Carlos Newton
Durante a campanha eleitoral, anunciei aqui na Tribuna da Internet meu voto em Bolsonaro, por ser a única opção para impedir a perpetuação do PT no poder, que já havia levado o paÍs a ter cerca de 17 mil sindicatos, um número inteiramente absurdo, por representar mais de 90% das entidades sindicais existentes no mundo, um fenômeno totalmente insano e ameaçador, porque envolvia corrupção em escala industrial, algo jamais visto no mundo, absolutamente inédito, nem se poderia comparar com a Itália da Operação Mãos Limpas. Graças à Lava Jato, o país conseguiu dar um basta nisso tudo e os políticos começaram a ir para a cadeia.
Eleger Fernando Haddad significaria um retrocesso, era preciso prosseguir a limpeza ética da política e da administração pública. Por esse motivo, muitos brasileiros foram levados a votar em Bolsonaro, especialmente devido ao aval dos generais Augusto Heleno, Hamilton Mourão e Eduardo Villas Bôas.
UMA RESSALVA – Ao revelar meu voto, iniciativa que eu jamais tivera em 53 anos de jornalismo político, tive o cuidado de fazer uma ressalva e disse que, pessoalmente, considerava Bolsonaro um idiota completo.
Narrei aqui na Tribuna a experiência que tivera com ele em 2007, na Câmara, quando o Brasil assinou o tratado da ONU que dava independência territorial, política, econômica e social a todas as nações indígenas. Isso significaria que o Brasil perderia cerca de 20% de seu território. Procurei Bolsonaro para que denunciasse esse fato da tribuna da Câmara, e fiquei com a impressão de que ele não entendia direito o que eu estava falando. Insisti, expliquei tudo de novo, mas ele não conseguiu entender e nem se interessou pelo gravíssimo assunto.
Na época, escrevi uma série de reportagens na “Tribuna da Imprensa”, com informações obtidas na Maçonaria (Loja Dous de Dezembro, no Rio). A cúpula das Forças Armadas então pressionou o governo Lula e o tratado da ONU jamais foi enviado ao Congresso, impedindo-se assim que pudesse entrar em vigor. Foi o jeito que se deu. E até hoje, passados 12 anos, o Congresso ainda desconhece a existência deste impatriótico tratado.
NÃO SABE GOVERNAR – Meu voto não foi em vão, porque. Bolsonaro inviabilizou a república sindicalista, ao acabar com a contribuição sindical obrigatória. Mas seu governo, reconheça-se, tem sido um desastre. Há ministros verdadeiramente imbecis e com parafuso frouxo. Mas o pior é o banqueiro Paulo Guedes a dominar a economia, agindo livremente sem jamais levar em conta o interesse público.
Sua proposta de reforma da Previdência é um acinte à inteligência dos brasileiros. O sistema de capitalização não protege o trabalhador, porque não prevê pensão à viúva e não tem auxílio em caso de doença ou invalidez. Só interessa aos banqueiros. Aliás, nas agências, há anos os gerentes não fazem outra coisa a não ser empurrar planos de previdência privada nos clientes.
Enquanto isso, o verdadeiro problema do país – a descontrolada dívida pública – fica escondido na gaveta de Guedes, que não dá uma palavra a respeito, é realmente muito estranho. Como disse Carlos Lessa em 2004, quando afirmou que Guido Mantega era um brasileiro com “b” minúsculo, pode-se dizer agora que Paulo Guedes nem brasileiro parece ser.
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P.S. 1 – Bolsonaro é tão despreparado que não percebe o mal que os filhos fazem ao governo. A crise com Rodrigo Maia, o maior aliado do governo no Congresso, foi agravada gratuitamente, devido a uma nova asneira de Carlos Bolsonaro, o 02, que a gente não sabe se é um pit bill ou um pit burro. O outro, 03, posando de falso “chanceler”, diverte-se criando problemas diplomáticos para o Brasil. Aliás, não foi por mera coincidência que esses príncipes-regentes foram apelidados de “Os Três Patéticos”.
P.S. 1 – Bolsonaro é tão despreparado que não percebe o mal que os filhos fazem ao governo. A crise com Rodrigo Maia, o maior aliado do governo no Congresso, foi agravada gratuitamente, devido a uma nova asneira de Carlos Bolsonaro, o 02, que a gente não sabe se é um pit bill ou um pit burro. O outro, 03, posando de falso “chanceler”, diverte-se criando problemas diplomáticos para o Brasil. Aliás, não foi por mera coincidência que esses príncipes-regentes foram apelidados de “Os Três Patéticos”.
P.S. 2 – Agora, é definitivo. Ou Bolsonaro enquadra os filhos e os afasta do governo, ou a previsão de Olavo de Carvalho se concretizará em menos de seis meses, mostrando que o guru é realmente um tremendo profeta .(C.N.)