BRASÍLIA - Descontentes com o DNA governista dos principais envolvidos na disputa pela presidência da Câmara, um grupo de deputados decidiu lançar um candidato alternativo. O nome será definido em uma reunião marcada para segunda-feira, em São Paulo, e entre os cotados figuram Fernando Gabeira (PV-RJ), Raul Jungmann (PPS-PE), Luiza Erundina (PSB-SP) e Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Apóiam a iniciativa parlamentares do PMDB, PSDB, PPS, PSB, PSOL e PV, além dos petistas Walter Pinheiro (BA) e José Eduardo Martins Cardozo (SP). Os integrantes do grupo alegam que os candidatos já lançados - o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP)- não têm condições de resgatar a imagem do Congresso.
A avaliação deles é de que a Câmara precisa de um presidente que seja independente em relação ao Planalto, contrário à cultura de privilégios que levou os parlamentares tentar dobrar seus salários e favorável à punição de deputados atingidos por denúncias de corrupção. Jungmann disse que nem Aldo nem Chinaglia representam uma ruptura com a legislatura que está acabando. "A pior de todas", avaliou.
"A eleição de qualquer um dos dois será uma forma de submeter a Câmara ao Planalto, o que não é bom para o Legislativo", argumentou o deputado do PPS. "A intenção é mostrar que nem todos os deputados estão contaminados pela dependência ao governo, pelos privilégios da Casa e por procedimentos incompatíveis com a moralidade pública", completou Luciana Genro (PSOL-RS).
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que poderá ser o candidato do grupo alternativo, caso não haja outra saída: "Na pior das hipóteses, o candidato serei eu. Na melhor, alguém que tenha condição de atrair mais votos e mais gente para nosso movimento." Gabeira lembrou que o grupo ainda é pequeno, mas poderá crescer, pois a Câmara teve um índice de renovação de 44% nas últimas eleições: "Vamos buscar forças lá."
Um dos apontados como alternativa, Carlos Sampaio, não demonstrou entusiasmo com a idéia. Disse que seguirá a opção do PSDB, mas adiantou preferir a reeleição do atual presidente da Câmara. "Aldo, tirando a questão do salário, que foi um equívoco, exerceu com equilíbrio a presidência", disse. "Chinaglia nunca esteve na presidência para dizermos se tem ou não condições, mas me parece uma pessoa de bem."
Chinaglia reagiu à iniciativa dos independentes. "Estamos bastante tranqüilos, pois em todos os contatos percebemos que o clima não favorece uma candidatura alternativa que colocasse em risco a estabilidade da Câmara", disse. No seu entender, não há possibilidade de se repetir o que ocorreu há dois anos, quando o azarão da disputa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), foi eleito.
A disputa entre dois candidatos governistas preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tentar convencer Chinaglia ou Aldo a desistirem. O petista afirmou que não tem como desistir de sua candidatura e o atual comandante da Câmara também argumentou que sua candidatura não lhe pertence mais. Aldo não comentou a iniciativa do grupo independente.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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sexta-feira, janeiro 05, 2007
Estaria o trio balançando?
Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Ao sair de Brasília para dez dias de férias, hoje, o presidente Lula deixa sobre a capital federal uma nuvem de dúvidas antes inexistentes, mas agora adquirindo tonalidades carregadas: qual o significado de suas críticas formuladas esta semana a respeito da necessidade de um pacote de cidadania que não seja falado em economês?
Caem as cotações do trio Henrique Meirelles, Paulo Bernardo e Guido Mantega, catedráticos de economês, certamente porque de novembro até hoje não conseguiram chegar a um elenco de medidas em condições de destravar o País e restabelecer o crescimento econômico. As versões que discutiram e levaram diversas vezes ao presidente têm sido até agora rejeitadas, ou, pelo menos, consideradas insuficientes.
Mesmo mantendo o controle da inflação e a austeridade fiscal, o Lula quer mudanças mesmo, de verdade, na política econômica. E os três comandantes, presumidamente em desacordo, não chegam a uma conclusão. Teme o presidente do Banco Central desagradar o mercado, os meios internacionais e a ortodoxia do modelo até agora praticado.
O ministro do Planejamento, mesmo influindo menos, inclina-se por alterações que não prejudiquem a arrecadação federal, enquanto o ministro da Fazenda sustenta maiores facilidades para a atividade produtiva e menores para a atividade especulativa.
Há quem suponha não estar tão garantida assim a permanência dos três, isso depois de considerados indemissíveis, semanas atrás. Na verdade, o presidente Lula ganha tempo e aproveitará o período de descanso para refletir. Pode estar sendo grande a tentação de agir conforme discursou no dia da segunda posse, em especial porque no correr da semana continuou dando sinais de serem para valer os conceitos exarados no Congresso e em praça pública.
Numa Brasília cada vez mais deserta de informações, fluem boatos e especulações. Delfim Neto é um nome que volta a ser falado. No caso, para o Banco Central. O empresário Gerdau Johanpetter também. Até Ciro Gomes, que teria mergulhado no interior do Ceará por estratégia combinada com o presidente, não por divergências com ele. Quem pode deter a chave para a solução do enigma é a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Embolou o meio campo
O PT propôs ao PMDB que se Arlindo Chinaglia tiver o seu apoio para a presidência da Câmara, hoje, daqui a dois anos os companheiros votarão em bloco no candidato que os peemedebistas indicarem. Trata-se de um trunfo de razoáveis proporções, mas que acaba de ser neutralizado: Aldo Rebelo fez a mesma proposta a Michel Temer, presidente do PMDB. Caso o partido vote nele, agora, compromete-se a trabalhar desde já para ser sucedido, em 2009, por quem o partido indicar.
O jogo está empatado, apesar da disposição do PT de levar até o fim a candidatura de Arlindo Chinaglia. Porque Aldo Rebelo dispõe do não pouco discreto respaldo do presidente Lula.
Por conta disso e para evitar a ascensão de um Severino Cavalcanti qualquer, cresce no PMDB a corrente capaz de solucionar o impasse. Seria a apresentação, em fevereiro, de um peemedebista capaz de unir o partido. Eunício Oliveira? Pode ser.
Quem não está gostando nem um pouco da indefinição é o presidente Lula, mas foi alertado para preservar-se. O pior que lhe poderia acontecer seria a derrota do candidato que viesse a apoiar formalmente, como aconteceu há dois anos.
Renan garantido
Já na presidência do Senado, as dúvidas vão desaparecendo. Renan Calheiros continuará. Importa menos se por uma dessas curvas do caminho o presidente da Câmara também vier a sair do PMDB. Afinal alhos nada têm a ver com bugalhos e a tradição dá à maior bancada em cada casa do Congresso o direito de eleger seu presidente. O PMDB bate, de longe, qualquer outro partido no Senado, e, na Câmara, é superior ao PT.
Inexiste a teoria das compensações, como regra, ainda que tenha prevalecido uma ou outra vez, no passado. Mas ninguém deve esquecer que Ulysses Guimarães presidiu a Câmara por quatro anos, enquanto no Senado, também do PMDB, os presidentes foram Nelson Carneiro e, depois, Humberto Lucena.
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Ao sair de Brasília para dez dias de férias, hoje, o presidente Lula deixa sobre a capital federal uma nuvem de dúvidas antes inexistentes, mas agora adquirindo tonalidades carregadas: qual o significado de suas críticas formuladas esta semana a respeito da necessidade de um pacote de cidadania que não seja falado em economês?
Caem as cotações do trio Henrique Meirelles, Paulo Bernardo e Guido Mantega, catedráticos de economês, certamente porque de novembro até hoje não conseguiram chegar a um elenco de medidas em condições de destravar o País e restabelecer o crescimento econômico. As versões que discutiram e levaram diversas vezes ao presidente têm sido até agora rejeitadas, ou, pelo menos, consideradas insuficientes.
Mesmo mantendo o controle da inflação e a austeridade fiscal, o Lula quer mudanças mesmo, de verdade, na política econômica. E os três comandantes, presumidamente em desacordo, não chegam a uma conclusão. Teme o presidente do Banco Central desagradar o mercado, os meios internacionais e a ortodoxia do modelo até agora praticado.
O ministro do Planejamento, mesmo influindo menos, inclina-se por alterações que não prejudiquem a arrecadação federal, enquanto o ministro da Fazenda sustenta maiores facilidades para a atividade produtiva e menores para a atividade especulativa.
Há quem suponha não estar tão garantida assim a permanência dos três, isso depois de considerados indemissíveis, semanas atrás. Na verdade, o presidente Lula ganha tempo e aproveitará o período de descanso para refletir. Pode estar sendo grande a tentação de agir conforme discursou no dia da segunda posse, em especial porque no correr da semana continuou dando sinais de serem para valer os conceitos exarados no Congresso e em praça pública.
Numa Brasília cada vez mais deserta de informações, fluem boatos e especulações. Delfim Neto é um nome que volta a ser falado. No caso, para o Banco Central. O empresário Gerdau Johanpetter também. Até Ciro Gomes, que teria mergulhado no interior do Ceará por estratégia combinada com o presidente, não por divergências com ele. Quem pode deter a chave para a solução do enigma é a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Embolou o meio campo
O PT propôs ao PMDB que se Arlindo Chinaglia tiver o seu apoio para a presidência da Câmara, hoje, daqui a dois anos os companheiros votarão em bloco no candidato que os peemedebistas indicarem. Trata-se de um trunfo de razoáveis proporções, mas que acaba de ser neutralizado: Aldo Rebelo fez a mesma proposta a Michel Temer, presidente do PMDB. Caso o partido vote nele, agora, compromete-se a trabalhar desde já para ser sucedido, em 2009, por quem o partido indicar.
