Vicente Nunes
Correio Braziliense
Em tempos de escassez de recursos, uma boa notícia: a massa falida do Banco Santos, que pertencia a Edemar Cid Ferreira, terá uma carteira de crédito avaliada em R$ 2,5 bilhões para leiloar e quitar débitos com a clientela. A avaliação da carteira foi feita pela BDO Brasil Auditores Independentes.
O próximo passo, segundo o gestor da massa falida, Vânio Aguiar, será submeter a avaliação da carteira de crédito aos credores e ao juiz da Vara de Falência que cuida do caso. Se tudo for aprovado, os créditos serão leiloados, e a expectativa é de que os compradores paguem pelo menos 50% do valor total.
DÍVIDA DA CAOA – Pelos cálculos da massa falida, o dinheiro arrecadado com a carteira de crédito será suficiente para honrar o total das dívidas com os credores, mais uma parcela dos juros legais.
O principal crédito que o banco tem a receber e que será colocado à venda envolve a montadora de veículos Caoa. A dívida original da Caoa com o Banco Santos seria de mais de R$ 2 bilhões, mas, por estar no meio de uma massa falida, foi avaliada em R$ 854 milhões.
A empresa, no entanto, ainda tenta reduzir ainda mais o débito, para metade do definido pela BDO, o que prejudica os credores.
DESDE 2004 – A espera dos credores do Banco Santos pelo dinheiro a que têm dinheiro se arrasta desde 2004. Em 12 de novembro daquele ano, o Banco Central interveio na instituição. No ano seguinte, mais precisamente em 20 de setembro, foi decretada a falência do banco.
A lista de credores é grande, envolve de pessoas físicas a fundos de pensão, vários deles com sede em Brasília. O processo se estendeu por todos esses anos devido às protelações conseguidas pelos devedores do Banco Santos na Justiça.
Acredita-se que, com a venda da carteira de crédito será possível encerrar a falência.