo o nome mais lulista do ministério, um superpoderoso Palocci, que concentrava tudo no Palácio do Planalto e fazia sombra administrativa à "gestora gerentona" do governo Lula.

Ineficaz, pasta da Pesca é periferia do Executivo

Criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Pesca sempre esteve na periferia no Poder Executivo. E não foi diferente nos cinco meses de gestão da petista Ideli Salvatti na pasta. O ministério é muito mais conhecido pelo luxo de seu prédio-sede em Brasília do que pelos resultados que apresenta.

A pasta gasta R$ 575 mil por mês, num contrato de R$ 7 milhões por ano, com o aluguel de um prédio espelhado de 14 andares, onde 374 servidores estão lotados. O ministro e 67 assessores nem ficam lá. Eles dão expediente em dois andares de um prédio da Esplanada.

Aécio prega extinção do Ministério da Pesca

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu ontem à noite em São Paulo o fim do Ministério da Pesca, que será comandado pelo petistas Luiz Sérgio. Segundo Aécio, a forma como foi conduzida a substituição de Antonio Palocci na Casa Civil e a escolha de Ideli Salvatti para o Ministério das Relações Institucionais expôs a falta de importância do Ministério das Pesca. "Estamos assistindo o PT criar espaços para abrigar companheiros", afirmou. De acordo com ele, a decisão mais acertada a ser tomada é dar fim ao ministério.

Brasil vai apoiar Lagarde para comandar o FMI

O governo brasileiro decidiu apoiar oficialmente a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, para ocupar o cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo interlocutores da presidente Dilma Rousseff, Lagarde foi a candidata ao cargo que mais agradou ao Brasil, porque ela mostrou que os processos de reforma vão continuar e prometeu abrir espaço para os emergentes. O apoio do Brasil à candidatura da ministra francesa deve ser manifestado publicamente nos próximos dias.

Lagarde deve disputar o cargo com o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, e com Grigori Marchenko, ocupante de posto similar no Cazaquistão. O prazo para lançamento de candidaturas para o cargo mais alto do FMI encerrou ontem. O processo de escolha deve estar concluído até o dia 30 de junho.

Para Itália, decisão do caso Battisti foi política

A Itália eleva a pressão sobre o Brasil, suspende acordos, chama seu embaixador no País e acusa o governo de ter pressionado politicamente o Supremo Tribunal Federal (STF) a libertar o ex-ativista Cesare Battisti, na quarta-feira. "Diante do ocorrido, não há diplomacia que se sustente", declarou o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, na manhã de ontem.

O governo de Silvio Berlusconi já havia anunciado que levaria o caso à Corte Internacional de Haia, mas não tomaria qualquer tipo de iniciativa diplomática contra o Brasil. Ontem, o discurso mudou e, por ordens do próprio Berlusconi, subiu o tom das críticas e ameaças. O governo brasileiro não acreditava em impactos na relação bilateral.

Para Mendes, STF saiu "menor" do julgamento

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, criticou duramente o posicionamento da Corte na decisão que manteve o ex-ativista italiano Cesare Battisti no País. Para ele, o Supremo saiu diminuído no episódio.


Folha de S. Paulo

Dilma dá articulação política a petista e contraria aliados

Contrariando PT e PMDB, seus dois principais aliados no Congresso, a presidente Dilma Rousseff escalou para articulação política a ex-senadora Ideli Salvatti, petista que estava no comando do Ministério da Pesca. Ela vai substituir o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais), alvejado pelos mesmos aliados, que consideram sua atuação como "fraca", sem interlocução com a "cozinha" do Planalto.

A solução encontrada por Dilma foi promover um troca-troca -como prêmio de consolação, Luiz Sérgio assumirá a vaga de Ideli no Ministério da Pesca. Foi a segunda mudança ministerial feita por Dilma em menos de uma semana. Na terça, Antonio Palocci foi demitido da Casa Civil e deu lugar à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Palocci caiu depois que a Folha revelou que ele multiplicou seu patrimônio nos últimos quatro anos. Com a escolha de Gleisi e Ideli, Dilma quis passar a mensagem de que não pretende se submeter a pressões de sua base aliada no Congresso, principalmente de seu partido, o PT.

Escolha de Ideli é elogiada pela oposição

No Congresso, a nomeação de Ideli Salvatti para a Secretaria de Relações Institucionais foi mais elogiada pelos líderes oposicionistas do que pela base aliada. O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), disse que Ideli tem "preparo e habilidade de se relacionar no Congresso", por isso afirmou que não vê problemas no chamado "estilo truculento" da ex-senadora.

Já os governistas deram declarações públicas protocolares sobre a escolha. Reservadamente, avaliam a mudança como ruim e acreditam que não vai ajudar a melhorar a relação entre Executivo e Legislativo. Acham, até, que pode deixar a base mais dividida.

Estilo agressivo esconde o lado festeiro e vaidoso

Quem vê Ideli Salvatti em ação, sempre em defesa incondicional e apaixonada dos governos do PT, não imagina que a paulistana de 59 anos, radicada em Florianópolis, é carnavalesca, fã de Chico Buarque e boêmia. O lado festeiro da nova responsável pela articulação política do governo Dilma Rousseff fica mais restrito à capital catarinense.

"Se o PT virou dor de cabeça, tomaremos Novalgina", diz Ideli

Nova articuladora política do governo, Ideli Salvatti (PT-SC) assume o posto chamando o PT "à realidade". Para ela, é "impossível" o partido não ter como prioridade a unidade. A eles Ideli manda um recado da presidente Dilma: ninguém pode colocar interesses individuais acima dos do governo. À Folha a ministra diz que ela e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, terão uma relação mais "harmoniosa" do que teve a dobradinha Luiz Sérgio-Antonio Palocci, seus antecessores.

Sua tarefa imediata não é pacificar o PT?
Se meu partido virou dor de cabeça, tomaremos Novalgina até resolver.

Sua nomeação indica insatisfação de Dilma com o PT, já que o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) trabalhava para ser ministro?
Nas duas escolhas que a presidente fez, pesou muito a relação que a gente tem com ela. Acho que ela buscou essa proximidade. Não tenho problema com ninguém.

Lula promete ajuda para empresa que o contratou

O ex-presidente Lula prometeu ao presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, procurar autoridades do governo Dilma Rousseff para ajudar a empresa a reduzir impostos sobre embalagens de leite. Ele disse que falaria com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para defender um pleito da multinacional: reduzir o ICMS cobrado por alguns Estados sobre as embalagens de leite longa vida. O petista fez a promessa ao fim de uma palestra fechada para convidados da Tetra Pak, na noite de quarta-feira. Seu cachê neste tipo de evento é estimado em R$ 200 mil - ele não confirma o valor.

Lei do cadastro positivo é aprovada com três vetos

A lei que cria o cadastro positivo -lista de bons pagadores- foi sancionada ontem por Dilma Rousseff com três vetos, atendendo pedidos de órgãos de defesa do consumidor. Foram excluídos o parágrafo que impedia o cancelamento do cadastro, se houvesse alguma operação de crédito não quitada, o que limitava o acesso gratuito às próprias informações e o que liberava o compartilhamento de dados sem autorização. A expectativa é que consumidores e empresas incluídos no cadastro positivo tenham acesso a juros mais baixos. Em tese, um bom pagador oferece risco menor de inadimplência, fator que influencia nos juros.

Embaixador brasileiro é chamado de volta à Itália

A Itália convocou ontem para consulta o seu embaixador no Brasil, Gherardo La Francesca, após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de não extraditar o italiano Cesare Battisti. A convocação foi decidida para que o governo italiano faça análise dos acordos bilaterais com o Brasil e de um possível recurso ao Tribunal Internacional de Haia. Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos. Anteontem, os ministros do STF decidiram manter a orientação do ex-presidente Lula Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditá-lo, o que fez aumentar as tensões na relação diplomática.


O Globo

Dilma se cerca de mulheres no Planalto

O Planalto virou o Palácio das mulheres da presidente Dilma Rousseff. Com a chegada da ministra Ideli Salvatti à Secretaria de Relações Institucionais, agora são três mulheres, contra dois homens, entre os chamados ministros palacianos - aqueles com gabinete próximo ao da presidente. No começo do mandato, Dilma tinha à sua volta apenas a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, e quatro homens. Agora, ao lado de Helena, estão Ideli e também a nova chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Entre os palacianos, restaram dois homens: Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional). [Ontem], o senador Roberto Requião (PMDB-PR) comemorou no Twitter o novo perfil do Ministério de Dilma: "Viva o matriarcado da Dilma. Parabéns, Ideli. Você na articulação será uma verdadeira mãe para os parlamentares".