O jogo está empatado, apesar da disposição do PT de levar até o fim a candidatura de Arlindo Chinaglia. Porque Aldo Rebelo dispõe do não pouco discreto respaldo do presidente Lula.
Por conta disso e para evitar a ascensão de um Severino Cavalcanti qualquer, cresce no PMDB a corrente capaz de solucionar o impasse. Seria a apresentação, em fevereiro, de um peemedebista capaz de unir o partido. Eunício Oliveira? Pode ser.
Quem não está gostando nem um pouco da indefinição é o presidente Lula, mas foi alertado para preservar-se. O pior que lhe poderia acontecer seria a derrota do candidato que viesse a apoiar formalmente, como aconteceu há dois anos.
Renan garantido
Já na presidência do Senado, as dúvidas vão desaparecendo. Renan Calheiros continuará. Importa menos se por uma dessas curvas do caminho o presidente da Câmara também vier a sair do PMDB. Afinal alhos nada têm a ver com bugalhos e a tradição dá à maior bancada em cada casa do Congresso o direito de eleger seu presidente. O PMDB bate, de longe, qualquer outro partido no Senado, e, na Câmara, é superior ao PT.
Inexiste a teoria das compensações, como regra, ainda que tenha prevalecido uma ou outra vez, no passado. Mas ninguém deve esquecer que Ulysses Guimarães presidiu a Câmara por quatro anos, enquanto no Senado, também do PMDB, os presidentes foram Nelson Carneiro e, depois, Humberto Lucena.
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Descontentes com o DNA governista dos principais envolvidos na disputa pela presidência da Câmara, um grupo de deputados decidiu lançar um
Por: Helena Chagas
n Brasília.A porteira é fechada, mas nem tanto. O presidente Lula confirmou a aliados e auxiliares que o critério de preenchimento dos cerca de 600 cargos federais de segundo escalão e nas estatais, que estão sendo mapeados pelo Planalto, será diferente do que foi adotado no primeiro mandato, quando setores do PT ocuparam posições estratégicas em todos os níveis de todos os ministérios - independentemente de ter o titular ou não - a ponto de ter mais de 60% desses cargos.
Mas o critério das nomeações também não será exatamente aquele com que sonham os partidos da coalizão, que querem ganhar o curral de porteira fechada.
Embora o presidente vá tirar de campo petistas instalados em postos estratégicos de pastas comandadas por outros partidos e tenha avisado que a última palavra e a responsabilidade pelas nomeações serão de cada ministro, Lula, ao convidá-los, vai recomendar que sejam aproveitados nos ministérios quadros de todos os partidos da coalizão, desde que qualificados.
- Não vai haver nenhuma força política nem alguém que tenha pessoas nomeadas em todos os ministérios. Mas também não tem isso de "porteira fechada". Cada ministro vai montar sua equipe segundo critérios de qualidade técnica, e essas pessoas podem ser de seu partido ou de outros partidos. O governo vai recomendar que os ministros negociem as nomeações com outros partidos da coalizão. Mas a última palavra é do ministro. Nas crises, é ele quem vai responder por tudo - anuncia o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, evitando citar a palavra PT.
Lula pediu a Tarso e aos ministros Dilma Rousseff e Luiz Dulci para fechar o mapeamento desses cargos nos próximos dez dias, até seu retorno das férias. Embora neguem, esses ministros também estão tratando de algumas nomeações para fechar o quebra-cabeças do primeiro escalão, que Lula pretende nomear no início de fevereiro. Mas o maior trabalho tem sido mapear os mais de 600 postos DAS e cargos comissionados no segundo escalão dos ministérios, nos estados e nas estatais, que costumam ser alvo da cobiça de todos os aliados em todos os governos. Apesar de a maioria estar hoje nas mãos do PT, há cargos nas mãos de quase todos os partidos da coalizão governista. Para completar o trabalho, Dilma e Dulci desistiram de tirar folga nesse período, conforme planejavam.
A intenção dos ministros é entregar ao presidente não só um levantamento, mas uma avaliação qualitativa do desempenho dos atuais ocupantes da maioria desses cargos para que o presidente tenha uma visão conjunta da administração na remontagem do governo.
Fonte: JB Online
n Brasília.A porteira é fechada, mas nem tanto. O presidente Lula confirmou a aliados e auxiliares que o critério de preenchimento dos cerca de 600 cargos federais de segundo escalão e nas estatais, que estão sendo mapeados pelo Planalto, será diferente do que foi adotado no primeiro mandato, quando setores do PT ocuparam posições estratégicas em todos os níveis de todos os ministérios - independentemente de ter o titular ou não - a ponto de ter mais de 60% desses cargos.
Mas o critério das nomeações também não será exatamente aquele com que sonham os partidos da coalizão, que querem ganhar o curral de porteira fechada.
Embora o presidente vá tirar de campo petistas instalados em postos estratégicos de pastas comandadas por outros partidos e tenha avisado que a última palavra e a responsabilidade pelas nomeações serão de cada ministro, Lula, ao convidá-los, vai recomendar que sejam aproveitados nos ministérios quadros de todos os partidos da coalizão, desde que qualificados.
- Não vai haver nenhuma força política nem alguém que tenha pessoas nomeadas em todos os ministérios. Mas também não tem isso de "porteira fechada". Cada ministro vai montar sua equipe segundo critérios de qualidade técnica, e essas pessoas podem ser de seu partido ou de outros partidos. O governo vai recomendar que os ministros negociem as nomeações com outros partidos da coalizão. Mas a última palavra é do ministro. Nas crises, é ele quem vai responder por tudo - anuncia o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, evitando citar a palavra PT.
Lula pediu a Tarso e aos ministros Dilma Rousseff e Luiz Dulci para fechar o mapeamento desses cargos nos próximos dez dias, até seu retorno das férias. Embora neguem, esses ministros também estão tratando de algumas nomeações para fechar o quebra-cabeças do primeiro escalão, que Lula pretende nomear no início de fevereiro. Mas o maior trabalho tem sido mapear os mais de 600 postos DAS e cargos comissionados no segundo escalão dos ministérios, nos estados e nas estatais, que costumam ser alvo da cobiça de todos os aliados em todos os governos. Apesar de a maioria estar hoje nas mãos do PT, há cargos nas mãos de quase todos os partidos da coalizão governista. Para completar o trabalho, Dilma e Dulci desistiram de tirar folga nesse período, conforme planejavam.
A intenção dos ministros é entregar ao presidente não só um levantamento, mas uma avaliação qualitativa do desempenho dos atuais ocupantes da maioria desses cargos para que o presidente tenha uma visão conjunta da administração na remontagem do governo.
Fonte: JB Online
Descontentes querem candidato independente na Câmara
BRASÍLIA - Descontentes com o DNA governista dos principais envolvidos na disputa pela presidência da Câmara, um grupo de deputados decidiu lançar um candidato alternativo. O nome será definido em uma reunião marcada para segunda-feira, em São Paulo, e entre os cotados figuram Fernando Gabeira (PV-RJ), Raul Jungmann (PPS-PE), Luiza Erundina (PSB-SP) e Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Apóiam a iniciativa parlamentares do PMDB, PSDB, PPS, PSB, PSOL e PV, além dos petistas Walter Pinheiro (BA) e José Eduardo Martins Cardozo (SP). Os integrantes do grupo alegam que os candidatos já lançados - o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP)- não têm condições de resgatar a imagem do Congresso.
A avaliação deles é de que a Câmara precisa de um presidente que seja independente em relação ao Planalto, contrário à cultura de privilégios que levou os parlamentares tentar dobrar seus salários e favorável à punição de deputados atingidos por denúncias de corrupção. Jungmann disse que nem Aldo nem Chinaglia representam uma ruptura com a legislatura que está acabando. "A pior de todas", avaliou.
"A eleição de qualquer um dos dois será uma forma de submeter a Câmara ao Planalto, o que não é bom para o Legislativo", argumentou o deputado do PPS. "A intenção é mostrar que nem todos os deputados estão contaminados pela dependência ao governo, pelos privilégios da Casa e por procedimentos incompatíveis com a moralidade pública", completou Luciana Genro (PSOL-RS).
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que poderá ser o candidato do grupo alternativo, caso não haja outra saída: "Na pior das hipóteses, o candidato serei eu. Na melhor, alguém que tenha condição de atrair mais votos e mais gente para nosso movimento." Gabeira lembrou que o grupo ainda é pequeno, mas poderá crescer, pois a Câmara teve um índice de renovação de 44% nas últimas eleições: "Vamos buscar forças lá."
Um dos apontados como alternativa, Carlos Sampaio, não demonstrou entusiasmo com a idéia. Disse que seguirá a opção do PSDB, mas adiantou preferir a reeleição do atual presidente da Câmara. "Aldo, tirando a questão do salário, que foi um equívoco, exerceu com equilíbrio a presidência", disse. "Chinaglia nunca esteve na presidência para dizermos se tem ou não condições, mas me parece uma pessoa de bem."
Chinaglia reagiu à iniciativa dos independentes. "Estamos bastante tranqüilos, pois em todos os contatos percebemos que o clima não favorece uma candidatura alternativa que colocasse em risco a estabilidade da Câmara", disse. No seu entender, não há possibilidade de se repetir o que ocorreu há dois anos, quando o azarão da disputa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), foi eleito.
A disputa entre dois candidatos governistas preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tentar convencer Chinaglia ou Aldo a desistirem. O petista afirmou que não tem como desistir de sua candidatura e o atual comandante da Câmara também argumentou que sua candidatura não lhe pertence mais. Aldo não comentou a iniciativa do grupo independente.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Apóiam a iniciativa parlamentares do PMDB, PSDB, PPS, PSB, PSOL e PV, além dos petistas Walter Pinheiro (BA) e José Eduardo Martins Cardozo (SP). Os integrantes do grupo alegam que os candidatos já lançados - o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP)- não têm condições de resgatar a imagem do Congresso.
