Patrik CamporezO Globo
Um dos alvos da investigação que apura o acesso a dados sigilosos do presidente Jair Bolsonaro , o funcionário da Receita Odilon Ayub Alves, lotado na unidade de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, disse à Polícia Federal que não cometeu vazamento de informação, que não houve quebra de sigilo fiscal e que tudo não passou de uma brincadeira. Uma das alegações é que ele votou e “fez campanha” para Bolsonaro nas eleições de 2018.
O teor das declarações foi adiantado ao Globo, na noite desta sexta-feira, pelo irmão e advogado de Odilon, Yamato Ayub. “Ele relatou (à PF) que foi um acesso involuntário, sem maldade, sem quebra de sigilo, sem nada de transferir informações. Foi uma besteira, sem maldade, sem medir as consequências da atitude” — disse o advogado.
LIBERADO – Odilon prestou esclarecimentos na Delegacia da PF de Vitória por cerca de uma hora e foi liberado. A irmã do funcionário, deputada federal Norma Ayub, disse que Odilon andava pela cidade com o carro adesivado, fazendo campanha para o então candidato do PSL. Norma esclareceu que a atitude do irmão nada tem a ver com sua legislatura e que Odilon agiu por inocência, sem medir as consequências.
“A família toda é Bolsonaro. (Odilon) andava com carro plotado de Bolsonaro. Isso (acesso aos dados) aconteceu em outubro, Bolsonaro estava em recuperação do atentado que sofreu. Jamais ele poderia pensar que isso poderia dar um ‘auê’. Ele foi ingênuo, ele é Bolsonaro” — destaca Norma.