Unir petistas da Câmara é 1º desafio de Ideli Salvatti

O primeiro grande desafio da nova articuladora política do governo, ministra Ideli Salvatti , será tentar sanar a crise e as fissuras na bancada do PT na Câmara, que se arrastam desde a disputa pela eleição do presidente da Casa.

Dividida, a bancada perdeu a batalha ao tentar convencer a presidente Dilma a manter alguém indicado pelos deputados na coordenação política. De público, elogiaram a decisão da presidente. Nos bastidores, o clima era de derrota.

Um dos símbolos da fragilidade do PT na Câmara é justamente o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que pretendia o cargo de Luiz Sérgio. Pela segunda vez consecutiva, Vaccarezza perde na disputa interna na bancada a indicação para uma vaga de maior destaque. Na primeira, teve que abrir espaço para a eleição de Marco Maia como presidente da Câmara. Outra parte da bancada tentava emplacar o ex-presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), sem sucesso.

PT vive hora angustiante, diz Jorge Viana

O senador Jorge Viana (PT-AC) deixou [ontem] seu estilo normalmente moderado e fez críticas contundentes à forma como o seu partido agiu nos últimos dias. Disse que o momento - com a queda de dois ministros em menos de seis meses de governo - é angustiante e não de comemorações de eventuais vencedores da guerra que resultou nas trocas de Antonio Palocci e Luiz Sérgio.

Afirmou que o PT precisa "tomar juízo", para não entrar em autofagia, como o PSDB.

Em conversa com O GLOBO por telefone - o petista já não estava em Brasília nesta sexta-feira quando foram anunciadas as trocas no Ministério -, disse que o PT, com suas brigas internas, jogou mal, enquanto o PMDB se consolida. E defendeu que a presidente Dilma e o vice Michel Temer participem mais da articulação política.

Lula: Itália deve respeitar nossa 'normalidade democrática'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reprovou [ontem], em São Paulo, a postura de contestação da Itália em relação à decisão brasileira envolvendo o ex-ativista italiano Cesare Battisti . O Supremo Tribunal Federal mandou soltar nesta semana Battisti e decidiu não extraditá-lo ao país.

- Não vejo nenhuma razão para a Itália não tratar isso como uma questão da normalidade democrática e soberania do Brasil - afirmou Lula, durante encontro, em São Paulo, com o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala.

Lula disse que se sentiu reconhecido com a decisão dos ministros.

Soltos, líderes dos Bombeiros pedem anistia

Nove líderes do movimento dos bombeiros deixaram na noite de [ontem] o Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão. Eles pretendem passar a noite do lado de fora do quartel de Niterói, onde estão os mais de 400 agentes presos. Há buzinaço na saída dos bombeiros, que seguem de carros particulares.

A prioridade, segundo eles, é a anistia de todos os detidos. A ideia é que todos saiam juntos da prisão pela manhã de sábado. No mesmo dia em que a Justiça determinou a soltura dos bombeiros presos após a invasão do Quartel Central da corporação , o Ministério Público denunciou 431 envolvidos na manifestação.

A denúncia - subscrita pelos promotores de Justiça Leonardo Cuña e Isabella Pena Lucas - aponta a prática de violência nos protestos e desobediência a ordens. Eles enviaram três denúncias à Justiça, e dividiram os militares por tipo de crime cometido.

Uma delas se refere apenas aos 14 líderes do movimento dos bombeiros. Dois PMs também foram denunciados por permitirem que os manifestantes depredassem viaturas. Além disso, 14 militares - dez oficiais e quatro praças - vão responder ainda por terem liderado a invasão ao Quartel Central, o que agrava a pena desse grupo, se condenado.

OIT alerta sobre o risco de trabalho infantil perigoso

A crise global tornou ainda pior as relações de trabalho o mundo passou a correr o sério risco de não cumprir as metas de erradicação do trabalho infantil até 2020, assim como a extinção das piores formas de exploração de crianças e jovens no mundo do trabalho até 2016. A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulgou [ontem] em Genebra, na Suíça, o mais novo relatório sobre o assunto: "Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos fazer".


Correio Braziliense

Empresas de ônibus dão calote de R$ 29 milhões

Os grupos empresariais que controlam o sistema de transporte público não respeitam sequer os órgãos fiscalizadores. Todos os dias, as 14 concessionárias que operam no Distrito Federal são autuadas por colocarem nas ruas ônibus com pneus carecas, sem equipamentos obrigatórios de segurança - como extintores de incêndio e tacógrafos - e até com faróies queimados ou por não cumprirem horários e itinerários. Mas os barões do transporte não quitam a maioria das multas aplicadas pelo DFTrans. Desde 2003, deixaram de pagar aos confres públicos R$ 29 milhões, dívida que se acumula também pela inoperância do poder público. Ontem, o governador Agnelo Queiroz anunciou uma intervenção no sistema. "A população terá conhecimento da margem de lucro correta para o empresário. O que não pode é um sistema tão precário como esse, de péssima qualidade, deixar o povo na rua", prometeu.

Ideli à frente da articulação

Num claro recado ao PT e aos alidaos de que não aceita pressões, a presidente Dilma comanda a dança das cadeiras e elege Ideli Salvatti a articulaladora com o Congresso. Luiz Sérgio ganhou a Pesca.

Economia começa a reduzir o ritmo

Após quatro aumentos na taxa básica de juros, o nível de atividade na produção e no comércio perde força. Analistas ponderam se essa desaceleração será suficiente para segurar a inflação.

Fonte: Congressoemfoco

Nos jornais: nova coordenação mantém acesa disputa entre petistas

O Estado de S. Paulo

Nova coordenação mantém acesa disputa entre petistas

O novo formato dado pela presidente Dilma Rousseff para a coordenação política do governo mantém o racha interno na bancada do PT na Câmara. A escolha da ex-senadora Ideli Salvatti (SC) para a Secretaria de Relações Institucionais não contempla o grupo representado pelo presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e pelo líder do partido, Paulo Teixeira (SP). Os dois defenderam até o último momento o nome de Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-presidente da Casa, para um posto político de destaque - o ministério ou a liderança do governo. Esse grupo perdeu a disputa e teve de aceitar a permanência do atual líder, Cândido Vaccarezza (SP). Este, por sua vez, também amargou uma derrota a não se viabilizar para o cargo de ministro.

Contra vontade do PT, Dilma põe Ideli na articulação e remaneja Luiz Sérgio

Depois da demissão, na terça-feira, do ministro Antonio Palocci da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff fechou a semana completando a nova equipe de articulação política e enfrentando a bancada do PT na Câmara. Contra a vontade do partido, a presidente nomeou a ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC) para a Secretaria de Relações Institucionais e deu um destino surpreendente para Luiz Sérgio (PT-RJ), o alvo da fritura dos colegas nos últimos dias.

Apesar de se dizer sem condições de continuar no governo, Dilma impôs a transferência de Luiz Sérgio das Relações Institucionais para o Ministério da Pesca - onde estava Ideli.

Assessores de Dilma disseram ontem ao Estado que a montagem da nova equipe política foi um "recado explícito" ao PT, mostrando que ela "não aceita prato feito". A presidente considerou "desrespeitoso" o comportamento de deputados do partido ao atacar o deputado Luiz Sérgio e tentar impor o nome de Cândido Vaccarezza (PT-SP) para o ministério.

Consulta a Temer serve para serenar aliados

O PMDB ficou satisfeito com a forma pela qual a presidente Dilma Rousseff tratou a cúpula do partido na montagem da articulação política do governo. Depois de ser surpreendido pela troca de comando na Casa Civil, desta vez o vice-presidente Michel Temer foi avisado na véspera. Ontem, ele e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), foram ouvidos sobre a escolha de Ideli Salvatti para o Ministério de Relações Institucionais.

A deferência de serem ouvidos para tratar da nova coordenação política do governo deixou Temer e Sarney confortáveis. Logo no início da conversa, a presidente foi clara quanto à disposição de fazer sua escolha por conta própria. E citou as qualidades de Ideli, destacando sobretudo a lealdade e a firmeza com que a ex-senadora defendeu o governo Lula, tanto como líder da bancada quanto à frente da liderança do governo no Congresso.

Ministra tem gosto pelo confronto e "pavio curto"

Escolhida articuladora política para azeitar as relações do Planalto com o Congresso, a nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ganhou no Senado um acervo de adjetivos que expressam uma personalidade pouco conciliadora: "tropa de choque" e "pavio curto".

São inúmeros os episódios em que Ideli foi escalada para confrontar a oposição ou marcar território na disputa com parlamentares de outros partidos da base aliada. Ao longo de oito anos de mandato, ela foi duas vezes líder do PT e três vezes líder do bloco do governo.