A avaliação deles é de que a Câmara precisa de um presidente que seja independente em relação ao Planalto, contrário à cultura de privilégios que levou os parlamentares tentar dobrar seus salários e favorável à punição de deputados atingidos por denúncias de corrupção. Jungmann disse que nem Aldo nem Chinaglia representam uma ruptura com a legislatura que está acabando. "A pior de todas", avaliou.
"A eleição de qualquer um dos dois será uma forma de submeter a Câmara ao Planalto, o que não é bom para o Legislativo", argumentou o deputado do PPS. "A intenção é mostrar que nem todos os deputados estão contaminados pela dependência ao governo, pelos privilégios da Casa e por procedimentos incompatíveis com a moralidade pública", completou Luciana Genro (PSOL-RS).
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que poderá ser o candidato do grupo alternativo, caso não haja outra saída: "Na pior das hipóteses, o candidato serei eu. Na melhor, alguém que tenha condição de atrair mais votos e mais gente para nosso movimento." Gabeira lembrou que o grupo ainda é pequeno, mas poderá crescer, pois a Câmara teve um índice de renovação de 44% nas últimas eleições: "Vamos buscar forças lá."
Um dos apontados como alternativa, Carlos Sampaio, não demonstrou entusiasmo com a idéia. Disse que seguirá a opção do PSDB, mas adiantou preferir a reeleição do atual presidente da Câmara. "Aldo, tirando a questão do salário, que foi um equívoco, exerceu com equilíbrio a presidência", disse. "Chinaglia nunca esteve na presidência para dizermos se tem ou não condições, mas me parece uma pessoa de bem."
Chinaglia reagiu à iniciativa dos independentes. "Estamos bastante tranqüilos, pois em todos os contatos percebemos que o clima não favorece uma candidatura alternativa que colocasse em risco a estabilidade da Câmara", disse. No seu entender, não há possibilidade de se repetir o que ocorreu há dois anos, quando o azarão da disputa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), foi eleito.
A disputa entre dois candidatos governistas preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tentar convencer Chinaglia ou Aldo a desistirem. O petista afirmou que não tem como desistir de sua candidatura e o atual comandante da Câmara também argumentou que sua candidatura não lhe pertence mais. Aldo não comentou a iniciativa do grupo independente.
Fonte: Tribuna da Imprensa
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Oportunismo perigoso
Por: Jornal A TARDE
A qualificação de terrorista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à recente onda de ataques a ônibus - um deles incendiado com passageiros dentro, sete dos quais morreram carbonizados -, delegacias, carros e guaritas de polícia no Rio foi infeliz. Esses atos, que chocaram o País, são da maior gravidade, mas atribuir-lhes esse caráter, como fez o presidente num dos discursos que marcaram sua posse na Presidência para um segundo mandato, é uma atitude oportunista.
“Essa barbaridade que aconteceu no Rio não pode ser tratada como crime comum. Isso é terrorismo e precisa ser combatido com a política forte e a mão forte do Estado brasileiro”, afirmou ele. E acrescentou ser inaceitável que presos consigam, de dentro das cadeias, ordenar “uma barbaridade daquelas, matando inocentes”.
Em primeiro lugar, é preciso chamar a atenção para o fato de que, além de imprópria, a qualificação tem conseqüências graves. Ela é imprópria, porque o terrorismo pressupõe uma motivação política, que não existe neste caso. Os bandidos que ordenaram e os que executaram aqueles ataques são movidos apenas pela sede de lucros ilícitos.
É o caso de perguntar se o presidente se dá conta dos desdobramentos inevitáveis da caracterização desses ataques como atos terroristas. O terrorismo exige um rito processual próprio, no qual se inclui, por exemplo, a prisão incomunicável. Adotar esse instrumento excepcional, cujo manejo pode facilmente escapar ao controle, representa um risco muito grande. O arroubo do presidente, com claros traços demagógicos, pode custar caro.
Em segundo lugar, o que aconteceu no Rio não foi novidade, ao contrário do que sustenta o presidente: “Aí já extrapolou o banditismo convencional (seja lá que o isso significa)que nós conhecíamos.” Ele parece ter-se esquecido das três ondas de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em 2006, também comandadas de dentro das prisões, muito mais graves e que deixaram um número de mortos impressionante: 56 policiais, 119 suspeitos e 10 civis inocentes. Nem por isso, ele falou então em terrorismo.
O que se passa no Rio, assim como o que se passou em São Paulo, são fatos gravíssimos, que exigem medidas duras dos Estados e da União, mas de terrorismo não têm nada.
A qualificação de terrorista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à recente onda de ataques a ônibus - um deles incendiado com passageiros dentro, sete dos quais morreram carbonizados -, delegacias, carros e guaritas de polícia no Rio foi infeliz. Esses atos, que chocaram o País, são da maior gravidade, mas atribuir-lhes esse caráter, como fez o presidente num dos discursos que marcaram sua posse na Presidência para um segundo mandato, é uma atitude oportunista.
“Essa barbaridade que aconteceu no Rio não pode ser tratada como crime comum. Isso é terrorismo e precisa ser combatido com a política forte e a mão forte do Estado brasileiro”, afirmou ele. E acrescentou ser inaceitável que presos consigam, de dentro das cadeias, ordenar “uma barbaridade daquelas, matando inocentes”.
Em primeiro lugar, é preciso chamar a atenção para o fato de que, além de imprópria, a qualificação tem conseqüências graves. Ela é imprópria, porque o terrorismo pressupõe uma motivação política, que não existe neste caso. Os bandidos que ordenaram e os que executaram aqueles ataques são movidos apenas pela sede de lucros ilícitos.
É o caso de perguntar se o presidente se dá conta dos desdobramentos inevitáveis da caracterização desses ataques como atos terroristas. O terrorismo exige um rito processual próprio, no qual se inclui, por exemplo, a prisão incomunicável. Adotar esse instrumento excepcional, cujo manejo pode facilmente escapar ao controle, representa um risco muito grande. O arroubo do presidente, com claros traços demagógicos, pode custar caro.
Em segundo lugar, o que aconteceu no Rio não foi novidade, ao contrário do que sustenta o presidente: “Aí já extrapolou o banditismo convencional (seja lá que o isso significa)que nós conhecíamos.” Ele parece ter-se esquecido das três ondas de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em 2006, também comandadas de dentro das prisões, muito mais graves e que deixaram um número de mortos impressionante: 56 policiais, 119 suspeitos e 10 civis inocentes. Nem por isso, ele falou então em terrorismo.
O que se passa no Rio, assim como o que se passou em São Paulo, são fatos gravíssimos, que exigem medidas duras dos Estados e da União, mas de terrorismo não têm nada.
MP já recebeu 152 denúncias
Por: Assessoria de Comunicação Social
Data: 04/12/2006 Por Maiama Cardoso
Em apenas um semana de campanha de combate ao nepotismo na Bahia, o Ministério Público estadual recebeu 152 denúncias, em sua maioria, advindas do Interior do Estado. De acordo com o relatório do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), o principal alvo das denúncias têm sido os prefeitos e integrantes de Câmaras de Vereadores. A campanha “Diga não ao nepotismo – serviço público não é casa da mãe Joana, do pai Francisco, do irmão José, da cunhada Maria...” foi lançada no último dia 27 de novembro, pelo procurador-geral de Justiça Lidivaldo Reaiche Britto, que apresentou aos cidadãos baianos o telefone 0800-286-0606 e o e-mail denuncianepotismo@mp.ba.gov.br, para que eles participem ativamente do processo.
De acordo com a coordenadora do Gepam, promotora de Justiça Rita Tourinho, as denúncias recebidas pelo MP serão encaminhadas aos promotores de Justiça responsáveis para que eles tomem ciência do fato e verifiquem sua veracidade adotando as providências cabíveis. Os membros do MP recomendaram aos prefeitos municipais e presidentes de Câmara de Vereadores a imediata exoneração dos servidores que exercem cargos de confiança e que guardem parentesco de até terceiro grau com o chefe ou vice-chefe do Executivo, secretários municipais, membros da Casa Legislativa e dirigentes dos órgãos da Administração Pública Indireta, sendo que o PGJ enviou a recomendação ao governador do Estado, presidente da Assembléia Legislativa e presidentes dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios. Todos têm o prazo de 45 dias, após o recebimento da recomendação, para exonerarem os parentes.
Caso a determinação encaminhada pelo MP não seja cumprida, o infrator e o beneficiário poderão ser alvo de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, o que pode acarretar para o gestor público a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multa civil, dentre outros. A campanha, segundo explicou Lidivaldo Britto, está pautada no artigo 37 da Constituição Federal, que determina a impessoalidade e a moralidade como preceitos da administração pública. O PGJ recebeu, em audiência realizada hoje, congratulações do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União – seção Bahia, que, por meio do secretário executivo José Marcos Lisboa, parabenizou o MP estadual pela “nobre iniciativa” e protocolou um ofício de apoio à campanha.
Ascom/MP – Tel: 0**71 3103-6502, 3103-6505 e 3103-6567
Data: 04/12/2006 Por Maiama Cardoso
Em apenas um semana de campanha de combate ao nepotismo na Bahia, o Ministério Público estadual recebeu 152 denúncias, em sua maioria, advindas do Interior do Estado. De acordo com o relatório do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), o principal alvo das denúncias têm sido os prefeitos e integrantes de Câmaras de Vereadores. A campanha “Diga não ao nepotismo – serviço público não é casa da mãe Joana, do pai Francisco, do irmão José, da cunhada Maria...” foi lançada no último dia 27 de novembro, pelo procurador-geral de Justiça Lidivaldo Reaiche Britto, que apresentou aos cidadãos baianos o telefone 0800-286-0606 e o e-mail denuncianepotismo@mp.ba.gov.br, para que eles participem ativamente do processo.
