Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, fevereiro 02, 2021

Mourão tenta defender Lira, mas acaba por chamá-lo de “peça do tabuleiro”


Mourão vai demitir assessor que sugeriu impeachment

Rompido com Bolsonaro, Mourão tenta defender o governi

Guilherme Mazui
G1 — Brasília

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (2) que o governo precisa “saber trabalhar com as peças que estão aí no tabuleiro” ao comentar o apoio do Palácio do Planalto ao deputado federal Arthur Lira (PP-AL), eleito, na segunda (1º), novo presidente Câmara.

Mourão fez a declaração ao ser questionado por jornalistas se esse apoio do governo gerava algum tipo de constrangimento, já que houve oferta a deputados de cargos e emendas em troca de votos em Lira, candidato que foi aliado do ex-deputado Eduardo Cunha e que foi denunciado por corrupção passiva pela Operação Lava Jato.

LIGAÇÃO COM CONGRESSO – “Essas coisas não passam por mim. […] Quando o presidente não fez ligação com o Congresso, ele não estava indo bem porque não tinha ligações com o Congresso. Agora ele tem ligações… E, aquela história, a gente tem que saber trabalhar com as peças que estão aí no tabuleiro”, afirmou Mourão.

Na véspera, segunda-feira, Mourão escreveu nas redes sociais que não há motivos para impeachment de Bolsonaro:

“Como Vice-Presidente, afirmo que não há nenhuma motivação para a aceitação de pedido de impeachment do nosso PR @jairbolsonaro, o qual tem trabalhado incansavelmente para superar os desafios que o século XXI impõe ao Brasil”, escreveu Mourão em sua conta no Twitter.

LÍDER DO CENTRÃO – Lira foi eleito em primeiro turno para presidir a Câmara pelos próximos dois anos. O deputado, que está no terceiro mandato, lidera o “Centrão”, bloco de partidos conhecido por oferecer apoio a governos em troca de cargos.

Lira contou com apoio declarado do presidente Jair Bolsonaro, que antes criticava o “Centrão” e o chamado “toma-lá-dá-cá”, como é chamado o apoio político em troca, por exemplo, de cargos no governo.

###
CONHEÇA A FOLHA CORRRIDA DE ARTHUR LIRA

Arthur Lira e outras quatro pessoas foram denunciadas em junho de 2020 pela PGR em uma investigação que tramita no STF. O deputado é acusado por corrupção passiva dentro da operação Lava Jato.

Segundo os investigadores, o parlamentar recebeu R$ 1,6 milhão em propina da empreiteira Queiroz Galvão. A denúncia ainda não foi analisada. Se for aceita pelos ministros do tribunal, abre-se uma ação penal e Lira se torna réu.

Em outro processo, a Segunda Turma do STF decidiu em junho de 2019 aceitar a denúncia do Ministério Público contra Lira e outros três parlamentares do PP por organização criminosa. Eles são acusados de desviar dinheiro da Petrobras no esquema investigado pela operação.

DIZ A DEFESA – Em nota, a assessoria de imprensa do deputado disse que “todos os processos que vieram a julgamento na Lava Jato foram arquivados e os próximos devem ter o mesmo desfecho”.

“Três processos no STF foram arquivados e, no quarto processo, a própria Procuradoria-Geral da República pede o encerramento. Em outro, a acusação nem sequer possui amparo legal válido para o período questionado”, afirmou em nota.

Em outubro de 2019, a 1ª turma do STF recebeu denúncia contra Lira e o tornou réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um desdobramento da operação Lava Jato. O caso ainda não foi julgado.

PROPINA FERROVIÁRIA – A PGR acusou o deputado de aceitar propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, em troca de mantê-lo no cargo.

Sobre este processo, o deputado respondeu que “não há nexo entre a temporalidade da suposta irregularidade e a cronologia dos acontecimentos”.

Lira foi investigado também por suspeita de participação em um esquema de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Alagoas. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2018 por peculato e lavagem de dinheiro.

RACHADINHA – De acordo com a procuradoria, a fraude se dava a partir da rachadinha, apropriação de parte dos salários de funcionários e também da inclusão de falsos funcionários na folha de pagamento. Eles repassavam, segundo a denúncia, parte do dinheiro dos salários aos deputados ou a pessoas indicadas pelos parlamentares.

Este caso deu origem a um processo cível, no qual Lira já foi condenado por improbidade administrativa. Ele recorre da decisão. Em relação à parte criminal dos fatos investigados na operação Taturana, Lira foi absolvido em dezembro de 2020, mas o Ministério Público em Alagoas recorreu da decisão.

Em relação a este caso, a assessoria do deputado reforçou que a Justiça de Alagoas anulou o processo e o absolveu sumariamente.

QUEIXA-CRIME– Lira é alvo ainda de uma ação apresentada pela ex-mulher, Jullyene Cristine Santos Lins, no STF. Ela pede a abertura de uma investigação e a condenação do deputado por injúria e difamação em razão de declarações dadas pelo parlamentar à revista “Veja”.

Lira afirmou que Jullyene “é uma vigarista profissional querendo extorquir dinheiro, inventando histórias”, ao comentar as acusações da ex-mulher de que ocultou patrimônio e começou a receber propina quando era deputado estadual em Alagoas. Na ação, a defesa argumenta que a fala buscou manchar a imagem da ex-mulher.

O relator, ministro Luís Roberto Barroso, decidiu que quem deve analisar o caso é o Juizado de Violência Doméstica de Brasília. A defesa de Lira recorreu para tentar manter o caso no STF ou enviá-lo à Justiça de Alagoas.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – Lira respondeu ainda a processos por lesão corporal e ameaça, oriundos de acusações feitas por Jullyene à polícia em 2006 e 2007, quando ainda era deputado estadual em Alagoas.

Em novembro de 2006, Jullyene disse à Justiça que foi agredida por Lira “com tapas, chutes, pancadas” e que foi arrastada pelos cabelos dentro de sua própria casa. Segundo Jullyene, Lira foi cobrar explicações sobre um novo relacionamento que ela Mantinha após o fim do casamento.

O caso tramitou na justiça alagoana e chegou ao STF em 2011, porque Lira ganhou foro privilegiado. Ao STF, Jullyene mudou de versão. Disse que Lira não a havia agredido e o deputado foi absolvido do crime de lesão corporal em setembro de 2015. Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, Jullyene disse ter sido coagida pelo deputado a mudar o depoimento.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG- 
O problema de Arhur Lira é que, se alguém lhe pede o currículo, ele tem de prestar muita atenção para não se confundir e apresentar a folha corrida e os maus antecedentes(C.N.)

Em destaque

Secretário de Saúde de Goiânia é preso após operação do MP apontar associação criminosa e irregularidades em contratos

  Secretário de Saúde de Goiânia é preso após operação do MP apontar associação criminosa e irregularidades em contratos quarta-feira, 27/11...

Mais visitadas