Daniela LimaFolha/Painel
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira (MDB-RS), avisou à ministra Tereza Cristina (Agricultura) que está cada vez mais difícil conter o ímpeto de seu grupo de atacar o Planalto. O deputado já pediu uma audiência com Jair Bolsonaro. Ele extravasou publicamente sua insatisfação com a verborragia do clã presidencial e é portador dos recados de integrantes da frente insatisfeitos com cobranças baseadas em promessa de campanha não cumprida: a anistia de dívidas de produtores inscritos no Funrural.
O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) também foi avisado da insatisfação dos ruralistas.
ACM NETO – Embora Rodrigo Maia (DEM-RJ) tenha comparecido, presidentes de partidos de centro e centro-direita sentiram a ausência de ACM Neto, comandante do DEM, no encontro em que alinhavaram estratégia para a conversa que terão com Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (dia 4). O dirigente do Democratas estava em Brasília, mas priorizou outras reuniões.
Aliados de ACM Neto dizem que ele segue em contato permanente com os colegas de outras siglas mas que, nesse momento, não quer fechar uma atuação em bloco para pressionar o presidente da República. Na prática, sua ausência mostra que uma ala do DEM ainda está disposta a puxar a fila de apoio ao Planalto no Congresso, caso o governo mude sua fórmula de articulação política.
VÉLEZ E OLAVO – Deputados ligados ao movimento estudantil dizem que Ricardo Vélez (Educação) brinca com fogo ao anunciar nesta quarta-feira (dia 3) uma intervenção no material didático para fazer revisionismo da ditadura. Ex-membros da equipe dele no MEC classificaram a medida como uma tentativa desesperada de se manter no posto.
E as críticas de Olavo de Carvalho a militares que atuam no Planalto dividem o PSL. “Amigos e gurus de verdade falam diretamente com o presidente ou com sua equipe. Não usam as redes para enfraquecer o governo e as relações entre seus membros”, disse Carla Zambelli (PSL-SP).