De acordo com a coordenadora do Gepam, promotora de Justiça Rita Tourinho, as denúncias recebidas pelo MP serão encaminhadas aos promotores de Justiça responsáveis para que eles tomem ciência do fato e verifiquem sua veracidade adotando as providências cabíveis. Os membros do MP recomendaram aos prefeitos municipais e presidentes de Câmara de Vereadores a imediata exoneração dos servidores que exercem cargos de confiança e que guardem parentesco de até terceiro grau com o chefe ou vice-chefe do Executivo, secretários municipais, membros da Casa Legislativa e dirigentes dos órgãos da Administração Pública Indireta, sendo que o PGJ enviou a recomendação ao governador do Estado, presidente da Assembléia Legislativa e presidentes dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios. Todos têm o prazo de 45 dias, após o recebimento da recomendação, para exonerarem os parentes.
Caso a determinação encaminhada pelo MP não seja cumprida, o infrator e o beneficiário poderão ser alvo de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, o que pode acarretar para o gestor público a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multa civil, dentre outros. A campanha, segundo explicou Lidivaldo Britto, está pautada no artigo 37 da Constituição Federal, que determina a impessoalidade e a moralidade como preceitos da administração pública. O PGJ recebeu, em audiência realizada hoje, congratulações do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União – seção Bahia, que, por meio do secretário executivo José Marcos Lisboa, parabenizou o MP estadual pela “nobre iniciativa” e protocolou um ofício de apoio à campanha.
Ascom/MP – Tel: 0**71 3103-6502, 3103-6505 e 3103-6567
terça-feira, dezembro 26, 2006
Oposição quer investigar Gamecorp
Empresa do filho de Lula registra prejuízo no mesmo ano em que Telemar injetou R$ 5 milhões
BRASÍLIA - A divulgação do balanço de 2005 da Gamecorp, que tem entre seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula, levou a oposição a pedir investigações no Congresso sobre a empresa. A companhia registrou prejuízo de R$ 3,479 milhões no mesmo ano em que o grupo Telemar injetou R$ 5 milhões na empresa. A Telemar é concessionário do serviço público de telefonia, regulado pelo governo federal.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que, na sua opinião, um contador ligado ao valerioduto deve ter sido o responsável pelo balanço da Gamecorp. Foi uma referência às operações financeiras feitas pelo empresário Marcos Valério e pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para patrocinar o esquema do mensalão no Congresso.
ACM tem sido um severo crítico da transação entre Gamecorp e Telemar. Em discursos seguidos no plenário do Senado, ele costuma levantar suspeitas sobre a operação. Ontem, o senador disse que o balanço reforça essas suspeitas. "É inacreditável que tenha havido prejuízo. Pelo que sabemos, a empresa está envolvida em muitos projetos e deveria ter lucros muito grandes. Acho que tem algo errado aí e o contador que conseguiu registrar esse prejuízo deve ser o mesmo do valerioduto", disse o senador.
José Aníbal, eleito deputado federal pelo PSDB em São Paulo, também levantou suspeitas sobre a operação da Gamecorp. Para ele, "o caso dessa empresa do Lulinha é um a mais nessa onda toda de licenciosidade, que tem sido uma marca tão forte do governo Lula".
O deputado eleito cobrou de seu partido uma postura oposicionista mais firme e atuante para o próximo mandato e propôs questionar no Congresso as contas da Gamecorp. "Temos que analisar bem essa contabilidade, porque eles tiveram um crescimento enorme e agora apresentam prejuízo", disse.
"A imprensa tem feito um trabalho importante de acompanhar, de fiscalizar e denunciar. Agora, isso é o máximo que ela pode fazer", avaliou o futuro congressista tucano. "Quem tem condições, quem pode cobrar, exigir depoimento e tudo, é o Parlamento, é a oposição política. E o PSDB em janeiro tem que assumir isso para valer. A oposição tem essa responsabilidade e o PSDB precisa assumir isso, estar mais atento a essas questões", concluiu Aníbal.
Empresa
A Gamecorp nasceu com capital de R$ 10 mil, em 2004. No ano seguinte, houve a operação de compra de parte da empresa pela Telemar e os sócios originais - entre eles o filho de Lula - aumentaram o capital da companhia em mais R$ 2,7 milhões. A Telemar injetou mais R$ 2,5 milhões na empresa, para adquirir exclusividade sobre seus projetos e produtos.
Em 2006, apesar do prejuízo do ano anterior, a Telemar destinou mais R$ 5 milhões à Gamecorp, dessa vez como verba publicitária. Anteontem, Leonardo Eid, sócio do filho de Lula, revelou que também neste ano deve ser registrado prejuízo.
A Gamecorp produz conteúdo para o público jovem, principalmente dicas para jogos de videogame. Ela aluga espaço na grade da PlayTV, antiga Rede21, da TV Bandeirantes. Os representantes da empresa não foram localizados para comentar as declarações da oposição a Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - A divulgação do balanço de 2005 da Gamecorp, que tem entre seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula, levou a oposição a pedir investigações no Congresso sobre a empresa. A companhia registrou prejuízo de R$ 3,479 milhões no mesmo ano em que o grupo Telemar injetou R$ 5 milhões na empresa. A Telemar é concessionário do serviço público de telefonia, regulado pelo governo federal.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que, na sua opinião, um contador ligado ao valerioduto deve ter sido o responsável pelo balanço da Gamecorp. Foi uma referência às operações financeiras feitas pelo empresário Marcos Valério e pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para patrocinar o esquema do mensalão no Congresso.
ACM tem sido um severo crítico da transação entre Gamecorp e Telemar. Em discursos seguidos no plenário do Senado, ele costuma levantar suspeitas sobre a operação. Ontem, o senador disse que o balanço reforça essas suspeitas. "É inacreditável que tenha havido prejuízo. Pelo que sabemos, a empresa está envolvida em muitos projetos e deveria ter lucros muito grandes. Acho que tem algo errado aí e o contador que conseguiu registrar esse prejuízo deve ser o mesmo do valerioduto", disse o senador.
José Aníbal, eleito deputado federal pelo PSDB em São Paulo, também levantou suspeitas sobre a operação da Gamecorp. Para ele, "o caso dessa empresa do Lulinha é um a mais nessa onda toda de licenciosidade, que tem sido uma marca tão forte do governo Lula".
O deputado eleito cobrou de seu partido uma postura oposicionista mais firme e atuante para o próximo mandato e propôs questionar no Congresso as contas da Gamecorp. "Temos que analisar bem essa contabilidade, porque eles tiveram um crescimento enorme e agora apresentam prejuízo", disse.
"A imprensa tem feito um trabalho importante de acompanhar, de fiscalizar e denunciar. Agora, isso é o máximo que ela pode fazer", avaliou o futuro congressista tucano. "Quem tem condições, quem pode cobrar, exigir depoimento e tudo, é o Parlamento, é a oposição política. E o PSDB em janeiro tem que assumir isso para valer. A oposição tem essa responsabilidade e o PSDB precisa assumir isso, estar mais atento a essas questões", concluiu Aníbal.
Empresa
A Gamecorp nasceu com capital de R$ 10 mil, em 2004. No ano seguinte, houve a operação de compra de parte da empresa pela Telemar e os sócios originais - entre eles o filho de Lula - aumentaram o capital da companhia em mais R$ 2,7 milhões. A Telemar injetou mais R$ 2,5 milhões na empresa, para adquirir exclusividade sobre seus projetos e produtos.
Em 2006, apesar do prejuízo do ano anterior, a Telemar destinou mais R$ 5 milhões à Gamecorp, dessa vez como verba publicitária. Anteontem, Leonardo Eid, sócio do filho de Lula, revelou que também neste ano deve ser registrado prejuízo.
A Gamecorp produz conteúdo para o público jovem, principalmente dicas para jogos de videogame. Ela aluga espaço na grade da PlayTV, antiga Rede21, da TV Bandeirantes. Os representantes da empresa não foram localizados para comentar as declarações da oposição a Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Aeroportos registram atrasos e confusões
Em mais um dia de caos nos aeroportos, foram registrados atrasos em 44% dos vôos. O presidente Lula cobrou soluções da FAB, Anac e Decea e disse que o povo espera ser tratado com respeito
22/12/2006 02:00
Em São Paulo, policiais ameaçaram usar gás pimenta para conter tumulto na sala de embarque do Aeroporto de Congonhas. No Rio, um passageiro foi detido no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim após quebrar um computador de uma empresa aérea. Em Brasília, um grupo invadiu a pista e teve de ser contido pela Polícia.
Em mais uma jornada de caos nos aeroportos do País, houve da noite de quarta-feira para ontem 44% de atrasos em vôos com aviões de passageiros. A taxa de ocupação dos vôos, neste mês, está em 70%. Normalmente, o previsto para este período do ano chegaria a 75%. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos 1.227 vôos previstos no País, 539 causaram esperas de mais de uma hora e 47 foram cancelados.
Em Congonhas, na quarta-feira à noite, o painel da Infraero mostrava que, dos 50 vôos previstos para o momento, 24 tinham mais de uma hora de atraso: 17 da TAM, seis da Gol e um da Varig. Em Cumbica, algumas das aeronaves da TAM decolaram com seis horas de atraso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou das autoridades envolvidas com a crise aérea do País (Ministério da Defesa, FAB, Anac e Decea) respostas rápidas aos passageiros e maior fluxo de informações sobre os motivos que provocaram um novo caos nos aeroportos. Lula ficou irritado ao constatar que passageiros não conseguiram ser informados pelas empresas aéreas a respeito dos motivos dos atrasos nos vôos.