Sem intocáveis, sem consulta e só por deferência

Depois de degolar Antonio Palocci (Casa Civil), impor Ideli Salvatti e obrigar Luiz Sérgio a continuar na Esplanada, os 38 ministros do governo Dilma Rousseff fecharam a semana ruminando um recado explícito: na formação do ministério, depois de eleita, a presidente engoliu muitas indicações pagando o preço político do seu patrono e cabo eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva, mas, a partir de agora, não há mais ministros intocáveis.

Foi o que Dilma delimitou ao tirar do governo o nome mais lulista do ministério, um superpoderoso Palocci, que concentrava tudo no Palácio do Planalto e fazia sombra administrativa à "gestora gerentona" do governo Lula.

Ineficaz, pasta da Pesca é periferia do Executivo

Criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Pesca sempre esteve na periferia no Poder Executivo. E não foi diferente nos cinco meses de gestão da petista Ideli Salvatti na pasta. O ministério é muito mais conhecido pelo luxo de seu prédio-sede em Brasília do que pelos resultados que apresenta.

A pasta gasta R$ 575 mil por mês, num contrato de R$ 7 milhões por ano, com o aluguel de um prédio espelhado de 14 andares, onde 374 servidores estão lotados. O ministro e 67 assessores nem ficam lá. Eles dão expediente em dois andares de um prédio da Esplanada.

Aécio prega extinção do Ministério da Pesca

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu ontem à noite em São Paulo o fim do Ministério da Pesca, que será comandado pelo petistas Luiz Sérgio. Segundo Aécio, a forma como foi conduzida a substituição de Antonio Palocci na Casa Civil e a escolha de Ideli Salvatti para o Ministério das Relações Institucionais expôs a falta de importância do Ministério das Pesca. "Estamos assistindo o PT criar espaços para abrigar companheiros", afirmou. De acordo com ele, a decisão mais acertada a ser tomada é dar fim ao ministério.

Brasil vai apoiar Lagarde para comandar o FMI

O governo brasileiro decidiu apoiar oficialmente a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, para ocupar o cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo interlocutores da presidente Dilma Rousseff, Lagarde foi a candidata ao cargo que mais agradou ao Brasil, porque ela mostrou que os processos de reforma vão continuar e prometeu abrir espaço para os emergentes. O apoio do Brasil à candidatura da ministra francesa deve ser manifestado publicamente nos próximos dias.

Lagarde deve disputar o cargo com o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, e com Grigori Marchenko, ocupante de posto similar no Cazaquistão. O prazo para lançamento de candidaturas para o cargo mais alto do FMI encerrou ontem. O processo de escolha deve estar concluído até o dia 30 de junho.

Para Itália, decisão do caso Battisti foi política

A Itália eleva a pressão sobre o Brasil, suspende acordos, chama seu embaixador no País e acusa o governo de ter pressionado politicamente o Supremo Tribunal Federal (STF) a libertar o ex-ativista Cesare Battisti, na quarta-feira. "Diante do ocorrido, não há diplomacia que se sustente", declarou o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, na manhã de ontem.

O governo de Silvio Berlusconi já havia anunciado que levaria o caso à Corte Internacional de Haia, mas não tomaria qualquer tipo de iniciativa diplomática contra o Brasil. Ontem, o discurso mudou e, por ordens do próprio Berlusconi, subiu o tom das críticas e ameaças. O governo brasileiro não acreditava em impactos na relação bilateral.

Para Mendes, STF saiu "menor" do julgamento

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, criticou duramente o posicionamento da Corte na decisão que manteve o ex-ativista italiano Cesare Battisti no País. Para ele, o Supremo saiu diminuído no episódio.


Folha de S. Paulo

Dilma dá articulação política a petista e contraria aliados

Contrariando PT e PMDB, seus dois principais aliados no Congresso, a presidente Dilma Rousseff escalou para articulação política a ex-senadora Ideli Salvatti, petista que estava no comando do Ministério da Pesca. Ela vai substituir o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais), alvejado pelos mesmos aliados, que consideram sua atuação como "fraca", sem interlocução com a "cozinha" do Planalto.

A solução encontrada por Dilma foi promover um troca-troca -como prêmio de consolação, Luiz Sérgio assumirá a vaga de Ideli no Ministério da Pesca. Foi a segunda mudança ministerial feita por Dilma em menos de uma semana. Na terça, Antonio Palocci foi demitido da Casa Civil e deu lugar à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Palocci caiu depois que a Folha revelou que ele multiplicou seu patrimônio nos últimos quatro anos. Com a escolha de Gleisi e Ideli, Dilma quis passar a mensagem de que não pretende se submeter a pressões de sua base aliada no Congresso, principalmente de seu partido, o PT.

Escolha de Ideli é elogiada pela oposição

No Congresso, a nomeação de Ideli Salvatti para a Secretaria de Relações Institucionais foi mais elogiada pelos líderes oposicionistas do que pela base aliada. O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), disse que Ideli tem "preparo e habilidade de se relacionar no Congresso", por isso afirmou que não vê problemas no chamado "estilo truculento" da ex-senadora.

Já os governistas deram declarações públicas protocolares sobre a escolha. Reservadamente, avaliam a mudança como ruim e acreditam que não vai ajudar a melhorar a relação entre Executivo e Legislativo. Acham, até, que pode deixar a base mais dividida.

Estilo agressivo esconde o lado festeiro e vaidoso

Quem vê Ideli Salvatti em ação, sempre em defesa incondicional e apaixonada dos governos do PT, não imagina que a paulistana de 59 anos, radicada em Florianópolis, é carnavalesca, fã de Chico Buarque e boêmia. O lado festeiro da nova responsável pela articulação política do governo Dilma Rousseff fica mais restrito à capital catarinense.

"Se o PT virou dor de cabeça, tomaremos Novalgina", diz Ideli

Nova articuladora política do governo, Ideli Salvatti (PT-SC) assume o posto chamando o PT "à realidade". Para ela, é "impossível" o partido não ter como prioridade a unidade. A eles Ideli manda um recado da presidente Dilma: ninguém pode colocar interesses individuais acima dos do governo. À Folha a ministra diz que ela e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, terão uma relação mais "harmoniosa" do que teve a dobradinha Luiz Sérgio-Antonio Palocci, seus antecessores.

Sua tarefa imediata não é pacificar o PT?
Se meu partido virou dor de cabeça, tomaremos Novalgina até resolver.

Sua nomeação indica insatisfação de Dilma com o PT, já que o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) trabalhava para ser ministro?
Nas duas escolhas que a presidente fez, pesou muito a relação que a gente tem com ela. Acho que ela buscou essa proximidade. Não tenho problema com ninguém.

Lula promete ajuda para empresa que o contratou

O ex-presidente Lula prometeu ao presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, procurar autoridades do governo Dilma Rousseff para ajudar a empresa a reduzir impostos sobre embalagens de leite. Ele disse que falaria com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para defender um pleito da multinacional: reduzir o ICMS cobrado por alguns Estados sobre as embalagens de leite longa vida. O petista fez a promessa ao fim de uma palestra fechada para convidados da Tetra Pak, na noite de quarta-feira. Seu cachê neste tipo de evento é estimado em R$ 200 mil - ele não confirma o valor.

Lei do cadastro positivo é aprovada com três vetos

A lei que cria o cadastro positivo -lista de bons pagadores- foi sancionada ontem por Dilma Rousseff com três vetos, atendendo pedidos de órgãos de defesa do consumidor. Foram excluídos o parágrafo que impedia o cancelamento do cadastro, se houvesse alguma operação de crédito não quitada, o que limitava o acesso gratuito às próprias informações e o que liberava o compartilhamento de dados sem autorização. A expectativa é que consumidores e empresas incluídos no cadastro positivo tenham acesso a juros mais baixos. Em tese, um bom pagador oferece risco menor de inadimplência, fator que influencia nos juros.

Embaixador brasileiro é chamado de volta à Itália

A Itália convocou ontem para consulta o seu embaixador no Brasil, Gherardo La Francesca, após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de não extraditar o italiano Cesare Battisti. A convocação foi decidida para que o governo italiano faça análise dos acordos bilaterais com o Brasil e de um possível recurso ao Tribunal Internacional de Haia. Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos. Anteontem, os ministros do STF decidiram manter a orientação do ex-presidente Lula Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditá-lo, o que fez aumentar as tensões na relação diplomática.


