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quinta-feira, fevereiro 25, 2021

Ala militar do governo já está empenhada na campanha pela reeleição de Bolsonaro

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 por Tribuna da Internet

Resultado de imagem para militares no governo charges

Charge do Nani (nanihumor.com)

Ingrid Soares
Correio Braziliense

Apesar de reclamar das dificuldades do cargo que ocupa, o presidente Jair Bolsonaro não consegue esconder que está focado na reeleição, em 2022. Um dos grupos que dão suporte ao chefe do Executivo, o dos militares, já tem, inclusive, procurado estratégias para tentar pavimentar o caminho rumo à recondução. O bloco ressalta, no entanto, que o mandatário tem de moderar o discurso, esquecer as picuinhas e investir na recuperação econômica do país.

No período de pré-eleição no Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ajudou na articulação com o Centrão para que os aliados do Planalto saíssem vitoriosos da corrida pelos comandos da Câmara e do Senado — de olho na aprovação de pautas de interesse do Executivo.

DISSE O GENERAL – Na semana passada, em entrevista ao Estado de S. Paulo, o general relatou não ter se arrependido da aliança com o grupo de parlamentares, apesar do mal-estar causado entre os militares. Ramos alegou que “não se envergonha” e que os oficiais da ativa das Forças Armadas entendem o “momento político” pelo qual passa o governo.

Ao longo do mandato de Bolsonaro, porém, militares deixaram o Planalto disparando críticas contra o presidente, caso de Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, e Rêgo Barros, ex-porta-voz da Presidência. “Conheço muitos militares que não votaram no Bolsonaro quando era deputado e continuam não votando. As Forças Armadas não são um bloco único”, disse um oficial sob a condição de anonimato.

“A preocupação é de que haja descolamento político das Forças Armadas em relação ao governo. Os governos passam, e as FAs continuam. Existe essa preocupação com a imagem.”

EXCLUDENTE DE ILICITUDE – Para manter o apoio dos policiais militares, Bolsonaro retoma bandeiras como a aprovação do excludente de ilicitude, espécie de salvaguarda jurídica para militares que, porventura, matarem em serviço. O item consta na lista de 35 projetos prioritários enviados pelo Planalto ao Congresso.

Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), ex-aliado de Bolsonaro, a adesão à campanha de reeleição do mandatário será de um grupo significativo de veteranos. Porém — conforme avaliou —, em meio aos policiais da ativa, como militares, civis, penais e policiais federais e rodoviários federais, o chefe do Executivo tem perdido apoio.

Na opinião de Major Olímpio, não vai ter apoio maciço. “Isso caiu na mesma proporção da credibilidade que ele tinha em 2018. Vejo, dia a dia, o presidente perdendo muitos nichos de pessoas que comungavam com os discursos dele. Para 2022, a vida dos policiais deve ficar pior do que está hoje. O excludente de ilicitude não vai votar.”

DEIXOU A DESEJAR – O senador destacou que Bolsonaro se elegeu baseado em três pilares: antiesquerda, combate à corrupção e resgate da segurança pública e do direito de legítima defesa. “Os dois itens, com a corrupção e segurança pública, deixaram a desejar. Ficaram só no discurso”, ressaltou.

“Ele fez carreira defendendo praças e os pensionistas. É justamente esse público que está se sentindo abandonado. O pessoal da ativa das polícias militares está ensandecido porque não pode fazer reajuste salarial e licença prêmio de policiais no período de março do ano passado até o final de ano, está suspenso.”

Vera Chemim, constitucionalista e mestre em direito público administrativo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que os militares não vão interferir de forma contundente numa eventual reeleição de Bolsonaro, pois existem divergências internas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
–   Quem já está trabalhando pela reeleição são os cerca de 6 mil militares que exercem cargos civis no governo. Os militares de verdade, da ativa, estão envergonhados com o comportamento do presidente Bolsonaro, que decididamente não age como um militar de verdade, muito pelo contrário. Para o pessoal da ativa, especialmente os oficiais superiores, Bolsonaro é uma decepção e terá de resolver sozinho os problemas que ele próprio cria. (C.N.)   

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