"O mínimo que o povo espera é ser tratado com respeito. É isso que nós temos que fazer. Não pode continuar com isso", disse o presidente em Brasília. Segundo Lula, o governo tem como principal objetivo encontrar soluções para a crise o mais rápido possível.
Lula se reuniu ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; o ministro da Defesa, Waldir Pires; o presidente da Anac, Milton Zuanazzi; e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos Bueno. No encontro, o governo responsabilizou as empresas aéreas pela nova crise aérea, uma vez que a TAM retirou de circulação quarta-feira seis aeronaves que precisaram passar por revisão de segurança.
O relatório final da comissão criada na Câmara dos Deputados para acompanhar a crise aérea responsabilizou o Comando da Aeronáutica e o Ministério da Defesa sobre o caos nos últimos meses. Segundo o relator, deputado federal Carlos Willian (PTC-MG), os problemas no controle de tráfego aéreo são responsabilidade das duas instituições.
Embora tenha sido lido, o documento não deverá ser votado. Durante a sessão de ontem, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu vista do documento, o que adia a votação por duas sessões. Como o recesso legislativo começa hoje, não há mais tempo para que o texto seja aprovado na comissão, e ela será extinta dia 31 de janeiro, pois o regimento da Casa Legislativa não permite a prorrogação dos trabalhos para comissões temporárias. (da Folhapress)
22/12/2006 02:00
Em São Paulo, policiais ameaçaram usar gás pimenta para conter tumulto na sala de embarque do Aeroporto de Congonhas. No Rio, um passageiro foi detido no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim após quebrar um computador de uma empresa aérea. Em Brasília, um grupo invadiu a pista e teve de ser contido pela Polícia.
Em mais uma jornada de caos nos aeroportos do País, houve da noite de quarta-feira para ontem 44% de atrasos em vôos com aviões de passageiros. A taxa de ocupação dos vôos, neste mês, está em 70%. Normalmente, o previsto para este período do ano chegaria a 75%. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos 1.227 vôos previstos no País, 539 causaram esperas de mais de uma hora e 47 foram cancelados.
Em Congonhas, na quarta-feira à noite, o painel da Infraero mostrava que, dos 50 vôos previstos para o momento, 24 tinham mais de uma hora de atraso: 17 da TAM, seis da Gol e um da Varig. Em Cumbica, algumas das aeronaves da TAM decolaram com seis horas de atraso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou das autoridades envolvidas com a crise aérea do País (Ministério da Defesa, FAB, Anac e Decea) respostas rápidas aos passageiros e maior fluxo de informações sobre os motivos que provocaram um novo caos nos aeroportos. Lula ficou irritado ao constatar que passageiros não conseguiram ser informados pelas empresas aéreas a respeito dos motivos dos atrasos nos vôos.
"O mínimo que o povo espera é ser tratado com respeito. É isso que nós temos que fazer. Não pode continuar com isso", disse o presidente em Brasília. Segundo Lula, o governo tem como principal objetivo encontrar soluções para a crise o mais rápido possível.
Lula se reuniu ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; o ministro da Defesa, Waldir Pires; o presidente da Anac, Milton Zuanazzi; e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos Bueno. No encontro, o governo responsabilizou as empresas aéreas pela nova crise aérea, uma vez que a TAM retirou de circulação quarta-feira seis aeronaves que precisaram passar por revisão de segurança.
O relatório final da comissão criada na Câmara dos Deputados para acompanhar a crise aérea responsabilizou o Comando da Aeronáutica e o Ministério da Defesa sobre o caos nos últimos meses. Segundo o relator, deputado federal Carlos Willian (PTC-MG), os problemas no controle de tráfego aéreo são responsabilidade das duas instituições.
Embora tenha sido lido, o documento não deverá ser votado. Durante a sessão de ontem, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu vista do documento, o que adia a votação por duas sessões. Como o recesso legislativo começa hoje, não há mais tempo para que o texto seja aprovado na comissão, e ela será extinta dia 31 de janeiro, pois o regimento da Casa Legislativa não permite a prorrogação dos trabalhos para comissões temporárias. (da Folhapress)
Zona aérea! eu quero o aerolula!
Por: José Simão
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! E esses são os votos de ano novo dos Irmãos Bacalhau: 'Feliz 007'. E com a foto do Daniel Craig e Eva Green transando n'água!
Eu queria um feliz 007: o cara é bonitão, elegante, só se dá bem e é o objeto sexual do ano! Todo mundo quer transar com ele! Feliz 007!
E uma amiga foi pro aeroporto embarcar pra Salvador: check-in uma hora e meia. Antes do check-in sugiro um check-up! Pra agüentar o tranco!
E o cartão de embarque? no lugar de 'portão 21', 'portão 17', eles botaram um ponto de interrogação. É verdade! Portão de embarque: '?!'. Senhores passageiros, favor se dirigir ao portão de embarque ponto de interrogação!
E o vôo atrasou duas horas. Aí ela ficou louca e começou a bater na vidraça: 'EU QUERO O AEROLULA! EU QUERO O AEROLULA!'.
Rarará!
E diz que o Ministro da Defesa (do Palmeiras) não sabe nada de avião porque Pires não tem asa! E não se esqueça do kit aeroporto: saco de dormir, Lexotan, camisinha e sundown! E leva um peru na mochila! Se o vôo atrasar muito, você puxa o peru e espanca qualquer um! O peru vai apitar no aeroporto.
Zona aérea! Guerrilha nas Estrelas! Rarará!
E adorei a charge do Moa: Aldo Rebelo e Renan Calheiros lançando mais um livro de AUTO-AJUDA! Auto-ajuda de 91% de aumento no salário! Esse até Papai Noel ficou vermelho! Eles deviam percorrer o país dando palestras de auto-ajuda. Iam ficar 91% mais ricos. Rarará!
É mole? É mole, mas sobe! Ou como diz o outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Salvador, no Shopping Barra, tem uma barraquinha de cachorro-quente chamada 'O Cachorro do Lula'. Rarará. Mais direto impossível.
Deviam armar essa barraquinha no aeroporto. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Comensal': companheiro que come uma vez por mês! O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode usar botox com Fanta Uva!
simao@uol.com.br
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! E esses são os votos de ano novo dos Irmãos Bacalhau: 'Feliz 007'. E com a foto do Daniel Craig e Eva Green transando n'água!
Eu queria um feliz 007: o cara é bonitão, elegante, só se dá bem e é o objeto sexual do ano! Todo mundo quer transar com ele! Feliz 007!
E uma amiga foi pro aeroporto embarcar pra Salvador: check-in uma hora e meia. Antes do check-in sugiro um check-up! Pra agüentar o tranco!
E o cartão de embarque? no lugar de 'portão 21', 'portão 17', eles botaram um ponto de interrogação. É verdade! Portão de embarque: '?!'. Senhores passageiros, favor se dirigir ao portão de embarque ponto de interrogação!
E o vôo atrasou duas horas. Aí ela ficou louca e começou a bater na vidraça: 'EU QUERO O AEROLULA! EU QUERO O AEROLULA!'.
Rarará!
E diz que o Ministro da Defesa (do Palmeiras) não sabe nada de avião porque Pires não tem asa! E não se esqueça do kit aeroporto: saco de dormir, Lexotan, camisinha e sundown! E leva um peru na mochila! Se o vôo atrasar muito, você puxa o peru e espanca qualquer um! O peru vai apitar no aeroporto.
Zona aérea! Guerrilha nas Estrelas! Rarará!
E adorei a charge do Moa: Aldo Rebelo e Renan Calheiros lançando mais um livro de AUTO-AJUDA! Auto-ajuda de 91% de aumento no salário! Esse até Papai Noel ficou vermelho! Eles deviam percorrer o país dando palestras de auto-ajuda. Iam ficar 91% mais ricos. Rarará!
É mole? É mole, mas sobe! Ou como diz o outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Salvador, no Shopping Barra, tem uma barraquinha de cachorro-quente chamada 'O Cachorro do Lula'. Rarará. Mais direto impossível.
Deviam armar essa barraquinha no aeroporto. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Comensal': companheiro que come uma vez por mês! O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode usar botox com Fanta Uva!
simao@uol.com.br
Travestis são "exportados" para Europa
Duas rotas de tráfico de seres humanos estão levando travestis brasileiros para países europeus. Uma delas já levou 50 pessoas aliciadas em Fortaleza e Brasília para cidades italianas. Outra, descoberta pelo escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos no Estado e Polícia, já conduziu cinco travestis naturais de Juazeiro do Norte para Lisboa, em Portugal
22/12/2006 02:00
Redes internacionais especializadas no tráfico de seres humanos estão levando travestis do Brasil para a Europa. Duas rotas já confirmadas partem de Fortaleza com destino às cidades de Bérgamo e Milão, no norte da Itália, e à Lisboa, em Portugal. A primeira foi descoberta na operação "Brasília", como é chamada pela polícia italiana. No esquema, 50 travestis de Fortaleza e Brasília já teriam sido aliciados e enviados. Segundo informações da Agência Nacional Stampa Associada (Ansa), empresa de notícias, 15 pessoas foram presas na Itália.
A rede de tráfico seria chefiada pelo brasileiro Sérgio Ricardo Farias, 36, conhecido por "Joana", que encontra-se foragido. Segundo informações da polícia italiana passadas à agência Ansa, os travestis, com idades entre 18 e 20 anos, eram aliciados nas periferias de Brasília e Fortaleza e negociados no mercado internacional com preços que variavam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil). Uma vez na Itália, os travestis eram vigiados para fazer pontos nas ruas da cidade
A quadrilha, composta por brasileiros, italianos e romenos começou a ser investigada depois da morte de um travesti brasileiro William dos Santos, 28, morto a pedradas em 1º de setembro do ano passado por um pedreiro, crime ocorrido na periferia de Bérgamo. Os presos, segundo a Ansa, deverão responder na Itália pelos crimes de extorsão, facilitação à entrada de estrangeiros e favorecimento e exploração da prostituição.