O Globo

Dilma se cerca de mulheres no Planalto

O Planalto virou o Palácio das mulheres da presidente Dilma Rousseff. Com a chegada da ministra Ideli Salvatti à Secretaria de Relações Institucionais, agora são três mulheres, contra dois homens, entre os chamados ministros palacianos - aqueles com gabinete próximo ao da presidente. No começo do mandato, Dilma tinha à sua volta apenas a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, e quatro homens. Agora, ao lado de Helena, estão Ideli e também a nova chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Entre os palacianos, restaram dois homens: Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional). [Ontem], o senador Roberto Requião (PMDB-PR) comemorou no Twitter o novo perfil do Ministério de Dilma: "Viva o matriarcado da Dilma. Parabéns, Ideli. Você na articulação será uma verdadeira mãe para os parlamentares".

Unir petistas da Câmara é 1º desafio de Ideli Salvatti

O primeiro grande desafio da nova articuladora política do governo, ministra Ideli Salvatti , será tentar sanar a crise e as fissuras na bancada do PT na Câmara, que se arrastam desde a disputa pela eleição do presidente da Casa.

Dividida, a bancada perdeu a batalha ao tentar convencer a presidente Dilma a manter alguém indicado pelos deputados na coordenação política. De público, elogiaram a decisão da presidente. Nos bastidores, o clima era de derrota.

Um dos símbolos da fragilidade do PT na Câmara é justamente o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que pretendia o cargo de Luiz Sérgio. Pela segunda vez consecutiva, Vaccarezza perde na disputa interna na bancada a indicação para uma vaga de maior destaque. Na primeira, teve que abrir espaço para a eleição de Marco Maia como presidente da Câmara. Outra parte da bancada tentava emplacar o ex-presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), sem sucesso.

PT vive hora angustiante, diz Jorge Viana

O senador Jorge Viana (PT-AC) deixou [ontem] seu estilo normalmente moderado e fez críticas contundentes à forma como o seu partido agiu nos últimos dias. Disse que o momento - com a queda de dois ministros em menos de seis meses de governo - é angustiante e não de comemorações de eventuais vencedores da guerra que resultou nas trocas de Antonio Palocci e Luiz Sérgio.

Afirmou que o PT precisa "tomar juízo", para não entrar em autofagia, como o PSDB.

Em conversa com O GLOBO por telefone - o petista já não estava em Brasília nesta sexta-feira quando foram anunciadas as trocas no Ministério -, disse que o PT, com suas brigas internas, jogou mal, enquanto o PMDB se consolida. E defendeu que a presidente Dilma e o vice Michel Temer participem mais da articulação política.

Lula: Itália deve respeitar nossa 'normalidade democrática'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reprovou [ontem], em São Paulo, a postura de contestação da Itália em relação à decisão brasileira envolvendo o ex-ativista italiano Cesare Battisti . O Supremo Tribunal Federal mandou soltar nesta semana Battisti e decidiu não extraditá-lo ao país.

- Não vejo nenhuma razão para a Itália não tratar isso como uma questão da normalidade democrática e soberania do Brasil - afirmou Lula, durante encontro, em São Paulo, com o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala.

Lula disse que se sentiu reconhecido com a decisão dos ministros.

Soltos, líderes dos Bombeiros pedem anistia

Nove líderes do movimento dos bombeiros deixaram na noite de [ontem] o Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão. Eles pretendem passar a noite do lado de fora do quartel de Niterói, onde estão os mais de 400 agentes presos. Há buzinaço na saída dos bombeiros, que seguem de carros particulares.

A prioridade, segundo eles, é a anistia de todos os detidos. A ideia é que todos saiam juntos da prisão pela manhã de sábado. No mesmo dia em que a Justiça determinou a soltura dos bombeiros presos após a invasão do Quartel Central da corporação , o Ministério Público denunciou 431 envolvidos na manifestação.

A denúncia - subscrita pelos promotores de Justiça Leonardo Cuña e Isabella Pena Lucas - aponta a prática de violência nos protestos e desobediência a ordens. Eles enviaram três denúncias à Justiça, e dividiram os militares por tipo de crime cometido.

Uma delas se refere apenas aos 14 líderes do movimento dos bombeiros. Dois PMs também foram denunciados por permitirem que os manifestantes depredassem viaturas. Além disso, 14 militares - dez oficiais e quatro praças - vão responder ainda por terem liderado a invasão ao Quartel Central, o que agrava a pena desse grupo, se condenado.

OIT alerta sobre o risco de trabalho infantil perigoso

A crise global tornou ainda pior as relações de trabalho o mundo passou a correr o sério risco de não cumprir as metas de erradicação do trabalho infantil até 2020, assim como a extinção das piores formas de exploração de crianças e jovens no mundo do trabalho até 2016. A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulgou [ontem] em Genebra, na Suíça, o mais novo relatório sobre o assunto: "Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos fazer".


Correio Braziliense

Empresas de ônibus dão calote de R$ 29 milhões

Os grupos empresariais que controlam o sistema de transporte público não respeitam sequer os órgãos fiscalizadores. Todos os dias, as 14 concessionárias que operam no Distrito Federal são autuadas por colocarem nas ruas ônibus com pneus carecas, sem equipamentos obrigatórios de segurança - como extintores de incêndio e tacógrafos - e até com faróies queimados ou por não cumprirem horários e itinerários. Mas os barões do transporte não quitam a maioria das multas aplicadas pelo DFTrans. Desde 2003, deixaram de pagar aos confres públicos R$ 29 milhões, dívida que se acumula também pela inoperância do poder público. Ontem, o governador Agnelo Queiroz anunciou uma intervenção no sistema. "A população terá conhecimento da margem de lucro correta para o empresário. O que não pode é um sistema tão precário como esse, de péssima qualidade, deixar o povo na rua", prometeu.

Ideli à frente da articulação

Num claro recado ao PT e aos alidaos de que não aceita pressões, a presidente Dilma comanda a dança das cadeiras e elege Ideli Salvatti a articulaladora com o Congresso. Luiz Sérgio ganhou a Pesca.

Economia começa a reduzir o ritmo

Após quatro aumentos na taxa básica de juros, o nível de atividade na produção e no comércio perde força. Analistas ponderam se essa desaceleração será suficiente para segurar a inflação.

Fonte: Congressoemfoco

Nas revistas: o tamanho do Estado brasileiro

  • Época

    Estado Ltda.

    A queda do Muro de Berlim parecia ter encerrado o debate sobre o tamanho do Estado na economia. Com a vitória de um sistema baseado na livre-iniciativa – o capitalismo – sobre outro baseado no planejamento estatal – o socialismo –, a conclusão era cristalina: o governo deveria limitar ao mínimo a regulação sobre as atividades privadas e cuidar (bem) dos serviços básicos, como saúde, educação, justiça e segurança. Deveria ser apenas um bandeirinha, no máximo o juiz do jogo econômico – nunca técnico, zagueiro ou artilheiro. Em setembro de 2008, porém, com a eclosão da crise global, os governos de quase todo o mundo tiveram de injetar trilhões de dólares para reanimar suas economias. Nos Estados Unidos e em outros países, o Estado assumiu o controle de bancos, seguradoras e até mesmo de montadoras de automóveis à beira da falência. Foi a deixa para a ressurreição dos críticos do modelo liberal, que predominara por quase três décadas e garantira ao planeta uma era de crescimento sem igual na história. Vozes antes relegadas a um papel secundário no debate voltaram à cena com ares de protagonistas. Uma delas, o economista americano Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia em 2001, afirmou recentemente a ÉPOCA: “Não é o tamanho do Estado que importa, é o que o governo faz”.

    Nos últimos três meses, uma equipe de jornalistas de ÉPOCA dedicou-se a desfazer o nevoeiro que encobre essa questão. Com o apoio da empresa de informações financeiras Economática, mergulhamos em relatórios ministeriais, balanços e planilhas de dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), das estatais, da Bolsa de Valores e das empresas privadas sob influência do governo. Restringimos nosso trabalho às participações do governo federal – um critério conservador para estimar o tamanho do Estado, por omitir as estatais em poder de Estados e municípios. Mesmo assim, o levantamento inédito, cujos resultados são apresentados a partir da página 71 e estão disponíveis de modo interativo em epoca.com.br e em nossa edição para iPad, revela um quadro preocupante. No futebol da economia brasileira, o governo não é apenas juiz, bandeirinha, técnico, zagueiro e artilheiro ao mesmo tempo. Ele também corta o gramado do estádio, costura as redes e – se quiser – pode até mexer no tamanho das traves.

