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quarta-feira, maio 05, 2010

A distância entre o Congresso e a opinião pública

Carlos Chagas

Mais uma oportunidade perdeu o Congresso de acoplar-se ao sentimento nacional, especialmente às vésperas das eleições para a renovação dos mandatos parlamentares. Prevaleceu o interesse pessoal dos deputados na votação de ontem, na Câmara, a respeito do projeto da ficha-suja apresentado ano passado com a assinatura de 1 milhão e 600 mil cidadãos.

A proposta tinha sido desfigurada em seu objetivo principal, que tornava inelegíveis quantos candidatos houvessem sido condenados pela Justiça, em primeira instância. Os líderes de quase todos os partidos mutilaram o texto, estabelecendo a negativa do registro de candidaturas apenas para os condenados por tribunais, quer dizer, em segunda instância. A morosidade do Judiciário em julgar as causas mais simples ensejaria longos anos de permissividade para os candidatos.

Esperava-se que na votação de ontem o plenário da Câmara restabelecesse o impedimento para condenados por sentença em primeira instância, mas isso não aconteceu. Pior ainda, foi mantida a cláusula de que qualquer mudança não valeria para as eleições de outubro deste ano, começando sua vigência nas eleições municipais de 2012.

Em suma, a distância entre o Congresso e a opinião pública permanece a mesma: quilômetros os separam. Ilude-se quem supuser o eleitorado rejeitando quantos votaram contra o projeto ficha-suja, ou tergiversaram empurrando a questão com a barriga. Em maioria, serão reeleitos. Assim como os condenados por crimes diversos…

Fugir para Minas…

Os versos de Carlos Drummont continuam oportunos. O José quis fugir para Minas, Minas não havia mais.

Deve cuidar-se o candidato José Serra, pois a chave de sua vitória nacional repousa nas Gerais. Quem primeiro percebeu a evidência foi o presidente Lula, vitorioso na tarefa de afogar o PT mineiro, atrelando-o à candidatura de Hélio Costa, do PMDB, com Fernando Pimentel candidato ao Senado. O ex-ministro das Comunicações continua liderando as pesquisas e se vencer Antônio Anastásia, conseguirá acoplar boa parte de seus votos na candidatura presidencial de Dilma Rousseff. Um desastre para os tucanos.

Mais do que nunca permanece a certeza de que Serra só poderá obter a maioria dos votos mineiros caso venha a contar com Aécio Neves como seu companheiro de chapa. Nessa hipótese, até Anastásia se tornará um candidato competitivo. Fora daí o risco é de valer outra vez o verso do poeta: a festa acabou…

Continuam devendo

No rol dos temas ignorados pelos dois principais candidatos presidenciais inclui-se a Amazônia. Alguém sabe qual a estratégia de Dilma Rousseff e José Serra para enfrentar a sempre presente e intensa investida internacional contra a Amazônia? Seguirão a política dos presidentes Fernando Henrique e Luiz Inácio de deixar a região cada vez mais entregue aos interesses das ONGs estrangeiras, das multinacionais e das tribos indígenas em breve transformadas em nações?

Inexiste, para os dois candidatos, um plano ordenado de desenvolvimento para esse imenso território. Sequer cuidam de aproximar-se do setor militar, único até agora preocupado com a preservação de nossa soberania na Amazônia. Nem Serra nem Dilma, sequer seus comandantes de campanha, buscaram até agora inteirar-se dos riscos que ameaçam metade do país.

Mudança de guarda

Michel Temer, quase feito companheiro de chapa de Dilma Rousseff, acaba de dar adeus à presidência da Câmara, que poderia conservar caso se candidatasse a novo mandato por São Paulo. Vencendo ou perdendo a dobradinha oficial que disputa o palácio do Planalto, outro precisará ser o comandante dos deputados. Por certo que na dependência da representação dos partidos. Imaginando-se que o PMDB permaneça como a maior bancada, dele sairá o sucessor de Temer. Quem? Se pretensões se desenvolvem, parecem silenciosas, tornando-se necessário, primeiro, que os pretendentes se reelejam.

No Senado é diferente. José Sarney dispõe de condições para continuar onde está, tratando-se de outra Legislatura e do fato dele continuar ainda por quatro anos. Não há registro de senadores que pretendam atropelá-lo.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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