Quinta, 25 de Abril de 2019 - 00:00
por Jade Coelho
Foto: Reprodução / Instituto Senior
Uma atenção especial deve ser dada à automedicação de pacientes hipertensos. Segundo o cardiologista e professor do curso de medicina da FTC, Gilson Feitosa Filho, é comum que esses pacientes atribuam dores de cabeça à alteração na pressão arterial e se mediquem. No entanto, o médico faz um alerta para essa prática. "Qualquer estresse, físico ou psicológico, pode fazer com que suba a pressão arterial, e uma vez cessado esse estresse, o paciente não precisa de remédio nenhum para voltar a pressão ao normal. [Nesses casos] não é correto tratar essa pressão arterial, porque se você tratar, quando o estresse emocional ou físico diminuir o efeito do anti-hipertensivo vai tornar essa pessoa hipotensa”, disse o cardiologista ao chamar atenção para os perigos da automedicação neste tipo de situação.
O derrame está entre os riscos associados listados pelo médico nos casos de hipotensão. Segundo ele, o problema muitas vezes é atribuído, de modo incorreto, apenas à pressão alta. “Qualquer pessoa saudável que tenha estresse físico ou emocional importante, alguma dor em algum lugar do corpo, se aferir a pressão arterial naquele momento de estresse máximo vai estar com o valor elevado”, explicou o especialista.
Nesta sexta-feira (26) é celebrado o “Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial”, data estipulada para chamar a atenção das pessoas a respeito da doença, que atinge cerca de 24% da população, de acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, com base no Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2017.
Entre os idosos o índice de pessoas acometidas pela doença é ainda maior, conforme os dados do Ministério da Saúde. No ano de 2017 o número chegou a 60,9% entre os adultos com 65 anos ou mais. Para a questão da idade Gilson Filho também fez um alerta a respeito do entendimento comum, e muitas vezes errado, da população. “É verdade que quanto mais idoso mais chance de ter hipertensão arterial, mas não é verdade que todo idoso tem hipertensão arterial, ou nenhum dos jovens terá hipertensão arterial. É só uma questão de risco”, explicou o médico.
O cardiologista ainda desmistificou outra questão: a atribuição da hipertensão à obesidade. “Pessoas obesas têm mais chance de ter pressão alta do que pessoas não obesas, mas isso não significa que todos os obesos são hipertensos ou todos os magros não são hipertensos”, defendeu.
Por fim o médico fez recomendações de “boas práticas” que auxiliam numa melhor qualidade de vida e afastam as chances de hipertensão. “Seguir boa alimentação, evitando excesso de gorduras e sal; praticar exercícios físicos; evitar estresse; e procurar regularmente seu médico, pelo menos a cada ano ou dois anos – se for uma pessoa muito saudável –, para ver como está sua pressão arterial, a sua condição de saúde”.
Bahia Notícias