    De acordo com o levantamento, existem hoje no país pelo menos 675 empresas de todos os setores com algum tipo de participação ou influência do governo federal. São participações diretas ou indiretas do Tesouro, dos bancos e das empresas estatais ou dos fundos de pensão (entidades híbridas, inegavelmente na órbita do governo). Dessas, o governo controla 276, se somarmos todos os tipos de participação. Levando em conta apenas as 628 empresas não financeiras, o faturamento soma R$ 1,06 trilhão, algo como 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) ou 2,5 vezes as vendas dos 50 maiores grupos privados nacionais (leia o gráfico abaixo) . Nas 247 empresas não financeiras controladas pelo governo, as vendas somam R$ 468,5 bilhões, ou 13% do PIB. E o valor de mercado das 99 empresas cujas ações são negociadas na BM&FBovespa totaliza R$ 1,7 trilhão, ou 71% do valor de mercado das empresas na Bolsa. A interferência do Estado na economia via estatais, BNDES e fundos de pensão é tão intensa que, durante a pesquisa, ÉPOCA teve de atualizar os dados de muitas companhias que receberam recentemente dinheiro do governo, como o frigorífico JBS ou a Cipher, especializada em sistema de segurança de informação. “O governo brasileiro é um dinossauro com apetite insaciável. Nunca tivemos um capitalismo de Estado tão evidente”, diz o economista Rodrigo Constantino, sócio da Graphus Capital, uma empresa de gestão de recursos do Rio de Janeiro.

    Poodle na vida pessoal, pit bull na política

    Na noite da mesma terça-feira em que a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann se sagrou ministra da Casa Civil, o deputado federal e conterrâneo José Carlos Becker de Oliveira e Silva, ou Zeca Dirceu, não cabia em si de felicidade. Em três minutos no telefone, disse: “Ela tem luz própria. Tem carisma. É meiga. Carinhosa. Encantadora. Ótima gestora, excelente formadora de equipes e tem uma disposição inacreditável para trabalhar”. Dirceu conhece a nova ministra da militância petista estadual, com campanhas memoráveis em que estiveram juntos e, até ontem, visitas movimentadas a municípios de sua base eleitoral, como Cruzeiro do Oeste, onde ele foi prefeito.

    “Ela sempre foi da nossa corrente”, disse o deputado. Não deixa de ser uma explicação já de si satisfatória para a chegada de Gleisi à Casa Civil: “Nossa corrente” é aquela tendência do PT que atendia por Articulação e de uns tempos até agora continua operosa como Construindo um Novo Brasil. Ostensivamente majoritária no partido – muitas vezes acusada de sacrificar a democracia a seus interesses pragmáticos –, é, como se sabe, a tendência do pai de Zeca, o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu, do ex-presidente Lula, do ex-ministro Antonio Palocci, do marido da senadora, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e, por último, mas não menos importante, não mesmo, do ministro Gilberto Carvalho.

    Dilma vai dar conta?

    A presidente Dilma Rousseff chamou o então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para uma conversa, às 17 horas da terça-feira 7, em seu gabinete no 3o andar do Palácio do Planalto. Até a véspera, Palocci acreditava ainda que teria condições de ficar no cargo, apesar das suspeitas de enriquecimento ilícito e tráfico de influência contra ele por causa de sua atividade de consultor de empresas nos últimos quatro anos. Na noite da segunda-feira, Palocci calculou que ganhara fôlego para permanecer no governo depois de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ter mandado para o arquivo quatro representações dos partidos de oposição com pedidos de abertura de investigação.

    Mais importante, porém, que a mudança na Casa Civil é a transformação do governo. Com a demissão de Palocci, Dilma tomou sua atitude de maior independência política em relação a Lula. Palocci chegou à campanha de Dilma, e depois ao cargo mais próximo dela, pelas mãos de Lula. Servia como símbolo de que Lula estava ali, cuidando de Dilma no Palácio do Planalto.

    Depois da ostensiva passagem de Lula por Brasília em meio à crise deflagrada pelas revelações sobre o enriquecimento de Palocci, interpretada por todos como um sinal de preocupante fraqueza da presidente, sua demissão foi uma reação de Dilma para mostrar que o governo pode se livrar da sombra de Lula. Ela termina também o que alguns assessores chamam de fase de transição do governo Dilma em relação à gestão anterior. Até aqui, as prioridades foram o ajuste fiscal, o controle da inflação e a nomeação dos novos ocupantes dos cargos do segundo escalão. Depois o governo começaria a estabelecer seus programas e a mostrar resultados. Palocci caiu antes de isso acontecer. De acordo com um ministro próximo à presidente, o governo Dilma, com sua cara e personalidade próprias, só começa mesmo agora.


    Istoé

    O casal mais poderoso da República

    Às 6h10 minutos da quarta-feira 8, o telefone tocou na casa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Ele atendeu e, ainda sonolento, ouviu do outro lado da linha: “É o assessor da ministra Gleisi?”, perguntava a jornalista de uma rádio da capital, em busca de uma entrevista com a nova titular da Casa Civil, que seria empossada no cargo horas mais tarde. “Claro que não, minha senhora. Assessor a esta hora da manhã?”, resmungou o ministro. Foi um sinal de que as coisas estavam mudando naquela casa. Escolhida pela presidente Dilma Rousseff para substituir Antônio Palocci, abatido pelo escândalo da multiplicação de seu patrimônio, Gleisi Hoffmann formará, com Paulo Bernardo, o primeiro casal ministerial da República. Casados há 13 anos, os dois se transformaram no par mais poderoso da Esplanada dos Ministérios. O orçamento administrado pelo casal soma nada menos do que R$ 11,7 bilhões, valor equiparável ao montante reservado pelo governo este ano para o programa Bolsa Família. “Nessa sociedade, eu entro no máximo com 10%”, já brinca o ministro.

    Mas ele acha que tem seus trunfos. Conhecedor dos segredos da culinária, nos fins de semana é Paulo Bernardo quem prepara o molho de tomate para acompanhar uma macarronada de boa fama. Vegetariana convicta, Gleisi é fã do prato e o ministro das Comunicações ameaça se valer disso para dar o troco, no caso de a ministra da Casa Civil barrar algum projeto de sua pasta. “Ela vai ficar sem meu macarrão.”

    A sina da Casa Civil petista

    Instalada no quarto andar do Palácio do Planalto, a Casa Civil da Presidência da República é um cargo-chave na estrutura de governo. A proximidade do titular da pasta com o presidente transforma-o numa espécie de superministro. O posto costuma ser comparado ao de primeiro-ministro nos regimes parlamentaristas e os norte-americanos se referem ao chefe da Casa Civil brasileiro como chief of staff, ou seja, o responsável pelo monitoramento das ações de governo e pelo desempenho dos demais colegas do primeiro escalão. Assediado por empresários e políticos, cabe ao ministro da Casa Civil dar assessoramento direto ao presidente. Apesar de enfeixar esses imensos poderes, o cargo na era petista tornou-se de alta rotatividade. Em oito anos e cinco meses, a Casa Civil teve quatro ministros e um interino. Três foram demitidos em meio a crises políticas.

    Nenhum deles teve o mesmo destino que o chefe da Casa Civil nos tempos em que Itamar Franco era o presidente da República. Assim como seus sucessores petistas, Henrique Hargreaves também foi abalroado por denúncias a respeito de seu comportamente ético. Antes de a crise contaminar o governo, no entanto, Hargreaves afastou-se do cargo para que fosse investigado. Ao cabo, nada foi provado e o então chefe da Casa Civil voltou ao Planalto ainda mais forte.

    Dilma sem Palocci

    Até surgir a denúncia sobre a multiplicação do patrimônio do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, o governo Dilma Rousseff vivia em lua de mel com a opinião pública. Pesquisa CNI/Ibope divulgada em abril indicava uma aprovação de 73%, semelhante à do ex-presidente Lula no início do segundo mandato. Mas, depois de 23 dias de crise política, o clima de harmonia rapidamente se desfez, a ponto de ameaçar a imagem de gestora competente que Dilma construiu no exercício do poder. Era preciso estancar a sangria com urgência, por mais dolorosa que fosse a decisão. Na noite da segunda-feira 6, Dilma comunicou às pessoas mais próximas que Palocci seria substituído no dia seguinte. Ninguém se surpreendeu, a não ser o próprio Palocci.

    O ministro animou-se com a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar os pedidos da oposição para que a origem de seu patrimônio fosse investigada. Viu ali uma tábua de salvação, uma espécie de sobrevida. Se nada havia contra ele nas esferas criminal e penal, poderia permanecer no cargo. A presidente Dilma, porém, tinha visão completamente oposta à de seu auxiliar. Tanto a decisão de Gurgel quanto a entrevista de Palocci à Rede Globo em nada alteraram o sentimento da opinião pública, escandalizada com os negócios milionários do chefe da Casa Civil. “O problema não é jurídico, é político”, disse Dilma a seus interlocutores.

