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terça-feira, abril 16, 2019

Guedes ainda tenta esconder a dívida pública, mas terá de apresentar uma solução


Resultado de imagem para divida publica chargesCarlos Newton
O ministro da Economia, Paulo Guedes, não faz o menor comentário e se comporta como se a dívida pública nem existisse. A equipe econômica inteira age como se fosse possível ocultar o maior problema brasileiro, de cuja resolução depende o futuro do país, sua independência econômica e a qualidade de vida da população. Para quem lê os jornais, escuta rádio, assiste televisão e acessa a internet, parece que está tudo sob controle, mas não é exatamente isso que está acontecendo. A dívida é uma bomba-relógio, que vai explodir.
Guedes está voltando da matriz USA, onde tentou vender a ilusão de que aqui na filial Brazil a reforma da Previdência, a privatização das estatais e a abertura econômica serão as soluções mágicas que recolocarão o Brasil no rumo do desenvolvimento. Belas palavras, mas o vento leva e o exemplo fica, diz o ditado latino.
SEM CREDIBILIDADE – Guedes ainda não percebeu que não convence mais ninguém. O próprio Instituto Von Mises, principal defensor do ultraliberalismo, ao qual Guedes é intimamente ligado, já dá mostras de impaciência. Os economistas do Mises sabem que a omissão do governo não pode se prolongar.
Não adianta Guedes tenta embromar, porque é uma questão aritmética. Os números de março ainda não saíram. Mas em fevereiro, que teve apenas 28 dias, o estoque da dívida pública federal cresceu 1,71% em fevereiro, muito maior do que a inflação de 0,48%, que já se mostra em alta e muito ameaçadora.
E o que faz Paulo Guedes? Nada, absolutamente nada. Até agora, não apresentou nenhuma proposta, é como se o maior problema do país “non eczistisse”, diria padre Quevedo, observando o ministro pecador.
MUITAS DÍVIDAS – O problema é assustador, porque não existe apenas a dívida pública federal. Há também as dívidas dos estados e municípios, incluindo estatais, além da velha e desdenhada dívida externa, que está cada vez mais viva.
Se a dívida tivesse aumento de 0,48% em fevereiro, estaria estacionária, apenas acompanhando a inflação. Mas subiu 1,71, ou seja, cresceu 1,23% em termos reais, que é um verdadeiro suicídio. E estamos falando apenas da dívida federal.
A previsão da Secretaria do Tesouro Nacional é que a dívida pública vai continuar crescendo este ano, sem interrupção, e o governo não toma decisões radicais, sem seguir as sugestões do próprio Instituto Von Mises, e se limita a cortar postos na administração, sem atentar para a gravidade dos fatos.
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P.S.
 1 – O momento é decisivo, não há como tergiversar, não dá mais pra segurar, diria Gonzaguinha. O país precisa de um freio de arrumação. Vamos discutir, de forma madura, essa questão de dívida pública, antes que seja tarde demais, enquanto la nave va, cada vez mais fellinianamente.
P.S. 2 – Guedes se reúne hoje com Bolsonaro, para acertar o preço do diesel, depois de ter dito que o presidente errou e terá de recuar. Esta reunião é decisiva, porque um dos dois sairá dela totalmente desmoralizado. Espera-se que seja Guedes. Se for Bolsonaro, o futuro deste país não valerá uma nota de três dólares. (C.N.)

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