Quando falamos, estudamos ou analisamos a política de qualquer país, sempre nos deparamos com as expressões “oposição” e “situação” para caracterizar aqueles políticos que são a favor ou contra o governo. Apesar de muito comuns, poucas pessoas conhecem a importância dessas duas palavras. Posicionar-se é uma ação política.
A principio, faz-se necessário saber que em regime de partido único, não existe oposição externa. Entretanto, este não é o caso do Brasil, que vive um regime multipartidário: com partidos da situação, da oposição e neutros. Não quero aqui criticar a existência de partidos de oposição, ao contrário. Toda oposição, quando bem executada, é benéfica e faz parte do processo democrático. Equivocam-se os analistas que pensam de maneira diferente.
A oposição política realmente é algo central não apenas para o funcionamento dos regimes democráticos, do ponto de vista das cobranças as ações governamentais, mas como também para a própria caracterização do que é um sistema democrático. Não podemos compreender oposição e situação como aquele que está certo e aquele que está errado. Não funciona assim.
Na maioria das vezes o que vemos é a falta de diálogo entre partidos e políticos de oposição e situação. E quando isso acontece, as discussões e vetos de projetos que trariam benefícios para o povo são simplesmente deixados de lado por disputas políticas, colocando em risco o andamento da governança. Deixando que as decisões sobre o andamento do país sejam tomadas por aquela bancada que tem a maioria na Casa Legislativa.
E qual o papel da oposição? Oposição é aquela que delineia, acompanha e cobra a forma de atuação do governo, sem criar bloqueios desnecessários e prejudiciais à governança.Infelizmente, o mal de alguns políticos brasileiros é a preocupação em combater o lado oposto pensando nos partidos e coligações, esquecendo que sua missão na vida pública é representar o povo, apoiando, debatendo, sugerindo e acompanhando estratégias para o bem estar da sociedade.
É bem verdade que os cidadãos estão fartos da ineficiência política e a maior prova disto está nos protestos que se sucedem pelo País. Já dizia o alemão Bertold Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”.
É preciso que cada um de nós deixe de ser analfabeto político para aprender que temos direitos e deveres. A verdadeira democracia, que governa em prol do povo, é caracterizada pela união de forças de todos. O importante é que oposição e situação caminhem com um único propósito: o de melhorar o país como um todo, representando a população e fazendo valer cada um dos nossos direitos.