    Ela também viu no aval de Gurgel a oportunidade para se livrar do problema, sem agravar a situação de Palocci. O ministro, porém, manteve-se confiante. Durante a cerimônia de lançamento do evento Rio +20, na terça-feira 7, Palocci surgiu sorridente ao lado de Dilma. Ainda sonhava com o apoio da bancada do PT no Senado. Pediu à senadora Marta Suplicy (SP) que recolhesse assinaturas para uma moção a seu favor, mas a maioria da bancada rejeitou a ideia. “Isso é coisa de gente que está querendo ser mais realista do que o rei ou está procurando protagonismo”, reclamou Delcídio Amaral (PT-MS).


    Carta Capital

    E Dilma toma posse

    Não foi do jeito sonhado e custou a queima de considerável capital político, mas a demissão de Antonio Palocci da Casa Civil na terça 7 parece marcar o início, de fato, do governo de Dilma Rousseff. Após ficar na defensiva no início da crise provocada pela revelação do extraordinário enriquecimento do ministro, a presidenta retomou a iniciativa política nos últimos dias: rendeu-se à necessidade de estreitar o contato com as lideranças da base aliada e fez uma escolha pessoal e instraferível para o lugar de Palocci. A senadora paranaense Glesi Hoffman, estreante na vida parlamentar em Brasília, não carrega "passivos" e tornara-se o grande destaque da bancada petista no Congresso nestes primeiros meses de mandato. Mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, foi escalada para ser a "Dilma da Dilma", gestora dos principais projetos do Executivo e mediadora dos conflitos entre os colegas de Esplanada. A presidenta parece também ter entedido outro ponto. Ela precisa se tornar o Lula de si própria.

    A Justiça é cega, eis as provas

    Nesta semana, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sem determinar diligências, quebrar sigilos e ouvir contratantes de consultorias financeiras e de serviços prestados por Palocci, contentou-se , sem cotejos, com as informações dadas pelo ex-ministro sob suspeita. Gurgel, em fim de mandato e aspirante à recondução no cargo cuja escolha competirá à presidenta Dilma, satisfez-se, na formulação de juízo sobre ilícitos, e sem sair à procura da verdade real, com a verdade escritural.

  • Fonte: Congressoemfoco

OAB repudia advogado que defendeu ética de bandido

Agência Estado

A declaração do advogado Jefferson Badan associando o crime a uma profissão e dizendo que todo bandido tem ética foi repudiada pela seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). A afirmação de Badan foi feita na quinta-feira, em defesa de Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, que participou em 18 de maio do assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24, no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, zona oeste da capital paulista.

Durante entrevista coletiva, o advogado foi questionado sobre o motivo pelo qual o cliente não contaria quem foi o comparsa na ação que matou o estudante. "Quem é do crime nunca entrega parceiro. Todo bandido tem ética. Você é um cara experiente na área criminal e sei que está fazendo essa pergunta simplesmente por fazer, porque você sabe que todas as profissões têm ética. E, na sua profissão, se tiver um repórter na sua frente, a ética dele é dar espaço para você também trabalhar", afirmou Badan.

O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio D?Urso, diz que a entidade repudia a afirmação do advogado, mas explica que não houve uma infração ao Código de Ética da categoria. "O advogado, na hora em que está realizando a defesa, tem imunidade em relação às suas declarações. Elas não trazem a ele consequência direta. Agora, o repúdio cabe à Ordem fazer, porque foi algo que ultrapassou os limites de defesa do cliente e alcançou toda a nossa classe. Cria uma imagem negativa da advocacia para a população, algo irreal." D?Urso afirma que na segunda-feira haverá uma reunião da diretoria da OAB para definir se será o caso de tomar alguma outra providência em relação a Badan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A Tarde

Tio do secretário de Segurança é preso com armas e drogas

Mariacelia Vieira

O Secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, determinou o cumprimento da lei, mesmo que o preso fosse seu tio. Ontem pela manhã, na Avenida Paralela, o radiologista Vicente Teles, 44 anos, foi detido por porte ilegal de arma e drogas. Uma equipe de Ronda Tático Motorizada (Rotamo) fez a abordagem após constatar tumulto no trânsito.

De acordo com o que informou o delegado Carlos Lins, plantonista da Delegacia de Tóxico e Entorpecente (DTE), os policiais teriam sido avisados por um motoqueiro que o cidadão a bordo de um Uno apontava arma para os motoristas que cortavam seu caminho.

Na altura do bairro de Pituaçu, os militares conseguiram abordá-lo, confirmando a veracidade da denúncia. Dentro do veículo dirigido pelo radiologista, os militares ainda encontraram certa quantidade de maconha.

Os gritos de Vicente ao entrar na DTE chamaram a atenção de quem passava na área. Ele informava, descontrolado, ser parente do secretário da Segurança. A informação foi checada, mas Barbosa preferiu que o trâmite da prisão não sofresse interrupção, por entender se tratar de um cidadão comum.

No final da tarde, o radiologista preso foi encaminhado para o exame de lesões corporais no Departamento de Polícia Técnica e ficaria a disposição da Justiça, como informou Lins.

O delegado adiantou que horas antes, na DTE, Vicente recebeu a visita de um psiquiatra da Polícia Civil .O delegado se mostrou, inclusive, favorável a Justiça arbitrar uma fiança, ou encaminhá-lo ao hospital.

Ainda segundo Carlos Lins, o radiologista teria informado que a maconha era para consumo próprio, e o revolver calibre 38 teria sido adquirido no bairro de Baraúnas, em Feira de Santana, e serviria para matar a ex-esposa, de quem se separou recentemente, e depois se matar. “Ele realmente está num momento de conflito e muitas emoções”, admitiu o delegado.

Em nota oficial, no início da tarde, o Secretário da Segurança, através de sua assessoria de comunicação confirmou o parentesco. Esclareceu que seu tio “é depressivo estando, inclusive, afastado do trabalho, sendo também dependente químico”. A determinação do secretário é que “se cumpra a lei”, informou a assessoria de comunicação da SSP.

Fonte: Tribuna da Bahia

Motéis subiram acima da inflação

Os preços dos serviços mais procurados para o Dia dos Namorados subiram acima da inflação nos últimos 12 meses, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

As altas mais expressivas foram registradas nos serviços: os preços dos restaurantes subiram 9,45%, em média, entre junho de 2010 e maio de 2011, enquanto os de hotéis e motéis ficaram 12,68% maiores. No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acumulou alta de 6,37%.

“Afora os serviços, segundo o economista André Braz, não ocorreram aumentos reais expressivos para outros produtos utilizados como presentes para a comemoração dos namorados”, diz a FGV em nota. Altas acumuladas de maio de 2010 a junho de 2011: Hotel/motel: 12,68%, Restaurantes: 9,45%, Roupas masculinas: 5,29%, Roupas femininas: 5,62%, Calçados masculinos: 4,34%, Calçados femininos: 4,36%, Bijuterias em geral: 2,89%, Cinto e bolsa: 5,89%, Perfume: 3,05%, Livros em geral: 6,99%, Cinema: 5,09%, Show musical: 1,82%, Teatro: 3,52%.
Fonte: Tribuna da Bahia

Comentarista da Tribuna se une ao protesto dos bombeiros na Alerj

Antonio Rocha

Estivemos sexta-feira, à tarde, lá na Alerj, apoiando a luta pacífica do bombeiros e suas famílias. As senhoras preparando o almoço e tudo muito ordeiro, muito limpo; dois meninos de aproximadamente 1 ou 2 anos de idade brincando sob os olhares das mães. Também uma senhora idosa, mãe de um dos bombeiros presos, em Niterói. E o pai de um dos policiais presos. Vi alguns mendigos e moradores de rua recebendo caridosamente pratos de comida.

Ao longo da tarde sindicatos como o Sindipetro-RJ e movimentos sociais como o MRLB – Movimento de Resistência Leonel Brizola, uma senhora falou representando os brizolistas. O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), chegou de Brasília e mostrou um abaixo assinado de apoio que ele mesmo iniciou, com as assinaturas de representantes de todos os partidos. Os deputados estaduais Marcelo Freixo e Janira Rocha (PSOL-RJ) e Paulo Ramos (PDT-RJ), que é oficial reformado da PM. Muitos militantes do PSTU e PCB com suas bandeiras.

O Sindicato da Polícia Civil veio apoiar o movimento. Foi informado que a PM estava solidária e o Partido Militar Brasileiro, ora em formação, também veio se solidarizar.

No âmbito estudantil: ANEL – Associação Nacional dos Estudantes Livre; e MEP – Movimento dos Estudantes do Povo. Todos de caras pintadas. Meus cabelos brancos sentiram falta dos representantes da UNE – União Nacional dos Estudantes e da UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas. Um grupo do movimento Gay estava lá com sua bandeira.

No final da tarde chegou a passeata dos professores e alunos caras pintadas, vindos da Candelária e foram recebidos com um bonito coro: “Oooooô, Educação chegou”. Era o apoio do SEPE – Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação.

