TASSO FRANCO
A pesquisa Vox Populi recentemente divulgada pela Band Bahia traz à luz do debate político, ainda que este instituto não tenha avaliado uma quantitativa para o Senado, alguns contornos do que poderá acontecer com a campanha à senatoria. O senador César Borges (PR), até recentemente o único candidato no cenário e preferido segundo dados em pesquisas internas, do PR e do PT, agora tem na disputa, já lançados os nomes de José Ronaldo de Carvalho, ex-prefeito de Feira de Santana, na coligação DEM/PSDB; e a deputada Lídice da Mata, ex-prefeita de Salvador, na coligação PT/PSB/PCdoB/PDT/PP.
O PV mantém a queda-de-braço para lançar candidato único ao Senado, o deputado Édson Duarte, e não quer abrir espaços para João Jorge e/ou Bete Wagner. Decisão que, se for monocrática, tira o sabor democrático deste partido com anunciada visita da candidata a presidente a Salvador, Marina Silva.
De toda forma, de acordo com os números apresentados pelo Vox (Wagner 41; Souto 32; Geddel 9; Bassuma 1) se depreende que os nomes dos candidatos ao Senado alinhados com Wagner, no primeiro plano, e os da chapa de Souto, em segundo lugar, passariam a ter mais chances de vitórias, uma vez que, pela prática e lógica histórica considerando-se 1986 para cá, o governador eleito puxa os nomes ao Senado. Em sendo assim, observando-se essa perspectiva, o senador César Borges, até então o favorito, passa a ter sérias dificuldades para sua reeleição.
Isso poderá complicar ainda mais a vida de Borges, caso o senador ACM Jr., com “recall” familiar de ACM, participe do processo eleitoral como candidato à reeleição. Haveria, assim, uma tendência do voto casado Zé Ronaldo/ACM Jr. puxado pela coligação Souto/Serra. Wagner/Dilma faria a sua parte com Pinheiro/Lídice; e Geddel, de sua vez, com César/Edvaldo. Há, portanto, uma diferença substancial nesse enredo porque a dupla César/Edvaldo não encarna o espírito interiorano do “carlismo”, o qual, muitos já sepultaram, mas ainda existe.
Veja que, nos bastidores, ACM Neto teria trabalhado, é o que se comenta, para que César participasse da chapa de Geddel e não da de Wagner. Em sendo assim como foi, Neto sempre se posicionou contra a candidatura do pai (ACM Jr.) entendendo que, em caso de uma derrota, pudesse atrapalhar seu futuro político.
Mas, a política é muito dinâmica, uma nuvem que se mexe em diferentes velocidades. E, agora, está mexendo com a sensibilidade do senador ACM Jr. para que tope a parada porque existem sinais de vitória. Se elas virão são outros quinhentos. Mas esses sinais estão no ar.