Publicado em 28 de fevereiro de 2021 por Tribuna da Internet
Monica Bergamo
Folha
O governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), afirma que a pressão sobre o sistema público e privado de saúde nunca foi tão dramática e que agora o vírus agora mata mais, prevendo o atendimento aos contaminados pela covid-19 “vai colapsar e o Brasil mergulhará no caos em duas semanas”.
Ele fez a afirmação à coluna nesta quinta-feira (dia 25), depois de anunciar a suspensão de todas as atividades não-essenciais no estado neste fim de semana para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.
UTIS ESTÃO LOTADAS – “Já estamos vendo o problema se agravar no país todo. No Amazonas, no Rio Grande do Sul, na Bahia, no Ceará. Nunca tivemos uma situação igual”, afirma o governador baiano, lembrando que já tinha mil leitos de UTI exclusivos para Covid-19. Há dez dias, abriu mais 200 leitos.
“E eles lotaram de uma hora para a outra, da noite para o dia”, afirma. A situação é tão dramática que há hoje 195 pacientes na fila da UTI, necessitando de tratamento intensivo sem ter como recebê-lo.
Rui Costa afirma que o estado está registrando número recorde de mortos, com 100 notificações de óbitos por dia. “No auge da primeira onda, em julho do ano passado, registramos 80 mortes no pior dia”, afirma.
NOVAS MODALIDADES – O governador acredita que, além de a população estar exausta de cumprir medidas de isolamento, as novas cepas do coronavírus que já circulam no Brasil – em especial a de Manaus – são mais contagiosas e letais.
“Temos hoje, ainda, um menor número de infectados, mas uma explosão de internações e de mortes muito mais grave do que em julho de 2020”, afirma. “Antes, a quase totalidade das mortes era de pessoas de mais de 60 anos. Agora, jovens, de 30 a 50, também estão sendo vítimas fatais.”
Naquele mês, o estado registrava 30 mil casos ativos de Covid-19 e 800 leitos de UTI ocupados. Nesta semana, são 18 mil casos ativos e 1.200 leitos ocupados, além do número recorde de mortes em um único dia. “Os casos estão subindo. O que acontecerá quando chegarmos de novo a 30 mil?”, questiona Costa. “A pressão nunca foi tão grande”, afirma ele.