O ato público teve início com o Hino Nacional Brasileiro, o Hino do Corpo de Bombeiros e o Hino da PM, no caminhão de som, acompanhados por todos.

Então foi falado que os 439 bombeiros presos tinham sido libertados e iriam responder em liberdade os processos administrativos. Foi esclarecido que a mobilização ia continuar e a luta idem, até que todos sejam anistiados.

O deputado Chico Alencar disse que no Congresso Nacional já tiveram início os procedimentos para a anistia, mas que por motivos burocráticos e de tramitação. demora um pouco, então um bombeiro esclareceu: “É anistia ampla, geral e irrestrita”.

Os ônibus passavam, nas janelas os passageiros acenavam sorrindo, automóveis idem. Transeuntes pediam uma fitinha vermelha ou um adesivo para as suas roupas. Uma tarde belíssima !

Fonte: Tribuna da Imprensa

Lula, no palco central, aponta a mendacidade do PT e de Palocci

Pedro do Coutto

Ao afirmar textualmente aos repórteres Bernardo Mello Franco e Valdo Cruz, manchete principal de quinta-feira da Folha de São Paulo, que a presidente Dilma Rousseff demitiu Antonio Palocci no momento certo, o ex-presidente Lula apontou à opinião pública a mendacidade que também marca a atuação do PT. Farsa da qual foi igualmente protagonista o próprio ex-ministro da Casa Civil. Quando me vem à cabeça a palavra mendacidade, lembro a frase famosa que Tennessee Williams colocou na sua peça “Gata Em Teto de Zinco Quente”, exibida no Rio em 1956, Teatro Maison de France. Atuação soberba de Cacilda Becker no papel título. Num momento de discussão com os personagens de Valmor Chagas e Ziembinsky, sobre a política americana, ela diz: “A mendacidade é o nosso sistema”. Aqui também, acrescento eu.

Claro. Pois se as explicações de Palocci não convenciam ninguém, mas muitos políticos vinham a público fingir acreditar, tal comportamento era hipócrita, portanto mendaz. Ou seja: fazer ou pensar algo e agir em sentido contrário. Mendacidade é isso, traduzindo a atmosfera que a palavra acentua. A declaração de Lula – destacam Bernardo Mello e Valdo Cruz – contraria a versão oficial do demitido. Palocci disse que veio (para o governo) ajudar a presidente. E saiu para preservar o diálogo entre a presidente Dilma e a sociedade. Falso. Não foi nada disso.

A afirmação do antecessor de Dilma, no centro do palco político, desmentiu tudo aquilo que se tentava sustentar de público, mas se murmurava nos bastidores e restaurantes de Brasília. Palocci não se demitiu: ao contrário, lutou para se manter, mas foi demitido. Submergiu novamente.

Antonio Palocci, aliás, parece ser um homem tempestade. Seu destino assinala que seu destino é ocupar postos de alto relevo e importância e não conseguir se desempenhar positivamente. Foi exonerado do Ministério da Fazenda, em 2005, por Lula em consequência de denúncia feita pelo caseiro Francenildo. Juntamente com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso. Quase incrível.

Mas se um caseiro teve força para, indiretamente, derrubar um ministro de estado e o presidente de um dos maiores bancos do país, é porque os motivos reproduzidos pela imprensa eram pesados demais. Do contrário, o desfecho seria simplesmente impossível.

Agora é demitido da Chefia da Casa Civil pela presidente Dilma Roussef pelas fantasiosas consultorias que prestou a empresas, no valor profissional de 20 milhões de reais, no espaço de tempo de menos de seis meses. Desse montante, a metade entre a vitória de Dilma nas urnas de 31 de outubro e sua posse no Planalto a 1 de Janeiro. Um novo Bill Gates surgiu no imaginário petista e em alguns setores do PMDB. Neste segundo caso por jogada política. Pois quanto mais fraco estivesse Palocci, mais forte seria a pressão do partido por cargos não preenchidos no segundo escalão.

Dilma Roussef emocionou-se no discurso de despedida. As despedidas, como sustentava meu amigo Nelson Rodrigues, são sempre tristes. E acrescentava: por isso não se deve dizer adeus e sim até logo, até breve, até sempre, mesmo sabendo-se que este sempre é nunca. Havia amizade, sem dúvida. Até porque quando se formou a equipe de transição do governo FHC para o de Lula, foi Palocci quem a introduziu na equipe. O resto da sequência foi Dilma, ela própria.

Mas, como no futebol, na vida um passe certo, bem aproveitado, define um destino. Palocci recebeu dois passes na medida. Chutou umas vezes o destino político fora. Perdeu o jogo para si mesmo. Foi derrotado pela própria ansiedade. E pela mendacidade.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Lula, no palco central, aponta a mendacidade do PT e de Palocci

Pedro do Coutto

Ao afirmar textualmente aos repórteres Bernardo Mello Franco e Valdo Cruz, manchete principal de quinta-feira da Folha de São Paulo, que a presidente Dilma Rousseff demitiu Antonio Palocci no momento certo, o ex-presidente Lula apontou à opinião pública a mendacidade que também marca a atuação do PT. Farsa da qual foi igualmente protagonista o próprio ex-ministro da Casa Civil. Quando me vem à cabeça a palavra mendacidade, lembro a frase famosa que Tennessee Williams colocou na sua peça “Gata Em Teto de Zinco Quente”, exibida no Rio em 1956, Teatro Maison de France. Atuação soberba de Cacilda Becker no papel título. Num momento de discussão com os personagens de Valmor Chagas e Ziembinsky, sobre a política americana, ela diz: “A mendacidade é o nosso sistema”. Aqui também, acrescento eu.

Claro. Pois se as explicações de Palocci não convenciam ninguém, mas muitos políticos vinham a público fingir acreditar, tal comportamento era hipócrita, portanto mendaz. Ou seja: fazer ou pensar algo e agir em sentido contrário. Mendacidade é isso, traduzindo a atmosfera que a palavra acentua. A declaração de Lula – destacam Bernardo Mello e Valdo Cruz – contraria a versão oficial do demitido. Palocci disse que veio (para o governo) ajudar a presidente. E saiu para preservar o diálogo entre a presidente Dilma e a sociedade. Falso. Não foi nada disso.

A afirmação do antecessor de Dilma, no centro do palco político, desmentiu tudo aquilo que se tentava sustentar de público, mas se murmurava nos bastidores e restaurantes de Brasília. Palocci não se demitiu: ao contrário, lutou para se manter, mas foi demitido. Submergiu novamente.

Antonio Palocci, aliás, parece ser um homem tempestade. Seu destino assinala que seu destino é ocupar postos de alto relevo e importância e não conseguir se desempenhar positivamente. Foi exonerado do Ministério da Fazenda, em 2005, por Lula em consequência de denúncia feita pelo caseiro Francenildo. Juntamente com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso. Quase incrível.

Mas se um caseiro teve força para, indiretamente, derrubar um ministro de estado e o presidente de um dos maiores bancos do país, é porque os motivos reproduzidos pela imprensa eram pesados demais. Do contrário, o desfecho seria simplesmente impossível.

Agora é demitido da Chefia da Casa Civil pela presidente Dilma Roussef pelas fantasiosas consultorias que prestou a empresas, no valor profissional de 20 milhões de reais, no espaço de tempo de menos de seis meses. Desse montante, a metade entre a vitória de Dilma nas urnas de 31 de outubro e sua posse no Planalto a 1 de Janeiro. Um novo Bill Gates surgiu no imaginário petista e em alguns setores do PMDB. Neste segundo caso por jogada política. Pois quanto mais fraco estivesse Palocci, mais forte seria a pressão do partido por cargos não preenchidos no segundo escalão.

Dilma Roussef emocionou-se no discurso de despedida. As despedidas, como sustentava meu amigo Nelson Rodrigues, são sempre tristes. E acrescentava: por isso não se deve dizer adeus e sim até logo, até breve, até sempre, mesmo sabendo-se que este sempre é nunca. Havia amizade, sem dúvida. Até porque quando se formou a equipe de transição do governo FHC para o de Lula, foi Palocci quem a introduziu na equipe. O resto da sequência foi Dilma, ela própria.

Mas, como no futebol, na vida um passe certo, bem aproveitado, define um destino. Palocci recebeu dois passes na medida. Chutou umas vezes o destino político fora. Perdeu o jogo para si mesmo. Foi derrotado pela própria ansiedade. E pela mendacidade.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Agressiva e intolerante

Carlos Chagas

Ao se confirmar a nomeação de Ideli Salvatti para o ministério da Coordenação Política, surgiu uma pergunta inteiramente inócua, antes das questões fundamentais: quem irá para o ministério da Pesca? Tanto faz, já que a Pesca e o governo ainda não foram apresentados. E não é por culpa da ministra Ideli, senão pelo total desprezo que o Brasil vem dando à atividade pesqueira, faz séculos. O peixe não precisa de pasto, nem de ser alimentado e vacinado, muito menos necessita passar por estações de engorda, mas custa mais caro do que o boi. Quem sabe, desta vez, a presidente Dilma venha a nomear um pescador para gerir o ministério? Ou uma pescadora, de acordo com os ventos que sopram no Planalto.

