Publicado em 4 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet
Camila Turtelli e Matheus Lara
Estadão
A direção do Podemos e aliados próximos do presidenciável Sérgio Moro têm ouvido críticas de empresários de diferentes setores em relação à falta de clareza e de profundidade sobre temas econômicos na pré-candidatura da sigla. As cobranças já repercutem no time do ex-juiz, que tem debatido formas de tentar aproveitar melhor a associação de Moro à agenda anticorrupção no debate sobre inflação, combate ao desemprego e o preço dos combustíveis, por exemplo.
Não é unânime entre aliados do presidenciável, por soar simplista e até lembrar a campanha de Bolsonaro em 2018, a ideia de continuar insistindo na tecla única da anticorrupção como solução para todos os problemas.
APELO AO PARTIDO – Esta semana, um apelo bem direto neste sentido foi feito à deputada federal Renata Abreu durante um encontro promovido pelo Grupo Voto em São Paulo.
Empresários pediram à presidente do Podemos que convença o ex-juiz federal a mostrar se entende mesmo de economia.
Renata Abreu também foi questionada se Moro pode trocar o Podemos pelo União Brasil, de Luciano Bivar. Ela admitiu que as conversas estão em andamento e que se a mudança for avaliada como a melhor opção para levar Moro ao segundo turno em outubro, ela não será contra a troca de partido.
COMANDO DE COMISSÕES – A propósito da criação do União Brasil, bolsonaristas de saída do PSL devem usar o discurso de que o partido, ao se fundir com o DEM, não existe mais e, com isso, vão reivindicar alguns comandos de comissões na Câmara. Eles argumentam que o que deve valer é o nome do parlamentar e não mais sua legenda. Um exemplo é o deputado/major Vitor Hugo, de Goiás, que pretende ser presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara.
E parlamentares do Centrão apostam que a liberação dos jogos de azar será um dos primeiros projetos aprovados pelo Congresso nesse ano. Por outro lado, eles já contam com o veto do presidente Bolsonaro.