É época de umbu e os agricultores familiares aproveitam este período para explorar a cultura, que representa uma renda extra na entressafra das culturas tradicionais. Nas feiras livres, mercados, e mesmo nas ruas das cidades e na estrada, é fácil encontrar alguém comercializando este fruto doce-azedo, muito apreciado, particularmente, pelos nordestinos. Aproveitando a disponibilidade do umbu, em plena safra, a Secretaria da Agricultura (Seagri), através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), promoveu, o 6º Curso de cultivo do umbu nativo, com o objetivo de capacitar agricultores familiares na fabricação artesanal de doces e geleias, visando agregar valor ao produto, e dessa forma, criar opções de aproveitamento do umbu, além do consumo in natura. O curso foi ministrado em duas turmas de 15 agricultores, nos povoados de Queimada dos Rodrigues e Umbuzeiro, localizados no município de Irecê, e teve carga horária de 08 horas. Coordenado pelo engenheiro agrônomo da empresa, Arnou Dourado, contou com atividades teóricas e práticas, desenvolvidas pelos instrutores. De acordo com Raimundo Luiz Rocha, chefe do Centro de Formação de Agricultores Familiares do Território de Irecê (Centrefertil), só no mês de janeiro, foram capacitados 75 agricultores familiares, através dos cursos oferecidos pela empresa, na região. “A nossa programação para o segundo semestre consta de uma grade variada, inclusive cursos sobre o umbu nativo, e para isto já providenciamos acondicionar o material congelado para atender à demanda dos agricultores”, disse Raimundo Rocha. Fonte: Tribuna da Bahia Comentário: Enquanto nos outros centros aproveitam o umbu como fonte de renda, aqui em Jeremoabo os vândalos decepam.
A EBDA, por meio desse curso, pretendeu mostrar ao agricultor familiar a importância do cultivo do umbu e seu aproveitamento, o que colabora na expansão econômica da região. Sobre isso, o chefe do Centrefertil, reforçou a participação da equipe técnica na capacitação dos agricultores.
“Ressaltamos a importância dos cursos para a formação dos agricultores, para que estes produzam os derivados, com qualidade”, complementou o técnico.
A produção de umbu nativo, na Bahia, é toda extrativista e, hoje, além de atender ao estado, o produto vem sendo exportado para outros estados da federação, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, para países da Europa e a Austrália.
Segundo o diretor de Agricultura da EBDA, Hugo Pereira, a Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), está exportando tanto o fruto como derivados do umbu (doces e geleias), certificados pela Ecocert Brasil, para diversos países da Europa.
Carlos Chagas
Na sessão solene do Congresso do PT, amanhã, as atenções estarão voltadas para o pronunciamento de Dilma Roussef. Ainda que deixando ao partido alinhar os postulados doutrinários para o futuro, através do documento intitulado “A Grande Transformação”, a candidata não estará impedida de abordar aspectos gerais de seu governo, ressalvando o cauteloso “se eu vier a ser eleita”. As linhas-base de seu discurso seguirão no rumo de inflamados elogios ao presidente Lula, mas, ao receber formalmente a indicação do seu nome, poderá avançar propostas para o próximo período presidencial, claro que genéricas e calcadas nas realizações da atual administração.
Espera-se uma festa, não um debate a respeito dos passos adiante na estratégia pretendida pelos companheiros para o país. Dificilmente Dilma se referirá a promessas concretas, como a participação dos empregados no lucro das empresas, a co-gestão, a redução da carga semanal de trabalho para quarenta horas ou o imposto sobre grandes fortunas. Pelo que se sabe, abordará a importância da continuidade do desenvolvimento, das obras do PAC, do combate à inflação, da ampliação das conquistas sociais, da aliança com partidos e grupos que integram o governo Lula e dos horizontes abertos através da nova política externa.
Deverão estar presentes à reunião representantes dos partidos da base oficial, a começar pelo PMDB, com seus seis ministros e o presidente Michel Temer. Não seria hora de cotejar programas e plataformas, aliás, ainda não definidos.
Ainda a intervenção
Contra a natureza das coisas ninguém investe impunemente, já escrevia Napoleão para Josefina. Apesar do medo de vetustas e temerosas figuras do mundo político e jurídico diante da intervenção federal em Brasília, é por aí que o vento sopra. Porque mesmo se o governador José Roberto Arruda ficasse preso até o fim do ano, jamais os seus substitutos ou sucessores legais conseguiriam refazer as instituições locais, postas em frangalhos. Apesar de seus esforços, o vice-governador em exercício, Paulo Octávio, carece da autoridade necessária para restabelecer a credibilidade do poder público. Os seguintes na ordem sucessória, também, sejam o presidente e o vice-presidente da Câmara Legislativa, seja o correto novo presidente do Tribunal de Justiça. A todos faltará o respaldo sequer para compor um secretariado à altura do Distrito Federal. Quanto mais para receber da sociedade local o apoio imprescindível à garantia do funcionamento da máquina administrativa.
Está, o Distrito Federal, na situação daquele personagem que, se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega. Nenhum dos referidos acima, a começar pelo governador Arruda, conseguirá evitar o desmonte da autoridade pública. A não ser que, pelo governo federal, seja designado alguém descompromissado com o passado de Brasília. Um interventor capaz de passar o rodo, sem relações de qualquer espécie tanto com a quadrilha aqui instalada quanto com aqueles que se mantiveram em silêncio diante de tanta lambança explícita. Fora daí será assistir a eleição dos mesmos de sempre.
Aqui se faz, aqui se paga
Estava tudo arrumado para a Beija-Flor ganhar na Sapucaí, com o enredo sobre os 50 anos de Brasília. Dinheiro não faltou, no propinoduto que ligava a capital federal ao Rio, passando por alguns pontos de bicho e sucedâneos. Não que a escola carecesse de méritos, muito pelo contrário, mesmo apresentando graves defeitos, como um Juscelino de papel que mais parecia o Bill Clinton. O problema é que a roubalheira brasiliense explodiu antes e a derrota já estava escrita há mil anos, na cabeça dos jurados. Menos pelo brilho dos passistas do que pelo vexame que seria uma vitória consagrando a lambança.
Fidelidade dá problema
Marcio Lacerda não se elegeria prefeito de Belo Horizonte sem o apoio fundamental de Aécio Neves. Mas havia sido, em 2002, o comandante de campanha de Ciro Gomes à presidência da República. Ouve-se agora que, convidado, não escapará de repetir o passado. Ciro precisa de sua competência. Mas Aécio, como receberá a defecção, sendo ou não candidato à vice-presidência na chapa de José Serra?
Fonte: Tribuna da Imprensa