No Brasil, o escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos do Ceará e a Polícia descobriram uma outra rede de aliciadores que leva travestis de Juazeiro do Norte (563 quilômetros de Fortaleza) para Lisboa, capital de Portugal. Segundo Eline Marques, coordenadora do escritório, já foram identificados cinco travestis que teriam partido nesta rota, há mais de um mês. A denúncia chegou ao escritório através do Conselho Tutelar da cidade, que resolveu intervir no caso.
Os brasileiros, segundo as investigações, são mantidos em cárcere privado em uma boate comandada por um travesti português. "Eles saem de Juazeiro do Norte, vêm para Fortaleza e ficam hospedados em um hotel até embarcarem. Daqui, seguem para Portugal. Sabemos quem são os agenciadores em Juazeiro, onde existe uma agência envolvida, e as pessoas que fazem o esquema em Portugal", explica Eline. "Na verdade, são duas rotas, uma doméstica, que vem para Fortaleza, e outra internacional", completa, lembrando que as investigações desta última competem à Polícia Federal e à Polícia Internacional (Interpol).
ROTA DO TRÁFICO HUMANO PARA EUROPA
50 travestis aliciados em Fortaleza e Brasília foram levados para a Itália. No esquema, jovens de 18 a 20 anos eram negociados por preços que variam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil).
Uma segunda rota para a Europa levava jovens em Juazeiro do Norte, no Cariri, para Lisboa (Portugal). Até agora se sabe que cinco travestis foram aliciados e levados pelo esquema. De acordo com Escritório de Repressão ao Tráfico de Seres Humanos no Ceará, alguns deles chegaram a ficar em cárcere privado na boate portuguesa.
Fonte: Jornal O POVO
22/12/2006 02:00
Redes internacionais especializadas no tráfico de seres humanos estão levando travestis do Brasil para a Europa. Duas rotas já confirmadas partem de Fortaleza com destino às cidades de Bérgamo e Milão, no norte da Itália, e à Lisboa, em Portugal. A primeira foi descoberta na operação "Brasília", como é chamada pela polícia italiana. No esquema, 50 travestis de Fortaleza e Brasília já teriam sido aliciados e enviados. Segundo informações da Agência Nacional Stampa Associada (Ansa), empresa de notícias, 15 pessoas foram presas na Itália.
A rede de tráfico seria chefiada pelo brasileiro Sérgio Ricardo Farias, 36, conhecido por "Joana", que encontra-se foragido. Segundo informações da polícia italiana passadas à agência Ansa, os travestis, com idades entre 18 e 20 anos, eram aliciados nas periferias de Brasília e Fortaleza e negociados no mercado internacional com preços que variavam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil). Uma vez na Itália, os travestis eram vigiados para fazer pontos nas ruas da cidade
A quadrilha, composta por brasileiros, italianos e romenos começou a ser investigada depois da morte de um travesti brasileiro William dos Santos, 28, morto a pedradas em 1º de setembro do ano passado por um pedreiro, crime ocorrido na periferia de Bérgamo. Os presos, segundo a Ansa, deverão responder na Itália pelos crimes de extorsão, facilitação à entrada de estrangeiros e favorecimento e exploração da prostituição.
No Brasil, o escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos do Ceará e a Polícia descobriram uma outra rede de aliciadores que leva travestis de Juazeiro do Norte (563 quilômetros de Fortaleza) para Lisboa, capital de Portugal. Segundo Eline Marques, coordenadora do escritório, já foram identificados cinco travestis que teriam partido nesta rota, há mais de um mês. A denúncia chegou ao escritório através do Conselho Tutelar da cidade, que resolveu intervir no caso.
Os brasileiros, segundo as investigações, são mantidos em cárcere privado em uma boate comandada por um travesti português. "Eles saem de Juazeiro do Norte, vêm para Fortaleza e ficam hospedados em um hotel até embarcarem. Daqui, seguem para Portugal. Sabemos quem são os agenciadores em Juazeiro, onde existe uma agência envolvida, e as pessoas que fazem o esquema em Portugal", explica Eline. "Na verdade, são duas rotas, uma doméstica, que vem para Fortaleza, e outra internacional", completa, lembrando que as investigações desta última competem à Polícia Federal e à Polícia Internacional (Interpol).
ROTA DO TRÁFICO HUMANO PARA EUROPA
50 travestis aliciados em Fortaleza e Brasília foram levados para a Itália. No esquema, jovens de 18 a 20 anos eram negociados por preços que variam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil).
Uma segunda rota para a Europa levava jovens em Juazeiro do Norte, no Cariri, para Lisboa (Portugal). Até agora se sabe que cinco travestis foram aliciados e levados pelo esquema. De acordo com Escritório de Repressão ao Tráfico de Seres Humanos no Ceará, alguns deles chegaram a ficar em cárcere privado na boate portuguesa.
Fonte: Jornal O POVO
O banquete da inconseqüência
Por: Carlos Chagas (Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - Motivos, todos possuem para dar o dito pelo não dito, mas, convenhamos, assim está demais. Não mudou nada. O desempenho do governo é o mesmo dos últimos quatro anos. Hesitações, promessas não cumpridas, cabeças batendo a todo instante. Não era o que foi anunciado logo após a reeleição do presidente, aliás, pelo próprio.
Esta semana, depois de sucessivas proclamações no sentido de destravar o Brasil, o Palácio do Planalto voltou atrás mais uma vez, divulgando ter ficado para o próximo ano o pacote econômico da retomada do crescimento. Há mais de um mês que a equipe econômica se reúne com o chefe do governo, sob o controle austero da chefe da Casa Civil. A última notícia era de que hoje, sexta-feira, o País tomaria conhecimento das renúncias fiscais, do auxílio às empresas, da diminuição de impostos e toda uma parafernália otimista.
Continua tudo como estava
Ficou acertado até mesmo que, ontem, o recém-criado Conselho Político tomaria conhecimento do pacote, mesmo impedidos os presidentes de partidos de dar sugestões antecipadas. Pois bem. A reunião do Conselho Político ficou para depois das calendas e o pacote, aqui chamado de "Conceição", aquele que se subiu, ninguém sabe, ninguém viu, continua nas profundezas.
O novo ministério era para ser conhecido em dezembro. Isso às segundas, quartas e sextas-feiras, porque às terças, quintas e sábados o presidente dizia não ter pressa. Agora o ministro demissionário da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, recebeu apelo para ficar até 31 de janeiro. Um ou outro colega estaria sendo sondado para continuar. Outros não recebem qualquer sinal.
Continua tudo como estava: perplexidades, tiros dados a esmo, fogo amigo atingindo o governo e a sociedade na ignorância do que serão os próximos quatro anos. Serão iguaizinhos aos que se encerram, propícios a pressões fisiológicas dos partidos aliados ávidos de participar do banquete da inconseqüência...
Data marcada
O que significaram os debates parlamentares deste meio de semana, depois que a opinião púbica insurgiu-se contra o abusivo aumento de 91% dos vencimentos de deputados e senadores? Apenas, cortinas-de-fumaça. Enrolações para que, a partir de fevereiro, já tendo a população esquecido a própria indignação, venha a ser placidamente aprovado o aumento de R$ 12 mil para 24 mil para cada parlamentar, mantendo-se, é claro, todas as demais benesses e privilégios com que se aquinhoaram há anos. Trata-se de um golpe explícito, com data marcada. Não há nada que resista às festas de Natal, de Ano Novo e às férias de janeiro para amolecer o coração dos povos.
Não apenas o baixo clero, mas até as lideranças dos principais partidos chegarão para abrir a nova legislatura, em fevereiro, dispostos a equiparar seus subsídios aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Que de tabela também verão aprovado o projeto destinado a elevar os vencimentos dos Meritíssimos, obviamente logo depois seguidos pelos vencimentos parlamentares.
Só falta mesmo cuidar do Poder Executivo, e ninguém duvide de que em agradecimento às vagas abertas no futuro ministério não faltarão dirigentes partidários decididos a estender também ao presidente, aos ministros e principais funcionários federais os vencimentos de R$ 24 mil. Até a próxima indignação popular, muita água barrenta passará sob a ponte.
Apoio de Lula
Importa começar com a premissa de que em sua vida pública o deputado Aldo Rebelo conquista, entre os 512 colegas, a pole-position. Poucos parlamentares terão apresentado folha de trabalho tão profícua quanto a desse comunista que, além de acreditar, vive invocando Deus. O diabo, para ficar nos contrários, é que Aldo se viu envolvido em manobras que até agora não havia praticado.
Pretendendo, com muita justiça, continuar na presidência da Câmara, deixou-se levar pelo canto da sereia do baixo clero. Aderiu ao inexplicável aumento de 91% para os companheiros e até se viu apoiado no pincel, quando Renan Calheiros levou-lhe a escada. Tudo indica que Aldo será reconduzido ao cargo que ocupa.
Mas ninguém se iluda quando explosões de júbilo se registrarem no Planalto, a pretexto de ter sido o apoio de Lula o principal fator da reeleição. O responsável pela vitória será o presidente da Câmara. Desafortunadamente, respaldado pelos que pretendem ter aumentados abusivamente os salários.
BRASÍLIA - Motivos, todos possuem para dar o dito pelo não dito, mas, convenhamos, assim está demais. Não mudou nada. O desempenho do governo é o mesmo dos últimos quatro anos. Hesitações, promessas não cumpridas, cabeças batendo a todo instante. Não era o que foi anunciado logo após a reeleição do presidente, aliás, pelo próprio.