Quanto à Coordenação Política, a ex-senadora vai montar num rabo de foguete. Sem apoio no PMDB e no PT, ficará difícil até mesmo anotar os pedidos da base parlamentar oficial. Acresce que deixou cicatrizes no Senado, onde durante oito anos demonstrou-se agressiva e intolerante. Essas características até que fazem parte da arte de governar nos tempos atuais, mas são incompatíveis com o desempenho das relações institucionais. Não se coordenará com elas conjuntos tão díspares e conflitantes quando os dois principais partidos que apóiam o governo, ou deveriam apoiar. Basta ver as reações registradas nos últimos dois dias entre os companheiros e os peemedebistas.

De qualquer forma, a presidente Dilma terá tido motivos para escolher Ideli Salvatti.

A GUERRA CONTINUA

O grupo paulista que domina o PT anda cuspindo parafuso. Não há José Dirceu que dê jeito, apesar de suas tentativas. Os companheiros reagem à designação de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil e, agora, à nomeação de Ideli Salvatti ocupar a Coordenação Política. Consideram-se desprestigiados. Gostariam de ter participado dos dois processos de escolha. Vão dar o troco.

Quanto ao PMDB, igual ou pior. Continuam as reuniões na residência do vice-presidente Michel Temer, que já não funciona mais como bombeiro. Ainda não se transformou em incendiário, mas não faz falta: mais da metade das bancadas do partido na Câmara e no Senado anda com caixa de fósforos no bolso.

QUEM LHES DEU O DIREITO?

Passando do interior para o exterior, vem a pergunta: quem deu o direito à França e à Itália, reunidas agora aos Estados Unidos e à Inglaterra, para bombardear a Líbia, em especial Trípoli, onde não há rebelião alguma? São centenas de mortes, todos os dias, em nome da decisão de afastar Muamar Kadaffi do governo. Trata-se de um ditador há quarenta anos no poder, mas se for por aí essa coalizão da falsidade deveria estar lançando mísseis na Arábia Saudita e na China, também ditaduras, e mais idosas, onde cabe ao povo concordar ou ser perseguido. No fundo, como aconteceu no Iraque de Saddam Hussein, está o petróleo, ou seja, o interesse econômico.

Seria cômico, se não fosse trágico, assistir o histriônico Sílvio Berlusconi levando o Brasil à Corte Internacional de Haia pelo fato de o Supremo Tribunal Federal, de acordo com a Constituição, haver decidido não extraditar Cesare Batistti. Trata-se de um terrorista, é verdade, condenado pela execução de quatro cidadãos em seu país. Mas quantos líbios, por sinal inocentes, não assassinos, estão morrendo por conta das bombas italianas?

MÉDICO VIROU ENGENHEIRO

Denúncia do senador Cristóvam Buarque: “votei num médico e elegi um engenheiro…” A referência é para o governador de Brasília, Agnelo Queirós, médico de profissão e que, para o ex-governador, só pensa em fazer viadutos, asfaltar ruas e reformar o estádio de futebol para a Copa do Mundo, esquecendo-se das promessas de campanha. Agnelo chegou a anunciar que assumiria pessoalmente a Secretaria de Saúde, coisa que não fez, estando o setor lamentavelmente deficiente. A solução, para o senador, seria levar a saúde até o cidadão, jamais esperar que ele procure a rede pública depois de doente.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Dilma contraria a base e indica Ideli para a articulação política

Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr / “Não sei se [meu estilo de articulação política] vai ser a Idelizinha paz e amor, mas vou ouvir muito; negociar muito.” Ideli Salvatti (PT-SC), ministra das Relações Institucionais “Não sei se [meu estilo de articulação política] vai ser a Idelizinha paz e amor, mas vou ouvir muito; negociar muito.” Ideli Salvatti (PT-SC), ministra das Relações Institucionais
Troca ministerial

Nomeação da nova ministra das Relações Institucionais reforça a percepção de que a presidente quer tomar conta do governo

Publicado em 11/06/2011 | Das agências

Contrariando a bancada do PT e de parte dos peemedebistas da Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff tomou uma decisão arriscada politicamente e indicou ontem Ideli Salvatti (PT-SC) como ministra das Relações Institucionais, em substituição a Luiz Sérgio (PT-RJ). Ideli será responsável por fazer a articulação do Planalto com o Congresso.

A escolha da presidente marca mais um passo de Dilma para mostrar que tomou conta de seu governo e para ampliar a presença feminina no Planalto – algo também demonstrado pela nomeação de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Casa Civil.

Nomeação da ministra pode agravar a crise, alertam deputados

Parlamentares dizem que a nomeação de Ideli Salvatti para a articulação política frustrou a base na Câmara e pode complicar a relação do Planalto com o Congresso

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Analistas divergem sobre a escolha de Dilma

Analistas políticos ouvidos pela reportagem divergem sobre a escolha da ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC) para ocupar o Ministério das Relações Insti­­tucionais.

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No Senado, Ideli virou a “pitbull” do governo

A nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), de 59 anos, é casada e tem dois filhos. Nascida na cidade de São Paulo, fez carreira política em Santa Catarina – onde ajudou a fundar o PT no estado e foi eleita a primeira senadora da história catarinense. Sua trajetória pessoal inclui uma passagem pelo Paraná: ela é formada em Física pela UFPR.

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Mas a indicação de Ideli também pode ser considerada uma decisão arriscada de Dilma, ao desprestigiar sua base na Câmara e ao nomear alguém que encontra resistências no Congresso. Ideli, quando era líder do governo Lula no Senado, ganhou o apelido de “pitbull” do Planalto em razão de seu estilo pouco amigável.

Já Luiz Sérgio, que era considerado inapto para o trabalho de articulação política, continuará na Esplanada, em um cargo menos importante: o de novo ministro da Pesca, função que era de Ideli. A troca oficial entre os dois ministros está marcada para a segunda-feira.

Fim da crise

Com a posse de Ideli, Dilma pretende encerrar a crise que culminou na demissão do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. A presidente também quer melhorar a interlocução com o Legislativo, que vem dando mostras de insatisfação – o que ficou claro na aprovação, pela Câmara, do texto do novo Código Florestal que desagrada o governo.

Apesar das manifestações oficiais de apoio à nova ministra da base de Dilma na Câmara, o fato é que a indicação de Ideli foi uma derrota para os de­­­putados petistas. Eles consideravam que o Ministé­­­rio das Relações Institucionais era cota da bancada, já que Luiz Sérgio é deputado licenciado. A bancada do PT tentava em­­­­­­placar o nome de Cândido Vacca­­­­rezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, como novo ministro.

Além disso, Ideli foi senadora até o ano passado – o que, nas entrelinhas da política, foi interpretado como uma forma de prestigiar o Senado ao mesmo tempo em que a Câmara perde pontos. A nomeação da também senadora Gleisi já havia indicado que o Senado está em alta no Planalto.

A escolha da ministra, embora tenha sido pessoal de Dilma, também passou pelo Senado. A presidente se reuniu ontem pela manhã com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Eles chancelaram o nome de Ideli. Mas Dilma ontem também conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), para aparar possíveis arestas e insatisfações.

A escolha de Ideli é mais um indica­­­tivo de que Dilma decidiu tomar conta do próprio governo e que, após a crise, tenta impor seu estilo à administração federal. Com a catarinense, a presidente afasta do cargo um nome da cota da bancada do PT. E Gleisi substituiu um no­­­­­­me ligado ao ex-presidente Lula.

Gleisi, por sinal, daqui para a frente, deve ser essencialmente a gestora de programas governamentais, como Dilma foi para o ex-presidente. E Ideli fará a ponte entre o Planalto e o Congresso.

Apesar disso, Ideli disse ontem que vai “parceirizar” a articulação política com Gleisi, ao tentar afirmar que irá dividir essa atribuição. “Imaginar que a ministra Gleisi Hoffmann vai executar apenas tarefas de gestão é desconhecer sua trajetória”, disse Ideli. Não foi o que a própria Gleisi havia afirmado quando foi nomeada. Ideli também tentou apagar a imagem de “pitbull”. “Não sei se [meu estilo] vai ser a Ideli­­­zinha paz e amor, mas vou ouvir muito; ne­­­gociar muito.”

Fonte: Gazeta do Povo

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