Pedro do Coutto
Estudo do Fundo Monetário Internacional, publicado na semana passada, assinala que a participação da economia brasileira no Produto Bruto Mundial caiu de 4,3 em 1980 para 2,5% no ano passado. O assunto está projetado na reportagem de Erica Fraga, Folha de São Paulo, edição de ontem. O FMI acentuou que, em consequência, nosso país, que chegou a ser a 7ª economia do mundo, retrocedeu para a 8ª posição.
O produto bruto mundial oscila em torno de 100 trilhões de dólares/ano, formado principalmente pelos Estados Unidos, cerca de 20 trilhões de dólares, seguido pela China, aproximadamente 6 trilhões de dólares, e pelo Japão com 5%.
DESDE 1980 – A publicação do FMI parte de uma comparação iniciada em 1980 e concluída em 2018. Em 1980 o Brasil participava do produto mundial em escala maior do que a do ano passado, estamos retrocedendo.
O resultado influi na formação da renda per capita, que é o resultado da divisão do PIB de cada país pelo seu número de habitantes. Ruim para o Brasil o resultado de 2018, pois a população brasileira cresceu cerca de 40% de 1980 aos dias atuais.
Em um comentário sobre o resultado do levantamento, o professor Alexandre Cunha, da UFRJ, acentua que o problema maior causado pela defasagem é que o país não está conseguindo melhorar o padrão de vida de sua população.
COMPARAÇÃO – Países da América do Sul como Colômbia, Chile e Uruguai, embora com PIB muito menores do que o do Brasil, entretanto conseguiram melhorar suas participações na produção mundial. Alexandre Cunha sustenta que o resultado comprova que nenhum economista possui uma caneta mágica para fazer com que a economia avance. Torna-se necessário estabelecer-se avanços progressivos através do tempo.
A observação, digo eu, cabe perfeitamente no modelo traçado por Paulo Guedes. O ministro da Economia parece acreditar na mágica de que a reforma da Previdência Social, por si, será capaz de promover investimentos e progressos em grande escala na economia global do Brasil.
Em matéria de INSS o projeto de Paulo Guedes é eliminar o déficit atual de 180 bilhões de reais por ano, e, ao mesmo tempo, proporcionar um estoque adicional de 110 bilhões por ano capaz de atingir R$ 1,1 trilhão daqui a dez anos.
Mas como poderá acontecer isto? Fica a pergunta no ar.