Esta semana, depois de sucessivas proclamações no sentido de destravar o Brasil, o Palácio do Planalto voltou atrás mais uma vez, divulgando ter ficado para o próximo ano o pacote econômico da retomada do crescimento. Há mais de um mês que a equipe econômica se reúne com o chefe do governo, sob o controle austero da chefe da Casa Civil. A última notícia era de que hoje, sexta-feira, o País tomaria conhecimento das renúncias fiscais, do auxílio às empresas, da diminuição de impostos e toda uma parafernália otimista.
Continua tudo como estava
Ficou acertado até mesmo que, ontem, o recém-criado Conselho Político tomaria conhecimento do pacote, mesmo impedidos os presidentes de partidos de dar sugestões antecipadas. Pois bem. A reunião do Conselho Político ficou para depois das calendas e o pacote, aqui chamado de "Conceição", aquele que se subiu, ninguém sabe, ninguém viu, continua nas profundezas.
O novo ministério era para ser conhecido em dezembro. Isso às segundas, quartas e sextas-feiras, porque às terças, quintas e sábados o presidente dizia não ter pressa. Agora o ministro demissionário da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, recebeu apelo para ficar até 31 de janeiro. Um ou outro colega estaria sendo sondado para continuar. Outros não recebem qualquer sinal.
Continua tudo como estava: perplexidades, tiros dados a esmo, fogo amigo atingindo o governo e a sociedade na ignorância do que serão os próximos quatro anos. Serão iguaizinhos aos que se encerram, propícios a pressões fisiológicas dos partidos aliados ávidos de participar do banquete da inconseqüência...
Data marcada
O que significaram os debates parlamentares deste meio de semana, depois que a opinião púbica insurgiu-se contra o abusivo aumento de 91% dos vencimentos de deputados e senadores? Apenas, cortinas-de-fumaça. Enrolações para que, a partir de fevereiro, já tendo a população esquecido a própria indignação, venha a ser placidamente aprovado o aumento de R$ 12 mil para 24 mil para cada parlamentar, mantendo-se, é claro, todas as demais benesses e privilégios com que se aquinhoaram há anos. Trata-se de um golpe explícito, com data marcada. Não há nada que resista às festas de Natal, de Ano Novo e às férias de janeiro para amolecer o coração dos povos.
Não apenas o baixo clero, mas até as lideranças dos principais partidos chegarão para abrir a nova legislatura, em fevereiro, dispostos a equiparar seus subsídios aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Que de tabela também verão aprovado o projeto destinado a elevar os vencimentos dos Meritíssimos, obviamente logo depois seguidos pelos vencimentos parlamentares.
Só falta mesmo cuidar do Poder Executivo, e ninguém duvide de que em agradecimento às vagas abertas no futuro ministério não faltarão dirigentes partidários decididos a estender também ao presidente, aos ministros e principais funcionários federais os vencimentos de R$ 24 mil. Até a próxima indignação popular, muita água barrenta passará sob a ponte.
Apoio de Lula
Importa começar com a premissa de que em sua vida pública o deputado Aldo Rebelo conquista, entre os 512 colegas, a pole-position. Poucos parlamentares terão apresentado folha de trabalho tão profícua quanto a desse comunista que, além de acreditar, vive invocando Deus. O diabo, para ficar nos contrários, é que Aldo se viu envolvido em manobras que até agora não havia praticado.
Pretendendo, com muita justiça, continuar na presidência da Câmara, deixou-se levar pelo canto da sereia do baixo clero. Aderiu ao inexplicável aumento de 91% para os companheiros e até se viu apoiado no pincel, quando Renan Calheiros levou-lhe a escada. Tudo indica que Aldo será reconduzido ao cargo que ocupa.
Mas ninguém se iluda quando explosões de júbilo se registrarem no Planalto, a pretexto de ter sido o apoio de Lula o principal fator da reeleição. O responsável pela vitória será o presidente da Câmara. Desafortunadamente, respaldado pelos que pretendem ter aumentados abusivamente os salários.
Mercadante deve ser indiciado em inquérito sobre dossiê
A Polícia Federal vai indiciar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o tesoureiro da campanha petista ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin, por envolvimento na tentativa de compra do dossiê Vedoin, que supostamente comprometeria políticos tucanos. O delegado Diógenes Curado Filho entregará hoje o relatório final do inquérito à Justiça Federal. O indiciamento de Mercadante e Baccarin deve ocorrer com base nos artigos 20 e 21 do Código Eleitoral, que responsabilizam o candidato a cargo eletivo ou pessoa indicada por ele pela administração financeira de sua campanha.
Na avaliação da PF, Mercadante seria beneficiado pela divulgação de informações que supostamente vinculariam tucanos à máfia dos sanguessugas, comandada pelos empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin. A fraude usava recursos de emendas parlamentares para compra superfaturada de ambulâncias. Para Mercadante, o escândalo foi uma 'grande armadilha para prejudicar a vitória de Lula e a sua'. Baccarin foi ouvido pela PF e negou as acusações.
Fonte: Agência Estado
Na avaliação da PF, Mercadante seria beneficiado pela divulgação de informações que supostamente vinculariam tucanos à máfia dos sanguessugas, comandada pelos empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin. A fraude usava recursos de emendas parlamentares para compra superfaturada de ambulâncias. Para Mercadante, o escândalo foi uma 'grande armadilha para prejudicar a vitória de Lula e a sua'. Baccarin foi ouvido pela PF e negou as acusações.
Fonte: Agência Estado
Presidente convence Gil a ficar
Por: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O presidente Lula confirmou ontem que Gilberto Gil continuará ministro da Cultura. Depois de dizer várias vezes que estava exausto, Gil saiu satisfeito da conversa com Lula, na manhã de ontem, no Planalto. Na prática, ele reforça a lista de auxiliares que estão fora da cota política a ser negociada com os partidos no governo de coalizão.
"O companheiro Gilberto Gil é uma unanimidade nacional. "Uma pessoa que construiu um ministério como o Gil construiu não tem por que sair. O Brasil e a cultura ganham com isso", disse Lula. Um dia depois da aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte, ele procurou animar Gil, que busca mais recursos para a pasta. "Vamos trabalhar fortemente para que, num determinado momento, possamos chegar a 1% do PIB para a cultura, porque ela não só gera emprego como cidadania", disse.
Além dele, Lula já deu sinais de que manterá Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Turismo), Celso Amorim (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Bem-humorado após tirar fotos com servidores do Planalto e receber cumprimentos na confraternização de Natal, Lula repetiu que não planeja fazer mudanças drásticas na equipe e tomará posse com o mesmo time. As trocas para acomodar aliados só serão feitas após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro.
"Vocês me perguntarem sobre reforma ministerial é como chegar para o técnico do Internacional de Porto Alegre na hora em que terminou o jogo com o Barcelona e perguntar: você vai substituir alguém?", observou. "Ele acabou de ganhar o jogo. Eu acabei de ganhar as eleições. Não estou preocupado em mudar ministério agora." O presidente também disse que não haverá posse coletiva dos ministros. "Diferentemente de 2002, em que eu tinha de apresentar o ministério quando eu ia tomar posse, agora não, ninguém precisa tomar posse. Só eu. Só o meu mandato é renovado. O dos ministros não."
Lula ainda não definiu quem substituirá o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que ficará na pasta só até o fim de janeiro. O presidente também estuda um novo modelo para a articulação política do governo - que não vai bem - e mudanças na estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
BRASÍLIA - O presidente Lula confirmou ontem que Gilberto Gil continuará ministro da Cultura. Depois de dizer várias vezes que estava exausto, Gil saiu satisfeito da conversa com Lula, na manhã de ontem, no Planalto. Na prática, ele reforça a lista de auxiliares que estão fora da cota política a ser negociada com os partidos no governo de coalizão.
"O companheiro Gilberto Gil é uma unanimidade nacional. "Uma pessoa que construiu um ministério como o Gil construiu não tem por que sair. O Brasil e a cultura ganham com isso", disse Lula. Um dia depois da aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte, ele procurou animar Gil, que busca mais recursos para a pasta. "Vamos trabalhar fortemente para que, num determinado momento, possamos chegar a 1% do PIB para a cultura, porque ela não só gera emprego como cidadania", disse.
Além dele, Lula já deu sinais de que manterá Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Turismo), Celso Amorim (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Bem-humorado após tirar fotos com servidores do Planalto e receber cumprimentos na confraternização de Natal, Lula repetiu que não planeja fazer mudanças drásticas na equipe e tomará posse com o mesmo time. As trocas para acomodar aliados só serão feitas após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro.
"Vocês me perguntarem sobre reforma ministerial é como chegar para o técnico do Internacional de Porto Alegre na hora em que terminou o jogo com o Barcelona e perguntar: você vai substituir alguém?", observou. "Ele acabou de ganhar o jogo. Eu acabei de ganhar as eleições. Não estou preocupado em mudar ministério agora." O presidente também disse que não haverá posse coletiva dos ministros. "Diferentemente de 2002, em que eu tinha de apresentar o ministério quando eu ia tomar posse, agora não, ninguém precisa tomar posse. Só eu. Só o meu mandato é renovado. O dos ministros não."
Lula ainda não definiu quem substituirá o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que ficará na pasta só até o fim de janeiro. O presidente também estuda um novo modelo para a articulação política do governo - que não vai bem - e mudanças na estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Lula 1.2 poderá importar trabalhadores
Por: ELIO GASPARI
Luís Marinho, ex-presidente da CUT e atual comissário do Trabalho de Nosso Guia, recebeu um pedido da siderúrgica ThyssenKrupp para a contratação de 600 trabalhadores chineses. Viriam para as obras de construção de uma usina no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O investimento global da empresa na região vai a US$ 3,4 bilhões, sobre os quais a Viúva aspergirá as habituais isenções de impostos. Os operários chineses são parte de um contrato de US$ 425 milhões firmado com o grupo estatal Citic, de Pequim. Ele inclui a venda de equipamentos e de mão de obra. Inicialmente queriam embarcar para o Rio quatro mil trabalhadores, mas baixou-se para 600, a maioria dos quais, segundo a Thyssen, seriam engenheiros. Pode ter havido um acordo verbal, mas ainda não saiu a licença de importação.
