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segunda-feira, outubro 21, 2024

Governo de Lula falha grotescamente por ser capaz de enxergar só até 2026

Publicado em 20 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet

Simone Tebet afirma que gastos sociais não são problema no orçamento |  Radioagência Nacional

Governo não aproveita os planos que Simone Tebet cria

Diogo Schelp
Folha

O governo federal inicia este semestre a elaboração de um plano para orientar as políticas públicas de longo prazo para o Brasil. Com o nome de Estratégia Brasil 2050, o documento receberá contribuições de todos os ministérios, do BNDES, de Estados e municípios e da sociedade civil, sob coordenação do Ministério do Planejamento, com foco em temas como clima, infraestrutura, macroeconomia e transição demográfica.

A intenção é ótima. Como bem disse a ministra Simone Tebet no mês passado, ao dar o pontapé na iniciativa em reunião com representantes das outras pastas, “o Brasil não tem tradição de planejar a longo prazo”.

ERRO HISTÓRICO – A incapacidade de planejar o futuro explica em parte o fato de o País ter tanto potencial desperdiçado. Perdemos a janela demográfica, fase propícia a um salto no crescimento econômico graças à existência de uma parcela da população economicamente ativa maior do que as de crianças e idosos; falhamos em construir uma educação básica de qualidade, apesar de recursos garantidos na área.

Além disso, seguimos permitindo a destruição dos nossos biomas, apesar de há anos vigorar o consenso de que sua exploração econômica imediata não paga pelos prejuízos futuros em termos de impacto no clima, na agricultura e nas populações.

E fracassamos também em aumentar de forma significativa o índice de produtividade do trabalho, ainda ocupando uma das piores colocações nesse quesito dentre os países com renda média; e, apesar de possuirmos todas as condições naturais para ser uma potência energética, temos uma das tarifas de eletricidade mais caras do mundo em proporção à renda da população.

NEM MÉDIO PRAZO… – Governos após governos provam-se incapazes até mesmo de se ater a projetos de médio prazo, como o Plano Plurianual, instrumento previsto na Constituição que define metas de quatro anos. Objetivos mais distantes caem no esquecimento com ainda mais facilidade.

Um exemplo disso é o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), criado em 2018 com o compromisso de reduzir pela metade os óbitos nas ruas e estradas do país até 2030. Muitas das premissas do Pnatrans encontraram resistência no governo de Jair Bolsonaro e foram abandonadas. Como resultado, o total de mortes no trânsito voltou a crescer depois de vários anos de quedas graduais.

O governo Lula não é muito diferente em sua dificuldade em enxergar para além da duração do próprio mandato – motivo suficiente para não ser muito otimista com o que será feito do plano que está sendo elaborado sob a batuta de Tebet com resultados a serem colhidos em 2050, quando Lula terá 105 anos. Basta ver alguns exemplos de sua gestão até aqui.

PARADOXO – O setor elétrico vive um paradoxo de ter abundância de geração, mas conviver com tarifas elevadas e riscos de apagão. Praticamente todas as empresas geradoras, transmissoras e distribuidores concordam que é necessário fazer com urgência uma reforma no setor, mirando em redução de tarifas, liberdade de consumo, segurança no sistema e transição energética para as próximas décadas.

Mas o governo só consegue agir quando é para aprovar medidas pontuais, com benefícios momentâneos nas contas de luz, trazendo ainda mais insegurança e jogando os custos para o futuro. Ou seja, quando mexe nas regras, aumenta o caos.

A regulação das apostas online segue a mesma lógica. Como mostrou o Estadão, a preocupação sempre esteve centrada na busca por uma nova forma de arrecadação, sem um estudo aprofundado de impacto na economia, no combate à lavagem de dinheiro, nas finanças familiares e na saúde pública. Resultado: em poucos meses os problemas já começaram a aparecer e o governo e o Congresso correm para remendá-los.

OS MESMOS ERROS – A miopia do governo aparece mesmo em áreas para as quais já existem metas ambiciosas, como as de redução de queimadas, ou em políticas que já deram errado no passado, como a ideia de abrir os cofres do Tesouro Nacional para turbinar a disponibilidade de crédito do BNDES para aquecer o PIB.

Nesses e em outros casos, Lula não enxerga além de 2026, quando se submeterá a uma eleição com caráter plebiscitário, ou seja, na qual os eleitores dirão se o presidente melhorou ou não sua vida nos quatro anos anteriores.

Planejar para 2050, como pretende a ministra Simone Tebet? Quem nos dera.


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