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sexta-feira, abril 05, 2019

Vélez não vai entregar o cargo de ministro da Educação e fica pendurado até segunda-feira


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Vélez Rodríguez deveria sair pelos fundos, bem discretamente
Adriana PerroniGloboNews
O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez disse nesta sexta-feira (dia 5) no fórum empresarial Lide, em Campos do Jordão, que não vai entregar o cargo. A declaração foi dada após o presidente Jair Bolsonaro indicar que pode demiti-lo no início da próxima semana. Vélez disse, ainda, que não falou com Bolsonaro.
Perguntado sobre se sairia do ministério, Vélez disse que “agora não”. Sobre a declaração de Bolsonaro, Vélez disse que não tinha sido informado.
“Eu, pessoalmente, não tenho notícia disso. Pergunta a quem é de direito, quem falou isso. Eu pretendo participar do fórum e não vou entregar o cargo”, declarou.
Na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro disse a jornalistas em um café da manhã no Palácio do Planalto que “está bastante claro que não está dando certo” o trabalho de Vélez no Ministério da Educação. Segundo ele, “está faltando gestão” na pasta.
“Segunda-feira vai ser o dia do ‘fico ou não fico'”, disse o presidente. “Na segunda tira a aliança da mão direita e, ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta”, disse Bolsonaro.
A polêmica mais recente foi a declaração dada em entrevista ao jornal Valor Econômico de que pretendia revisar livros didáticos sobre o golpe de 1964 e a ditadura militar.
Vélez disse que “os livros serão entregues aos cientistas da área da reconstituição desse passado para realmente termos consciência do que fomos, do que somos e do que seremos”.
As declarações do ministro repercutiram entre educadores e historiadores, que afirmaram que a revisão dos livros didáticos seria um retrocesso.
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PRINCIPAIS PONTOS POLÊMICOS DA GESTÃO VÉLEZ
Livros didáticos: em janeiro, o edital para compra de livros escolares foi publicado sem que houvesse trechos importantes que norteariam a aquisição das obras. Entre eles, foram excluídos itens que evitariam a compra de obras com erros e propagandas. O edital também não trazia mais a exigência de que as obras retratassem a diversidade étnica e o compromisso com ações de combate à violência contra a mulher. No dia seguinte, o edital foi anulado.
Inep: ainda em janeiro, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) Maria Inês Fini, no cargo há 3 anos, foi exonerada. O ex-professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcus Vinicius Rodrigues foi nomeado para o cargo. Dois meses depois, também foi demitido. Ele saiu da pasta dizendo que não há comunicação dentro do MEC.
Alfabetização: após a extinção da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), a expectativa era que as crianças fossem avaliadas no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). No entanto, a portaria do Saeb foi publicada sem essa previsão. Um dia depois, foi anulada.
Cargo ‘número 2’: quatro nomes foram anunciados para o cargo de secretário-executivo do MEC em três meses de gestão.
Frases polêmicas: Vélez disse que o brasileiro seria “canibal” ao viajar: “Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”, declarou. O Congresso pediu que ele fosse se explicar. Em documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Vélez disse que foi “infeliz” ao fazer a declaração. Em outra ocasião, Vélez afirmou que a universidade não seria para todos.
Educação moral e cívica: Vélez publicou um vídeo anunciando que a “educação moral e cívica” voltaria às escolas e que retomaria o Projeto Rondon, mas não disse como.
Filmagem de crianças: Vélez enviou uma carta a todas as escolas do país pedindo para que fosse lido o slogan de campanha de Bolsonaro e que as crianças fossem filmadas cantando o Hino Nacional. A leitura do slogan pode ferir a Constituição, e a gravação de crianças sem autorização dos responsáveis vai contra o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Enem: o Inep, vinculado ao MEC, criou uma comissão para fiscalizar o conteúdo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O grupo deveria fazer uma “leitura transversal” das questões que compõem o Banco Nacional de Itens para “verificar a sua pertinência com a realidade social”. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF) pediu esclarecimentos.
Golpe militar: Vélez disse que pretende fazer uma revisão nos livros didáticos que contam a história do golpe de 1964 e da ditadura militar no Brasil. Educadores e historiadores afirmaram que a revisão seria um retrocesso.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Vélez é uma revelação. Ninguém jamais conseguiria fazer tantas trapalhadas em tempo tão curto de gestão. Deveria entrar para Livro Guinness de Recordes(C.N.)

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