A construção de uma usina como a da Thyssen jamais precisará de mais de 150 engenheiros fazendo serviço de engenheiro. O comissário Marinho trabalhou na Volkswagen e sabe que em nenhuma fase da história da fábrica houve em São Bernardo mais de 300 engenheiros europeus. São 300 os engenheiros que trabalham no quartel-general do Google.
Duzentos anos depois da primeira de uma série de propostas fracassadas para a importação de mão de obra chinesa, ela renasce no mandarinato de dois ex-líderes sindicais metalúrgicos. A mais festejada tentativa de substituição de escravos negros por assalariados chins deu-se em 1883, quando passou pelo Rio a figura de Tong King Sing, poderoso mandarim da corte Qing. Usava um rabicho e fazia-se acompanhar por um secretário negro, americano. Foi admirado nos melhores salões e fazendas do Vale do Paraíba.
Se os trabalhadores da Citic fossem todos engenheiros, a discussão seria bonita. A China tem duas vezes mais engenheiros que os Estados Unidos e eles trabalham por pouco mais de mil dólares mensais (metade do Bolsa-Ditadura de Nosso Guia). Custam certamente menos que os brasileiros e não há engenheiros dirigindo taxis em Shangai.
Deve-se admitir que se trabalhadores desempregados pela indústria de calçados do Sul do Brasil podem trabalhar na China, é razoável que a mão de obra qualificada da Citic venha ganhar dinheiro em Pindorama.
Essa é a globalização do século XXI e se os chineses sabem aproveitá-la, parabéns. Como não parece provável que a Thyssen esteja a importar exclusivamente engenheiros, há um estranho cheiro de Tong King Sing no pedaço. No século XIX os mandarins (e o Mikado japonês) vendiam seus miseráveis por quatro patacas. No XXI, o stalinismo de mercado chinês exporta mão de obra barata em benefício de um projeto estratégico nacional. Não lhe passa pela cabeça fazer isso em países verdadeiramente capitalistas, como a Alemanha, berço da Thyssen e da Krupp.
Seria fácil dizer que os trabalhadores chineses não devem entrar no Brasil. Foi com parolagens desse tipo que Lula e Marinho chegaram a Brasília. Faria bem a todo mundo se os chineses colocassem o pleito numa discussão séria, sem essa de engenheiros. Os empregos que o investimento da Thyssen criará no Rio justificam a concessão das isenções tributárias e trabalhistas que ela reivindica? Pode ser que sim, e nesse caso a patuléia ficará melhor informada, convivendo com o baixo custo da mão-de-obra chinesa sempre que isso interessar a uma siderúrgica alemã. Esse pode ser o projeto estratégico do comissariado.
ELIO GASPARI é jornalista
Fonte: Jornal O POVO
Luís Marinho, ex-presidente da CUT e atual comissário do Trabalho de Nosso Guia, recebeu um pedido da siderúrgica ThyssenKrupp para a contratação de 600 trabalhadores chineses. Viriam para as obras de construção de uma usina no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O investimento global da empresa na região vai a US$ 3,4 bilhões, sobre os quais a Viúva aspergirá as habituais isenções de impostos. Os operários chineses são parte de um contrato de US$ 425 milhões firmado com o grupo estatal Citic, de Pequim. Ele inclui a venda de equipamentos e de mão de obra. Inicialmente queriam embarcar para o Rio quatro mil trabalhadores, mas baixou-se para 600, a maioria dos quais, segundo a Thyssen, seriam engenheiros. Pode ter havido um acordo verbal, mas ainda não saiu a licença de importação.
A construção de uma usina como a da Thyssen jamais precisará de mais de 150 engenheiros fazendo serviço de engenheiro. O comissário Marinho trabalhou na Volkswagen e sabe que em nenhuma fase da história da fábrica houve em São Bernardo mais de 300 engenheiros europeus. São 300 os engenheiros que trabalham no quartel-general do Google.
Duzentos anos depois da primeira de uma série de propostas fracassadas para a importação de mão de obra chinesa, ela renasce no mandarinato de dois ex-líderes sindicais metalúrgicos. A mais festejada tentativa de substituição de escravos negros por assalariados chins deu-se em 1883, quando passou pelo Rio a figura de Tong King Sing, poderoso mandarim da corte Qing. Usava um rabicho e fazia-se acompanhar por um secretário negro, americano. Foi admirado nos melhores salões e fazendas do Vale do Paraíba.
Se os trabalhadores da Citic fossem todos engenheiros, a discussão seria bonita. A China tem duas vezes mais engenheiros que os Estados Unidos e eles trabalham por pouco mais de mil dólares mensais (metade do Bolsa-Ditadura de Nosso Guia). Custam certamente menos que os brasileiros e não há engenheiros dirigindo taxis em Shangai.
Deve-se admitir que se trabalhadores desempregados pela indústria de calçados do Sul do Brasil podem trabalhar na China, é razoável que a mão de obra qualificada da Citic venha ganhar dinheiro em Pindorama.
Essa é a globalização do século XXI e se os chineses sabem aproveitá-la, parabéns. Como não parece provável que a Thyssen esteja a importar exclusivamente engenheiros, há um estranho cheiro de Tong King Sing no pedaço. No século XIX os mandarins (e o Mikado japonês) vendiam seus miseráveis por quatro patacas. No XXI, o stalinismo de mercado chinês exporta mão de obra barata em benefício de um projeto estratégico nacional. Não lhe passa pela cabeça fazer isso em países verdadeiramente capitalistas, como a Alemanha, berço da Thyssen e da Krupp.
Seria fácil dizer que os trabalhadores chineses não devem entrar no Brasil. Foi com parolagens desse tipo que Lula e Marinho chegaram a Brasília. Faria bem a todo mundo se os chineses colocassem o pleito numa discussão séria, sem essa de engenheiros. Os empregos que o investimento da Thyssen criará no Rio justificam a concessão das isenções tributárias e trabalhistas que ela reivindica? Pode ser que sim, e nesse caso a patuléia ficará melhor informada, convivendo com o baixo custo da mão-de-obra chinesa sempre que isso interessar a uma siderúrgica alemã. Esse pode ser o projeto estratégico do comissariado.
ELIO GASPARI é jornalista
Fonte: Jornal O POVO
Que pode uma prefeitura?
Por: Rej Rei
Recentemente, por ocasião do lançamento do seu mais novo livro O nascimento do trágico. De Schiller a Nietzsche, no Rio de Janeiro, o filósofo Roberto Machado falou que a academia brasileira adquiriu rigor, mas não vigor. Semana próxima passada ele chegou a Fortaleza pelo projeto Pensamento Contemporâneo, da Funcet, onde ministrou o curso Pensamento filosófico e linguagem literária em Deleuze. Mais uma vez a ciência, a arte e a filosofia são postas em discussão. São criações, segundo Deleuze, enfatiza Roberto. Programação aberta ao público - que se deliciou com aquela "iguaria para a alma". Mas uma pergunta surgiu entre os participantes: Seria papel da prefeitura realizar este tipo de programação? Não seria da/na universidade? Não haveria outras prioridades para uma gestão municipal de cultura? E fico a pensar o quanto Roberto tem razão. A ciência precisa, urgentemente, ter contatos imediatos, de todos os graus, com os "agregadores sensíveis", os artistas; precisa, ainda, compreender que o pensamento, a capacidade, desejo e necessidade de pensar, de criar, construir idéias – as complexas e sofisticadas, inclusive!-, pertence a todos, de forma nômade, em todos os lugares. O iluminismo, que segregou o pensamento a uma casta privilegiada, e a herança platônica, que rechaçou os artistas como seres inúteis, carecem serem abandonados. Caso contrário, ficaremos sempre com uma cara de surpresa ao saber que Patativa do Assaré lia Camões e Baudelaire...
Recentemente, por ocasião do lançamento do seu mais novo livro O nascimento do trágico. De Schiller a Nietzsche, no Rio de Janeiro, o filósofo Roberto Machado falou que a academia brasileira adquiriu rigor, mas não vigor. Semana próxima passada ele chegou a Fortaleza pelo projeto Pensamento Contemporâneo, da Funcet, onde ministrou o curso Pensamento filosófico e linguagem literária em Deleuze. Mais uma vez a ciência, a arte e a filosofia são postas em discussão. São criações, segundo Deleuze, enfatiza Roberto. Programação aberta ao público - que se deliciou com aquela "iguaria para a alma". Mas uma pergunta surgiu entre os participantes: Seria papel da prefeitura realizar este tipo de programação? Não seria da/na universidade? Não haveria outras prioridades para uma gestão municipal de cultura? E fico a pensar o quanto Roberto tem razão. A ciência precisa, urgentemente, ter contatos imediatos, de todos os graus, com os "agregadores sensíveis", os artistas; precisa, ainda, compreender que o pensamento, a capacidade, desejo e necessidade de pensar, de criar, construir idéias – as complexas e sofisticadas, inclusive!-, pertence a todos, de forma nômade, em todos os lugares. O iluminismo, que segregou o pensamento a uma casta privilegiada, e a herança platônica, que rechaçou os artistas como seres inúteis, carecem serem abandonados. Caso contrário, ficaremos sempre com uma cara de surpresa ao saber que Patativa do Assaré lia Camões e Baudelaire...
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